QUALIDADE DA FIBRA DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO EM DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA NO AGRESTE DO ESTADO DE ALAGOAS

Documentos relacionados
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ARRANJOS DE PLANTAS EM CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO NA REGIÃO AGRESTE DO ESTADO DE ALAGOAS

EFEITO DO ARRANJO DE PLANTAS NO RENDIMENTO E QUALIDADE DA FIBRA DE NOVAS CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO AGRESTE DE ALAGOAS

ENSAIO REGIONAL DE LINHAGENS E CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO DO NORDESTE

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO ESTADO DO CEARÁ *

QUALIDADE DA FIBRA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

AGRONOMIC TRAITS OF BRS 201 HERBACEOUS COTTON IN DIFFERENT PLANT ARRANGEMENTS, WITH AND WITHOUT PLANT GROWTH REGULATOR

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE PARA A REGIÃO DO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

EFFECT OF PLANTS ARRANGEMENTS AND GROWTH REGULATOR MEPIQUAT CHLORIDE IN THE YIELD AND RESISTANCE FIBER IN THE SERTÃO REGION OF ALAGOAS STATE

ENSAIO DE ALGODÃO COLORIDO NO NORDESTE. Aldo Arnaldo de Medeiros¹; José Expedito Pereira Filho²; Marcelo Gurgel Medeiros³

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

ADUBAÇÃO NITROGENADA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO IRRIGADO NO CARIRI CEARENSE

AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DA FIBRA DA BRS 200 MARROM A NÍVEL DE GRANDES CAMPOS DE PRODUÇÃO DE SEMENTES

ADUBAÇÃO NITROGENADA E QUALIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E SEUS EFEITOS NA PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO *

ÉPOCAS DE SEMEADURA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA *

AVALIAÇÃO DE NOVAS LINHAGENS ORIUNDAS DE CAMPOS DE SEMENTES GENÉTICAS DE ALGODÃO EM BARBALHA- CE RESUMO

FIABILIDADE E TECNOLOGIA DA FIBRA DE CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

DESEMPENHO DE NOVOS GENÓTIPOS (LINHAGENS AVANÇADAS) DE ALGODOEIRO DE FIBRA LONGA EM REGIME DE IRRIGAÇÃO EM SOORETAMA, ESPÍRITO SANTO, BRASIL

LINHAGENS DE ALGODOEIRO DE FIBRAS ESPECIAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2008/09. 1

APLICAÇÃO DE CLORETO DE MEPIQUAT E ADUBAÇÃO NITROGENADA NO ALGODOEIRO HERBÁCEO IRRIGADO. II. CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DA FIBRA 1

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS E ADUBAÇÃO NITROGENADA NO CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis)

QUALIDADE DA FIBRA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO E DO ESTRESSE HÍDRICO (*)

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO NO CERRADO MATOGROSSENSE *

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA II: CRESCIMENTO VEGETATIVO

CAPACIDADE GERAL E ESPECIFICA DE COMBINAÇÃO EM ALGODOEIRO HERBÁCEO

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES COMERCIAIS NO CERRADO DO MATO GROSSO SAFRA 2001/2002 *

EFEITO DA APLICAÇÃO FRACIONADA DE NITROGÊNIO NOS COMPONENTES DE PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO IRRIGADO

AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO PARA LANÇAMENTO DE CULTIVARES, SAFRA 2008/09. 1 INTRODUÇÃO

MELHORAMENTO DO ALGODOEIRO NO ESTADO DE GOIÁS ESTÁGIO DO PROGRAMA NA SAFRA 2002/2003 (*)

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1550

AVALIACAO DE GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO PARA O CERRADO DE RONDÔNIA

DESEMPENHO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NAS CONDIÇÕES DO CERRADO RESUMO

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Algodão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS EM CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO SUBMETIDAS A DIFERENTES POPULAÇÕES DE PLANTAS. (*)

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUDOESTE PIAUIENSE

CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO RECOMENDADAS PARA OS CERRADOS DO MEIO- NORTE DO BRASIL

TEOR DE ÓLEO E RENDIMENTO DE MAMONA BRS NORDESTINA EM SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

REGULADORES DE CRESCIMENTO E ADUBAÇÃO NITROGENADA EM VARIEDADES DE DIFERENTES PORTES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

