AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE AMOSTRAS DE MÉIS ORGÂNICOS DESTINADOS À EXPORTAÇÃO NASCIMENTO,C.B 1 ;OLIVEIRA,P.M.F 2 ;LIMA,M.S.S 2 ;FREITAS.R.F 2 ;SANTOS,L.K.A 2 ;PAZ,K.L 2 ;VIEIRA,L.S 2 ;ARAÚJO,W.J.S 2 ; LANDIM,B.L.S 2 ; SILVA,J.P 2 ;SILVA,J.N 3. 1-Acadêmica de Farmácia da Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte FMJ. E-mail: claudienebatista@hotmail.com. prycilla13oliveira@gmail.com. m.sandra.lima@hotmail.com. roseliaffreitas@outlook.com. laila1995.kelly@gmail.com. kamila_lopes_paz@hotmail.com. lindicacia2008@hotmail.com. co.lap.so@hotmail.com. barbarasaraiva12@hotmail.com. 2-Tecnóloga em Alimentos pela Faculdade de Tecnologia CENTEC FATEC Cariri/Ciências Biológicas da URCA E-mail: janielleceum@hotmail.com. 3-Docente/pesquisador do Curso Superior de Nutrição da Faculdade de Juazeiro do Norte-FJN. E-mail: jane_anne82@yahoo.com.br RESUMO O mel é produzido por abelhas a partir do néctar das flores, e do fluxo das plantas que recolhem e transformam em méis, por terem essa capacidade própria e os deixam maturar nos favos da comeia. É considerado mel orgânico aquele que foi produzindo sem interferências de antibióticos ou pesticidas. O certificado dos méis orgânicos proporciona ao consumidor confiança de estar comprando um produto sem nenhum tipo de contaminação. O objetivo da pesquisa foi avaliação físico-química de amostras de méis orgânicos destinados à exportação durante o ano de 2015. A pesquisa foi realizada com
três amostras de cada mês do ano em triplicata, onde foram adquiridas da empresa localizadas na cidade do Crato CE, no laboratório da empresa foram realizadas as suas as analises para verificar a diferença de cada lote que foi exportado. Os resultados obtidos nos mostram que os méis estão de acordo com a legislação vigente. Palavras-chave- apicultura, abelhas; qualidade.. _ ABSTRACT Honey is produced by bees from the nectar of flowers, and from the flow of the plants they collect and turn into honeys, because they have this capacity of their own and allow them to mature in the combs of the beginning. It is considered organic honey that was produced without interference from antibiotics or pesticides. The certificate of organic honeys gives the consumer confidence to be buying a product without any type of contamination. The objective of this research was to evaluate physico-chemical samples of organic honeys destined for export during the year 2015. The research was carried out with three samples of each month of the year in triplicate, where they were acquired from the company located in the city of Crato - CE, in the company's laboratory were carried out the analyzes to verify the difference of each batch that was exported. The results obtained show that the honeys are in accordance with the current legislation. Keywords- beekeeping, bees, quality. INTRODUÇÃO O mel é um produto, produzido por abelhas a partir do néctar das flores, e de fluxo das plantas que os recolhem e transformam em méis, tem a capacidade própria e são maturados nos favos da colmeia (BRASIL, 2000). Contudo é uma mistura com alto teor de açucares, apresenta uma vasta composição com aproximadamente 180 componentes diferentes (SERRA, 2016). A apicultura é uma prática que gera impactos positivos, tanto para a economia como para a natureza, e ajuda na preservação do ecossistema. E
