INTRODUÇÃO. PEDRO MANUEL LEAL GERMANO Professor Assistente Doutor Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP

Documentos relacionados
A V A L IA Ç Ã O DA RESPOSTA IM U N IT Á R IA DA

Masaio Mizuno ISHIZUKA * Omar MIGUEL * Dalton França BROGLIATO ** Regina A yr Florio da CUNHA *** João Antonio GARRIDO *** R FM V -A /28

TÉCNICA DE IM UNOFLUORESCÊNCIA IN D IR E TA P A R A A A V A LIA Ç Ã O DE ANTICORPOS ANTI-RÃRIC O S EM SOROS DE BOVINOS. Adaptação da técnica

ESTUDO SOROLÓGICO DA TOXOPLAS MOSE CANINA, PELA PROVA DE IMUNOFLUORÉSCENCIA INDIRETA, NA CIDADE DE CAMPINAS, 1981

UNITERMOS: Toxoplasmose, suínos*; Imunofluorescéncia indireta*.

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS PROVAS DE SARIN-FELDMAN E IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA PARA A AVALIAÇÃO DE ANTICORPOS ANTI-TOXOPLASMA EM SOROS DE CÃES

PREVALÊNCIA DE ANTICORPOS ANTI-TOXOPLASMA EM SOROS DE CÃES DO M UNICÍPIO DE SÃO PAULO

Revista de Saúde Pública

Heterologous antibodies to evaluate the kinetics of the humoral immune response in dogs experimentally infected with Toxoplasma gondii RH strain

ESQUEMA REDUZIDO DE VACINAÇÃO ANTI-RÁBICA HUMANA PRÉ-EXPOSIÇÃO E AVALIAÇÃO DE DOSES ANUAIS DE REFORÇO

ESTUDO EVOLUTIVO DE ANTICORPOGÊNESE EAA HJMANOS VACINADOS CONTRA RAIVA PELA R.F.C. EM P.ACA. *

PESQUISA DE ANTICORPOS ANTI-RÁBICOS EM BOVINOS VACINADOS DA REGIÃO DE ARAÇATUBA, SP 1,2

PAULO EDUARDO BRANDÃO, PhD DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA E SAÚDE ANIMAL FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA UNIVERSIDADE

OTIMIZAÇÃO DA IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETA PARA DIAGNÓSTICO DE RAIVA*

NOTA SOBRE O EMPREGO DA GLICERINA NA CONSERVAÇAO DO VÍRUS DA RAIVA AMOSTRA C.V.S.

Vacinas e Vacinação 24/02/2014. Prof. Jean Berg. Defesas orgânicas. Imunoprofilaxia. Imunoprofilaxia. Resistência à infecção.

Vacinas e Vacinação. cüéya ]xtç UxÜz 18/5/2010. Defesas orgânicas. Imunoprofilaxia. Imunoprofilaxia. Resistência à infecção.

Interações Ag-Ac: reações sorológicas e testes sorológicos secundários. Viviane Mariguela- pós-doutoranda

CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DO VÍRUS RÁBICO ISOLADAS DE ANIMAIS DOMÉSTICOS ORIUNDOS DE ÁREAS ENDÊMICAS DO BRASIL

Diagnóstico de infecções virais

Resposta imune humoral de cães domésticos que receberam dose única de vacina antivírus da raiva

Métodos de Pesquisa e Diagnóstico dos Vírus

Inquérito sorológico para toxoplasmose em equinos na região de Botucatu-SP

CAROLINA MARQUES RIBEIRO PESSOA PARVOVIROSE CANINA: REVISÃO DE LITERATURA.

VACINAÇÃO ANTI-RÁBICA EM BOVINOS: COMPARAÇÃO DE CINCO ESQUEMAS VACINAIS

Níveis de anticorpos contra o vírus da cinomose canina e o parvovírus canino em cães não vacinados e vacinados

Imunoensaios no laboratório clínico

Effect of a booster-dose of rabies vaccine on the duration of virus neutralizing antibody titers in bovines

INSTRUÇÕES DE TRABALHO

MIF IgM para clamídia

Ms. Romeu Moreira dos Santos

LISTAGEM VACINAS ANTIRÁBICAS AUTORIZADAS PARA CÃES, GATOS E FURÕES

Diagnóstico de Zika vírus. Prof. Dr. Edison Luiz Durigon Departamento de Microbiologia Instituto de Ciências Biomédicas Universidade de São Paulo.

