DELIMITAÇÃO DE ÁREAS DE PRECIPITAÇÃO UTILIZANDO SAT~LITE E RADAR METEOROLOGICO



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Transcrição:

111 DELIMITAÇÃO DE ÁREAS DE PRECIPITAÇÃO UTILIZANDO SAT~LITE E RADAR METEOROLOGICO Jorge Conrado Conforte 1 Maria Aparecida Senaubar 2 Oswaldo Massambani 2 Fausto Carlos de Almeida 1 RESUMO Este trabalho consiste na avaliação inicial de uma metodologia a ser utilizada no desenvolvimento de algoritmos objetivando-se inferir áreas de precipitação a partir de dados obtidos através de satélites meteorológicos e que sejam adequados à natureza dos sistemas meteorológicos da região tropical. Analisou-se um único caso através de imagens no IR e VIS e do campo de precipitação medido através de radar meteorológico para a região de Bauru-São Paulo. As imagens IR e VIS são navegadas em relação à localização geográfica do radar e dos dados de VIS e os CAPPIs do radar são reduzidos à mesma resolução espacial que a do IR. Apresenta-se neste trabalho os testes com diferentes limiares de intensidade VIS e IR e as respectivas comparações com o campo de precipitação medido através do radar meteorológico. 1. INTRODUÇÃO A estimativa da quantidade de precipitação efetuada a partir de imagens de satélite é claramente de grande interesse à implementação de modelos numéricos de tempo e clima através da determinação da distribuição espacial aproximada do campo de calor latente liberado. Essa estimativa permite também ser utilizada como um indicador da intensidade de corrente ascendente, e sua distribuição espacial pode ser utilizada como um indicador da organização espacial da convecção (Martin e Scherer, 1973). O sensoriamento remoto da precipitação é também de grande interesse, devido à grande variedade de aplicações operacionais incluindo hidrologia, hidroeletricidade e agricultura. O fator de grande importância nas observações efetuadas através dos satélites meteorológicos é a significativa amplidão de área de cobertura alcançada pelos sensores a bordo do satélite. Com os sensores no visivel (VIS) e Infra-vermelho (IR), torna-se possível obter dados de cobertura quase global, de forma praticamente contínua (a cada trinta minutos), durante o dia e à noite, e assim regiões continentais e marítimas são monitoradas com alta resolução espacial e temporal. Esse monitoramento permite uma inferência indireta do campo de precipitação associado à estrutura vista através daqueles sensores. Neste trabalho relatamos sucintamente uma avaliação inicial de algorítmos que relacionam as intensidades IR e VIS objetivando a 1) Departamento de Meteorologia - INPE/CNPq 2) Departamento de Meteorologia - IAG/OSP

