DIREITO AMBIENTAL. Direito Internacional Ambiental. Parte 3. Professora Eliana Khader

Documentos relacionados
Declaração da Conferência da ONU sobre o Ambiente Humano, Estocolmo, 5-16 de junho de (tradução livre)

Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (Declaração de Estocolmo) [T2]

"Hoje nos encontramos numa fase nova na humanidade. Todos estamos regressando à Casa Comum, à Terra: os povos, as sociedades, as culturas e as

Parceria pelo Desenvolvimento Sustentável Projeto pelo Fortalecimento dos Municípios para a promoção da Agenda 2030 e Nova Agenda Urbana

Responsabilidade Socioambiental como estratégia de Desenvolvimento Sustentável (I)

SUSTENTABILIDADE. Comissão Técnica de Saneantes

Gestão Ambiental MEIO AMBIENTE. Prof.ª Yngrid Nantes.

A população mundial está crescendo a uma taxa exponencial de 1,2% ao ano. Gera crescimento e Desenvolvimento Econômico

Sistema de Gestão Ambiental

AMBIENTE E TERRITÓRIO 2 ª aula

CAPÍTULO 16 AGENDA 21

PRODUÇÃO E CONSUMO SUSTENTÁVEIS. São Paulo, 19 de outubro de 2017

O setor dos serviços financeiros e a transição rumo à economia verde no Brasil. MORAES, S. S. a, DEUS, R. M., a BATTISTELLE, R. A. G.

Versão preliminar. Decisão -/CP.15. A Conferência das Partes, Toma nota do Acordo de Copenhague de 18 de dezembro de 2009.

!" # ) ) * +,-+ #.! 0..1(

Tema: Objectivos de Desenvolvimento do Milénio

GESTÃO AMBIENTAL GLOBAL E REGIONAL

PRODUÇÃO E CONSUMO SUSTENTÁVEIS

Direitos humanos Noção e características

O Papel dos Fundos Estruturais na promoção da competitividade

PHA 3001 ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE. Prof. Dr. Theo Syrto Octavio de Souza

SISEMA. Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Marília Melo - janeiro, 2012

Política Regional da União Europeia

Introdução Crise Ambiental

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

MONTOLA, Paulo. O Brasil avança devagar no ranking mundial do IDH. GE Atualidades, São Paulo, Ed. 15, p. 99, jan./jun

Political Process. 8º Fórum Mundial da Água. Conferência sobre o Papel dos Parlamentos e o Direito à Água MANIFESTO DOS PARLAMENTARES

Origens do direito da água

DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE A ERRADICAÇÃO DA FOME E MÁ NUTRIÇÃO

O Mar no próximo QFP

ENERGIA LIMPA PARA TODOS OS EUROPEUS

Professor Antônio Ruas. 4 créditos 60 horas. 1. Conceitos gerais de sustentabilidade. 2. Histórico da idéia de sustentabilidade.

Pegada Ecológica AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE A TEMÁTICA TICA DO AMBIENTE NO CONTEXTO MUNDIAL. António Gonçalves Henriques

Os fundos e o Desenvolvimento Sustentável. Maria da Graça Carvalho

PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS

Alimentação e Nutrição na 5ª CNSAN. Encontro com Referências Nacionais de Alimentação e Nutrição Junho 2015

O que fazer para construir a Economia Verde? Prof. Rogerio VALLE

Recordando os objetivos e princípios das Nações Unidas, conforme enunciados na sua Carta,

Prof. Leonardo de Barros Pinto


ACORDO-QUADRO ENTRE A REPÚBLICA DE CABO VERDE A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SOBRE COOPERAÇÃO EM MATÉRIA DE DEFESA

COMO OPTAR POR PRODUTOS PARA A CONSTRUÇÃO, MAIS SUSTENTÁVEIS.

ALTERAÇÕES PT Unida na diversidade PT. Parlamento Europeu Projeto de parecer Jens Geier (PE v01-00)

Objetivos. Compreender que a Cidadania está além dos direitos e deveres políticos.

Política. Página 1 de 6. Assunto: Política de Sustentabilidade Código da Norma: NSU-1. Área responsável: Gerência de Sustentabilidade e Comunicação

BRICS Monitor. Especial RIO+20. Os BRICS rumo à Rio+20: China. Novembro de 2011

Disciplina: Sustentabilidade ambiental. Prof. Leandro Borges de Lima Silva Especialista em Gestão Ambiental

DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE

O lixo marinho e a Agenda 2030

ANÁLISE SOBRE A AGROECOLOGIA NA VISÃO DE JOVENS DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL OLIMPIA SOUTO.

Sobre o Workshop: FAPESP BIOTA-BIOEn-Climate Change: Ciência e Política para uma economia mais verde no contexto do RIO+20

This project has received funding from the European Union s Horizon 2020 research and innovation programme under grant agreement No

com base no consenso fundamental alcançado em matérias de cooperação da capacidade produtiva, no âmbito do Plano de Acção para a Cooperação

TCE DIREITO AMBIENTAL

DQA e DQEM - Sobreposição ou complementaridade?

Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau)

A primeira grande Conferência Mundial da ONU que tratou de temas ambientais:

- CONVENÇÃO SOBRE A PROTEÇÃO E O USO DOS CURSOS D ÁGUA TRANSFRONTEIRIÇOS E DOS LAGOS INTERNACIONAIS (Helsinque, 1992);

Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e os ODS

A Importância da Normalização na Economia Nacional. 27 junho 2017

Recomendação de políticas Prevenção de crimes cibernéticos modernos

Capítulo 15 CONSERVAÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E SANEAMENTO. Prelector: Lionidio de Ceita 25 Julho 2016

WORKSHOP. Graduação de Angola da categoria de Países Menos Avançados (PMA): Desafios e Oportunidades

SIMPLESMENTE RESPONSÁVEL

Mestrado em Engenharia do Ambiente 4º ano / 2º semestre

Levando em conta que:

Pacto de Constituição da Rede ODS Universidades Brasil

PARLAMENTO EUROPEU. Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar PROJECTO DE PARECER

BOLETIM DO LEGISLATIVO Nº 22, DE 2012

17 Objetivos para Transformar o Mundo: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro 14 de março de 2019

Caracteriza-se pelo aumento de uma taxa de forma constante por uma unidade de tempo; 2x2 = 4x4 = 16x16 = 256x256 = x =

SÉRIE UES: COMPARTILHANDO CONHECIMENTO OS 17 OBJETIVOS PARA DESENVOLVIMENTO AGENDA SUSTENTÁVEL

MISSÕES DAS FORÇAS ARMADAS

UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO. Disciplina: Gestão Econômica e Obras Públicas Versão: 2011

Geografia. 7 th grade

POLÍTICA DE SUSTENTABILIDADE

ACORDO DE AMIZADE E COOPERAÇÃO ENTRE A REPÚBLICA PORTUGUESA E A UCRÂNIA

Desafios da implantação de Programas de Sustentabilidade Corporativa

Responsabilidade Socioambiental. Prof. Especialista Leandro Borges de Lima Silva

Decreto n.º 142/79 Acordo de Pescas entre o Governo de Portugal e o Governo do Japão

III Concurso Cultural

Política Nacional do Meio Ambiente LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981

CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE CONDIÇÕES EXCLUDENTES. 1 Apresentação telemática no prazo estabelecido na convocatória.

EXECUTIVA NACIONAL PARTIDO VERDE

OCEANOS, MARES E RECURSOS MARINHOS

CAPITALISMO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Meio ambiente e pegada ecológica CONTEÚDO 1 MEIO AMBIENTE

Chat Temático 08 de maio de 2012

CONFERÊNCIAS SOBRE O MEIO AMBIENTE ESTOCOLMO

Fórum Social Temático 2012 Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental

A Geografia Ambiental é o estudo dos efeitos das ações do homem sobre o ambiente terrestre;

TURISMO SUSTENTÁVEL. Aula 1

Redação selecionada e publicada pela Olimpíada de Química SP Química Verde: uma ajuda para o planeta

A Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro 10 de agosto de 2017

USO RACIONAL DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS

Planejamento Urbano, Mobilidade e Resiliência - Melhores práticas para uma cidade sustentável -

RECOMENDAÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE PRINCÍPIOS DAS ESTATÍSTICAS OFICIAIS

15/11/2018 Exercícios energéticos - Reikiactivo.com

Professor Antônio Ruas. 4 créditos 60 horas. 1. Conceitos gerais de sustentabilidade. 2. Histórico da idéia de sustentabilidade.

Transcrição:

DIREITO AMBIENTAL Parte 3 Professora Eliana Khader

Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Humano (1972). Primeira grande reunião de países para debater a questão ambiental. Levou à criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Conexão entre erradicação da pobreza e proteção do meio ambiente. Países desenvolvidos x países em desenvolvimento desenvolvidos: o planeta não suportaria que os países em desenvolvimento adotassem os mesmos padrões de consumo dos países desenvolvidos. em desenvolvimento: diminuir o ritmo de industrialização dos países em desenvolvimento seria condená-los ao subdesenvolvimento.

Princípio 14. O planejamento racional constitui um instrumento indispensável para conciliar as diferenças que possam surgir entre as exigências do desenvolvimento e a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente.

Princípio 24. Todos os países, grandes e pequenos, devem ocuparse com espírito e cooperação e em pé de igualdade das questões internacionais relativas à proteção e melhoramento do meio ambiente. É indispensável cooperar para controlar, evitar, reduzir e eliminar eficazmente os efeitos prejudiciais que as atividades que se realizem em qualquer esfera possam ter para o meio ambiente, mediante acordos multilaterais ou bilaterais, ou por outros meios apropriados, respeitados a soberania e os interesses de todos os Estados.

Princípio 23. Sem prejuízo dos critérios de consenso da comunidade internacional e das normas que deverão ser definidas a nível nacional, em todos os casos será indispensável considerar os sistemas de valores prevalecentes em cada país e a aplicabilidade de normas que, embora válidas para os países mais avançados, possam ser inadequadas e de alto custo social para países em desenvolvimento.

Princípio 21. Em conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios de Direito Internacional, os Estados têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos em aplicação de sua própria política ambiental e a obrigação de assegurar-se de que as atividades que se levem a cabo, dentro de sua jurisdição, ou sob seu controle, não prejudiquem o meio ambiente de outros Estados ou de zonas situadas fora de toda jurisdição nacional. Mostra preocupação com o dano transfronteiriço, mas faltou assertividade quanto ao dano dentro das fronteiras (Rio 92).

Relatório Brundtland (1987) Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, formada pela ONU em 1983. Em 1987, foi apresentado o relatório Nosso Futuro Comum, conhecido como Relatório Brundtland por causa da presidente da Comissão, a norueguesa Gro Harlem Brundtland. Não tem efeitos jurídicos, mas exerce forte influência teórica na questão ambiental.

Relatório Brundtland (1987) Desenvolvimento sustentável: satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. Nova moldura institucional integrando governos, entidades não-governamentais e comunidade científica para lidar com riscos globais Mudança de padrões de consumo para colocá-los dentro dos limites do ecologicamente possível

Relatório Brundtland (1987) Limitação do crescimento populacional Planejamento urbano e desconcentração Preocupação com a segurança alimentar Eficiência energética e transição para fontes renováveis de energia Difusão de tecnologias ecologicamente corretas