AVALIAÇÃO DA VACINA ANTI-RÁBICA ERA, FRENTE A VARIANTES ANTIGÊNICAS DO VÍRUS DA RAIVA, EM DIFERENTES PERÍODOS PÓS-IMUNIZAÇÃO*

Medico Vet..: HAYANNE K. N. MAGALHÃES Idade...: 11 Ano(s) CRMV...: 2588 Data da conclusão do laudo.:05/08/2019

REAÇÃO SOROLÓGICA ANTÍGENOS, OS ANTICORPOS E ELEMENTOS DE UMA REAÇÃO SOROLÓGICA ANTICORPO: MOLÉCULA GLICOPROTEICA (SEMPRE SOLÚVEL) ANTÍGENO

1.1 Antígenos virais para uso na técnica de ELISA indireto com anticorpo de captura

Toxoplasma gondii em Tamanduá Bandeira (Myrmecophaga tridactyla, Linnaeus 1758) da região Noroeste do Estado de São Paulo

Z O O N O S E S E A D M I N I S T R A Ç Ã O S A N I T Á R I A E M S A Ú D E P Ú B L I C A LEPTOSPIROSE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

HBsAg Quantitativo Sistema ARCHITECT / Abbott (Clareamento do HBsAg)

Diagnóstico de infecções virais

Provas. Diagnóstico. em Alergia

Análise Clínica No Data de Coleta: 22/03/2019 1/5 Prop...: RAIMUNDO JURACY CAMPOS FERRO Especie...: CANINA Fone...: 0

Resumo. Introdução. Palavras Chave: Saúde Animal, Saúde Pública Veterinária, Raiva. Keywords: Animal Health, Veterinary Public Health, Rabies.

ESTUDO SOROLÓGICO DE INFECÇÕES EXPERIMENTAIS POR Trypanosoma evansi, EM COBAIAS

FluoCon IgG/IgM. Antigamaglobulina G/M marcada com isotiocianato de fluoresceína. IgG - CÓD. 112-I: 1 ml IgM - CÓD. 113-I: 1 ml.

EFEITO DO ph DA SOLUÇÃO DE GONADOTROFINAS SÉRICA E CORIÓNICA SÔBRE O PÊSO DO OVÁRIO E ÚTERO DE RATAS IMATURAS

Aplicações de anticorpos em métodos diagnósticos

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE RAIVA E CINOMOSE CANINA EM AMOSTRAS DE CÉREBRO DE CÃES

EFEITO DE UM NÚCLEO HOMEOPÁTICO SOBRE A RESPOSTA IMUNO HUMORAL EM OVINOS VACINADOS CONTRA RAIVA

Variável (número da variável) Símbolo para variável (-) (+) Emulsão com Triton X-100 Oxigênio (1) a X 1 sem com Quantidade de amostra (2)

Esplanada dos Ministérios, Edifício Principal, 2º andar Brasília-DF Tel. (061) NOTA TÉCNICA N.º 161 /2010 DEVEP/SVS/MS

INTRODUÇÃO Aimunização dos animais suscetíveis se impõe como

Profa. Dra. Fernanda de Rezende Pinto

VACINAS ANTI-VIRAIS. Prof. Dr. Aripuanã Watanabe Depto. de Parasitologia, Microbiologia e Imunologia

ENFERMAGEM IMUNIZAÇÃO. Política Nacional de Imunização Parte 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

PLANO DE ENSINO EMENTA

Eficácia de Carrapaticidas Amidínicos para o Controle do Boophilus Microplus: Influência do ph da Calda Carrapaticida

Programa Analítico de Disciplina VET344 Doenças Virais

TOXOPLASMOSE EM EQUINOS PSI. ESTUDO SOROLÓGICO

Patogêneses virais II. Profa Dra Mônica Santos de Freitas

Ms. Romeu Moreira dos Santos

Xantana como adjuvante em vacina contra herpes suíno tipo 1

AVALIAÇÃO PRELIMINAR DO TESTE DE AGLUTINAÇÃO RÁPIDA PARA DIAGNÓSTICO DE ANTICORPOS CONTRA Babesia bigemina

Dalva A. Portari Mancini* Elvira M. Mendes do Nascimento* Valéria Rosa Tavares* Maria Auxiliadora Lucchiari* José Amaral Prado* Murillo A.

VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS

DISTRIBUIÇÃO DE ANTICORPOS NEUTRALIZANTES CONTRA O HERPEVÍRUS BOVINO 1 EM VACAS DO MUNICÍPIO DE MINEIROS E REGIÃO (GO)

Vírus da Peste suína Clássica - VPSC. Diagnóstico Laboratorial

RESPOSTA SOROLÓGICA DE ADULTOS À VACINAÇÃO CONTRA A RUBÉOLA *

.] Pedro Manuel Leal Germano

Universidade Federal de Pelotas Medicina Veterinária Zoonoses. Diagnóstico laboratorial Brucelose TESTE DO 2-MERCAPTOETANOL

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

Diagnóstico Laboratorial de Infecções Virais. Profa. Claudia Vitral

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

O efeito da padronização das notas sobre os resultados da avaliação dos cursos de Engenharia Civil

Crescilin (suplemento de penicilina G procaína cristalina) na alimentação de leitões. A. P. TRIVELIN E. S. A. "Luiz de Queiroz"