112 determinação de áreas de precipitação em regiões tropicais. O método inicialmente abordado é aquele utilizado por Lovejoy e Austin (1979). O campo de precipitação obtido pelo radar meteorológico Banda-C (À = 5 cm) em Bauru-SP é utilizado como verdade terrestre para diagnosticar o "campo de precipitação" inferido a partir de diferentes limiares de intensidade IR e VIS obtidos para a mesma área que aquela apresentada pelo radar. Os dados referem-se àqueles obtidos durante o Experimento Meteorológico 11 do Projeto RADASP 11. 2. DADOS BASE Os dados obtidos através do satélite GOES (Geostationary Operational Environment Satellite) faz uso do sistema Radiômetro Visível e Infra-Vermelho de Varredura por Rotação (VISSR), que opera nas faixas espectrais de 0.5 - O. 7 ~m (VIS) e 10.5-12. 5 ~m (IR). A resolução espacial da latitude de são Paulo é de 8 x 4 km 2 (IR) e de 1 x 1 km 2 (VIS) e esses dados referem-se a pixeis em coordenadas esféricas. Publicação interna INPE (1980) apresenta a metodologia utilizada na recepção desses dados que é feita em Cachoeira Paulista-SP pelo INPE. Os dados de precipitação foram coletados em Bauru-SP através de radar meteorológico Banda-C operado pelo IPMet/FEB. Este radar possui um sistema automático de coleta de dados e de processamento digital do campo 3-D da precipitação, a partir do qual constroem -se os mapas de precipitação e de altura constante CAPPI (Constant Altitude Plan Position Indicator) (Massambani et alii, 1983). O caso aqui apresentado refere-se à análise de imagens obtidas no dia 10 de fevereiro de 1983 às 16:30 hora local para a região central do Estado de são Paulo. 3. METODOLOGIA As imagens digitalizadas do IR e VIS foram navegadas, utilizando -se a metodologia desenvolvida pelo INPE através do imageador 1100, para a localidade de Bauru. O setor de interesse da imagem completa armazenada foi restrito unicamente à área de cobertura do radar a qual estabeleceu-se ser urna área retangular de 150 x 150 km2 com o centro sobre o radar meteorológico. A imagem foi então processada produzindo-se urna saída de 16 níveis de "counts" que são convertidas em temperatura de Topo (T) ou Intensidade no visível (I), através de níveis de calibração previamente estabelecidos. Para o VIS essa matriz resultante possui píxeis com 1 x 1 km2 e para o IR, píxeis de 8 x 4 km 2. A partir destes a resolução do VIS é então deteriorada à resolução do IR, constituindo-se assim matrizes com a mesma resolução espacial de 8 x 4 km 2. Por outro lado, a resolução espacial d.o radar é polar com "bins" de 1 km x 10 de azimute. Esses dados polares foram processados e convertidos à coordenadas cartesianas na projeção CAPPI, constituindo-se então uma matriz de 150 x 150 km2 com resolução de 8 x 4 km 2 adequados à comparação com os dados do satélite. A partir desse novo conjunto de dados selecionou-se para análise, três diferentes limiares baseados nos trabalhos de Lovejoy e Austin (1979) e Griffith et ali~ (1978) determinou-se áreas comuns para as várias combinações desses limiares, conforme apresentados na tabela I.

113 Tabela I - Limiares de intensidades VIS e IR Lovejoy et alii (1979) e Griffith et alii (1978). VIS IR -+ T < 10C T < -150C T < -300C I > 0.47 I > 0.60 I > 0.68 < 1 C < -15 C < -30 C > 0.47 > 0.47 > 0.47 < 1 C < -15 C < -30 C > 0.60 > 0.6 O > 0.60 < 1 C < -15 C < -30 C > 0.68 > 0.68 > 0.68 As distribuições espaciais dessas temperaturas (IR) e intensidades (VIS) são apresentadas na Figura 1 e as respectivas áreas comuns de IR e VIS para várias combinações daqueles limiares são apresentados na Figura 2. Na Figura 3 apresentamos o campo de precipitação obtido através do radar ao lado da aparentemente melhor correlação entre (IR x VIS) com o campo de precipitação. 4. DISCUSSÕES E CONCLUSÕES A região central do Estado de são Paulo no instante dessas observações estava sensivelmente encoberta o que pode ser evidenciado através das imagens IR e VIS da Figura 1. A área de precipita2ão sensivelmente inferior cobria grande parte de área de abrangencia do radar (Figura 3). A medida em que selecionamos limiares de baixas temperaturas estamos restringindo à observações dos topos mais elevados do sistema presente. Devido à natureza convectiva desse sistema observa-se uma redução na área correspondente. Analogamente, para maiores valores de I maior é a espessura da nebulosidade associada àquele ponto. De modo que a seleção de limiares crescentes de I permite a definição das regiões mais "densas" de nebulosidade (Barret e Martin, 1981). A partir dessa distribuição espacial de "temperaturas" e "espessura" determinamos as áreas comuns para as várias combinações desses limiares, conforme apresentados na Tabela 1. A inspeção dessas imagens evidenciam que a espessura é neste caso um fator de maior importância no sentido de restringir as áreas de atividade associadas à precipitação. Isto pode ser observado através da redução da área de cobertura do VIS passando-se de I > 0.47 a I > 0.68. Enquanto que isso não é tão acentuado no IR. Este fato é também notável se compararmos o VIS com I > 0.68 com a intersecção de IR com T < -300 e VIS com I> 0.68 (Figura 1 e Figura 2). Note a não alteração do "pattern" resultante. Isto parece sugerir que as áreas de precipitação possuem como melhor indicador a espessura e não é fortemente dependente do campo de temperatura medido através de IR. Isto é suportado pelo fato de

