DESCRIÇÃO DO GÊNERO PENSACOLOPS, G. N. E DE NOVA ESPÉCIE DE CHIRA PECKHAM, 1896 (ARANEAE, SALTICIDAE)

Documentos relacionados
CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DOS SALTICIDAE (ARANEAE) DO BRASIL. VII. Maria José Bauab Vianna Benedict» A. M. Soares

GUATUBESIA, NOVO GÊNERO DE GONYLEPTIDAE

Revta bras. Ent. 32(2): OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XXI. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) ABSTRACT

ALGUNS LANIATORES NOVOS DA REPUBLIC A ARGENTIN A MELLO-LEITÃ O

DEIPARTAMENTO DE ZOOLOGIA. DOIS NOVOS CiÊNEROS E TRÊS NOVAS ESPÉCIES DE OPILIOES BRASILEIROS (*) POR INTRODUÇÁO

UM NOVO GÊNERO E DOIS ALÓTIPOS DE "GONY- LEPTIDAE" (OPILIONES) 1

bois GÉNEROS E QUATRO ESPÉCIES DE PACHYLINA E

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. VII (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) '

SETE NOVOS LANIATORES COLHIDOS

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. VIII. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) 1

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XVL NOVO GÊNERO DE GONYLEPTIDAE E PRESENÇA DE TRIAENONYCHIDA E NO BRASIL (OPILIONES).

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XII (OPILIONES, GONY LEPTIDAE, PACHYLINAE)

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA. DUAS NOVAS ESPÉCIES DiE OPILIÕES DO ESiTANDO DO ESPíRITO SANTO (*) POR INTRODUÇÁO

Papéis Avulsos de Zoologia

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XVII. (OPIL!ONES, GONYLEPT!DXE) ABSTRACT

SISTEMÁTICA DE Rhabdepyris KIEFFER (HYMENOPTERA, BETHYLIDAE) AMAZÔNICOS COM ANTENAS PECTINADAS

Duas novas espécies de Mauesia (Cerambycidae, Lamiinae, Mauesini) e chave para identificação das espécies do gênero

OPILIÕES COLIGIDOS POR ANTENOR LEITÁO DE CARVALHO NO TAPIRAPÉS 1 CANDIDO DE MELLO-LEITAO

PAPEIS AVULSOS DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA SECRETARIA DA AGRICULTURA- S. PAULO - BRASIL POR

Generos novos de Gonyleptídeos

Espécies novas de Eucerinae Neotropicais e notas sobre Dasyhalonia phaeoptera Moure & Michener (Hymenoptera, Anthophoridae) 1

DESCRIÇÃO DE DUAS ESPÉCIES NOVAS DE OPOPAEA DO SUL DO BRASIL (OONOPIDAE, ARANEAE) INTRODUÇÃO

Novos táxons de Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) da Costa Rica e do Brasil

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA

PAPÉIS AVULSOS. DEPARTAh'íkNTO DE ZOOLOGIA OPILIÕES DA COLEÇÁO GOFFERJE " (OPILIONES - GONYLEPTIDAE) (*) HENEDICIO A. M So~nks e HÉLIA E. M.

RIO DE JANEIRO, 30 DE SETEMBRO DE 1933 ANNAE S QUATRO NOVOS PALPATORES NEOTROPICO S MELLO - LEITÃ O SUEPAMILIA NEOPILIONINAE LAW R

Uma nova espécie de anfípode cavern ícola do Brasil Hyalel/a caeca sp.n. (Amphipoda, Hyalellidae).

Sobre o gênero Vesicapalpus (Araneae, Linyphiidae) no sul do Brasil

Parte II Aracnídeos / Arachnids 1922 contribuição para o conhecimento dos escorpiões brasileiros

ALGUNS OPILIÕES NOVOS DA

Revisão taxonômica do gênero Noegus Simon, 1900 (Araneae, Salticidae) na Região Neotropical

Papéis Avulsos de Zoologia

SEIS ESPÉCIES NOVAS DO GÊNERO MYCOTRETUS CHEVROLAT, 1837, DA REGIÃO AMAZÔNICA. (COLEÓPTERA, EROTYLIDAE). Moacir Alvarenga ( *)

Fam. PHALAGIBIDAS Simoãa

Notholopus (Notholopoides) niger, Sp.D. Figs 1-5

OPILIÕES COLIGIDOS PELO DR. HENRY LEONARDO S NO xi NOÚ

MACROCHELES NOVAODESSENSIS, SP.N. E MACROCHELES ROQUENSIS, SP.N. COLETADAS EM ESTERCO BOVINO NA REGIÃO NEOTROPICAL (ACARINA, MACROCHELlDAE)

SECRETARIA+ DA AGRICULTURA

PAPÉIS AVULSO S DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA NOVOS OPILIÕES DO DEPARTAMENTO DE ZOOLOGI A DA SECRETARIA DA. AGRICULTURA DO ESTAD O DE SÃO PAULO.

