ANÁLISE DA CINÉTICA DE SECAGEM DE Mallus domestica EM ESTUFA

Documentos relacionados
MODELAGEM MATEMÁTICA DA SECAGEM DE RESÍDUO DE ACEROLA EM FORNO DE MICRO-ONDAS

CINÉTICA DE SECAGEM DE RESÍDUOS DE Artocarpus heterophyllus Lam

CINÉTICA DE SECAGEM DA BANANA VERDE PACOVAN (Musa x paradisiacal) KINETIC DRYING BANANA PACOVAN

CINÉTICA DE SECAGEM DE MASSA ALIMENTÍCIA INTEGRAL. Rebeca de L. Dantas 1, Ana Paula T. Rocha 2, Gilmar Trindade 3, Gabriela dos Santos Silva 4

DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA CINÉTICA DE SECAGEM DO MORANGO.

MODELAGEM MATEMÁTICA DA CINÉTICA DE SECAGEM DA CASCA DE JACA (Artocarpus heterophyllus).

CINÉTICA DE SECAGEM DE MAÇÃ

MODELAGEM MATEMÁTICA DAS CURVAS DE SECAGEM DA PIMENTA DE CHEIRO

AVALIAÇÃO DA CINÉTICA DE SECAGEM EM LEITO FIXO E CAMADA FINA DE BAGAÇO DE LARANJA E SEMENTES DE MAMÃO PAPAIA COM MUCILAGEM

SECAGEM DE POLPA DE BARU (Dipteryx alata Vog.) Alunas do Curso de Química Industrial, UnUCET - UEG.

CINÉTICA DE SECAGEM DE ABACAXI CV PÉROLA EM FATIAS RESUMO

SECAGEM DE QUIABO (Abelmoschus esculentus L. Moench) EM ESTUFA

MODELAGEM MATEMÁTICA DA SECAGEM DA BANANA VERDE PRATA EM CAMADA DELGADA

SECAGEM DA ABÓBORA (CUCRBITA MOSCHATA, L.) EM SECADOR DE LEITO FIXO

CINÉTICA DE SECAGEM DO ESPINAFRE (Tetragonia tetragonoides)

CINÉTICA DE SECAGEM DA BORRA DE CAFÉ EM ESTUFA COM CIRCULAÇÃO DE AR

DETERMINAÇÃO E MODELAGEM MATEMÁTICA DA SECAGEM DE ARROZ AROMÁTICO

CINÉTICA DE DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DA BANANA PACOVAN EM DIFERENTES TEMPERATURAS RESUMO

CINÉTICA DE SECAGEM DAS FOLHAS DE MORINGA OLEÍFERA LAM RESUMO

MODELAGEM MATEMÁTICA PARA DESCRIÇÃO DA CINÉTICA DE SECAGEM DA MISTURA DE BAGAÇO DE MALTE E LEVEDURA (Saccharomyces cerevisiae)

DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE SECAGEM EM CAMADA DELGADA DE PIMENTA DE CHEIRO (Capsicum chinense) A DIFERENTES TEMPERATURAS

Modelagem matemática para descrição da cinética de secagem da polpa da manga cv. Espada

CINÉTICA DE SECAGEM DA TORTA DE MAMONA

AVALIAÇÃO DE MODELOS NA SECAGEM DO RESIDUO DE MARACUJA EM SECADOR ROTATÓRIO COM LEITO FIXO ADAPTADO

Pâmella de Carvalho Melo¹, Arlindo Modesto Antunes¹, Paulo Henrique Ribeiro Dias Alves², Jéssica Antônia Andrade Alves³, Ivano Alessandro Devilla 4

CINÉTICA DE SECAGEM EM CAMADA DE ESPUMA DE POLPA DE MARACUJÁ, UTILIZANDO DIFERENTES ADITIVOS.

CINÉTICA E AJUSTES DE MODELOS MATEMÁTICOS DE SECAGEM DO CAROÇO DE AÇAÍ EM TÚNEL SOLAR VERTICAL

ESTUDO DA TRANSFERÊNCIA DE MASSA DURANTE A DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA DE BANANA PACOVAN

ESTUDO DO PROCESSO DE SECAGEM DE MAÇÃ. Saraiva, S.H., Junqueira, M.S., Ferreira, A., Ferreira, M.F.S., Peña, W.E.L., Silva, L.C., Teixeira, L.J.Q.

