UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG ESCOLA DE ENGENHARIA EE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA PPMec

Documentos relacionados
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG ESCOLA DE ENGENHARIA EE PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA - PPMEC MARCELO GAUTÉRIO FONSECA

Daniel Massari de Souza Coelho. Efeito da Temperatura de Austenitização no Processo de Têmpera e Partição

7 Resultados (Parte 04)

RODRIGO JORGE MACEDO ANÁLISE COMPORTAMENTAL DO FERRO FUNDIDO NODULAR SUBMETIDO AO TRATAMENTO TÉRMICO DE TÊMPERA E PARTIÇÃO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG ESCOLA DE ENGENHARIA EE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÂO EM ENGENHARIA MECÂNICA - PPMEC

5 Resultados (Parte 02)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG Escola de Engenharia. Programa de Pós Graduação em Engenharia Mecânica PPMec

Bs ( C) = %C - 90%Mn - 37%Ni - 70%Cr -83%Mo. %C %Si %Mn %Ni %Cr Ms Q 1 0,4 1,6 1,5 1,4 0, Q 2 0,2 1,6 1,5 1,4 0,

CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA E MICROESTRUTURAL DE AÇO BAIXO CARBONO TEMPERADO DA ZONA CRÍTICA

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA INTERCRÍTICA NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E TRIBOLÓGICAS DE UM AÇO 0,2%C-1,5%Mn-1,35%Si MUTICONSTITUÍDO COM EFEITO TRIP

ANA ROSA FONSECA DE AGUIAR MARTINS

ANÁLISE DA MICROESTRUTURA DE UM AÇO BIFÁSICO TRATADO POR TÊMPERA E PARTIÇÃO

[8] Temperabilidade dos aços

23º CBECiMat - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais 04 a 08 de Novembro de 2018, Foz do Iguaçu, PR, Brasil

EFEITO DA TEMPERATURA DE REVENIMENTO NO AÇO ASTM A 522 UTILIZADO NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO E GÁS *

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG ESCOLA DE ENGENHARIA - EE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA - PPMEC MARCEL DIAS DA SILVA

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE UM AÇO BIFÁSICO TRATADO POR TÊMPERA E PARTIÇÃO

longitudinal para refrigeração, limpeza e remoção de fragmentos de solos provenientes da perfuração, Figura 10.

4 Resultados (Parte 01)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG Escola de Engenharia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica PPMec

INFLUÊNCIA DO TEMPO DE PARTIÇÃO NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE UM FERRO FUNDIDO NODULAR SUBMETIDO AO PROCESSO DE TÊMPERA E PARTIÇÃO

Engenheiro de Materiais, mestrando, Departamento de Engenharia de Materiais, CEFET-MG, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. 2

Avaliação do revenimento na dureza e microestrutura do aço AISI 4340

Efeito da temperatura de tratamento térmico sobre a dureza de um ferro fundido branco multicomponente com alto teor de molibdênio

INFLUÊNCIA DO CAMINHO DE AQUECIMENTO NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE UM AÇO 1020 TEMPERADO A PARTIR DE TEMPERATURAS INTERCRÍTICAS

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E PARÂMETROS DE TRATAMENTO TÉRMICO NA TENACIDADE E NA RESISTÊNCIA DE AÇOS APLICADOS EM BAIXAS TEMPERATURAS*

Efeito dos elementos de liga nos aços

EFEITO DA TÊMPERA E REVENIMENTO EM AÇOS MICROLIGADOS CONTENDO BORO E TITANIO

Ciências dos materiais- 232

AVALIAÇÃO DA MICROESTRUTURA DOS AÇOS SAE J , SAE J E DIN100CrV2 APÓS TRATAMENTOS TÉRMICOS*

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL E MECÂNICA DOS AÇOS 4340 E 300M APÓS TRATAMENTOS TÉRMICOS ISOTÉRMICOS E INTERCRÍTICOS

VARIAÇÃO MICROESTRUTURAL NA RESISTÊNCIA À PROPAGAÇÃO DE TRINCAS EM UM AÇO API SUBMETIDO A DIFERENTES TRATAMENTOS TÉRMICOS

3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

PRECIPITAÇÃO DA AUSTENITA SECUNDÁRIA DURANTE A SOLDAGEM DO AÇO INOXIDÁVEL DUPLEX S. A. Pires, M. Flavio, C. R. Xavier, C. J.