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA

Me. Romeu Moreira dos Santos

L.H. Queiroz da Silva, C.K. Morinishi, C.M. Nunes

Imunocromatografia e Dot-ELISA. Responsável Prof. Helio J. Montassier

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE BOTUCATU FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA AGRICULTURA

RCG 0384 EPIDEMIOLOGIA ELEMENTOS DE ANÁLISE QUANTITATIVA EM ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS NOÇÕES SOBRE CAUSALIDADE EM EPIDEMIOLOGIA

ANTICORPOS INIBIDORES DA HEMAGLUTINAÇÃO PARA O VÍRUS PARAINFLUENZA 3 (HA-1), EM GADO BOVINO (1)

TÍTULO: COMPROVAÇÃO DE EFICIÊNCIA IMUNOLÓGICA E DURABILIDADE DA VACINA V10 EM RELAÇÃO AO PARVOVÍRUS

PREVALENCIA DA RAIVA EM BOVINOS, OVINOS E CAPRINOS NO ANO DE 2007 NO ESTADO DO PARANÁ. ABSTRACT

POSSÍVEL INTERFERÊNCIA DA ANTITOXINA TETÂNICA PRÉ-EXISTENTE, NA VACINAÇÃO ANTITETÂNICA

J. LÚCIO DE AZEVEDO e RAHME NELLY NEDER* Escola Superior de Agricultura «Luiz de Queiroz»

Klaus E. Stewien * José P. G. de Lacerda** RSPU-B/261

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

Programa Analítico de Disciplina BIO250 Imunologia

Técnica de Imunodifusão para a Detecção de Anticorpos Precipitantes contra Antígenos Solúveis. Prof. Helio José Montassier

Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v.3, n.2, p , ISSN

RESPOSTA IMUNE E PROTEÇÃO DO PACU (Piaractus. IMMUNE RESPONSE AND PROTECTION of PACU (Piaractus

REAÇÃO DE SOROGLUTINAÇÃO MODELO TITULAÇÃO DE ANTICORPOS HEMAGLUTINANTES. Prof. Helio José Montassier

Prevalência de sorologias positivas para BVD, Neospora e IBR em rebanhos bovinos leiteiros do Sul de Minas Gerais

Histórico. Imunização. Tipos de Imunização. Imunização ativa 14/09/2009

Ensaios imunes. Profª Heide Baida

Transcrição:

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS PROVAS DE SOROIMEUTRALIZAÇÃO E IMU NO FLUORESCÊNCIA INDIRETA PARA A AVALIAÇ ÃO DE ANTICORPOS ANTI-RABICO S EM SOROS DE CÀES PEDRO MANUEL LEAL GERMANO Professor Assistente Doutor Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP MASAIO M IZUNO ISHIZUKA Professor Adjunto Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP M OACYR ROSSI NILSSON Pesquisador Científico Instituto Biológico da Secretaria do Estado dos Negócios da Agricultura OM AR MIGUEL Professor Livre-Docente Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP GERMANO, P.M.L.; ISHIZUKA, M.M.; NILSSON, M.R.; MIGUEL, O. Estudo comparativo entre as provas de soroneutralização e imunofluorescência indireta para a avaliação de anticorpos antirábicos em soros de cies. Rev.Fac.Med.vet.Zootec.Univ.S. Paulo, 18(2): 139-145, 1981. RESUMO: Procedeu-se ao estudo comparativo entre as provas de soroneutralização (SN) e imunofluorescência indireta (IFI) para a avaliação de anticorpos anti-rábicos em soros de cães. A prova de IFI apresentou associação significante de alta intensidade e elevada concordância com a prova de SN, não se verificando, porém, correlação significante entre os resultados obtidos por ambas as provas. UNITERMOS: Raiva*; Anticorpo anti-rábico*; Soroneutralização*; Imunofluorescência indireta*; Cães*. INTRODUÇÃO A eficiência das vacinas anti-rábicas pode ser avaliada através da utilização de provas sorológicas, as quais revelam os níveis de anticorpos séricos específicos^ nos animais ou nos seres humanos, fornecendo desta forma, subsídios valiosos para este tipo de estudo epidemiológico^. Isto se prende ao fato de estar suficientemente comprovado que a presença de anticorpos séricos pós vacinais indica proteção contra a infecção pelo vírus rábico2 5>7.8,30>embora não sejam estes anticorpos os únicos responsáveis pela imunidade3,12,16,30,32,35,38 Dentre todas as provas sorológicas, a soroneutralização (SN) é o método mais tradicional para a detecção do anticorpo anti-rábico*>20,25,31, 40 tanto no homem quanto nos a n im a is ^ posto que os níveis de anticorpos mensuráveis, por sua aplicação, apresentam estreita relação com os resultados do challenge ^ >8.34,36 sendo considerada até o momento como prova padrão^.13,17,27,28 n 0 entanto, apresenta várias limitações decorrentes da variabilidade apresentada pelos diferentes valores da D L5Q do vírus empregado em diferentes provas para fins de titulação dos soros, do elevado número de camundongos a utilizar, da variabilidade de respostas resultantes de outros fatores inerentes ao próprio sistema biológico, além do tempo prolongado necessário à leitura de resultados^>*^>20>22,25,27,28,30,37 Tais restrições motivaram pesquisas para o desenvolvimento de outras provas sorológicas que oferecessem maior praticidade, tomando naturalmente como marco de referência a prova de SN. Assim, as provas de hemaglutinação passiva21>15j inibição da hemaglutinação^* e fixação de complemento2*>24,26,29,30 apresentaram resultados concordantes com os da SN, porém com menores graus de sensibilidade do que esta última. Os mesmos resultados foram obtidos com a técnica de redução em placa^ *, inibição rápida do foco de fluorescência*^ 20>27,36>rádio-imuno-ensaio^* e contra-imuno-eletroforese*, porém, os graus de sensibilidade destas provas foram superiores aos da SN. Dentre todas estas provas a imunofluorescência indireta (IF I) foi a que mereceu maior atenção por parte dos pesquisadores* 1.14,17,19,22,:25,28,37; porquanto os trabalhos realizados com soros humanos, provenientes de indivíduos vacinados contra a raiva, demonstraram que esta prova apresenta, além das facilidades de execução e interpretação, sensibilidade e especificidade elevadas25.28 com resultados comparáveis aos da SN25. ISH IZUKA*^ em 1972, adaptou a prova de IFI para a espécie bovina, tendo os résultados, também sido comparáveis àqueles da SN, embora a magnitude da relação tivesse sido de baixa intensidade. D INIZ e REIS (1975)** trabalhando com bovinos, confirmaram ser a prova de IFI mais sensível do que a de SN, não encontrando todavia relação entre os títulos de anticorpos anti-rábicos determinados por ambas as provas nas amostras de soros utilizados.