CULTIVARES DE ALGODOEIRO AVALIADAS EM DIFERENTES LOCAIS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2007/08 1. INTRODUÇÃO

QUALIDADE DE SEMENTES DE ALGODOEIRO, CULTIVARES BRS VERDE E CNPA 7H, ARMAZENADAS EM CÂMARA SECA

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM TERESINA PIAUÍ EM MONOCULTIVO E CONSORCIADOS COM FEIJÃO-CAUPI*

Engenheiro agrônomo, M.Sc., pesquisador da Embrapa Meio-Norte, Teresina, PI. 2

FONTES ORGÂNICAS DE NUTRIENTES E SEUS EFEITOS NO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA MAMONEIRA*

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

COMPORTAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DA FIBRA DO ALGODÃO BRS 200 MARROM ARMAZENADA EM DUAS MICRORREGIÕES PARAIBANAS.

LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO NO VALE DO IUIU, SUDOESTE DA BAHIA, SAFRA 2009/10. 1 INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

QUALIDADE DA FIBRA DO ALGODÃO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO SILICATADA

PARCELAMENTO DA COBERTURA COM NITROGÊNIO PARA cv. DELTAOPAL E IAC 24 NA REGIÃO DE SELVÍRIA-MS

ENSAIO DE VALOR DE CULTIVO E USO (VCU 2004) DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO DA EMBRAPA NO CERRADO

Comunicado Técnico 170

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE ALGODÃO NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2009/10. 1 INTRODUÇÃO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 893


Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Algodão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

ESTUDO DE ÉPOCA DE PLANTIO DO ALGODOEIRO ADENSADO NA REGIÃO DE CAMPINAS-SP INTRODUÇÃO

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1661

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

Ensaio de Valor de Cultivo e Uso (VCU 2005) do programa de melhoramento da Embrapa no Cerrado

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NO PERÍODO OUTONO-INVERNO EM ITAOCARA, RJ*

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 913

INFLUENCIA DE DIFERENTES QUANTIDADES DE ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E REGULADOR DE CRESCIMENTO NO RENDIMENTO DO ALGODOEIRO BRS 200 MARROM

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

EFICIÊNCIA COMPARATIVA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA NA QUALIDADE DA FIBRA DO ALGODÃO CULTIVADO NO MUNICÍPIO DE SALGADO DE SÃO FÉLIX-PB

RESPOSTA DE HÍBRIDOS DE MILHO AO NITROGÊNIO EM COBERTURA

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

POTENCIALIDADES TECNOLÓGICAS DE FIBRA DISPONÍVEIS NOS PROGRAMAS DE MELHORAMENTO GENÉTICO DA EMBRAPA ALGODÃO NOS ESTADOS DO CEARÁ E DO MATO GROSSO

Comunicado Técnico 144

LINHAGENS FINAIS DE ALGODÃO DE FIBRAS MÉDIAS E LONGAS NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA

TEORES FOLIARES DE MACRONUTRIENTES PARA O ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DE ESPAÇAMENTOS E REGULADOR DE CRESCIMENTO

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM ALGODOEIRO IRRIGADO NO LITORAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ÁGUA RESIDUÁRIA E ADUBAÇÃO NITROGENADA EM ALGODOEIRO HERBÁCEO. EFEITOS NAS CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DA FIBRA *

PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DE ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DO CULTIVAR EM CHAPADÃO DO SUL - MS 1. Priscila Maria Silva Francisco

VARIAÇÃO NO PERCENTUAL DE TEGUMENTO EM RELAÇÃO AO PESO DA SEMENTE DE DEZ GENÓTIPOS DE MAMONEIRA

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE PORTE BAIXO DE MAMONA (Ricinus communis L.) EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA EM TRÊS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