ESTUDO DA CINÉTICA DE SECAGEM DAS CASCAS DE BANANAS DAS VARIEDADES NANICA E PRATA

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

ESTUDO DA CINÉTICA DE SECAGEM DO GENGIBRE (Zingiber officinale Roscoe)

TÍTULO: COMPARAÇÃO DE MODELOS MATEMÁTICOS PARA DESCRIÇÃO DA CINÉTICA DE SECAGEM DE CASCAS DE CENOURA (DAUCUS CAROTA L.) E BETERRABA (BETA VULGARIS).

ANALISE E AJUSTE DE MODELOS MATEMÁTICOS A CINÉTICA DE SECAGEM DE ESPUMA DE JENIPAPO COM ADITIVOS PELO MÉTODO FOAM-MAT.

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE A CINÉTICA DE SECAGEM DE MAÇÃ FUJI INFLUENCE OF TEMPERATURE ON FUJI APPLE DRYING KINETICS

Modelagem matemática para a descrição da cinética de secagem do fruto da palma

CINÉTICA DE SECAGEM DE DIFERENTES FRUTAS COMUNS EM FEIRAS ORGÂNICAS

Modelagem Matemática da Secagem de Café Natural Beneficiado com Alto Teor de Água

X Congresso Brasileiro de Engenharia Química Iniciação Científica

ESTUDO CINÉTICO DE DESIDRATAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO BAGAÇO DE MALTE RESÍDUO DA INDÚSTRIA

SECAGEM CONVECTIVA DA BANANA PACOVAN NO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO VERDE

OBTENÇÃO E MODELAGEM MATEMÁTICA DE CINÉTICA DE SECAGEM DE FÉCULA DE CARÁ (DioscoreaAlata L.)

Cinética de secagem de vagens de algaroba (Prosopis juliflora SW) Drying kinetics of pods of algaroba (Prosopis juliflora SW)

Predição de modelos sobre a cinética de secagem de folhas de Ziziphus joazeiro Mart

. O tempo do processo variou. ISSN: ISSN online: ENGEVISTA, V. 18, n. 2, p , Dezembro 2016.

CINÉTICA DE SECAGEM DA CASCA DE MANGA TOMMY ATKINS

Cinética de secagem do resíduo da goiaba (Psidium guajava L.) em camada fina. Thin-layer drying kinetics of guava (Psidium guajava L.

Comportamento da secagem da hortelã da folha miúda. Drying behavior of mint leaf tiny

ESTUDO DO PROCESSO DE SECAGEM DO RESÍDUO DE MALTE GERADO NA PRODUÇÃO DE CERVEJA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE POLPA DE ACEROLA IN NATURA E LIOFILIZADA PARA PREPARAÇÃO DE SORVETES

Avaliação das características físico-químicas de bananas desidratadas

Modelos matemáticos na secagem intermitente de arroz

CINÉTICA DE SECAGEM DE DISCOS CARTONADOS EM CAMADA FINA

ESTUDO DO PROCESSO DE SECAGEM DA ENTRECASCA DE MELANCIA (Citrullus lanatus) PRODUZINDO A FARINHA UTILIZADA PARA CONFECÇÃO DE NOVOS PRODUTOS

SECAGEM DA POLPA DE GRAVIOLA PELO POCESSO FOAM-MAT E AVALIAÇÃO SENSORIAL DO PRODUTO OBTIDO

CINÉTICA DE SECAGEM DE DIFERENTES FRUTAS COM AR QUENTE COMBINADO COM MICRO-ONDAS

ANÁLISE DA CINÉTICA DE SECAGEM E DO ENCOLHIMENTO DAS CASCAS DE CACAU

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE SUCO DE CAJU. Iwalisson Nicolau de Araújo 1 Graduando em Licenciatura em Química pela Universidade Estadual da Paraíba.

Avaliação Cinética da Gaseificação com CO 2 do Bagaço de Maçã

CINÉTICA DE SECAGEM DE HORTALIÇAS EM ESTUFA DE SECAGEM COM LUZ RESUMO

Ila Raquel Mello Cardoso 1 Abraham Damian Giraldo Zuniga 2 Pãmella Fronza 3 Amanda Galvão Maciel 4 Jéssica da Silva Ferreira 5

Teresa Cristina Castilho Gorayeb 1 ; Juliana Arakaki Takemoto 2 ; Yara Paula de Oliveira Nishiyama 2 ; João Cláudio Thoméo 3

Estudo da influência da cinética de secagem em amêndoas de andiroba (Carapa guianensis Aublet.) na qualidade de seu óleo.