140 GERMANO, P.M.L.; ISH1ZUKA, M.M.; NILSSON, M R.; MIGUEL, 0. JIRAN e ZÁVORA (1975)19 utilizando treze soros, provenientes de 6 (seis) cães vacinados contra a raiva, foram de parecer que a prova de IFI é apenas um teste adicional e de orientação para a avaliação dos níveis séricos de anticorpos anti-rábicos e indicaram ausência de relação entre os títulos de anticorpos determinados por ambas as provas (SN e IFI). Os trabalhos mencionados evidenciam que as provas de SN e IFI, quando comparadas qualitativamente, apresentam concordância de resultados o que não ocorre, todavia, quando comparadas quantitativamente, ou seja, quando confrontados os títulos de anticorpos obtidos com estas técnicas. O presente trabalho propõe-se a comparar, em soros de cães, o comportamento de ambas as provas segundo dois critérios: qualitativo e quantitativo. Assim, pretende-se verificar: 1) em que medida há concordância de resultados quando soros de cães, submetidos às provas de SN e IFI são classificados como reagentes ou não reagentes; 2) como se correlacionam os resultados de ambas as provas quando se procede à titulação de soros de cães reagentes a pelo menos uma delas. Em ambos os casos fixou-se em 5% o nível de rejeição da hipótese de nulidade. MATERIAL E MÉTODOS 1. Material 1.1. Soros Foram testadas 90 amostras de soros, pertencentes a 90 animais da espécie canina, com idades compreendidas entre 6 e 18 meses. 1.2. Camundongos Foram utilizados camundongos albinos suiços, normais, com pesos variando entre 11 e 15 g, tanto para o preparo das suspensões de cérebro de camundongo normal e de vírus quanto para a realização da prova de SN. 1.3. Suspensão de cérebro de camundongo normal Preparada de acordo com ISHIZUKA (1 9 7 2 )^, consistindo de uma suspensão a 20% em água destilada contendo 2% de soro normal de cavalo. 1.4. Suspensão de vírus A partir da semente de CVS (Challenge virus standard) foi preparada uma suspensão a 20% em água destilada contendo 2% de soro normal de cavalo, de acordo com o preconizado por ISHIZUKA (1 9 7 2 )^. O título obtido para esta suspensão de vírus foi igual a 105D L5q/ 0,03 ml. 1.5. Decalques Os decalques em número de oito por lâmina, foram preparados a partir de cérebros (cornos de Ammon) de cães comprovadaniente raivosos. Antes de sua utilização como antígeno, o material era submetido â prova de imu- nofluorescéncia direta, conforme DEAN e ABELSETH ( 1 9 7 3 ) 9 para f j n s d g confirmação de positividade e avaliação da riqueza do material em corpúsculos de Negri. 1.6. Conjugado anti-globulina canina-fluoresceína O preparo do conjugado empregado na execução da prova de IFI, foi efetuado de acordo com ISHIZUKA e cols. (1 9 7 4 )^. 1.7. Soros testemunhos A cada diluição incluiu-se um soro reagente às provas de SN e IFI. 1.8. Decalques testemunhos Examinaram-se sistematicamente, em paralelo, preparados testemunhos de decalques de cérebro (Corno de Ammon) de cão normal. 2. Métodos 2.1. Soroneutralização Realizada de acordo com o preconizado por ATA NASIU (1967)1, oscilando as D L5Q do vírus entre 10 e 40. 2.2. Imunofluorescência indireta Realizada de acordo com a técnica de CAMARGO ( 1967)6 e adaptação de ISHIZUKA ( 1972)17. 2.3. Análise estatística Os resultados obtidos foram analisados utilizando-se as seguintes técnicas: o Coeficiente de Associação de Yu- le, o Teste X 2 (qui quadrado) com correção para a continuidade da variável, o Coeficiente de Correlação de Spe- arman e o Teste t de Student para a avaliação da signi- ficáncia do Coeficiente de Correlação de Spearman, segundo descrito em BERQUÓ e cols. (1980)4 e SIEGEL (1956)33. RESULTADOS Os valores concernentes às provas de SN e IFI estão registrados nas TABELAS I e II. Assim, a TABELA I expressa os resultados obtidos pelas referidas provas, classificando os soros em reagentes e não reagentes. O critério adotado para se classificar um dado soro como reagente ou não reagente, para qualquer uma das provas, foi o da presença de anticorpos anti-rábicos na diluição de 1:5. Com base nos dados da TABELA I, calculou-se o valor do Coeficiente de Associação de Yule e do X 2 com correção para a continuidade da variável, os quais foram respectivamente iguais a 0,98 e 57,20. Ainda, a partir desta tabela obteve-se para a Concordância um valor igual a 92,2%. Na TABELA II, encontram-se os títulos de anticorpos anti-rábicos medidos pelas provas de SN e IFI, que permitiram os cálculos do Coeficiente de Correlação de Spearman, cujo valor foi igual a 0,17, que é não significante quando feita a verificação pelo Teste t de Student (t= 1,44). DISCUSSÃO Rev.Fac.Med.vet.Zootec.Univ.S. Paulo, 18(2):139-145, 1981.