UBM IV 2ºano 1º Semestre Mestrado Integrado em Medicina Dentária Octávio Ribeiro 2009/2010

SEIS ESPÉCIES NOVAS DE CARIBLATTA HEBARD (BLATTARIA, BLATTELLIDAE) DO BRASIL 1

VINALTO GRAF ALICE FUMI KUMAGAI 3

Vol. VII, N. 15 pp PAPÉIS AVULSO S E UM NOVO OPILIÃO DO ESTADO DO PARÁ (* ) PO R

Mirídeos neotropicais, CCXXXVII: Descrição de quatro espécies novas do gênero Peritropoides Carvalho (Hemiptera)

Deltocephalinae): primeiro registro no Brasil e descrição de duas espécies novas 1

NOVOS GÊNEROS E ESPÉCIES DE HOPLOPHORIONINI (HEMIPTERA, MEMBRACIDAE, MEMBRACINAE)

Chrysodasia pronotata, sp.n. Figs 1-5

Acta Biol. Par., Curitiba, 35 (1-2):

Universidade de São Paulo Instituto de Física de São Carlos Licenciatura em Ciências Exatas Biologia

DANÚNCIA URBAN 2. Acta Biol. Par., Curitiba, 31 (1, 2, 3, 4):

Acta Biol. Par., Curitiba, 32 (1, 2, 3, 4): DANÚNCIA URBAN 2

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA ALGUNS OPILIÓES DO MUSEU NACIONAL DO RIO DE JANEIRO (*) POR

Designação de lectótipos de algumas espécies sul-americanas de Anthidium Fabricius (Hymenoptera, Megachilidae) 1

MIRÍDEOS NEOTROPICAIS, XL: DESCRIÇÕES DE NOVAS ESPÉCIES DA AMAZÔNIA (HEMIPTERA).

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. I. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE)

Sobre algumas espécies do gênero Eustala (Araneae, Araneidae) do Brasil

Espécies novas de Blaptica do Rio Grande do Sul, Brasil (Blattaria, Blaberidae, Blaberinae)

Galatheoidea Chirostylidae Uroptycbus uncifer (A. Milne Edwards, 1880)

SHILAP Revista de Lepidopterología ISSN: Sociedad Hispano-Luso-Americana de Lepidopterología. España

Acta Biol. Par., Curitiba, 41 (3-4): KETI MARIA ROCHA ZANOL 2 Estrianna gen. nov. (Espécie tipo Estrianna sinopia sp. n.

GONYASSAMIINAE, NOVA SUBFAMÍLIA DE GONYLEPTIDA E (OPILIONES, GONYLEPTOIDEA, GONYLEPTOMORPHI) DO BRASI L

NOVOS CERAMBYCIDAE (COLEOPTERA) DA COLEÇÃO ODETTE MORVAN, KAW, GUIANA FRANCESA

ELKHOUND NORUEGUÊS CINZA

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período: 02/2015 a 07/2015 ( ) PARCIAL (X) FINAL

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA Fédération Cynologique Internationale GRUPO 8. Padrão FCI /02/1999. Padrão Oficial da Raça

Três espécies novas do gênero Chorisoneura (Blattellidae, Chorisoneuriinae) coletadas em ninhos de Sphecidae (Hymenoptera) do Estado do Acre, Brasil

Espécies novas e notas sobre Nananthidium Moure (Hymenoptera, Apidae, Megachilinae) 1

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA

AJóti pos de Paragonyleptes antiquus (Melo-

ABSTRACT. Psy/lobora arruzzonensis sp. n. (Figs. I-4)

GRUPO 7 Padrão FCI N o /09/1998

OITO NOVOS LANIA.TORES DO EQUADOR

species are recorded frol11 Brazil and one oflhel11 also recorded from Bolivia. KEY WORDS. Coleoptera, Bruchidae, Amblycerus, new species

Espécies novas de Ischnoptera (Blattellidae, Blattellinae) do Estado do Mato Grosso, Brasil e considerações sobre I. similis

Descrições de duas espécies novas de Amb/ycerus Thunberg (Coleoptera, Bruchidae) 1

Derophthalma vittinotata, sp.n. Figs 1-4

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. III. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) I