ESTIMATIVA DA HETEROSE EM ALGODOEIRO HERBÁCEO IRRIGADO NO NORDESTE

POPULAÇÃO DE PLANTIO DE ALGODÃO PARA O OESTE BAIANO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 637

EFEITO DA APLICAÇÃO FRACIONADA DE URÉIA SOBRE A QUALIDADE DE FIBRA DO ALGODOEIRO IRRIGADO *

ARRANJO DE PLANTAS PARA LINHAGENS E CULTIVAR DE ALGODOEIRO NO ESTADO DE GOIÁS

DESEMPENHO VEGETATIVO DE CULTIVARES DE MAMONA EM REGIME DE SEQUEIRO NO MUNICÍPIO DE ANGICAL BA

COMPORTAMENTO DE LINHAGENS DE MAMONA (Ricinus communis L.), EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 1

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO NO CERRADO DA BAHIA. 1

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

TECNOLOGIA DA FIBRA DE CULTIVARES DE ALGODÃO SUBMETIDAS AO BENEFICIAMENTO EM DISTINTOS DESCAROÇADORES

EFEITOS ISOLADOS E CONJUNTOS DA MAMONEIRA (Ricinus communis L.), EM FUNÇÃO DE NITROGÊNIO E TEMPERATURA NOTURNA EM AMBIENTES DIFERENTES

ENSAIO NACIONAL DE COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE GOIAS SAFRA 2001/2002 *

AVALIAÇÃO DA FITOMASSA E COMPRIMENTO DAS RAÍZES DA MAMONEIRA BRS NORDESTINA INFLUENCIADOS PELA FERTILIZAÇÃO ORGÂNICA

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

EFEITO DO HERBICIDA TRIFLOXYSULFURON SODIUM NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L.) CULTIVAR BRS NORDESTINA

DESENVOLVIMENTO DO ALGODÃO HERBÁCEO cv. BRS 201 SOB IRRIGAÇÃO NO CARIRI CEARENSE

ALTURA FINAL E PRODUTIVIDADE DO ALGODOEIRO HERBÁCEO SOB DIFERENTES DOSES DE REGULADOR DE CRESCIMENTO.

CONTROLE DE TOMBAMENTO DE PLÂNTULAS E MELA DO ALGODOEIRO NO OESTE DA BAHIA

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 888

Transcrição:

QUALIDADE DA FIBRA DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO EM DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NITROGENADA NO AGRESTE DO ESTADO DE ALAGOAS Dacio Rocha Brito 1, Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão 2, Jadson de Lira Oliveira 3. (1) FUNESA/UFPB/CCA/ FAPEAL, e-mail:daciobrito@hotmail.com. (2) Embrapa Algodão, Rua Osvaldo Cruz, 1143, Centenário, 58107-720, Campina Grande, PB. e-mail: nbeltrao@cnpa.embrapa.br, (3) Fundação Universidade Estadual de Alagoas, Arapiraca, AL. RESUMO Objetivando avaliar as características da fibra do algodoeiro herbáceo (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch) em diferentes níveis de adubação nitrogenada no Estado de Alagoas, um experimento foi conduzido em 2001, no município de Arapiraca. O delineamento foi em blocos ao acaso, fatorial 4x4 com quatro blocos. Estudou-se: as cultivares CNPA 7H, BRS 187-8H, BRS 186-Precoce 3 e BRS 201, nas dosagens de 0, 30, 60 e 90kg de nitrogênio por hectare. Houve interação significativa entre os fatores para a variável alongamento da fibra. Ocorreu efeito para cultivar nas variáveis percentagem, finura, resistência, comprimento, reflectância e amarelamento da fibra, e do fator nitrogênio para as variáveis finura e reflectância. A BRS 187-8H foi influenciada pelo nitrogênio na dosagem de 60kg/ha, suportando um maior comprimento médio máximo de distensão até a ruptura de 11,50%. Observou-se na BRS 201, maior percentagem de fibra, mais grossas e menos resistentes. Detectou-se na BRS 186- Precoce 3 fibras mais finas, maiores e com mais reflectância. Dosagem de 60Kg/ha de N proporcionou fibras mais grossas, enquanto uma menor dosagem de N está relacionada com maior reflectância. Para as condições de sequeiro no Agreste de Alagoas, as características de fibra encontradas atendem as necessidades da indústria têxtil nacional. INTRODUÇÃO O algodão (Gossypium hirsutum L.) foi uma importante fonte geradora de renda e mão de obra para Alagoas, atualmente, recorre-se para retomada na cotonicultura no estado, sendo necessário para tanto, aumentar a produção e produtividade, aproveitando o máximo das potencialidades genéticas das novas cultivares, produzindo fibras de boa qualidade. A qualidade intrínseca da fibra depende, além do fator genético, do ambiente, como por exemplo, temperatura, umidade relativa do ar e radiação solar (Santana et al., 1989). Logo realizar experimentos em ambiente específico parece ser um caminho para recomendações de cultivares, que por um lado, acompanhem as transformações das indústrias têxteis, que são dotadas de novas exigências, e por outro lado, confira maior estabilidade aos produtores no agronegócio do algodão. Sabendo-se ainda que o nitrogênio é o macronutriente mais utilizado pelo algodoeiro (Malavolta et al., 1974) objetivou-se neste trabalho eleger genótipos com boas características de fibras e definir melhores níveis de adubação nitrogenada para as cultivares estudadas, em relação à qualidade de fibra, para região. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em condições de sequeiro, no ano de 2001, no município de Arapiraca, na região Agreste do Estado de Alagoas, altitude de 248 m e solo do tipo Latossolo Vermelho eutrófico. A quantidade de chuvas durante o ciclo da cultura (da semeadura a última colheita) foi de 478,8 mm. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, em esquema fatorial 4 2, com quatro blocos, em parcelas de 20 m 2, com população fixa de 80.000 plantas/ha. Os tratamentos