Estudo comparativo entre as provas de soroneutralização e imunofluorescência indireta para a avaliação de anticorpos... 141 A TABELA I apresenta os resultados da comparação das provas de SN e IFI. O cálculo do Coeficiente de Associação de Yule para os dados desta tabela forneceu valor igual a 0,98, indicando existência de uma intensa associação entre os resultados obtidos empregando-se as provas de SN e IFI. Calculando-se a estatística X 2 obteve-se valor igual a 57,2 que, comparado ao valor crítico do X 2, para um grau de liberdade (X 2 a = 3,84), foi significante, ultrapassando de muito o valor fixado para o nível de rejeição adotado, igual a 5%, permitindo assim, a rejeição da hipótese de nulidade, segundo a qual haveria independência entre os resultados obtidos com ambas as provas, e consequentemente, levando à aceitação da hipótese alternativa da existência de uma associação significante entre elas, tal como já havia sido observada nos estudos com os soros humanos2^ 2 de bovinos >17 e de cães 19. A TABELA I permite concluir que houve concordância de 92,2% dos resultados obtidos com ambas as provas. O exame de outros trabalhos de pesquisa, indica que o valor da concordância, registrado neste experimento, é de magnitude semelhante aos verificados por outros autores, quando comparam estas provas utilizando soros h u m a n o s 14 >2 2 > 25,28,37 ou soros (je bovinosll 17 e encontraram valores que situaram, respectivamente, entre 76 e 97% e 88 e 95%. A concordância menor (69%) encontrada por JIR A N e ZÁ- VORA (1975)19 pode dever-se ao reduzido número de observações (treze) realizadas pelos mencionados autores. Ainda a partir dos dados constantes da TABELA I, usando-se o teste exato pela binomial ao nível de 5%, verifi- cou-se que as proporções de sensibilidade são semelhantes para ambas as provas. A TABELA II apresenta os resultados da titulação dos soros com as provas de SN e IFI. Procedeu-se ao estudo da correlação destes resultados, calculando-se o Coeficiente de Correlação de Spearman que forneceu valor igual a 0,17 indicando a existência de correlação positiva de baixa intensidade entre ambas as provas. Quando testado o valor do Coeficiente de Correlação Spearman utilizando-se o Teste t de Student, este forneceu valor de t= 1,44 que comparado ao valor crítico de ta igual a 1,96 indicou ser esta correlação não significante ao nível de rejeição adotado. Aceitamos, portanto, a hipótese de nulidade segundo a qual não há correlação entre os resultados das provas de IFI e SN. ISHIZUKA (1972)17 no trabalho desenvolvido com soros de bovinos vacinados contra raiva, ao observar uma correlação positiva de baixa magnitude (0,33) entre as provas, embora significante ao nível de rejeição adotado, procurou justificar tal comportamento, atribuindo naturezas diferentes aos anticorpos medidos por uma e por outra prova. A confirmação desta hipótese foi parcialmente obtida através dos experimentos de WIKTOR e cols. (1973)^9 COm o vírus da raiva. Estes autores constataram, inicialmente, ser o envelope glicoproteico do vírus o único antígeno capaz de induzir a formação de anticorpos neutra- lizantes e, complementarmente, comprovaram serem estes mesmos anticorpos os únicos responsáveis pela proteção dos animais a subsequentes challenge com vírus rábico. A hipótese de ISHIZUKA (1972)17 só foi plenamente confirmada após a apresentação dos resultados do trabalho de SCHNEIDER e cols. (1973)^1, confirmando ser a proteína ribonuclear do vírus da raiva, a responsável pela indução de anticorpos fluorescentes, bem como, de précipitantes e fixadores de complemento. Com base nos trabalhos de WIKTOR e cols. (1973)^9 e SCHNEIDER e cols. (1973)^1, ficou perfeitamente caracterizada a natureza diversa dos anticorpos anti-rábicos, constituindo-se este fato, numa das razões mais consistentes para explicar as diferenças entre os valores dos títulos obtidos por uma e por outra prova. No concernente à prova de SN, um fator que contribui, para a maior variabilidade de resultados, diz respeito à própria natureza da prova, a qual utiliza para a fase de inoculação em camundongos, suspensão de vírus com título conhecido. Porém, durante o intervalo de tempo destinado à execução da prova o título desta suspensão de vírus tende a declinar, acarretando obviamente diminuição do número da D L5Q por inoculação. Como consequência, obtém-se oscilações dos valores dos títulos de anticorpos anti-rábicos. De acordo com CÔRTES e NILSSON (1974)7 a quantidade de vírus empregada na prova de SN é outra variável capaz de influenciar significantemente os resultados desta. LEFFINGWELL e IRONS (1965)25 e K1NG e cols. (1965)20 referem ainda as variáveis biológicas, resistência individual e mortalidade inespecífica, encontradas quando da utilização de animais de laboratório e refletida por respostas variadas ao antígeno como responsáveis pelas possíveis oscilações dos resultados da prova de SN. A partir do trabalho de WIKTOR e cols. (1973)^9 a SN ganhou maior consistência para sua utilização, dado que, ficou provado ser 0 anticorpo neutralizante 0 responsável pela defesa do organismo à infecção pelo vírus rábico. Consequentemente, os valores dos títulos de anticorpos anti rábicos medidos por sua aplicação são muito importantes, pois avaliam em níveis quantitativos o grau de defesa de um organismo suscetível. Não obstante esta constatação, há que considerar que, no mesmo antígeno rábico, existe concomitância dos elementos responsáveis pela indução, no organismo de um suscetível, da formação de anticorpos tanto neutralizantes quanto fluorescentes. Portanto, o anticorpo fluorescente pode ser utilizado como indicador da presença de anticorpo neutralizante, embora entre eles não haja uma relação quantitativa direta. Isto é possível em função da elevada concordância observada entre as provas, como já foi demonstrado neste trabalho, confirmando inclusive, pesquisas de outros autores1m 4 >17,25,28,37 CONCLUSÕES Rev.FacJVIed.vet.Zootec.Univ.S. Paulo, 18(2):139-145, 1981.

