Tem dívidas a Fornecedores? Estas podem ser Soluções!

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Transcrição:

N/Ref. 135/11 Angra do Heroísmo, Agosto de 2011 Assunto: Soluções para Dívidas a Fornecedores - Procedimento Extrajudicial de Conciliação, Fusões e Aquisições Caro Associado, O que é? Tem dívidas a Fornecedores? Estas podem ser Soluções! Procedimento Extrajudicial de Conciliação É um procedimento, mediado pelo IAPMEI, com vista à facilitação de um acordo, entre a empresa em dificuldade e os seus credores. Objectivos O PEC tem como objectivo a celebração de um acordo entre a empresa e os seus credores mais significativos, que sejam necessários e suficientes para viabilizar a sua recuperação. Destinatários Empresas residentes no Continente e Região Autónoma dos Açores (a Região Autónoma da Madeira tem legislação própria) em condições de requerer judicialmente a sua insolvência, nos termos do Código de Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE). De realçar que o requerimento PEC não suspende qualquer acção judicial ou executiva contra a empresa por parte dos credores públicos e privados. Requerentes Empresas em condições de requerer judicialmente a sua insolvência, nos termos do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE). Para o efeito, entende-se como empresa toda a pessoa colectiva dotada de personalidade jurídica e com património autónomo; Credores que, nos termos do CIRE, tenham legitimidade para requerer a declaração de insolvência de uma empresa. Neste caso, a aceitação do PEC dependerá da anuência da empresa, após notificação pelo IAPMEI. Condições de Acesso Os credores a serem chamados ao PEC devem corresponder a mais de 50% do passivo da empresa; A empresa deverá demonstrar que é economicamente viável;

A empresa deverá encontrar-se em situação de insolvência, ainda que meramente eminente; Não deverá estar ultrapassado o prazo para apresentação à Insolvência, tal como fixado no n.º 1 do artigo 18º do CIRE. Regras vulgarmente seguidas pelos Credores Públicos Os credores públicos apenas negoceiam um acordo PEC, desde que: - Sejam apresentadas garantias reais da empresa ou de terceiros (hipoteca voluntária ou garantia bancária, podendo ser complementadas por penhor mercantil); - Sejam efectuados os pagamentos mensais correntes, desde a data de entrada do requerimento em PEC; - Esteja prevista a substituição da Gerência/Administração da empresa que esteve na origem das dívidas à Fazenda Nacional, se estas respeitarem ao IRS e/ou IVA. Os credores públicos não perdoam capital, nem concedem carências de reembolso. Os credores públicos, podem, no entanto, reduzir os juros vencidos e vincendos dependendo de análise feita ao processo apresentado e desde que a empresa obtenha dos credores privados (se existirem) renúncias de capital e/ou juros, que possibilitem aos credores públicos também renunciarem. A redução dos juros vencidos e vincendos poderá depender de outros factores, nomeadamente, do tipo de garantia apresentada (garantia bancária, hipoteca legal ou voluntária, penhor mercantil), bem como da comprovação da indispensabilidade da sua redução, para a recuperação da empresa. A Segurança Social e a Direcção Geral do Tesouro podem aceitar o pagamento da dívida até 150 prestações mensais (12,5 anos). Durante a pendência do PEC (após o despacho de aceitação do IAPMEI) a Segurança Social autorizará um plano prestacional (provisório) até 120 prestações, com exigibilidade total de juros vencidos e vincendos, com as garantias a serem prestadas na Secção de Processo Executivo da área da empresa, sendo que o pagamento pontual das prestações mensais é condição indispensável de demonstração da viabilidade da empresa e continuação da participação da Segurança Social no PEC. O plano prestacional provisório da Segurança Social poderá servir de base ao acordo final do PEC, sendo que a empresa terá de solicitar após o seu recebimento (se assim o entender) a melhoria das condições em termos de prazo (mais prestações) e redução das taxas de juros vencidos e vincendos. Após assinatura da Acta Final do Acordo o plano prestacional provisório será substituído pelo plano definitivo com as alterações de prazo e taxas de juros vencidos e vincendos.