consistiram na combinação das cultivares de algodão herbáceo CNPA 7H, BRS 187 8H, BRS 186 Precoce 3 e BRS 201 com as dosagens de 0, 30, 60 e 90 kg de nitrogênio por hectare. Utilizou-se 30Kg de P 2 O 5 e 30Kg de K 2 O por hectare, respectivamente na forma de superfosfato triplo e cloreto de potássio, aplicados em fundação (antes da semeadura) e o N, aplicado na forma de uréia, foi dividido em três vezes, a primeira em fundação, utilizando 1/5 da dose estabelecida, e o restante aplicado em cobertura, em quantidades iguais, aos 30 e 60 dias após a emergência (DAE). A colheita foi realizada manualmente em duas vezes, aos 137 DAE, quando 70% dos frutos da cultivar BRS 187 - Precoce 3 estavam abertos e 153 dias DAE. As características de fibra avaliadas foram: percentagem; finura; resistência; comprimento; alongamento; reflectância e; amarelamento. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o teste de Tukey para comparar contrastes entre duas médias de tratamentos, ao nível de 1 e 5% de probabilidade, de acordo com Gomes (1985). RESULTADOS E DISCUSSÕES Houve efeito significativo para a interação cultivar x níveis de nitrogênio para a variável alongamento da fibra. Ocorreu efeito para cultivar nas variáveis percentagem, finura, resistência, comprimento, reflectância e amarelamento da fibra e, para o fator nitrogênio, ocorreu efeito para a variável finura da fibra (Tabela 1). A cultivar BRS 187-8H foi influenciada por diferentes níveis de N, observando na dosagem de 60kg/ha que as fibras suportaram um maior comprimento médio máximo de distensão até a ruptura de 11,50%, índice superior as BRS 186 Precoce 3 e BRS 201 (Tabela 2), cabendo salientar que todas cultivares estão enquadradas na categoria muito alta, de acordo com Santana & Wanderley (1995). Observa-se na Tabela 3, que a cultivar BRS 201 teve maior percentagem de fibra, fibras mais grossas e menos resistentes. Detectou-se ainda, que na cultivar BRS 186-Precoce 3 as fibras foram mais finas, maiores, com mais reflectância e com índice +b, que indica grau de amarelamento da fibra, inferior as demais cultivares. Os valores para percentagem de fibras encontrados demonstram a influência do fator genético nas características intrínsecas da fibra, próprio de cada cultivar. No ensaio internacional de cultivares de algodão Vieira et al. (1999) encontrou na cultivar CNPA 7H finura de fibra de 4,8µg/in, índice maior do que os encontrados neste trabalho. Os resultados obtidos são semelhantes a trabalhos desenvolvidos no Nordeste brasileiro por Santana et al. (2001) e confirma que, a exceção da cultivar BRS 186-Precoce 3, as demais são consideradas de finura média, que de acordo com Santana & Wanderley (1995), está na faixa de 4,0 a 4,9µg/in. Apesar da menor resistência observada na BRS 201, todas as cultivares apresentaram boa resistência da fibra que segundo Freire et al. (1997), as novas cultivares de algodão devem ter uma resistência de fibra superior a 24gf/tex. Com relação ao comprimento da fibra, que segundo Farias et al. (1999), são consideradas médias, aquelas com comprimento entre 30 e 32mm, estes resultados enquadram as cultivares estudadas, dentro das necessidades da indústria têxtil. Em média estes resultados confirmam características de fibra desejáveis, apesar a variabilidade existente entre as cultivares, concordando em parte com resultados obtidos por Farias et al. (1999) e Santana et al. (2001). Verificou-se ainda, que uma dose de 60Kg/ha de N proporcionou a formação de fibras mais finas na BRS 187 8H, enquanto uma menor dosagem de N está relacionada com maior reflectância. A variação na quantidade de luz refletida pelas fibras das cultivares estudadas foi de 75,70 a 78,14%, revelando que todas as cultivares obtiveram um alto grau de brancura, refletindo mais de 75% da luz. Santana et al. (2001) em ensaio regional avaliando características intrínsecas de fibra no Nordeste do Brasil, estudando 12 cultivares de algodoeiro herbáceo, encontraram um grau de amarelamento médio da fibra de 11,9 (índice +b), superiores aos encontrados neste trabalho.