ESTUDO DA ESTABILIDADE DA ESPUMA DA POLPA DO UMBU (SPONDIAS TUBEROSA L.) PARA SECAGEM PELO MÉTODO FOAM-MAT

ANÁLISE DA DESIDRATAÇÃO DE RESÍDUOS DE PROCESSAMENTO DE MARACUJÁ (Passiflora Edulis) UTILIZANDO AR QUENTE

Analysis and comparison of mathematical models of the residue dried mango Tommy Atkins

Secagem de residuos de Spondias sp. em camada fina

COMPARAÇÃO DAS QUALIDADES FÍSICO-QUIMICAS DA MAÇÃ ARGENTINA RED COM A MAÇÃ NACIONAL FUJI

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS FRUTOS DE MAMONA DURANTE A SECAGEM

Avaliação e Comparação da Hidrodinâmica e de Transferência de Oxigênio em Biorreator Convencional Agitado e Aerado e Biorreatores Pneumáticos.

Comparação de Modelos Matemáticos da Cinética de Secagem de cascas de Manga Espada

Secagem de Grãos de Arroz em Distintas Temperaturas e Utilizando Lenha com Diferentes Teores de Água

AVALIAÇÃO TÉRMICA DO PROCESSO DE SECAGEM DE MISTURAS DE GRAVIOLA E LEITE EM SECADOR DE LEITO DE JORRO

PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO ADUBADO COM ESCÓRIA SIDERÚRGICA

EFEITO DO BRANQUEAMENTO E IMERSÃO EM ÁCIDO CÍTRICO NO CONGELAMENTO DE FRUTAS E HORTALIÇAS

CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA DOS FRUTOS DE MAMONA DURANTE A SECAGEM

CINÉTICA DE EXTRAÇÃO DE LIPÍDIOS DE MICROALGA SPIRULINA

SECAGEM CONVECTIVA DE GRÃOS DE SORGO EM CAMADA FINA POR SECADOR DE LEITO FIXO

MELO, Christiane de Oliveira 1 ; NAVES, Ronaldo Veloso 2. Palavras-chave: maracujá amarelo, irrigação.

GOUVEIA, et al (2011) CINÉTICA DE FEIJÃO PRETO (PHASEOLUS VULGARIS, L.) EM SECADOR DE BANDEJA

TÍTULO: FERMENTAÇÃO DE EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA VERDE POR BACTÉRIAS PROBIÓTICAS

ESTUDO DA CINÉTICA E AJUSTES DE MODELOS MATEMÁTICOS AOS DADOS DE SECAGEM DO BARBATIMÃO (Stryphnodendron adstringens)

CINÉTICA DE SECAGEM DE POLPA DE GOIABA EM CAMADA DE ESPUMA

IX CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS TÉRMICAS. 9th BRAZILIAN CONGRESS OF THERMAL ENGINEERING AND SCIENCES

PROPOSTA DE PROCEDIMENTO DE SECAGEM DE BAGAÇO DE MAÇÃ PARA A PRODUÇÃO DE FARINHA

ESTUDO DA CINÉTICA DE SECAGEM DO COENTRO SOB AÇÃO DA RADIAÇÃO DIRETA E DIFUSA

AVALIAÇÃO DE ISOTERMAS DE SORÇÃO DE BANANA DESIDRATADA

MODELAGEM MATEMÁTICA DA CINÉTICA DE SECAGEM DA CASCA DE UMBU-CAJÁ Mathematical modeling of drying kinetics of umbu-cajá

LEVANTAMENTO DE DADOS DECORRENTES DA DESAGREGAÇÃO DE CHUVAS DIÁRIAS PLUVIOMETRICAS DO MUNICÍPIO DE PATOS PB

Armazenamento refrigerado de melão Cantaloupe Torreon, sob atmosfera modificada. Fábio V. de S. Mendonça; Josivan B. Menezes;