LEVANTAMENTO DA CURVA DE TEMPERABILIDADE E CARACTERIZAÇÃO METALOGRÁFICA DO AÇO SAE-1140-D

CAP 11 - MICROESTRUTURAS

Beneficiamento de Aços [21]

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DOS

Tabela 4.1: Relação entre carga aplicada, dureza e módulo de elasticidade em uma amostra Q4.

ESTUDO DO DESGASTE ABRASIVO DE AÇO CARBONITRETADO EM DIFERENTES RELAÇÕES AMÔNIA/PROPANO

Doutor, Professor, Propemm, Instituto Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil. 3

Material conforme recebido (CR) e/ou metal base (MB)

CARACTERIZAÇÃO DE BROCAS COMERCIAIS DE AÇO RÁPIDO - HSS

5 Discussão dos Resultados

Doutorando, Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Universidade de São Paulo - USP. Brasil. 2

DANIEL BOJIKIAN MATSUBARA. Caracterização de chapa grossa de aço microligado temperado por meio da técnica de dilatometria

PROPRIEDADES DOS AÇOS RÁPIDOS AISI M3:2 PRODUZIDOS POR METALURGIA CONVENCIONAL E TÉCNICAS DE METALURGIA DO PÓ

BRUNO BRUM MOURA AVALIAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE INCONEL 625 DEPOSITADOS POR PROCESSO GMAW COM VARIAÇÕES NO NÚMERO DE CAMADAS E GÁS DE PROTEÇÃO.

Aula 20: Transformações Martensíticas. - Transformação Martensítica é uma reação de deslizamento que ocorre sem difusão de matéria.

Modificações nas Propriedades Mecânicas e na Resistência à Fratura do Aço Estrutural R4

Campus Caxias do Sul. Caxias do Sul, RS, Brasil. *Orientador

5.3. ANÁLISE QUÍMICA 5.4. ENSAIO DE DUREZA

TEMPERABILIDADE. Profa.Dra. Lauralice Canale

3 Material e Procedimento Experimental

ENRIQUECIMENTO SUPERFICIAL COM CROMO E NITRETAÇÃO DO AÇO IF EM DESCARGA ELÉTRICA EM REGIME ANORMAL

ANÁLISE COMPARATIVA DA ADIÇÃO DE NB E TI NAS LIGAS Cu-11,8Al-0,5Be E Cu-11,8Al-3,0Ni PASSÍVEIS DO EFEITO MEMÓRIA DE FORMA

3 MATERIAIS E MÉTODOS

A INFLUÊNCIA DE DIFERENTES MICROESTRUTURAS NA TENACIDADE À FRATURA E NA DUREZA DE UM AÇO LNE 380 TEMPERADO EM DIFERENTES TEMPERATURAS

ANÁLISE DE SIMILARES: ESTUDO DE PARAFUSOS M10 CLASSE 8.8*

Aluno(a) de Graduação em Engenharia Metalúrgica, Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, FaEnge, UEMG, João Monlevade, MG, Brasil.

CAPÍTULO 5- DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 5.1 ASPECTOS CINÉTICOS E TERMODINÂMICOS DA PARTIÇÃO

Transformações de fase em aços [15]

INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO TÉRMICO PÓS- SOLDAGEM NA MICROESTRUTURA E DUREZA DA ZTA DO AÇO 9%NI PARA APLICAÇÃO OFFSHORE

Tratamentos Térmicos

Simulação de Diferentes Tratamentos Térmicos na Aceitação do Aço 2,25Cr-1Mo Adotado em Equipamentos para Hidrotratamento de Derivados de Petróleo

TEMPERABILIDADE. Profa.Dra. Lauralice Canale

Estudo de três distintas rotas de têmpera a vácuo e revenimento para o aço AISI H13

ENDURECIMENTO DO AÇO AISI 1140 POR TÊMPERA*

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL DO AÇO MULTIFÁSICO AISI 4350 POR TÉCNICA DE TRÍPLICE ATAQUE

EFEITO DA TEMPERATURA INTERCRÍTICA NA MICROESTRUTURA E NA DUREZA DE UM AÇO DUAL PHASE

COMPARAÇÃO MICROESTRUTURAL DE DOIS AÇOS PARA UTILIZAÇÂO EM MOLDES DE FABRICAÇÃO DE COMPÓSITOS*

Rem: Revista Escola de Minas ISSN: Escola de Minas Brasil

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO TEMPO NO AUMENTO DA DUREZA NOS TRATAMENTOS TÉRMICOS DE TÊMPERA DO AÇO ABNT 1045

A composição química das amostras de metal solda, soldadas a 10 m de profundidade, está listada na Tabela 2.