CONCLUSÕES As cultivares testadas apresentaram características intrínsecas da fibra que atendem a moderna indústria têxtil nacional; O uso de adubação nitrogenada não exerceu influência na percentagem de fibra, resistência, comprimento e amarelamento da fibra; Uma redução de 90kg/ha para 60Kh/ha de N promoveu uma maior quantidade de luz refletida pelas fibras; Nas condições estudadas, observou-se que quanto maior a percentagem de fibra das cultivares menor é a força requerida para romper uma amostra desta fibra.

Tabela 1. Resumo das análises de variância para as características de fibra: percentagem, finura, resistência, comprimento, alongamento, reflectância e amarelamento de quatro de algodão herbáceo em diferentes arranjos de plantas. Arapiraca, Alagoas. 2001. Quadrados Médios Fontes de variação GL Percentagem Finura Resistência Comprimento Alongamento Reflectância Amarelamento Cultivares(A) 3 38,4193** 2,2969** 20,9240** 7,3094** 1,3210* 18,9260** 5,1168** Nitrogênio(B) 3 2,7281 NS 0,2310* 1,1319 NS 0,6560 NS 1,5810** 5,7440 NS 0,0864 NS A X B 9 1,7672 NS 0,1084 NS 4,0447 NS 0,6731 NS 0,8776* 2,4338 NS 0,2370 NS Tratamentos 15 9,2898 0,5706 6,8380 1,9970 1,1070 6,3943 1,1828 Blocos 3 0,8922 NS 0,0094 NS 6,3377 NS 1,1185 NS 0,0960 NS 4,2144 NS 0,3802 NS Resíduo 45 1,8050 0,0712 2,6688 0,7027 0,3330 2,1966 0,1409 C.V. (%) 3,49 6,31 5,88 2,76 5,63 1,9315 4,16 NS, * e **: Não significativo, significativo a 5% e significativo a 1% pelo teste F. Tabela 2. Valores médios para alongamento da fibra (%) em função dos fatores cultivar e doses de nitrogênio. Interação significativa. Arapiraca, Alagoas. 2001. Doses de N (kg/ha) Cultivares CNPA 7H BRS 8H BRS P3 BRS 201 0 10,02 A a 10,27 A b 10,30 A a 9,85 A a 30 10,97 A a 10,37 A b 10,17 A a 10,75 A a 60 10,80 AB a 11,50 A a 9,57 C a 9,92 BC a 90 10,25 A a 9,82 A b 9,80 A a 9,67 A a Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem significativamente entre si, pelo Teste de Tuchey, a 5% de probabilidade.