DESCRiÇÃO DE UMA ESPÉCIE NOVA DE CAL VOZ/NA ENDERLEIN (HYMENOPTERA, BETHYLlDAE) DO BRASIL. Celso Oliveira Azevedo 1

Dendrophryniscus bokermanni, sp.n. Figs 1-12

NOTAS SOBRE OPILIõES DO INSTITUTO BUTANTAN

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA Fédération Cynologique Internationale GRUPO 5. Padrão FCI /06/1999. Padrão Oficial da Raça CÃO DO CANAÃ

Arachnideos do Rio Grande do Su l

PRANCHAS ESQUELETO AXIAL II. Aula prática de Anatomia Humana Curso: Enfermagem CEUNES Profa. Roberta Paresque

NOTAS SOBRE PSEUDEVOPLITUS (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE) E DESCRIÇÃO DE DUAS ESPÉCIES NOVAS 1

Novas espécies de Aglaoschema Napp, 1994 (Coleoptera, Cerambycidae) 1

Novas espécies e nota sobre Lamiinae (Coleoptera, Cerambycidae) neotropicais da coleção Arriagada, Santiago, Chile

Revista Brasileira de Biologia

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA Fédération Cynologique Internationale GRUPO 1. Padrão FCI 88 d 24/06/1987

Boethus catarinae sp. nov.

REVISÃO DO GÊNERO SATIPOELLA (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, LAMIINAE) INTRODUÇÃO

CÃO FILA DE SÃO MIGUEL

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CINOFILIA Fédération Cynologique Internationale GRUPO 1. Padrão FCI 44 19/12/2001

ANATOMIA RADIOLÓGICA DOS MMII. Prof.: Gustavo Martins Pires

Acta Biol. Par., Curitiba, 46 (1-2):

15/03/2016 ESQUELETO APENDICULAR OSTEOLOGIA DO ESQUELETO APENDICULAR MEMBRO TORÁCICO. Constituído por ossos dos membros torácico e pélvico

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DO S OPILIOES DO PERU

NOVOS OPILIOES DE BANHADO (ESTADO DO PARANÁ) (*) POR, INTRODUÇÁO

Pteracantha Newman, 1838

Morfologia Externa Tórax e Abdome

Novas espécies de Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) da Costa Rica e do Equador

Transcrição:

Bolm. loot. s Univ. S. Paulo 7: 1-6, 1982 DESCRIÇÃO DO GÊNERO PENSACOLOPS, G. N. E DE NOVA ESPÉCIE DE CHIRA PECKHAM, 1896 (ARANEAE, SALTICIDAE) MARIA JOSÉ BAUAB VIANNA Instituto Básico de Biologia Medica e Agrí cola (IBBMA) Universidade Estadual Pauli ta "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), Botu catu, São Paulo.(recebido em OU.VII.1979) RESUMO - Um novo gênero Pensacolops n g. e uma nova Chira distincta n.sp. são descritas do Estado de São Brasil. especie Paulo, ABSTRACT - A new genera Pensacolops n.g. and a new species Chira distincta n.sp. aré described from the State of São Paulo, Brazil. Prosseguindo no estudo das aranhas da família Salticidae, descrevemos, nesta nota, um novo gênero do grupo Pensaco l e a e e nova espécie do grupo Vicireae, procedentes do Estado de São Paulo, Brasil. Pensacolopss g. n. Diagnose - A julgar pelos caracteres exibidos (forma do cefalotórax, quetotaxia, palpos do macho e esterno), deve pertencer a Pensacoleae (Simon: 673) É mais afim de Pensaco_ la Peckham & Peckham, 1885, da qual se distingue por ter diferentes as lâminas maxilares, a proporção entre as pernas III e IV a altura do cefalotórax e o esterno. Descrição - Cefalotórax curto, moderadamente alto, a parte cefálica muito levemente convexa e inclinada para dian te a torácica mais que a cefálica, em declive reto e suave, se bem que muito acentuado, a estria nítida, aproximadamente entre os olhos posteriores, na depressão transversa entre as paredes cefálica e torácica; lados nitidamente arredondados na parte torácica, mais ou menos no meio da qual está a maior largura, quase paralelos na cefálica; área ocular mais larga que longa, um pouco mais estreita atrás que adiante e atras tão larga quanto o cefalotórax. Olhos anteriores em li nha levemente recurva, os médios muito maiores que os latera is, os laterais posteriores pouco maiores quedos laterais an teriores; olhos da segunda fila pouco mais próximos dos late