Ciências dos materiais- 232

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS TRATAMENTOS TÉRMICOS REALIZADOS EM AÇO 8640

EFEITO DO TRATAMENTO TÉRMICO NA TRANSFORMAÇÃO DE FASES DE UM AÇO MICROLIGADO FORJADO

EFEITO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA NA CINÉTICA E MORFOLOGIA DA TRANSFORMAÇÃO BAINÍTICA EM AÇOS DE ALTO CARBONO CONTENDO TEORES VARIÁVEIS DE Si, Mn e Ni

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA METALÚRGICA E DE MINAS. Dissertação de Mestrado

Microestrutura dos aços [5] Ferro δ (CCC) Ferro γ (CFC) Ferro α (CCC)

CAPÍTULO 4 - RESULTADOS

ESFEROIDIZAÇÃO DO AÇO SAE 1080*

Aços Ferramenta. A.S.D Oliveira

SINTERIZAÇÃO DE MISTURAS DE PÓS ELEMENTARES DE UMA LIGA Fe-22,5Cr-5,5Ni

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DA JUNTA SOLDADA COM AÇO INOXIDÁVEL MARTENSÍTICO DE BAIXA TEMPERATURA DE TRANSFORMAÇÃO

PRECIPITADOS EM AÇOS RÁPIDOS E EM AÇOS INOXIDÁVEIS PARA VÁLVULAS DE MOTORES 1. Marcos Domingos Xavier 2 RESUMO

DIAGRAMAS TTT DIAGRAMAS TTT

ESTUDO DO EFEITO DO TRATAMENTO TÉRMICO NA MICROESTRUTURA E MICRODUREZA DE UM AÇO MICROLIGADO*

CURVAS TTT Cesar Edil da Costa e Eleani Maria da Costa

ANÁLISE DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DO AÇO 1045 NITRETADO A PLASMA: COM E SEM TRATAMENTO DE REVENIMENTO

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AÇO RÁPIDO E AÇO PARA TRABALHO A QUENTE NO PROCESSO DE CONFORMAÇÃO A FRIO

Gilmar Zacca Batista. Curvamento por Indução de Tubo da Classe API 5L X80. Dissertação de Mestrado

6 Resultados (Parte 03)

PGMEC EME774 Tratamentos Térmicos dos Aços. Prof. Scheid

4 Apresentação e discussão dos resultados

Correlação entre Microestrutura e Propriedades Mecânicas em Metal de Solda com DiferentesTeores de Mn, Submetido a Tratamentos Térmicos

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS

Desenvolvimento de aços bifásicos laminados a frio da classe 980 MPa para aplicações em peças com requisitos de estiramento de flange

Cinética das transformações de fase Curvas TTT e TRC

Diagramas de fase. A.S.D Oliveira

Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE FURG ESCOLA DE ENGENHARIA EE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA PPMec RAFAEL CÉSAR LAMIM MARTINS DE OLIVEIRA DESENVOLVIMENTO DA APLICAÇÃO DO TRATAMENTO TÉRMICO DE TÊMPERA E PARTIÇÃO NO AÇO SAE 4340 Rio Grande - RS 2018

RAFAEL CÉSAR LAMIM MARTINS DE OLIVEIRA DESENVOLVIMENTO DA APLICAÇÃO DO TRATAMENTO TÉRMICO DE TÊMPERA E PARTIÇÃO NO AÇO SAE 4340 Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, da Universidade Federal do Rio Grande. Orientador: Prof. Dr. Luciano Volcanoglo Biehl. Coorientador: Prof. Dr. Jorge Luis Braz Medeiros. Rio Grande - RS 2018

RAFAEL CÉSAR LAMIM MARTINS DE OLIVEIRA DESENVOLVIMENTO DA APLICAÇÃO DO TRATAMENTO TÉRMICO DE TÊMPERA E PARTIÇÃO NO AÇO SAE 4340 Relatório final, apresentado a Universidade Federal do Rio Grande, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Mecânica. Rio Grande, de de. BANCA EXAMINADORA

Olga Corrêa Lamim (In Memoriam)

AGRADECIMENTOS Aos Professores Dourotes Luciano Volcanoglo Biehl e Jorge Luis Braz Medeiros pela orientação e contribuição essencial para o desenvolvimento deste trabalho; À minha família e à minha namorada pelo carinho e suporte nos momentos difíceis; Aos laboratórios de metalografia, ensaios mecânicos e metalurgia pelo suporte ao andamento desta pesquisa. Aos colegas, alunos, estagiários e demais pessoas que de alguma forma ajudaram para a conclusão deste trabalho.