114 ter-se observado precipitação em regiões cujos topos nao eram tão elevados. A comparação entre esse "pattern" com o da precipitação obtida através do radar (Figura 3), permite notarmos a existência de correlações positivas como também negativas entre eles. Entretanto há uma certa representatividade do campo VIS x IR em relação ao campo de precipitação. Apesar de não conclusiva isto realça a necessidade de utilizarmos uma metodologia inversa, ou seja, dada a área de precipitação observada, determinarmos quais os valores observados para IR e VIS e deste modo definirmos não um limiar mas um intervalo de ói e ót que permita uma correlação positiva máxima entre os dois campos. Note que os limiares aqui analisados referem-se àqueles discutidos na literatura e que foram obtidos para condições climáticas não similares às da região tropical, mas efetivamente indicam uma tendência positiva no sentido da melhor correlação com o campo de precipitação, mesmo em nossa região climática. Uma análise dos processos fisicos associados à precipitação inferida através do VIS e IR obtido via satélite será efetuada à luz da determinação dos melhores limiares a serem obtidos a partir dessa metodologia. Agradecimentos Os autores agradecem ao IPMet/FEB e ao INPE/CNPq pelo fornecimento dos dados aqui utilizados. REFERtNCIAS BIBLIOGRÂFICAS 1. BARRET, E.C.& MARTIN, D.W. The Use of Satellite Data Monitoring. Academic Press, 1981. 2. GRIFFITH, C.G.; WOODLEY, W.L.; GRUB~ P.G.; MARTIN, D.W.; STOUT, J. and SIKDAR, D.N. Rain Estimation from Geosynchronous Satellite Imagery - Visible and Infrared Studies. Mon. Wea. Rev., 106, (8), 1153-1170, 1978. 3. LOVEJOY, S.& AUSTIN, G.L. The Delineation of Rain Areas from Visible and IR Satellite Data from GATE and Mid-latitude. Atmosphere Ocean, 17 (1), 77-92, 1979. 4. MARTIN, D.W. & SCHERER, W.D. Review of Satellite Rainfall Estimation Methods. Bull. Arner. Meteor. Soc., 54 (7), 661-674, 1973. 5. MASSAMBANI, O; BRIGUENTI NETO, J. & CALHEIROS, R.V. A Automação do Processamento de Dados de Precipitação Obtidos por Radar Meteorológico em são Paulo. 19 CONAI - Congresso Nacional de Automação Industrial. 11 a 15 de junho de 1983, são Paulo, 280-285, 1983. 6. Publicação interna do INPE - Instituto de Pesquisas Espaciais. Navegação das Imagens dos Satélites Meteorológicos Geoestacionários, 1980.

115 INFRAVERMELHO VISIVEL I > 0.47 I > 0.60 I > 0.68 Figura 1. Imagem IR e VIS obtidos através do satélite GOES, medlda 10/02/83 às 16:30 HL.

T< 1 C T <-15 C <-30 I> 0.47 I> 0.47 1>0.47 T<10C T<-15 C T< -30 C I> O,IH) I> 0.60 1>0.60 T<10C T<-1S0C T< -30 C 1>0.68 I> 0.68 ~$~~~ ÂfA ~ f);fzj ~ lllqp 1>0.68 Figura 2. Áreas com T menor que o valor citado e I maior que o valor citado e partir das imagens apresentadas na Figura 1. fi

117 CAPPI - 3.5 Km T < - 30 C e > 0.68 Flgura 3. Campo de precipitação mecl~o ~_lo radar às 16:35 HL de 10/02/83 e o campo de ccrr'2~ação en-cre T < -30 C e I> 0.67 para o mesmo horárl:::.