Tabela 3. Valores médios para percentagem, finura, resistência, comprimento, reflectância e amarelamento da fibra em função de cultivares e diferentes doses de nitrogênio. Arapiraca, Alagoas. 2001. Fatores Percentagem (%) Finura (µg/in) Resistência (gf/tex) Comprimento (mm) Reflectância (%) Amarelamento (+b) CULTIVARES CNPA 7H 37,32 b 4,19 b 28,70 a 30,10 b 77,01 ab 9,20 a BRS 187-8H 38,10 b 4,26 b 28,41 a 29,84 b 75,70 b 9,48 a BRS 186-P 3 37,81 b 3,77 a 27,92 a 31,36 a 78,14 a 8,20 b BRS 201 40,77 a 4,69 c 26,15 b 30,18 b 76,09 b 9,22 a DOSES DE N 0 38,54 a 4,12 a 27,64 a 30,61 a 77,35 a 9,04 a 30 38,74 a 4,16 ab 28,09 a 30,19 a 76,81 ab 8,92 a 60 38,81 a 4,39 b 27,51 a 30,22 a 76,86 ab 9,06 a 90 37,91 a 4,24 ab 27,94 a 30,47 a 75,91 b 9,08 a MÉDIA 38,50 4,23 27,80 30,37 76,76 9,03 C.V. (%) 3,49 6,31 5,88 2,76 1,46 4,16 Médias seguidas de mesma letra na coluna e para cada fator não diferem significativamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FARIAS, J.C.F.; BELTRÃO, N.E. de M.; FREIRE, E.C. Caracteres de importância econômica no melhoramento do algodoeiro. In: BELTRÃO, N.E. de M. (org.). O agronegócio do algodão no Brasil. Brasília: EMBRAPA-Comunicação para Transferência de Tecnologia, 1999. v.1, p.361-370. ISBN 85-7383-060-3. FREIRE, E.C.; SOARES, J.J.; FARIAS, F.J.C.; ARANTES, E.M.; ANDRADE, F. P. de. Cultura do algodoeiro no Estado de Mato Grosso. Campina Grande: EMBRAPA-CNPA, 1997. 65p. (EMBRAPA- CNPA. Circular Técnica, 23). GOMES, F.P. Curso de estatística experimental. 11. ed. Piracicaba: Nobel, 1985. 466p. MALAVOLTA, E.; HAAG, H.P.; MELLO, F.A.F., BRASIL SOBRINHO, M.O.C. Nutrição mineral e adubação de plantas cultivadas. São Paulo: Livraria Pioneira, 1974. 752p. SANTANA, J.C. de; COSTA,, J.N. da; FERRAZ, I.; OLIVEIRA, L.M.Q.M. de. Tecnologia da fibra de linhagens e cultivares de algodoeiro herbáceo, avaliadas em ensaio regional. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 3., 2001, Campo Grande. Anais... Campina Grande: EMBRAPA-CNPA, 2001. p.1093-1095. ISSN 0103-0205 SANTANA, J.C.F. de; FREIRE, E.C.; CARVALHO, L.P. de; COSTA, I.N. de; GUSMÃO, J.L. de; SILVA, J.A. da. Características físicas da fibra e do fio dos algodoeiros arbóreo e herbáceo em melhoramento no Nordeste do Brasil. Campina Grande: EMBRAPA-CNPA, 1989. 27p. (EMBRAPA- CNPA. Boletim de Pesquisa, 23). SANTANA, J.C.F. de; WANDERLEY, M.J.R. Interpretação de resultados de análises de fibras, efetuadas pelo instrumento de alto volume (HVI) e pelo finurímetro-maturímetro (FMT 2 ). Campina Grande: EMBRAPA-CNPA, 1995. 9p. (EMBRAPA-CNPA. Comunicado Técnico, 41). VIEIRA, R. de M.; MEDEIROS, A.A. de; COSTA, J.N. da. Ensaio internacional de cultivares de algodão do Cone-Sul. Ipanguaçu/RN-1998. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 2, 1999, Ribeirão Preto. Anais... Campina Grande, EMBRAPA-CNPA, 1999. p.582.