142 GERMANO, P.M.L.; ISHIZUKA, M.M.; NILSSON, M.R.; MIGUEL, O. 1) Na determinação da presença de anticorpos anti-rá- bicos em soros de cães, isto é, qualitativamente, a prova de IFI apresenta associação significante de alta intensidade e elevada concordância com a prova de SN. 2) Na determinação do título de anticorpos anti-rábi- cos em soros de cães, isto é, quantitativamente, os resultados da prova de IFI não apresentam correlação significante com os da prova de SN. 7- CORTES, J.A. & NILSSON, M.R. Influe'ncia da dose de vírus sobre o resultado da prova de so- roneutralização em camundongos, objetivando a determinação da taxa de anticorpos anti-rábi- cos. Rev.Fac.Med.vet.Zootec.UnivS. Paulo, 11:95-106, 1974. 8 DEAN, D.J. et alii Studies on the low egg passage Flurystrain of modified live rabies virus produced in embrionating chicken eggs and tissue culture. Amer.J.vet.Res., 25:756-63, 1964. GERMANO, P.M.L.; ISHIZUKA, M.M.; NILSSON, M.R.; MIGUEL, O. A comparative study between the serum-neutralization (SN) and indirect immunofluorescence (IIF) techniques for the evaluation of rabies antibodies in sera from dogs. Rev.Fac. Med.vct.Zootec.Univ.S. Paulo, 18(2): 139-145,1981. SUMMARY: It was made a comparative study between the serumneutralization (SN) and indirect immunofluorescence (IIF) techniques for the evaluation of rabies antibodies in sera from dogs. The IIF technic showed significant association of high intensity and concordance with the SN technic. No significant correlation, however, was observed between the results obtained from both techniques. UNITERMS: Rabies* ; Rabies antibody* ; Serum-neutralization*; Indirect immunofluorescence*; Dogs*. 9- DEAN, D.J. & ABELSETH, M.K. The fluorescent antibody test. In: W ORLD HEALTH O RG A NIZATION. Laboratory techniques in rabies. 3.ed. Geneva, 1973. p.73-84. (Monogr.Ser.23). 10- DIAZ, A.M.O. & VARELA-DIAZ, V.M. The counterimmunoelectrophoresis test for detection of antibodies to rabies virus. Ann.Microbiol., 128A:331-7, 1977. 11- DIN IZ, C.C. & REIS, R. Comparação das provas de imunofluorescência indireta e soroneutraliza- ção na titulação de anticorpos anti-rábicos em soros de bovinos vacinados. Arq.Esc.Vet.Univ. FedM. Gerais, 27:29-37,1975. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 ATANASIU, P. Titrage des anticorps rabiques pratiqué sur les sérums humaines. Bull.Off.int.Épi- zoot., 67:383-7, 1967. 2 ATANASIU, P. et alii Imunidad antirrabica en bovinos vacunados. Bol.Ofic.sanit.panamer., 64: 431-9, 1968. 3 BAER, G.M. Advances in post-exposure rabies vaccination: a review. Amer.J.clin.Path., 70:185-7, 1978. 4 BERQUÓ, E.S. et alii Bioestatística. São Paulo, E. P.U., 1980. 256p. 5 CABASSO, V.J. et alii Tissue-culture rabies vaccine (Flury LEP) in dogs. Amer.J.vet.Res., 26:24-32,1965. 6 CAMARGO, M.E. Introdução às técnicas de imunofluorescência. São Paulo, Instituto de Medicina Tropical, 1967. /Apostila/. 12- ERCEGOVAC, D. & COSTOGLOW, M. Contribution à la connaissance des corps anti-rabiques naturels. Rec.Méd.vét., 144:1215-20,1968. 13- FITZGERALD, E.A. et alii A collaborative study on the testing of rabies immune globulin (human) by the mouse neutralization test (MNT) and the rapid fluorescent focus inhibition test (RFFIT). J.biol.Stand., 7:67-72, 1979. 14- GISPEN, R. & SASTHOF, B. Neutralizing and fluorescent antibody response in man after antirabies treatment with suckling rabbit brain vaccine. Arch.ges.Virusforsch., 15:377-86, 1965. 15- GOUGH, P.M. & DIERKES, R.E. Passive hemagglutination test. In: BAER, G.M. ed. The natural history of rabies. New York, Academic Press, 1975. v.l. p.l 15-23. 16- H ILL, H.T. Comparison of cellular and humoral immune responses to rabies and Sindbis virus in mice. Ames, 1974. /Iowa State University/ apud Diss.Abstr.int., 35B:5710, 1975. 17- ISHIZUKA, M.M. Adaptação da prova de imunoflu- Rev.Fac.Med.vet.Zootec.Univ.S. Paulo, 18(2):139-145, 1981.