uma atividade produtiva e gera vários empregos proporcionando uma renda extra para as famílias e uma qualidade de vida melhor. Essa prática é estimada como uma das atividades mais promissoras para as regiões do semi-árido, por fazer gerar uma ocupação ao homem e conta com apelo ecológico e na por produção do pasto nativo (HENRIQUE, 2008). O princípio de um mel orgânico é respeitar a ordem natural de produção, sem interferências de antibióticos ou pesticidas. Quanto as abelhas, devem permanecer em um ambiente sem contato com produto químico, o mesmo para as plantas e as flores de onde coletam o néctar, o processo deve ser feito de forma natural (O MEL..;2016). Não se limitando somente a produção do mel, mas em todo o seu fluxograma de produção até chegar à mesa do consumidor (O MEL..; 2016). Portanto o objetivo desta pesquisa foi avaliação as características físicoquímicas avaliação físico-química de amostras de méis orgânicos destinados à exportação durante o ano de 2015. METODOLOGIA As amostras de méis foram provenientes de Entreposto de Mel para Exportação, localizada na cidade do Crato CE. Durante o período de 15 dias decorrentes do mês de março do ano de 2016, foram coletadas amostras de méis orgânicos de diferentes lotes e que foram exportados em 2015 para a Europa e America latina. As mesmas foram analisados nos seguintes parâmetros: Hidroximetilfurfural (HMF), Umidade, Cor e Acidez, de acordo com a método.logia da AOAC (2000). Foram utilizadas para as analises 36 amostras de méis orgânicos, com três repetições cada para melhor expressar o resultado. Os resultados foram expressos em valores médios. Todos os parâmetros foram realizados em triplicata e os resultados expressos em médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 01 apresenta os valores permitidos pela legislação vigente para méis de Apis melífera (BRASIL, 2000) Tabela 01. Valores permitidos pela legislação. Analises HMF Padrão 60mg/Kg Cor Variável de quase incolor a pardoescura Umidade 20% Acidez 50 meq/kg Os valores para HMF dentro dos limites preconizados pela legislação que é de no máximo 60mg/Kg, mostra se o mel é mais novo ou mais velho, quanto maior o resultado mais velho o mel. Com relação à cor do mel, ela é variável dependendo da composição, quanto mais escuro (cor de café) mais rica em minerais e mais forte é seu sabor; quanto mais claro mais pobre em sais minerais podendo até, apresentar-se quase incolor, com sabor suave (CRANE, 1996). A umidade presente no mel permite até 20%, valores esse que tem relação com o conteúdo de água presente. Em relação a acidez do mel, o valor máximo permitido e de 50meq/kg, o que representa se o mel estar ácido ou não (BRASIL, 2000). O gráfico 01 expressa os valores médios dos lotes orgânicos de méis para os parâmetros avaliados de Hidroximetilfurfural (HMF), cor, umidade e acidez.
Gráfico 01. Valores médios dos parâmetros fisico-químicos de méis orgânicos destinados à exportação. A variação de HMF foi de 0,48 mg/kg a 12,56 mg/kg, valores semelhantes foram encontrados por Marchini et al. (2005) que obtiveram valores médios de HMF das análises de amostras para mel de eucalipto de 17,4 mg/ Kg e para mel silvestre de 19,3 mg/kg, variando entre 0,3 a 207,2 mg/kg para todas as amostras. Os resultados obtidos na literatura sugerem que o HMF sofre alteração gradualmente de acordo com o tempo de estocagem o que pode ser responsável pela variação dos dados dependendo do tempo para a realização das análises (AZEREDO et al., 2003). As amostras de méis apresentaram resultados de cor de 21 a 120 mm, a maioria apresentam cor variável quase incolor a pardo-escura conforme a legislação vigente (BRASIL, 2000). As amostras L6 e L8 apresentaram pouco acima do que pede os parâmetros, não significa que o mel está ruim para o consumo. A cor do mel é variável, dependendo da composição quanto mais escuro (cor de café) mais rica em minerais e mais forte é seu sabor; quanto mais claro mais pobre em sais minerais podendo apresentar-se quase incolor, neste caso o sabor é suave (CRANE, 1996).