A lei suprema da invenção humana é que apenas se inventa trabalhando. (Émile-Auguste Chartier)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Perspectiva da utilização dos AHSS para os veículos norte-americanos. Modificado de [4].... 3 Figura 2 Representação esquemática dos AHSS de primeira geração. Modificado de [3].... 4 Figura 3 Relação entre alongamento e a tensão de ruptura para diversos aços. Modificado de [7,8].... 5 Figura 4 Representação da lacuna esperada a ser ocupada pelos AHSS de terceira geração. Modificado de [7,8].... 6 Figura 5 Frações de austenita retida: (a) QT = 50 C; (b) QT = 100 C. Modificado de [16]... 7 Figura 6 Representação da quantidade carbono presente na austenita retida: (a) QT = 50 C; (b) QT = 100 C. Modificado de [16]... 8 Figura 7 Demonstração de cálculos baseados no conceito de ECC para um material com 0,5% C. Modificado de [10]... 10 Figura 8 Ilustração dos mecanismos de resfriamento. Modificado de [35]... 11 Figura 9 Comparação entre os processos de resfriamento para diferentes meios: a) óleo mineral; b) solução aquosa de polímero. Modificado de [37].... 12 Figura 10 Diferentes taxas de resfriamento para os corpos de prova: a) resfriamento em óleo; b) resfriamento em solução de polímero. Modificado de [37]. 12 Figura 11 Esquema do processo de Têmpera e Partição. Ci, Cγ, Cm representam a concentração de carbono na liga, na austenita e na martensita respectivamente. Modificado de [21].... 13 Figura 12 Quantidade prevista de austenita retida para diferentes quantidades de carbono. Modificado de [38].... 14 Figura 13 (a) Efeito da temperatura de Partição na quantidade de austenita retida realizados em um processo de uma etapa (QT=PT); (b) Efeito da temperatura de têmpera na quantidade de austenita retida para PT igual a 425 C (realizados em um aço com 0,34 (in wt.) % de C e 0,74 (in wt.) % de Si). Modificado de [21].... 15 Figura 14 MEV de um aço tratato por T&P: contendo ferrita (F), austenita retida (RA) e martensita (M). Modificado de [20]... 16

Figura 15 Identificação das fases por difração de elétrons retroespalhados com a austenita em amarelo e a martensita em azul: em (a) PT = 300 C, (b) PT = 350 C, (c) PT = 400 C. Modificado de [23].... 16 Figura 16 Comparação das curvas de equilíbrio das frações de austenita retida a depender da quantidade de Ni para diferentes temperaturas PT. Modificado de [9]. 17 Figura 17 Comparação de frações de austenita retida para dois materiais, diferenciando-se pela adição de 0,25 in wt. % de Mo, na cor verde, em diferentes temperaturas de partição, pela ordem quadrado, círculo e triângulo correspondem a 350, 400 e 450 C, respectivamente. Modificado de [14].... 18 Figura 18 Representação dos estágios propostos pelo estudo de Qu. Modificado de [24].... 19 Figura 19 Representação dos resultados obtidos por Qu. CA indica austenetização completa; IA, intercrítica. Modificado de [24]... 20 Figura 20 Organograma da metodologia pretendida.... 21 Figura 21 Variação de dureza para diferentes temperaturas para o aço SAE 4340. Amostras temperadas de 845 C a partir de óleo e revenidas por duas horas. Modificado de [33].... 24 Figura 22 Diagrama TTT para o aço SAE 4340 austenitizado a 845 C e tamanhos de grão 7-8 ASTM. Modificado de [33]... 25 Figura 23 Esquema do processo de T&P para diferentes tempos de resfriamento pós-austenitização e partição realizada a temperatura PT.... 26 Figura 24 Resultado da MO na amostra inicial em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 28 Figura 25 Resultado do MEV na amostra inicial em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 28 Figura 26 Análise EDS na amostra inicial Ferrita (F)... 29 Figura 27 Análise EDS na amostra inicial Carbonetos (CB)... 29 Figura 28 Resultado do ensaio de DRX na amostra inicial.... 30 Figura 29 Resultado da MO na amostra P10A em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 31 Figura 30 Resultado da MO na amostra P10B em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 32 Figura 31 Resultado da MO na amostra P10C em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 32