Estudo comparativo entre as provas de soroneutralização e imunofluorescência indireta para a avaliação de anticorpos... 143 orescência indireta para a avaliação de anticorpos anti-rábicos em soros de bovinos. Estudo comparativo com a prova de soroneutralização. São Paulo, 1972. /Tese de D outoram ento Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP / 1 8 - ISHIZUKA, M.M. et alii Estudo com parativo entre as provas de Sabin-Feldman e im unofluorescência indireta para avaliação de anticorpos anti-toxoplasmose em soros de cães. Rev.Fac.Med.vet. Zootec.Univ.S. Paulo, 11:127-32, 1974. 19 JIRAN, E. & ZÁVORA, M. Prukaz protilátek proti vzteklinff m etodou neprím é imunofluorescence. /D em onstration o f antibodies against rabies by indirect im m unofluorescence m ethod/ Vet.Med., Praha, 20:363-71,1975. 20 KING, D.A. et alii A rapid quantitative in vitro serum neutralization test for rabies antibody. Canad.vet.J., 6:187-93, 1965. 21 KUWERT, E.K. et alii Neutralizing and com plem ent - fixing antibody response in pre-andpost-exposure vaccines to a rabies vaccine produced in human diploid cells. J.biol.Stand., 4: 249-62, 1976. 22 LARSH, S.E. Indirect fluorescent antibody and serum neutralization response in pre-exposure prophylaxis against rabies. Ann.intern.Med., 63:955-64, 1965. 2 3 - LARSSON, K.A. Imunologic aspects o f veterinary medicine. II. Antibodies. Amer.J.vet.clin.Path., 1:167-72, 1967. 2 4 - LEBELL, 1. et alii Com plem ent-fixing and neutralizing antibody studies on humans vaccinated against rabies. J.Immunol., 73:225-8, 1950. 2 5 - LEFFINGWELL, L. & IRONS, J.V. Rabies antibodies in human serum titrated by the indirect FA m ethod. PubI.Hlth.Rep.W ash., 80:999-1004,1965. 2 6 - LIPTON, M.M. & FREUND, J. The form ation o f com plem ent fixing and neutralizing antibodies after the injection o f inactivated rabies virus with adjuvants. J.Im m unol., 71:98-109,1953. 27 LOUIE, R.E. et alii M easurement o f rabies antibody: comparison of the mouse neutralization test (MNT) with the rapid fluorescent focus inhibition test (R FFIT). J.biol.Stand., 3:365-73, 1975. 28 PECK JUNIOR, F.B. The detection o f human rabies antibody by the indirect fluorescent test. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON RABIES, Talloires, 1965. Basel, Karger, 1966. v.l. p.201-6. 29 PEREIRA, O.A.C. et alii Anti-rabies revaccination in humans. I. Effect o f different schedules on individuals previously vaccinated with 14 or more doses. Rev.Microbiol., 2:83-6,1971. 30 PEREIRA, O.A.C. et alii Com plem ent fixation test in evaluation o f imm unity against rabies. Rev. Microbiol., 1:85-91, 1970. 3 1 SCHNEIDER, L.G. et alii Rabies group-especific ribonucleoprotein antigen and a test system for grouping and typing or rhabdoviruses. J.Virol., 11:748-55, 1973. 32 SHOKEIR, A.A. Im m unity against rabies. I. Form a tion o f virus neutralizing antibodies. Vet.med. J., 14:173-87, 1967. 33 SIEGEL, S. Non parametric statistics for the behavioral sciences. New York, Toronto-, London, McGraw-Hill Book Company Inc., 1956. 312p. 34 SIKES, R.K. Canine and feline vaccines: past and present. In: BAER, G.M. ed. The natural history of rabies. New York, Academic Press, 1975. v.2. p.177-87. 35 SMITH, C.E.G. Immunological responses in virus infections. Proc.roy.Soc.Med., 62:292-4, 1969. 36 THOMAS, J.B. The serum neutralization, indirect fluorescent antibody, and rapid fluorescent focus inhibition tests. In: BAER, G.M. ed. The natural history of rabies. New York, Academic Press, 1975. v.l. p.417-33. 37 THOMAS, J.B. et alii Evaluation o f indirect fluorescent antibody techniques for detection o f rabies antibody in human sera. J.Immunol., 91: 721-3, 1963. 38 TURNER, G.S. Immunoglobulin (IgG) and (IgM) ' antibody responses to rabies vaccine. Virol., 40:595-604, 1978. J.gen. 39 WIKTOR, T.J. et alii Antigenic properties o f rabies Rev.Fac.Med.vet.Zootec.Univ.S. Paulo, 18(2):139-145, 1981.

