TÍTULO: ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DE PARÂMETROS OPERACIONAIS DO MÉTODO DE RECUPERAÇÃO WAG-CO2 ATRAVÉS DA SIMULAÇÃO NÚMERICA DE FLUXO DE RESERVATÓRIOS

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Transcrição:

TÍTULO: ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DE PARÂMETROS OPERACIONAIS DO MÉTODO DE RECUPERAÇÃO WAG-CO2 ATRAVÉS DA SIMULAÇÃO NÚMERICA DE FLUXO DE RESERVATÓRIOS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA AUTOR(ES): PEDRO CARLOS XAVIER DE MORAES ORIENTADOR(ES): ANDERSON DO NASCIMENTO PEREIRA

1. RESUMO As acumulações de petróleo encontradas na camada pré-sal brasileira elevaram o Brasil a patamares de grande destaque mundial. Em consequência dos grandes volumes de gás carbônico (CO2) encontrados em alguns reservatórios, um dos desafios colocados é a escolha da melhor estratégia de separação e utilização deste gás. Um método que vem se destacando na produção de óleo do pré-sal é a injeção alternada de água e gás carbônico (WAG-CO2). Portanto, torna-se importante estudar o fluxo de fluidos dentro do reservatório e os fenômenos envolvidos para realizar a previsão da produção. O mais indicado para prever o comportamento da produção é utilizar a simulação numérica de fluxo em reservatórios e adotar um modelo composicional. O presente trabalho tem como objetivo construir um modelo de simulação de um reservatório simples com capacidade de estudar o comportamento desta técnica e comparar a produção do WAG-CO2 com métodos convencionais de recuperação. Para isto foram utilizados os softwares do pacote de simulação da CMG para modelar o reservatório e o comportamento termodinâmico dos fluidos nele presentes. Com o estudo da simulação numérica do WAG utilizando o modelo composicional construído realizou-se uma análise de sensibilidade da alteração dos tamanhos dos ciclos WAG durante o tempo de simulação de forma a identificar aquele que mais favoreceu a produção de óleo. Após determinar o melhor ciclo WAG para o cenário estudado, foram comparados os volumes de óleo produzido com outros dois métodos de recuperação: injeção contínua de CO2 e injeção de água. O melhor ciclo WAG encontrado para este cenário foi a injeção de doze meses de dióxido de carbono e seis meses de água. O método WAG-CO2 apresentou o melhor fator de recuperação quando comparado com a injeção contínua de CO2 e a injeção de água. Portanto, confirma-se que para os reservatórios da camada pré-sal brasileiro com a presença de CO2, a técnica de recuperação avançada envolvendo a injeção alternada de água e gás torna-se uma das melhores soluções em andamento. Além de incrementar o fator de recuperação de óleo agrega também ganhos ambientais por conta do sequestro de carbono. Palavras chave: Recuperação Avançada de Petróleo; Dióxido de Carbono; Injeção Alternada de Água e Gás; Simulação Composicional; Camada Pré-Sal.

2. INTRODUÇÃO Segundo Rosa et al (2006), os objetivos práticos básicos dos métodos de recuperação são o aumento da eficiência de recuperação e a aceleração da produção de petróleo. O método de recuperação chamado de WAG ( Water Alternating Gas ) foi definido por Christiansen et al (2001) como processo no qual uma golfada ( slug ) de gás é injetada seguida por outra de água no mesmo poço. Os dados disponíveis na bibliografia apresentam fortes evidências de que o dióxido de carbono é o melhor gás a ser utilizado para esta aplicação (WAG-CO2) e apontam que este método alcança maiores valores de fator de recuperação de óleo, porque reuni a alta eficiência de varrido da água e a grande capacidade de mobilidade do gás no meio poroso. Por envolver variações consideráveis na composição do óleo é necessária a utilização de um modelo matemático composicional. Jarrel (2002) explicita que os simuladores composicionais utilizados para simulações de processo de injeção de solvente devem ser capazes de utilizar equações de estado para o cálculo do equilíbrio de fases, de representar a miscibilidade por múltiplos contatos e de reunir os componentes hidrocarbonetos em categorias. Para prever o comportamento da produção dos reservatórios utilizando esta técnica, a indústria do petróleo tem como principal ferramenta a simulação numérica de fluxo. No entanto, para que esta ferramenta seja utilizada de forma representativa, correlacionando da melhor maneira possível os dados teóricos e experimentais, torna-se fundamental analisar os principais aspectos e fenômenos envolvidos, bem como selecionar os dados necessários nos simuladores numéricos comerciais para cada caso estudado. 3. OBJETIVOS O presente trabalho tem como objetivo construir um modelo de simulação de fluxo de reservatório de forma a reproduzir o comportamento da produção de um campo petrolífero em condições de pressão, temperatura e composição do óleo similares àquelas encontradas em certos reservatórios do pré-sal, e comparar a produção de óleo alcançada utilizando três diferentes métodos de recuperação: injeção contínua de CO2, injeção de água e a técnica WAG-CO2.