rais posteriores que dos laterais anteriores Esterno ovoide, largamente truncado adiante, onde e mais largo que a base do labio.^clípeo muito baixo, mais curto que o diâmetro dos o- lhos medios e retroclive. Pernas IV muito mais longas que III. Metatarsos anteriores mais longos que os tarsos, com 2-2 espinhos inferiores e, de um lado e de outro com um espi nho apical. Pernas posteriores espinhosas Lâminas maxilares subparalelas, de apice arredondado e com leve proeminência romba do lado externo. Labio mais longo que largo, atingindo o meio das laminas maxilares, estreitado para o apice, onde é arredondado. Quelíceras delicadas, normais, inermes na bor da superior do sulco ungueal e com fraco dente na borda infe rior. Pensacolops rubrovittata, sp. n. (Figs. 1-5) Macho - Medidas em mm: Cefalotórax: comprimento 2,2, largura 1,6, altura 0,7 Comprimento da área ocular 0,9, lar gura da área ocular I 1^6, largura da área ocular III 1,6. Clípeo 0,2 Pernas I: femur 1,1, patela 0,5, tíbia 0,8, meta tarso 0,6, tarso 0,1*. Pernas II: femur 1,1, patela 0,5, tíbia 0,7, metatarso 0,5, tarso 0,3. Pernas III: fêmur 1, +, patela 0,7, tíbia 0,6, metatarso 0,8, tarso 0,7. Pernas IV: fêmur 1,5, patela 0,7, tíbia 0,9, metatarso 0,9, tarso 0,7 Descrição - Clípeo recoberto de pêlos brancos. Quelíce ras com garras delicadas, dilatadas^na base, estreitando-se rapidamente para o ápice, quase em ângulo reto. Palpos pilosos, patela e tíbia subiguais, esta com forte apófise apical externa de extremidade bifida e curva, atingindo o meio do tarso. Bulbo volumoso, subquadranguiar, recobrindo parte da tíbia, com estilo forte terminal, dando uma volta em espiral, de dentro para fora. Cefalotórax castanho, irregularmente escurecido dos la dos e no declive toracico, onde se notam linhas enegrecidas^ e irregulares, com pêlos recumbentes, formando áreas verme - lhas do lado interno dos olhos laterais anteriores e posteri ores e dos olhos da segunda fila; esses pêlos vermelhos se continuam até o início da declividade torácica; no meio da á rea^ocular ocupando quase toda a área, há uma faixa de pêlos cinêreos, nas outras áreas^do cefalotórax há pêlos brancos pouco densos, exceto no clípeo, onde se tornam muito juntos* são longos e orientados para a frente ; olhos postos em man - chas negras. Esterno oliváceo. Quelíceras amarelo-claras.per nas amarelo-esbranquiçadas, com o extremo ápice negro. Pai ~ pos castanhos, com manchas irregulares escuras e pelos cináreos. Abdômen, visto pela face dorsal, com 3 belíssimas faixas longas em todo o comprimento, uma mediana de pêlos cinereos e uma de cada lado, vermelha, mais larga; lados enegrecidos, com faixa longa muito nítida, clara, que termina mais ou menos no têrço anterior; face ventral enegrecida uniforme mente; fiandeiras terminais, densamente pilosas, dando a imr pressão, cada uma delas, de um pincel de pêlos negros, todas rnm orla cinêreo-escura.

Pensacolops, g.n. e Chira distincta, sp.n. / Pensacolopa rubrovittata, g.n., sp.n.: 1 dorsal; 2 la teral do cefalotórax; 3 palpo, ventral; 4 palpo, late ral externo; 5 quellcera, labio e laminas maxilares.