Figura 32 Resultado do MEV na amostra P10A em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 33 Figura 33 Análise de EDS na amostra P10A Carbeto... 34 Figura 34 - Resultado do ensaio de DRX na amostra P10A.... 34 Figura 35 Resultado da MO na amostra P30A em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 36 Figura 36 Resultado da MO na amostra P30B em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 37 Figura 37 Resultado da MO na amostra P30C em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 37 Figura 38 Resultado do MEV na amostra P30A em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 38 Figura 39 Resultado do ensaio de DRX na amostra P30A... 39 Figura 40 Resultado da MO na amostra P90B em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 40 Figura 41 Resultado da MO na amostra P90A: (a) aumento 200x e (b) aumento 500x.... 41 Figura 42 Resultado da MO na amostra P90C em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 41 Figura 43 - Resultado do MEV na amostra P90B em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 42 Figura 44 Resultado do ensaio de DRX na amostra P90B... 43 Figura 45 Resultado da MO na amostra TRC em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %.... 44 Figura 46 Resultado da MO na amostra TRA em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %.... 45 Figura 47 Resultado da MO na amostra TRB em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %.... 45 Figura 48 - Resultado do MEV na amostra TRC: em diferentes aumentos. Ataque Nital 5 %... 46 Figura 49 Resultado do ensaio de DRX na amostra TRC.... 47 Figura 50 - Comparação entre os resultados de MEV. Onde: (a) Partição em 10 s, (b) Partição em 30 s, (c) Partição em 90 s e (d) Têmpera e Revenimento.... 50

Figura 51 Comparação do resultrado da análise de DRX em todos os ciclos térmicos realizado, além da amostra inicial. Na imagem: P90, P30, e P10 são oriundas da T&P com tempos de partição de 90 s, 30 s e 10 s, respectivamente; TR para Têmpera e Revenimento e, N, amostra inicial.... 51 Figura 52 Comparação dos resultados da análise de microdureza. Na imagem: P90, P30, e P10 são oriundas da T&P com tempos de partição de 90 s, 30 s e 10 s, respectivamente; TR para Têmpera e Revenimento e, N, amostra inicial.... 53 Figura 53 Diagrama de caixa das amostras P10 variando a carga no ensaio de microdureza Vickers.... 54

LISTA DE TABELA Tabela 1 Planos cristalográficos das fases ferrita/martensita (ɑ) e austenita (ɣ)... 23 Tabela 2 - Resultado da avaliação química na amostra inicial.... 27 Tabela 3 - Resultado da análise de microdureza Vickers na amostra inicial.... 30 Tabela 4 Resultado da análise de microdureza nas amostras T&P em 10s.... 35 Tabela 5 Resultado da análise de microdureza nas T&P em 30 s.... 39 Tabela 6 Resultado da análise de microdureza nas T&P em 90 s.... 43 Tabela 7 Resultado da análise de microdureza nas T&P em 90 s.... 47 Tabela 8 Análise proporcional entre os picos de fase indicados entre as diversas amostras... 52

LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS AHSS - Advanced High Strength Steels ASTM - American Society for Testing and Materials N - Amostras em condições como recebidas YR - Austenita Retida CB - Carbonetos ECC - Equilíbrio Constrito de Carbono F - Ferrita f y - Fração de Austenita Mn - Manganês M - Martensita MA - Martensita-Austenita MEV - Microscopia Eletrônica de Varredura MPa - Megapascal MO - Microscopia Óptica Ni - Níquel P10 - Partição em 10 s P30 - Partição em 30 s P90 - Partição em 90 s PT - Partitioning Temperature PAG - Polialquilene Glicol PSA - Polisódio Acrilato PVP - Polivinilpirrolidona QT - Quenching Temperature Si - Silício SAE - Society of Automotive Engineers T&P (Q&P) - Têmpera e Partição (Quenching and Partitioning) TR - Têmpera e Revenimento Mf - Temperatura de fim de transformação de martensita Ms - Temperatura de início de transformação de martensita TRIP - Transformation Induced Plasticity TWIP - Twinning-Induced Plasticity steel

