Niina Ning ZHANG. Coordination in Syntax. Cambridge University Press, U.K., pp. ISBN (hardback)

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Transcrição:

Niina Ning ZHANG. Coordination in Syntax. Cambridge University Press, U.K., 2010. 273 pp. ISBN 978-0-521-76755-2 (hardback) Maria do Carmo Oliveira Centro de Linguística da Universidade do Porto (Portugal) A sintaxe da coordenação é uma componente importante da análise da estrutura da frase e tem sido objeto de várias descrições. A obra de Zhang, publicada pela primeira vez em 2010 pela Cambridge University Press, aborda as principais questões que a coordenação levanta, debate diversos problemas colocados por análises linguísticas da estrutura dos itens coordenados e propõe algumas perspetivas de análise que ajudam a resolver questões antigas. Recorrendo a inúmeros exemplos e a perspetivas de análise translinguísticas e inscrevendo-se no quadro teórico generativo e minimalista, a autora debruça-se ainda sobre a forma como os complexos coordenados são estruturados, como alguns dos conectores coordenativos podem ser combinados com itens coordenados de diversas partes do discurso, sobre a natureza fixa de algumas combinações e sobre o tipo de alterações que se regista entre construções coordenadas e não coordenadas. Partindo do princípio que todas as línguas têm construções coordenadas, o que transforma a coordenação num universal linguístico, aspeto que confere a este processo de combinação de unidades uma relevância muito acentuada, Zhang assume a existência de quatro importantes questões relativas à coordenação que permanecem sem resposta definitiva, apesar de todo o trabalho que os estudos linguísticos têm vindo a desenvolver: 1. A derivação das construções coordenadas cria ou não algum tipo de configuração sintática, diferente da de complementação binária ou da de adjunção? 2. A derivação das construções coordenadas recorre a alguma categoria sintática que não SN, SV...? 3. A derivação nas construções ordenadas está sujeita a algum tipo de

212 Oliveira, Maria do Carmo - Niina Ning ZHANG. Coordination in Syntax. restrição de operações sintácticas para além das condições gerais, tais como a Minimal Link Condition? 4. A derivação das construções coordenadas exige algum tipo de operação sintáctica, para além do Merge? A autora propõe uma resposta negativa para todas estas questões. No plano terminológico, a autora prevê a utilização de coordenador para referir conjunção/conector coordenativo, complexo coordenado para referir a estrutura coordenada e conjunto para referir o item coordenado. A obra Coordination in Syntax divide-se em quatro partes, assumindo-se cada uma delas como a resposta negativa a cada uma das questões elencadas e sendo apresentados, em cada uma das partes, todos os argumentos que validam a posição da autora e rejeitam algumas propostas de análise de outros autores. A primeira questão tem vindo a ser objeto de interesse por parte dos estudos sobre a coordenação e é tratada no segundo capítulo. A autora parte desses estudos, discutindo as ideias de autores relevantes no estudo da coordenação, como Munn (1987, 1993), Johannessen (1998) e Zoerner (1995), e oferece uma proposta de resposta, acabando por concluir que a estrutura dos complexos coordenados não é diferente da estrutura de todos os outros complexos sintáticos. A coordenação tem, assim, para Zhang, uma estrutura de ramificação binária, na qual um dos conjuntos se apresenta como externo e o outro como interno em relação à conjunção. A relação entre os dois itens coordenados interno e externo é, então, a relação típica de especificador e complemento. Assim sendo, a estrutura da coordenação é de complementação, e os coordenadores (conjunções ou conectores) são, por seu turno, lexicalizações do núcleo desta estrutura de complementação. Esta proposta rejeita, por conseguinte, a ideia de coordenação como adjunção de Munn (1993) e também a estrutura n-ária, defendida numa visão mais tradicional e que ainda é sustentada por vários linguistas, adotando uma visão sintaticamente mais abrangente, em conformidade com o trabalho de Kayne (1994) e de Johannessen (1998). Por outro lado, a ideia de relação sintática assimétrica entre itens coordenados tem a vantagem de captar a relação semântica assimétrica que se pode observar entre os conjuntos. Uma das questões que surge de forma constante nos estudos sobre coordenação é a determinação do estatuto categorial do complexo coordenado,