Procedência. São Paulo: Botucatu, Rubião Junior, holotipo macho, UNESP 39, 3/V/1977, A. Mantovan, parátipo macho UNESP H O, 6/III/1969, V.C. de Jesus, parátipo macho, UNESP 80, 2/II/1967, V.C. de Jesus (DZ). Chira distineta, sp. n. (Figs. 6-11) Pela chave de Galiano (1961:162) chega-se facilmente à dicotomia 9, que deverá ser assim modificada para receber es_ ta espécie:_ 9. Proeminência do bulbo aguda e dirigida para fora; angulo muito largo na metade basal, onde forma canaleta. C. trivittata (Tacz., 1872) Proeminência do bulbo não tio saliente; êmbolo normal........ 10. 10. Proeminência do bulbo bilobada; o êmbolo dá uma volta completa no bulbo antes de dirigir-se para a extremidade do tarso...... C.distineta, sç. n Proeminência do bulbo simples, não bilobada; o embolo não dá volta completa mas apenas meia, dirigindo-se a seguir para a extremidade do bulbo C. lucina Simon, 1902. Macho - Medidas em mm: Cefalotõrax: comprimento 2,5, 1,8 de largura e 0,7 de altura. Comprimento da área ocular 1,0 largura da área ocular I 1,5; largura da área ocular III 1,H. Clipeo: altura 0,9 Pernas I: fêmur 1,9, patela 0,8, tí bia 1,5 metatarso 1,1, tarso 0,8. Pernas II: femur 1,3, pate la 0,7, tíbia 1,1, metatarso 0,8, tarso 0,7 Pernas III:fê - mur 1,8, patela 0,8, tíbia 1,1, metatarso 1,3, tarso 0,6.Per nas IV: femur 1,8, patela 0,7, tíbia 1,2, metatarso 1,2, tar so 0,8. Descrição: Olhos anteriores em fila recurva. Quadrângu lo tão largo quanto longo, mais estreito atrás que adiante e mais estreito que o cefalotõrax. Olhos da segunda fila adian te do meio. 0 extremo anterior da estria toracica ao mesmõ nível do bordo posterior dos olhos laterais posteriores. Que líceras retas, paralelas e robustas, promargem^do sulco un - gueal com 2 dentes, retromargem com 1 lâmina, ângulo externo saliente com um pequeno mucro dirigido para baixo. Esterno largamente truncado adiante, truncatura igual â base do lá - bio. Pernas I:^patela com 1 espinho lateral interno e 1 late ral externo; tíbia com 2-2-2 inferiores; 1-1-1 laterais in - ternos, 1-1-1 laterais externos e 1 dorsal; metatarso com 2-2 inferiores, 1 lateral interno e 1 lateral externo basais 1 lateral interno e 1 lateral externo apicais. Pernas II: pà tela com 1 espinho lateral externo e 1 lateral interno; tí^bia com 2-2-2 espinhos ventrais, 1-1-1 laterais externos e 1 dorsal; metatarso com 2-2 espinhos inferiores, 1 par lateral basal e 1 par lateral apical. Pernas III e IV muito espinhosas. Palpo: tíbia armada de apõfise retrolateral de base lar ga com estreitamento apical e leve curvatura; bulbo cônico proeminente, com protuberância bilobada; estilo espiral ini-

Pensacolops, g»n. e Chira distincte, sp.n. Chira distinota, spn.n: 6 dorsal; 7 lateral do^cefalo tórax; 8 palpo, lateral externa; 9 ventral; 10 lateral interna; 11 quelicera, lábio e laminas maxilares, ven trai.

cia-se retrolateralmente, da uma volta completa no bulbo e prolonga livremente até o ápice do tarso. Cefalotorax pardo-escuro, érea ocular mais clara recoberta de pêlos brancos, e olhos rodeados de manchas negras Manchas de pêlos brancos entre os olhos médios anteriores, a tras dos olhos laterais anteriores e olhos laterais posterio res^e nos bordos do cefalotorax. Atras da estria, no declive torécico, duas manchas grandes brancas. Os pêlos oculares são amarelos. Dorso do abdômen pardo-amarelado-escuro com 2 manchas brancas longitudinais em toda a sua extensão; late - ralmente existem duas manchas longitudinais de pêlos pardo-a cinzentados ventre cinza. Queliceras pardo-escuras. Palpos, lâminas e lébio pardo-escuros, estes com épice amarelo. Es - terno amarelo. Pernas amarelas, as anteriores de fêmures par dos. Material. São Paulo: Botucatu, Rubião Júnior, holótipo macho, MZUSP, paratipo macho MZUSP, 19/V/Í977, A. Mantovan AGRADECIMENTOS - Agradecemos ao Prof. Dr. Benedicto A. M. So ares pelas sugestões apresentadas em todas as fases deste trabalho. REFERÊNCIAS GALIANO, M.E. 1961. Révision dei gênero Chira Peckham, 1896 (Araneae, Salticidae). Comun. Mus. argent. Cienc. nat. Bernardino Rivadavia3 Cienc. Zool.3 3: 159-88, 3 pis. GALIANO, M.E. 1963. Las especies americanas de aranas de la familia Salticidae descriptas por Eugène Simon. RedescrÍ ciones basadas en los exemplares típicos. Physis3 B. Ai - res, 23f66):273-470, 42 pis. GALIANO, M.E. 1968. Adiciones a la revisón dei gênero Chira (Peckham, 1896) (Araneae, Salticidae). Physis. B. Aires. 27:27-39, 32 figs. SIMON, F. Bijstoire Naturelle des Araignées ; 1091-1903.Paris, Encyclopédie Roret, L. M ulo, éd., 1897 V.2, p. 381-871 figs. 385-1026.