INSTRUÇÕES PARA A UTILIZAÇÃO DOS PROGRAMAS DE ENSINO: ÉTICA EM PESQUISA GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO Cada um dos programas proposto tem por objetivo sensibilizar e capacitar jovens pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento especialmente aqueles provenientes do campo da saúde ou de áreas que desenvolvem investigações em saúde, para as diversas e complexas questões relacionadas às pesquisas envolvendo seres humanos. Embora os tópicos abordados sejam similares nos dois programas, o grau de aprofundamento deve acompanhar a inserção acadêmica dos estudantes em cursos de graduação ou de pós-graduação. Justamente por isso, há diferenças no que se refere à carga horária, ao número e origem de textos indicados para leitura prévia e ao aprofundamento dos trabalhos exigidos. A estrutura dos cursos compreende 15 aulas que contemplam os principais aspectos relacionados à ética na pesquisa, os quais têm sido alvo de debates nacionais e internacionais. Algumas particularidades relacionadas às metodologias de ensino e à forma de avaliação que são comuns aos dois programas serão mencionadas a seguir. METODOLOGIAS E RECURSOS DE ENSINO 1. Exposição dialogada Essa é apenas uma forma de abordagem dos temas. Nessa modalidade, a exposição é realizada pelo professor ou coordenador, que apresentará os principais tópicos relacionados à temática e proporcionará a oportunidade para que os alunos possam colocar suas idéias, discutindo-as abertamente. Isso favorecerá o estabelecimento de um clima de respeito e tolerância em sala de aula. 2. Textos de Referência Os artigos indicados para leitura foram selecionados de periódicos disponíveis em bases de referência e podem ser alcançados através da Internet. A facilidade de acesso foi um dos critérios que norteou a escolha e, também por isso, os textos puderam ser incluídos no material disponibilizado. O objetivo da leitura prévia dos textos é fornecer subsídios para a discussão sobre os diferentes temas que serão trabalhados em sala de aula. No caso da indicação de livros ou capítulos de livros, a citação foi feita, mas não foi possível incluí-los
em função da legislação brasileira e internacional sobre direitos autorais. Em nenhum momento houve a pretensão de esgotar o tema através das referências recomendadas. Cada professor ou coordenador é livre para acrescentar ou modificar as leituras sugeridas. Para isso, vale conferir a sessão Bibliografia Brasileira sobre. Textos para o Programa de Graduação: textos simples, em línguas portuguesa e espanhola. Textos para o Programa de Pós-Graduação: textos variados, privilegiando questões abrangentes discutidas no cenário nacional e internacional. Línguas portuguesa, espanhola e inglesa. 3. Documentos Internacionais e Nacionais Os principais documentos internacionais e nacionais relacionados ao contexto da ética na pesquisa códigos, declarações, diretrizes e resoluções estão relacionados e serão utilizados como referência para os debates. Deverão ser analisados preferencialmente em sua versão original na língua inglesa. Quando houver tradução disponível estas estarão acessíveis também em línguas portuguesa e espanhola. 4. Filmes A utilização de imagens é uma possibilidade para aproximar os estudantes da realidade que se pretende examinar. É preciso considerar que a seleção do filme deverá ter estreita relação com o tema que se pretende abordar. Além disso, seu uso deve ser acompanhado de um roteiro contendo questões que deverão ser observadas para posterior discussão. A indicação de textos para subsidiar a análise é também aconselhável. 5. Questões para Discussão Alguns temas podem ser acompanhados de questões que favoreçam a reflexão e desencadeiem o debate entre o grupo. O professor ou coordenador deve estar preparado para solucionar possíveis confrontos que emergirem pela verbalização de diferentes posicionamentos pessoais. Vale ressaltar que nem sempre o consenso é possível ou até mesmo aconselhável.