A faixa de variação de umidade encontrada nas amostras L1 à L36 foi de 15,5 a 19,2%, estando abaixo de 20%, valor máximo estabelecido pelos parâmetros legais (BRASIL, 2000). O conteúdo de água presente no mel ocorre por vários fatores, tais como, estações do ano, o grau de maturidade no momento da colheita e fatores ambientais (ACQUARONE et al., 2007). Marchini et al. (2005) analisou amostras de méis que foram produzidos no estado de São Paulo, e os resultados indicaram uma média de 19,10% de umidade. Amostras de méis do estado do Ceará pesquisados por Moreti et al. (2009) apresentaram o valor médio de 17,4% com um intervalo de variação de 15,0 a 20,3%. A acidez total das amostras L1 á L36, apresentou valores de 15,0 a 26,0 meq/kg. Os resultados das amostras estão de acordo com a legislação que de 50 meq/kg (BRASIL, 2000). Resultados semelhantes foram encontrados por Mendonça et al. (2008) que variaram entre 15,1 a 47,0 meq/kg para acidez. Silva et al. (2009), analisando méis da região central de Portugal, obtiveram valores médio de acidez 31,2 meq/kg, variando entre 17,0 e 51,5 meq/kg. Podemos identificar em relação as amostras L1 à L36 a diferença em suas características físico-química, isso mostra que o mel tem características diferenciadas por alguns se de outras regiões, por serem de outras floradas, o método de conservação em relação a ser mais velho ou mais novo do que outros, uma diferença significativa entre seus resultados em relação ao período que foi exportado. CONCLUSÕES Pode-se concluir através dos resultados obtidos que as amostras de méis estão de acordo com a legislação vigente. Embora as amostras de L1 à L36 estarem todas de acordo com os parâmetros preconizados pela literatura, podemos perceber que algumas delas apresentam melhores resultados em relação as suas analises o que torna um mel com maior qualidade e com um valor mais elevado no mercado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AOAC. Official methods of analysis of AOAC International. Gaithersbung: AOAC, 2000. ACQUARONE, C.; BUERA, P.; ELIZALDE, B. Pattern of ph and electrical conductivity upon Honey dilution as a complementary tool for discriminationg geografical origino f honeys. Food Chemistry. v.101, p. 695-703, 2007. AZEREDO, L.C.; AZEREDO, M.A.A.; SOUZA, S.R.; DUTRA, V.M.L. Protein contents and physicochemical properties in Honey samples of Apis mellifera of different floral origins. Food Chemistry. v. 80, p. 249-254, 2003. BRASIL. Ministerio da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa N 11, de 20 de Outubro de 2000. Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do mel. CRANE, E. Livro do Mel, Livraria e Editora Nobel S.A. São Paulo, 226 p. 1996. HENRIQUE R. G.; PEREIRA D. S.; OLIVEIRA A. M DE MEDEIROS P. V. Q DE; CUNHA F. F. Perfil dos produtores familiares de mel no município de Serra do Mel RN. Revista Verde, Mossoró RN, v.3, n.4, p29-41, outubro/dezembro de 2008. MARCHINI, L. C.; MORETI, A. C. C.; OTSUK, I. P. Análise de grupamento, com base na composição química de amostras de méis produzidos por Apis mellifera L. no estado de São Paulo. Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos. v. 25, n. 1, p. 8-17, jan-mar, 2005. MORETI, A. C. C. C.; SODRÉ, G. S.; MARCHINI, L. C.; OTSUK, I. P. Características físico-químicas de amostras de méis de Apis mellifera L. do estado do Ceará, Brasil. Revista Ciência Agrotécnica, v. 33, n. 1, p. 191-199, jan/fev, 2009. MENDONÇA, K.; MARCHINI, L. C.; SOUZA, B. A.; ALMEIDA-ANACLETO, D.; MORETI, A. C. C. C. Caracterização físico-química de amostras de méis produzidas por Apis mellifera L. em fragmento de cerrado no município de Itirapina, São Paulo. Revista Ciência Rural, v. 38, n. 6, p. 1748-1753, 2008. Mel Orgânico. Disponível em: < http://alimentacaonatural.com.br/2011/09/03/mel-organico/> Acesso em 10/06/2016. SERRA, M. C. C. As propriedades antioxidantes do mel. Disponível em: http//lousamel.pt/files/noticias/pdf/38_pdf_propriedades_anti_oxidantes_do_mel.pdf. Acesso em 19 maio de 2016.
SILVA, L.R.; VIDEIRA, R.; MONTEIRO, A.P.; VALENTÃO, P.; ANDRADE, P.B. Honey from Luso region (Portugal): Physicochemical characteristics and mineral contents. Microchemical Journal, v. 93, p. 73 77, 2009.