AVALIAÇÃO DO TEMPO DE COZIMENTO DA MASSA DE QUEIJO SOBRE A UMIDADE DE QUEIJO PRATO DURANTE A MATURAÇÃO

SECAGEM DE GRÃOS DE CEVADA EM CAMADA FINA: CINÉTICA DE SECAGEM RESUMO

CINÉTICA DA SECAGEM DA SEMENTE DE Moringa oleifera LAM RESUMO

PROCESSO DE SATURAÇÃO DE FRUTOS DE ACEROLA SOB PRESSÃO ATMOSFÉRICA E VÁCUO

CORRELAÇÃO ENTRE CARACTERÍSTICAS DA BIOMASSA PARA GERAÇÃO DE VAPOR EM UMA CALDEIRA

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NO COMPORTAMENTO REOLÓGICO DE UM BLEND DE MARACUJÁ E GOIABA

Definição de Secagem. Secagem e Armazenagem de Grãos e Sementes. Importância da Secagem. Aula 05

OBTENÇÃO DA FARINHA DE MAXIXE (Cucumus anguria L.) POR SECAGEM EM FORNO MICRO-ONDAS E ESTUFA

Conservação a Baixas Temperaturas Baixas Temperaturas na conservação de Alimentos

Estudo da cinética de secagem da pimenta de cheiro em diferentes temperaturas. Study smell pepper drying kinetics in different temperature

Transcrição:

Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC 2018 Maceió - AL 21 a 24 de agosto de 2018 ANÁLISE DA CINÉTICA DE SECAGEM DE Mallus domestica EM ESTUFA ANTONIA ISADORA FERNANDES¹, CAMILA JOYCE FERREIRA DE LÓCIO², MARIA SUENIA NUNES DE MORAIS³, BRUNO RAFAEL PEREIRA NUNES 4 1 Graduanda do curso de Engenharia de Biotecnologia e Bioprocessos, UFCG, Sumé-PB, fernandesisadora_@hotmail.com; 2 Graduanda do curso de Engenharia de Biotecnologia e Bioprocessos, UFCG, Sumé-PB, camilaa.joice@hotmail.com; 3 Graduanda do curso de Engenharia de Biotecnologia e Bioprocessos, UFCG, Sumé-PB, sueniasusudosax@gmail.com; 4 Dr. em Eng. Química, Prof. Adj. CDSA, UFCG, Sumé-PB, bruno.nunes@ufcg.edu.br. Apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC 2018 21 a 24 de agosto de 2018 Maceió-AL, Brasil RESUMO: O presente trabalho objetivou analisar a cinética de secagem de maçã (Mallus domestica), acondicionada em estufa à temperatura de 40ºC durante um período de 10 horas, e avaliar o ajuste dos modelos de Newton, Page, Henderson e Pabis e Logarítmico pelo coeficiente de determinação (R²) e qui-quadrado reduzido (χ²). O experimento foi realizado em duplicata, utilizando maçãs cortadas em rodelas com 5,0 mm de espessura e diâmetro médio de 4,9 cm. Os modelos propostos se ajustaram bem aos dados experimentais, porém o melhor foi o de Page, por apresentar maior R² e menor χ², indicando que este modelo representa satisfatoriamente o fenômeno de secagem de maçã em estufa. PALAVRAS-CHAVE: secagem, estufa, modelos matemáticos. ANALYSIS OF DRYING KINETICS OF Mallus domestica IN GREENHOUSE ABSTRACT: The present work aimed to analyze the drying kinetics of apple (Mallus domestica), conditioned in stove at temperature of a 40 degree for a period of 10 hours, and evaluate the fit of Newton, Page, Henderson and Pabis and Logarithmic models by the determination coefficient (R²) and reduced chi-square (χ 2). The experiment was performed in duplicate, using sliced apples with 5.0 mm thickness and a mean diameter of 4.9 cm. The proposed models were adjusted to the experimental data, but the best was the Page, because it presents higher R² and lower χ², making this model satisfactorily represent the drying phenomenon of apple drying in stove. KEYWORDS: drying, stove, mathematical models. INTRODUÇÃO Para Celestino (2010), o processo de secagem pode ser definido como a remoção de água ou qualquer outro líquido de um alimento sólido, na forma de vapor, através de métodos de vaporização térmica com temperatura inferior à de ebulição da água. O processo de secagem proporciona diversas vantagens, como a fácil conservação do produto, estabilidade dos atributos sensoriais à temperatura ambiente e por longos períodos, redução do peso, economia de energia devido à dispensabilidade de refrigeração, além da disponibilidade do produto durante todo o ano (Monteiro et al, 2010). A qualidade dos produtos desidratados é influenciada por muitas variáveis, entre elas o tempo, a temperatura, velocidade do ar e os teores de umidade do produto e doar utilizados. Uma forma de prever o nível de umidade do produto é relacioná-lo ao tempo de desidratação, criando as curvas de cinética e em seguida realizar o ajuste dos dados a modelos matemáticos, que se tornam ferramentas úteis para as tomadas de decisão e para a melhoria da eficiência do processo. Os modelos matemáticos de Newton, Page, Henderson e Pabis e Logarítmico são largamente adotados em processos de secagem (Sousa & Campos, 2017; Santos Jr. et al., 2018).