Oliveira, Maria do Carmo - Niina Ning ZHANG. Coordination in Syntax. 213 que Zhang desenvolve no terceiro capítulo. Sendo genericamente assumido que a categoria de uma estrutura é idêntica à de pelo menos um dos termos e considerando que as propriedades (features) categoriais de um elemento complexo são projetadas a partir das do seu núcleo, considerar a conjunção como núcleo de um complexo coordenado leva à necessidade de ponderar sobre o facto de coordenadores como e não evidenciarem propriedades categoriais. Assim, reconhecer a conjunção como núcleo do complexo não permite dar conta do facto de a categoria do complexo ser idêntica à de pelo menos um dos termos. Zhang comprova, através de dados obtidos em várias línguas, que os coordenadores procedem à seleção categorial dos conjuntos e que, no caso dos complexos coordenados que têm como núcleo coordenadores do tipo e, é o conjunto externo que determina a categoria do complexo coordenado. Para a autora, é a transferência, por percolação, das propriedades categoriais do conjunto externo para o coordenador que permite a determinação categorial do complexo coordenado, uma vez que será o coordenador a projetar as propriedades categoriais para todo o complexo. Zhang afasta ainda a hipótese de existência de um SConj (&P ou BP), enquanto categoria funcional independente, uma vez que os complexos coordenados não revelam uma distribuição diferente da das categorias reconhecidas, não havendo uma posição sintática especificamente reservada para estes itens, nem neutralizam contrastes por elas evidenciados. A autora rejeita ainda, com base na possibilidade de coordenação de categorias distintas, uma das propostas recorrentes na literatura sobre coordenação a ideia de que todos os complexos coordenados têm subjacente uma coordenação oracional, sujeita a procedimentos de redução e apagamento. Nos capítulos cinco a sete, Zhang tenta verificar se algum tipo de restrição se aplica na derivação das construções coordenadas, para além das condições de localidade. Assim, aborda uma das propriedades tomada como específica da coordenação, a Condição de Estrutura Coordenada (CEC) (Coordinate Structure Constraint (Ross 1967)), que não permite o movimento de nenhum elemento coordenado, nem a extração de nenhum elemento contido num termo coordenado. A autora conclui que a primeira parte desta restrição se explica pelas propriedades morfológicas dos coordenadores como e, que, conforme argumenta, não têm propriedades categoriais intrínsecas, embora sejam o núcleo do complexo coordenado.

214 Oliveira, Maria do Carmo - Niina Ning ZHANG. Coordination in Syntax. Neste sentido, uma vez que é o conjunto externo do complexo que transfere as propriedades para o coordenador, o movimento é proibido, dado que leva à perda das propriedades categoriais. Zhang verifica também a possibilidade de violação desta restrição e observa que sob certas condições também as outras restrições entendidas como típicas da coordenação a Coordenação de Semelhantes (Coordination of Likes Constraint) e a Coordenação de Constituintes (Coordinate Constituent Constraint) podem ser violadas. Estas observações levam-na a rejeitar estas restrições e a propor o Requisito de Paralelismo Relativo, (Relativized Parallelism Requirement), que funciona como filtro, e que postula que os itens coordenados devem ter uma relação de coerência, em termos de ligação semântica, e de proximidade, quer em termos de tipo semântico quer de cadeias de dependência. As implicações teóricas desta proposta permitem não só remover as restrições do sistema sintático mas também descrever certas estruturas problemáticas, através de mecanismos gerais de movimento e de extração. Os capítulos oito e nove verificam a necessidade de existência de algum tipo de operação sintática especial para a derivação das construções coordenadas. Nas propostas da literatura sintática generativa pressupõe-se que existe um movimento especial (forking) para a derivação das estruturas coordenadas de Extração Simultânea (Across-the-Board ATB). Zhang verifica, através da derivação sintática de construções que utilizam the same, (o mesmo), que a relação nominal que contém este termo é gerada de base no primeiro conjunto, move-se para fora do complexo coordenado e liga-se a uma pro-forma (pro-form) silenciosa no segundo conjunto. Através desta observação, a autora propõe a ideia de que as construções de Extração Simultânea são derivadas do mesmo modo, através de movimento normal e de ligação (binding) de variáveis. Partindo destes pressupostos, conclui que não há movimentos especiais nas estruturas ATB, nem operações sintáticas especiais envolvidas na derivação de complexos coordenados. Em suma, as propostas que Zhang apresenta nesta obra confluem na ideia geral de que não se verifica uma sintaxe especial exclusiva para as estruturas coordenadas, sendo assim de presumir que a coordenação não goza de um estatuto sintático diferenciado, sendo passível de descrição de acordo com pressupostos estruturais, categoriais, restritivos e de operações regularmente utilizados para a descrição das construções não coordenadas.

Oliveira, Maria do Carmo - Niina Ning ZHANG. Coordination in Syntax. 215 É uma obra importante, na medida em que aborda as principais questões que descrevem a coordenação, discutindo pressupostos que percorrem a literatura disponível sobre este processo de articulação de unidades e avançando propostas que permitem considerar a coordenação num quadro teórico geral e numa teoria sintática mais global. REFERÊNCIAS Johannessen, Janne Bondi (1998). Coordination. Oxford: Oxford University Press. Kayne, Richard (1994). The Antisymmetry of Syntax. Cambridge, MA: MIT Press. Munn, Alan (1987). Coordinate structure and X-bar theory, McGill Working Papers in Linguistics 4.1: 121-140. (1993). Topics in the syntax and semantics of coordinate structures, PhD diss., University of Maryland, College Park. Ross, John Robert (1967). Constraints on variables in syntax, PhD diss., MIT. Zoerner, Cyril Edward, III. (1995). Coordination: The Syntax of andp, PhD Diss., University of California, Irvine.