144 GERMANO, P.M.L.; ISHIZUKA, M.M.; NILSSON, M.R.; MIGUEL, O. virus components. J.Immunol., 110:269-76, 1973. 4 0 - WOJCIECHOWSKI, K. An evaluation of humoral and tissue neutralization tests for the study of immunity in rats after vaccination with antirabies vaccine of the Umeno-Doitype. Epidem. Rev., 23:3846, 1969. 4 1 - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Expert Committee on Rabies. 6. report. Geneva, 1973. (Techn.Rep.Ser., 523). Recebido para publicação em: 16-06-81 Aprovado para publicação em: 29-10-81 Rev.Fac.Med.vet.Zootec.Univ.S. Paulo, 18(2 ) : 139-145, 1981.

Estudo comparativo entre as provas de soroneutralização e imunofluorescência indireta para a avaliação de anticorpos... 145 TABELA I - Soros de cães, segundo os resultados das provas de soroneutralização (SN) e imunofluorescência indireta (IFI), São Paulo, 1980. ' 1fT ~ Não Reagente Reagente Total Reagente 58 5 63 Não Reagente 2 25 27 Total 60 30 90 TABELA II Títulos de anticorpos anti-rábicos segundo as provas de soroneutralização (SN) e imunofluorescência indireta (IFI), em soros de cães, São Paulo, 1980. IFI SN IFI SN IFI SN IFI SN < 5 8 5 125 45 5 135 11 < 5 9 15 < 5 45 5 135 19 5 <5 15 5 45 5 135 19 5 <5 10 10 45 9 135 21 5 5 15 14 45 15 135 25 5 5 15 19 45 77 135 32 5 7 15 21 45 95 135 37 5 7,5 15 21 45 125 135 38 5 8,5 15 23 45 125 135 40 5 18 15 29 45 125 135 43 5 21 15 88 45 125 135 45 5 21 15 125 135 5,5 135 52 5 29 15 125 135 5,5 135 125 5 45 15 125 135 6,5 135 125 5 45 45 < 5 135 8 135 125 5 55 45 < 5 135 9 135 125 Rev.Fac.Med.vet.Zootec.Univ.S. Paulo, 18(2):139-145,1981.