6. Estudos de Caso e Situações Problema A apresentação de pequenos casos e situações contribui para relacionar teoria e prática e favorece a oportunidade que os estudantes necessitam para refletir e avaliar de forma crítica os conflitos éticos vinculados ao processo de realização das pesquisas. O professor ou coordenador deve estar atento para conter os excessos e aparar possíveis arestas que possam surgir. É imprescindível, porém, permitir a livre expressão de idéias. Ao final da discussão, o grupo deverá ser capaz de elaborar uma síntese que pontue: lacunas, conflitos éticos apontados e possíveis soluções para as questões levantadas. Sugere-se que a turma seja distribuída em pequenos grupos de cerca de cinco alunos para a discussão inicial. Após esse momento, cada grupo apresentará sua conclusão aos colegas, será aberto o debate no grande grupo e elaborada uma possibilidade de síntese. O tempo requerido para essa atividade varia em cada turma. A sugestão é que seja realizada no período de 40 a 50 minutos. 7. Fotos e Matérias Jornalísticas A utilização de fotos e matérias jornalísticas que estejam relacionadas às questões da ética na pesquisa e que sejam alvo de divulgação no momento do curso é aconselhável. Assuntos relativos aos avanços obtidos, às lacunas éticas encontradas nos estudos e à incorporação de resultados nas políticas públicas são alguns dos exemplos que merecem discussão e análise. Isso se deve ao fato de que a mídia impressa e televisa reflete as representações sociais sobre determinado tema, ocupando um espaço reconhecido para produção e reprodução de conhecimentos, comportamentos e atitudes. Sob essa ótica, a análise de matérias veiculadas e que estejam relacionadas aos tópicos abordados pode ser elucidativa do pensamento social e político. E preciso considerar, porém, os distintos interesses subjacentes à divulgação de determinados temas pelos veículos midiáticos. AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
Os procedimentos utilizados para avaliação do processo ensino-aprendizagem devem contemplar interação efetiva entre professor e aluno. Busca-se como objetivo principal a construção e sedimentação de habilidades cognitivas, técnicas, atitudinais e éticas que favoreçam tanto a construção de sólida identidade profissional quanto a incorporação de atitudes e valores que permitam ao estudante capacitar-se para o enfrentamento de situações e conflitos vivenciados na prática cotidiana. Considerando-se estas questões, a avaliação deve ser entendida como um processo que contempla múltiplas facetas, incluindo: responsabilidade e compromisso pelo próprio aprendizado, onde serão considerados os seguintes aspectos: assiduidade, pontualidade, leitura prévia dos textos indicados, inserção nas atividades realizadas em sala de aula, elaboração do portfólio, entre outros fatores; desenvolvimento de habilidades cognitivas e capacidade de sistematização de idéias: elaboração de trabalhos argumentativos, baseados em referencial indicado e/ou pesquisado pelos alunos; discussão de casos e situações apresentadas; realização de ensaios sobre o tema: 1 (um) ao final do curso para a graduação e 2 (dois) para a pós-graduação 1 durante e outro ao final do curso; incorporação de comportamentos e atitudes, o que poderá ser verificado por: idéias e posturas adotadas frente às situações analisadas; cumprimento de requisitos éticos na elaboração e análise de seu próprio projeto de pesquisa. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 1. Portfólio Uma modalidade interessante de avaliação pode ser a elaboração de um portfólio contendo todas as atividades desenvolvidas pelo estudante durante o curso. Por meio desse modelo é possível, tanto para o professor como para o aluno acompanhar o desenvolvimento individual e a inserção grupal de cada participante. A preparação do portfólio ocorre através de um processo contínuo durante o decorrer do curso. O cronograma de entrega dos trabalhos, os critérios para elaboração sua correção devem ser amplamente discutidos com os estudantes. Após a correção dos trabalhos, estes devem ser revistos e atualizados pelos
alunos. O portfólio deve ser avaliado pelo professor ou coordenador ao menos em três momentos distintos no decorrer da programação e sua composição deverá incluir os trabalhos originais e suas respectivas atualizações que serão tomadas em consideração para a avaliação final. 1 2. Elaboração de Trabalhos e/ou Ensaios Para cada trabalho solicitado o professor ou coordenador necessita estabelecer critérios claros relativos à forma de apresentação e ao conteúdo esperado para o mesmo. O sistema de avaliação deverá ser disponibilizado para os alunos antes da entrega dos trabalhos ou ensaios, como forma de subsidiar sua elaboração. Para os ensaios de final de curso delimitar a extensão em torno de 3.500 a 4.000 palavras e indicar a normalização bibliográfica que será utilizada: ABNT ou Vancouver. Os temas deverão ser de livre escolha dos alunos, mas estritamente relacionados à temática enfocada no decorrer do curso ou a seus projetos de pesquisa. A análise das situações escolhidas requer embasamento bibliográfico consistente que subsidie a discussão. 3. Leitura Prévia dos Textos e Participação em Sala de Aula Esses dois itens estão relacionados e poderão ser observados pela inserção dos estudantes nas atividades propostas em sala de aula. Além disso, se refletem claramente na elaboração do portfólio. Se o professor julgar necessário é possível elaborar uma ficha de auto-avaliação e entregar aos alunos para o preenchimento. 1 Villas Boas, Benigna Maria de Freitas. O portfólio no curso de pedagogia: ampliando o diálogo entre professor e aluno. In: Educação & Sociedade, vol. 26, n. 90, p. 291-306. Jan./Abr. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v26n90/a13v2690.pdf. Acesso em: 02 mar. 2006.