RESUMO Um novo tratamento térmico foi apresentado por J.G. Speer em 2003, então denominado têmpera e partição (T&P), com o intuito de criar aços com austenita retida estável em sua microestrutura. Inicialmente, esse tratamento foi realizado em aços de alto silício, não obstante, seu potencial alcança outros diversos materiais como os de baixa liga contendo níquel ou mangânes o qual consiste em realizar uma têmpera entre temperaturas Ms e Mf, seguidos por um reaquecimento a um estágio isotérmico durante um certo período. Neste trabalho, foi realizado a T&P no aço SAE 4340, austenetizados a 850 C durante 30 min, então temperado em polímero ao patamar de 240 C e por fim, particionado em três tempos distintos: 10 s, 30 s, e 90 s. Ainda, foi feito a TR no mesmo material para comparações entre as microestruturas e propriedades mecânicas, através de MO, MEV, DRX, além de ensaios de microdureza Vickers. Observou-se uma microestrutura complexa nas amostras oriundas da T&P, diferentemente dos corpos de prova da TR. A partir do DRX, obteve -se indícios de que o tempo de 30 s para o processo de partição foi o mais efetivo em estabilizar a austenita retida. Soma-se a isso, a alta dureza alcançada, chegando ao nível de 696HV1. Palavras-chave: aços de baixa liga, austenita retida, microestrutura, martensita, propriedades mecânicas.

ABSTRACT A new heat treatment was presented by J.G. Speer in 2003, denominated then as quenching and partitioning (Q&P), in order to stabilize the retained austenite in the microstructure of steels. Initially, this treatment was carried out on high-silicon-steels, although, its potential reaches other materials with low alloys containing nickel or manganese - which consists of a quenching between Ms and Mf temperatures, followed by a reheating to a isothermal stage over a period of time. In this work, the Q&P was conducted on SAE 4340 steel, austenetized at 850 C for 30 min, then quenching in polymer up to 240 C and partitioned into three different times: 10 s, 30 s, and 90 s. Also, a quenching and tempering (TR) treatment was conduct on the same material to evaluate and compare the microstructures and mechanical properties obtained in both processes, through optical microscopy, scanning electron microscopy, x-ray diffraction (XRD), as well as Vickers microhardness tests. A complex microstructure was observed in the samples from Q&P, unlike TR specimens. From the XRD, indications was obtained that the time of 30 s for the partitioning process was the most effective in stabilizing the retained austenite. Added to this, the high hardness reached, 696HV1. Keywords: low alloy steels, retained austenite, microstructure, martensite, mechanical properties

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 1 2. OBJETIVO... 2 2.1. Objetivos Específicos... 2 3. REVISÃO DA LITERATURA... 3 3.1 Aços Avançados de Alta Resistência (AHSS)... 3 3.1.1 AHSS de Terceira Geração... 5 3.2 A Supressão da Formação de Carbetos e a Estabilização da Austenita Retida... 6 3.3 Partição de Carbono e o Equilíbrio Constrito de Carbono... 8 3.4 Solução Aquosa de Polímero como Fluido de Têmpera... 10 3.5 Tratamento de Têmpera e Partição: recentes avanços... 13 3.5.1 A Influência dos Elementos de Liga no Processo... 17 3.5.2 Variações do Tratamento de T&P... 19 4. MATERIAIS E MÉTODOS... 21 4.1 Material... 22 4.1.1 Avaliação Química... 22 4.1.2 Microscopia Ótica (MO)... 22 4.1.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)... 22 4.1.4 Ensaio de Microdureza Vickers... 23 4.1.5 Difração de Raios-X (DRX)... 23 4.2 Procedimento Experimental... 24 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES... 27 5.1 Caracterização Inicial... 27 5.2 Têmpera e Partição... 31 5.2.1 Partição em 10 s... 31 5.2.2 Partição em 30 s... 36 5.2.3 Partição em 90 s... 40 5.3 Têmpera e Revenimento... 44 5.4 Comparação entre os Tratamentos... 48 6 CONCLUSÕES... 55 6.1 Sugestões para Trabalhos Futuros... 56 REFERÊNCIAS... 57