De acordo com Borges et al. (2010), nos últimos anos, as frutas desidratadas ganharam uma maior visibilidade no mercado, havendo uma vasta expansão na comercialização de frutas desidratadas em comércios de produtos naturais e sua utilização em barras nutritivas. A desidratação de alimentos sólidos deve ser feita até um certo ponto, no qual a concentração de açúcares, ácidos, sais e outros componentes seja suficientemente elevada para reduzir a atividade de água e inibir, portanto, o desenvolvimento de microrganismos, além de preservar ao máximo o seu valor nutricional (Meloni, 2003). A maçã é um fruto rico em carboidratos, potássio, vitamina A, B e C, é apreciado por pessoas de todas as classes e idades, podendo ser consumida in natura, frita e assada (Silva et al, 2009). O Brasil é o 11 produtor mundial de maçãs (Malus domestica Bork), com produção anual estimada de 1.378.617 toneladas do fruto na safra de 2014 (FAO, 2017). Sua produção concentra-se principalmente na região Sul do país, destacando os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Martin et al, 2017). Dentro desse contexto e conhecendo a relevância atual da comercialização de frutas desidratadas, o presente trabalho tem como objetivo descrevera cinética do processo secagem da maçã (Mallus domestica Bork) em estufa, além de ajustar diferentes modelos matemáticos aos dados experimentais. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Biologia Celular e Molecular do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na cidade de Sumé-PB. Preparação da amostra As amostras, adquiridas no comércio local, foram descascadas, cortadas em rodelas de 5,0 mm de espessura e diâmetro médio de 4,9 cm, e divididas em duas amostras. As amostras foram pesadas em temperatura e umidade relativa ambientes 26ºC e 71%, respectivamente (The Weather Channel, 2018), em balança analítica (AUY220). Posteriormente, foram acondicionadas em estufa bacteriológica lucadema mod. Luca 81/180 a 40 ºC. Foram realizadas dez (10) pesagens em intervalos de dez minutos, treze (13) em intervalos de vinte minutos, uma (1) em intervalo de sessenta minutos, três (3) em intervalos de trinta minutos, uma (1) em intervalo de cinquenta minutos e uma (1) em intervalo de dez minutos, totalizando, assim, um tempo total de dez horas. Análises realizadas Com base nos dados obtidos por meio da pesagem das amostras nos tempos pré-estabelecidos, foram realizados a análise do comportamento cinético, os cálculos da umidade em base seca (X bs) e do parâmetro adimensional razão de teor de água (RX), foram realizados conforme as Equações (1) e (2), conforme Menezes et al. (2013) e Martins et al. (2016), respectivamente. X bs = m i m e m e Equação (1) RX = X bs X e X bs,0 X e Equação (2) Em que: m i =massa no tempo i; m e=massa no equilíbrio; X bs=umidade em base seca; X e=umidade de equilíbrio; X bs,0 =umidade inicial; O ajuste dos dados aos modelos matemáticos (Tabela 1) de Newton, Page, Henderson e Pabis e Logarítmico pelo coeficiente de determinação (R²) e qui-quadrado reduzido (χ²), foi realizado com auxílio do software Origin 2017. O parâmetro k é o coeficiente de secagem (s -1 ), que representa o efeito das condições externas da operação sobre as amostras. Com relação aos coeficientes, a, b e n, a e n nos modelos de Henderson & Pabis e Page, refletem a extensão da resistência interna do produto as condições empregadas (Cabral Filha et. al., 2016).