A Fazenda Nacional pode aceitar o pagamento da dívida até 120 prestações mensais (10 anos). Como aceder O PEC é requerido ao IAPMEI, por escrito, através de requerimento (cuja Minuta está disponível para download, em versão Word no site do IAPMEI). As empresas residentes na Região Autónoma dos Açores, para além da entrega do Requerimento em qualquer serviço do IAPMEI, poderão efectuá-lo preferencialmente na Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade (Secretaria Regional da Economia da Região Autónoma dos Açores) cujo site para mais informações é o seguinte: www.azores.gov.pt/portal/pt/entidades/sre-draic/ Após a entrega do requerimento, poderá a empresa ser notificada do pagamento de uma taxa ao IAPMEI. O requerimento deverá ser acompanhado de um Plano de Negócios, projectado num horizonte temporal de 5 anos, conforme índice indicativo em anexo. Se tal não acontecer, deverá o Plano de Negócios ser entregue no prazo de 15 dias, depois da data de entrada do requerimento. O requerimento deverá ser também acompanhado por todos os documentos exigidos na apresentação de uma petição em processo judicial, conforme se estipula nos n.ºs 1 e 2 do art.º 24º do Dec. Lei 200/2004 de 18 de Agosto. Intervenção do IAPMEI O PEC reserva ao IAPMEI o papel de mediador nas diligências extrajudiciais sempre no respeito da vontade dos credores, não tendo quaisquer poderes sancionatórios ou coercivos. Assim sendo, o IAPMEI: Promoverá as diligências e os contactos necessários entre a empresa e os principais interessados, com vista à concretização de acordo que viabilize a recuperação da empresa, cabendo-lhe a orientação das reuniões convocadas. No que respeita às diligências a efectuar, estas podem incluir a sugestão de propostas, bem como modelos negociais e, sem prejuízo de contactos directos entre os interessados, o IAPMEI acompanhará as negociações, podendo fazer intervir outras entidades para além das indicadas pelo requerente. Poderá, a qualquer momento, solicitar ao requerente ou aos interessados, a prestação de esclarecimentos ou informações que considere indispensáveis, assim como sugerir ao requerente a alteração dos termos do acordo inicialmente pretendido. Analisará, por si ou através de especialistas externos, a viabilidade da empresa e a adequação do acordo pretendido à sua viabilização, sem prejuízo da audição dos intervenientes no procedimento de conciliação. Extinção do Procedimento

O IAPMEI pode, em qualquer altura, declarar extinto o procedimento, nos casos previstos na lei. Forma do acordo O acordo obtido será reduzido a escrito (acta final do PEC), sendo subscrito pelas partes (credores) chamados a PEC ou anexadas as declarações de aceitação dos credores (podendo ser nestes casos dispensada a assinatura do credor). Nos acordos celebrados directamente entre a empresa e os credores (a anexar ao PEC), devem obrigatoriamente constar a identificação das partes, o valor em divida de capital de juros vencidos, condições de pagamento (nº de prestações e data de inicio dos pagamentos), bem como os eventuais perdões de capital e juros vencidos e vincendos, podendo utilizar o modelo anexo ao Requerimento PEC (Anexo II). Contactos Para mais informações poderá contactar-nos através da Linha Azul 808 201 201. Aquisição de empresa Fusões e Aquisições O conceito de aquisição de empresa respeita apenas à aquisição total ou parcial do capital de uma empresa. A aquisição pode ser minoritária ou de controlo. Quando utilizamos o termo fusões e aquisições (F&A) estamos normalmente a considerar as aquisições que conduzem à tomada de controlo de capital da empresa alvo. Presume-se que através de uma participação maioritária existe domínio da gestão, na medida em que, quem detém esta participação pode, para além de outros direitos, nomear os órgãos de gestão e de fiscalização da sociedade. Fusão de empresas De acordo com o Código das Sociedades Comerciais uma fusão consiste na reunião numa só de duas ou mais sociedades. A fusão pode realizar-se por duas formas distintas: Modalidades da fusão Fusão - Incorporação Fusão - Concentração A + B = A A + B = C Fusão - Incorporação - através da transferência global do património de uma ou mais sociedades para outra que se designa sociedade incorporante. A sociedade

incorporante entrega por contrapartida aos sócios ou accionistas das empresas incorporadas, quotas ou acções representativas do seu capital social, na base do valor atribuído durante as negociações ao património das empresas alvo em relação ao valor da incorporante; Fusão - Concentração - mediante a constituição de uma nova sociedade para a qual se transferem os patrimónios das empresas fundidas e se atribuem aos sócios e accionistas da nova empresa as respectivas partes de capital em função do valor atribuído durante as negociações a cada uma das empresas a serem fundidas na nova sociedade. Para além das partes de capital podem ser atribuídas aos sócios das empresas incorporadas ou fundidas quantias em dinheiro que não podem exceder 10%. Legislação Nacional: Lei nº 19/2009 de 12 de Maio de 2009 DR 91 - SÉRIE I Com os melhores cumprimentos A Direcção