Tabela 1: Modelos de regressão não-linear aplicados à curva de secagem de maçã (Malus domestica Bork), em estufa. MODELO EQUAÇÃO REFERÊNCIA Newton RX = e kt O callaghan et al. (1971) Page RX = e ktn Page (1949) Henderson e Pabis RX = a. e kt Henderson E Pabis (1962) Logarítmico RX = a. e kt + b Yagcioglu et al. (1999) RESULTADOS E DISCUSSÃO As amostras de maçã in natura apresentaram um conteúdo de umidade em torno de 84,52 ± 6,3 x 10-5 % em base úmida. O gráfico 1 apresenta o comportamento cinético do processo de secagem da maçã. Gráfico 1: Comportamento da umidade (X bs) em função do tempo (min), na secagem de maçã em estufa Xbs 5,5 5,0 4,5 Xbs 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 O Gráfico 1 permite visualizar que houve a redução do teor de umidade (em base seca) das amostras em função do tempo. Esse decréscimo já era esperado e pode ser explicado pela remoção de água causada pelas transferências de calor e de massa que ocorrem na superfície do material devido as condições no interior da estufa. Como a temperatura utilizada foi relativamente baixa, quando comparada a aplicada em outros estudos, verifica-se que o tempo de secagem foi prolongado. Santos Jr. et al. (2018) observaram que o período de massa constante na secagem de maçã Fuji foi alcançado em 180 minutos, na temperatura de 50 C, enquanto que na temperatura de 70 C, em 120 minutos. Martins et al. (2016), analisando a influência da temperatura sobre o tempo de secagem da acerola, verificaram que a variação da temperatura de 50 C para 70 C, reduziu o tempo de secagem de 720 minutos para 540 minutos. Menezes et al. (2013), estudando a secagem do bagaço de maracujá amarelo, mostraram que para as temperaturas de 35 ºC e 45 ºC as amostras apresentaram maior umidade final e maior tempo de secagem sendo de cerca de 4h e 3h, respectivamente. Já para as temperaturas de 55 ºC e 65 ºC as amostras apresentaram menor umidade final e menor tempo de secagem, sendo que para ambas a umidade começa a ficar constante em torno de 80 minutos terminando o processo em 120 minutos. Silva et al. (2017), secaram a polpa de cupuaçu, empregando uma estufa com circulação de ar, e alcançaram os tempos de secagem de 80 e 120 minutos, para as temperaturas de 100 e 80 C, respectivamente. O Gráfico 2 apresenta a curva de secagem obtida pela conversão dos dados referentes à perda de água no parâmetro adimensional razão de teor de água (RX) ajustado aos modelos matemáticos de Newton (a), Page (b), Henderson e Pabis (c) e Logarítmico (d).

Gráfico 2: Comportamento da de secagem (RX) de maçã em estufa, em função do tempo (min), com ajuste pelos modelos de Newton (a), Page (b), Henderson e Pabis (c) e Logarítmico (d). (a) (b) (c) (d) Observa-se que, nas condições estudadas, os dados de razão de secagem, em função do tempo, se ajustaram bem aos modelos propostos. Os valores dos parâmetros dos modelos de Newton, Page, Henderson & Pabis e Logarítmico, ajustados aos dados experimentais, com os correspondentes valores dos coeficientes de determinação (R²) e qui-quadrados reduzidos (χ²) estão apresentados na Tabela 2. Tabela 2: Modelos de regressão não-linear aplicados à curva de secagem de maçã (Malus domestica Bork), em estufa. MODELO PARÂMETROS a k b n R² χ² Newton 0,00160 963 1,34 x 10-4 Page 0,00127 404 969 1,15 x 10-4 Henderson e Pabis 077 0,00163 968 1,22 x 10-4 Logarítmico 178 0,00160-0,0106 968 1,46 x 10-4 Pode-se observar que todos os modelos se ajustam bem aos dados experimentais, sendo que o modelo de Page foi o que obteve melhor ajuste diante dos dados obtidos, por apresentar maior valor de R² e menor valor de χ², sendo assim, considerado o mais indicado para descrever a secagem de maçã em estufa, para uma temperatura de 40 C. Resultados semelhantes a esse também foram encontrados por Martins et. al. (2016 apud Madureira et. al. 2012), em seu trabalho, no qual foi realizada a desidratação de polpa do figo-da-índia em estufa de circulação, onde foi possível observar que os modelos que mais se ajustaram foram o de Lewis, Henderson e Pabis, Logarítmico e Page, os quais também apresentam coeficiente de determinação superior a 9. Além disso, Cabral Filha et. al. (2016), também evidenciaram que dentre todos os modelos estudados o de Page foi o que melhor se ajustou aos dados obtidos durante o procedimento.

CONCLUSÕES A secagem de maçã por meio de estufa mostrou boa reprodução dos dados experimentais, contudo, por meio de comparação com outros estudos, propõe-se a aplicação de maiores temperaturas, o que pode gerar menores tempos de processo. É possível, através dos dados obtidos, concluir que todos os modelos matemáticos se ajustaram de maneira satisfatória as curvas obtidas, a partir dos dados experimentais, entretanto, o modelo de Page foi o que melhor se adequou para descrever a cinética de secagem da maça em estufa, por apresentar maior valor de coeficiente de determinação (99,69%) e menor valor de qui-quadrado reduzido (1,15 x 10-4 ), podendo ser utilizado para prever o comportamento do processo. REFERÊNCIAS Borges, S. V.; Mancini, M. C.; Corrêa, J. L. G; Leite, J. Drying of banana prata and banana d água by forced convection. Ciência e Tecnologia de Alimentos. Campinas, v. 30, n. 3, p. 605-612, jul.-set. 2010. Cabral Filha, M. C. S.; Araújo, S. C.; Silva, G. M. S; Canuto, M.. F. C. S.; Martins, G. M. V. Thinlayer drying kinetics of guava (Psidium guajava L.) waste. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável. Pombal-PB, v. 11, n 4, p. 99-104, 2016. Celestino, S. M. C. Princípios de Secagem de Alimentos. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2010. Henderson, S. M.; Pabis, S. Grain drying theory I: temperature effect on drying coefficient. Journal of Agricultural Research Engineering, v. 12, p. 732-736, 1962. Martin, M. S.; Gabardo, G. C.; Petri, J. L.; Schveitzer, B.; Fenili, C. L.; Kretzschmar, A. A. Balanço nutricional de frutos de macieira ao longo do desenvolvimento. 4ª Jornada de Pós-Graduação e Pesquisa. Disponível em: <http://trabalhos.congrega.urcamp.edu.br/index.php/14jpgp/article/view/1997/1180>. Acesso em 17 fev 2018. Martins, G.M.V.; Alves, F.M.S.; Sousa, S. de.; Canuto, M.F.S.C.; Cartaxo Neta, A. M.A. Cinética de Secagem da Acerola (Malphigia Emarginata D.C.) pelo Método Foam Mat. Congresso Brasileiro de Engenharia Química. Fortaleza, CE. 2016. Meloni, P. L. S. Desidratação de frutas e hortaliças. 10ª Semana Internacional da Fruticultura, Fruticultura e Agroindústria, Fortaleza Ceará, p.13, (2003). Monteiro, L. B.; Mendonça, M. R.; Andrade, A. T.; Camargo, T.; Sousa, K. M.; OI, R.; Moraes, M. S.; LIA, L. R. B; Junior, D. M. Curva de Secagem do Mesocarpo do Maracujá Amarelo. Revista Ceciliana Jun. v. 2, n. 1, p. 42-44, 2010. O callaghan, J. R.; Menzies, D. J.; Bailey, P. H. Digital simulation of agricultural dryer performance. Journal of Agricultural Engineering Research, v. 16, n. 3, p. 223-244. 1971. Page, G. E. Factors influencing the maximum rates of air drying shelled corn in thin layers. Dissertação de Mestrado, Purdue University, West Lafayette, 1949. Santos JR, H. C. M.; Rocha, A. A.; Neto, M. A. B.; Reis, L. C. C.; Chaves, M. A. Influence of Temperature on Fuji Apple Drying Kinetics. IV Congresso Mineiro de Engenharia de Alimentos. 2018. Silva, A. S. S.; Melo, K. S.; Alves, N. M. C.; Gomes, J. P. Cinética de secagem em camada fina da banana maçã em secador de leito fixo. Revista de Biotecnologia e Ciências da Terra. v.9, n.2, p.107-115, jul-dez. 2009. Silva, D. C.; Lima, M. F.; Vélez, H. A. V.; Santana, A. A. Study of modeling cupuaçu pulp drying kinetic in biopolymers production. Revista Brasileira de Iniciação Científica, Itapetininga, v. 4, n. 3, 2017. The Weather Channel. Disponível em: <https://weather.com/pt-br/clima/hoje/l/brxx3637:1:br>. Acesso em 09 fev 2018. Yagcioglu, A.; Degirmencioglu, A.; Cagaty, F. Drying characteristics of laurel leaves under different condition. In: Bas Cetincelik A, (ed.) Procedings of the seventh international congress on agricultural mechanization and energy, Adana, 1999.