4. METODOLOGIA Para atingir os objetivos propostos, foram selecionados artigos na bibliografia que tratam sobre os principais fundamentos técnicos da injeção de dióxido de carbono e da injeção alternada de água e gás em reservatórios de petróleo, sobretudo as referências que apresentaram um maior detalhamento prático da modelagem composicional do fluido para o estudo da técnica WAG. Em posse desses dados seguiu-se uma metodologia convencional utilizando o software Builder para a construção de um modelo de simulação de fluxo de forma a incorporar e representar os principais aspectos desta técnica. A partir dos dados experimentais apresentados na literatura, utilizou-se o software Winprop para a construção do modelo de fluidos. A simulação numérica de fluxo foi realizada utilizando o software GEM e os resultados foram pós-processados nas ferramentas Results Graphic e Results 3D. Desta forma foi analisada a sensibilidade da alteração do tamanho de ciclos de injeção na produção total de óleo e desenvolvida a comparação entre as produções obtidas com a injeção contínua de CO2, a injeção de água e a técnica WAG-CO2. Assim, evidenciando as principais diferenças e vantagens presentes entre os métodos de recuperação estudados. 5. DESENVOLVIMENTO Inicialmente foi construído um modelo de reservatório simples ordenado em uma malha cartesiana com a dimensão de 150x1x40, totalizando 6000 células. As células possuem tamanho de 30 metros da direção i e 100m na direção j. A espessura total (direção k) do modelo é de 144m divididas em conjuntos de células com 8 m, 4m, 2 m, 4m e 8m de espessura como mostrado na Figura 1. Desta forma obteve-se um maior refinamento nas porções intermediárias que possuem valores melhores de permeabilidade de rocha (100 md) conforme mostrado na Figura 2, de forma a propiciar o avanço das frentes de injeção por esta região. O poço produtor e o poço injetor em extremidades opostas e definido os seus parâmetros operacionais. Para o poço produtor foi definida a pressão de fundo de poço de 10000 kpa e a vazão máxima de líquido de 100 m 3 /d. Para o poço injetor foi definida a pressão de fundo de poço de 65000 kpa, vazão de gás na superfície de 3500 m 3 /d e vazão de água de 60 m 3 /d.

Figura 1: Modelo de simulação construído e espessura das células A temperatura do reservatório ficou definida como sendo 60 C, temperatura equivalente aos reservatórios do pré-sal. A pressão inicial do reservatório foi de 58000 kpa e a compressibilidade da formação de 5,1x10-5 1/kPa. O comportamento da curva de permeabilidade relativa utilizada no modelo buscou representar uma rocha carbonática levemente molhável à agua (Figura 3). Figura 2: Distribuição da permeabilidade absoluta da rocha As propriedades de interação rocha-fluido são representadas pela curva de permeabilidade relativa apresentada na Figura 3, onde a curva vermelha representa a curva de permeabilidade relativa à água e a curva azul ao óleo.

Figura 3: Curva de permeabilidade relativa utilizada no modelo O petróleo é composto por inúmeros componentes. Para uma representação simplificada os seus componentes hidrocarbonetos são agrupados em pseudocomponentes. A pseudoização deste trabalho foi a mesma proposta por Moorgat et al (2013), em que se utiliza 9 pseudocomponentes, expressos na Tabela 1. Tabela 1: Pseudocomponentes e suas Composições. (Fonte/modificado: Moorgat et al (2013)) Lumping: Composição (Fração Molar) Z, Peso Molecular Mw, Temperatura Crítica Tc, Pressão Crítica Pc, Fator Acêntrico Ω, e Parâmetro Mudança de Volume VSP Componente Z Mw (g/mol) Tc (K) Pc (bar) Ω VSP CO2 0.0824 44 304.14 73.75 0.239-0.055 N2-C1 0.5166 16 190.10 45.90 0.011-0.155 C2 0.0707 30 305.32 48.72 0.099-0.100 C3 0.0487 44 369.83 42.48 0.153-0.085 C4-C5 0.0414 63 435.64 36.06 0.210-0.060 C6-C9 0.0656 109 563.30 25.96 0.385 0.036 C10-C14 0.0613 167 652.24 18.75 0.595 0.111 C15-C19 0.0371 237 733.22 13.25 0.680 0.166 C20+ 0.0762 536 907.90 7.98 1.477 0.308

A equação de estado utilizada para prever o comportamento de fases e as massas específicas de óleos e gases foi a equação de Peng-Robinson(1978) (Peng et al, 1978). Os dados experimentais (análise PVT) oriundos do teste de liberação diferencial e do teste de inchamento com CO2 apresentados no trabalho de Moorgat et al (2013) foram utilizados para a realização da modelagem do fluido. A ferramenta Winprop foi utilizada para realizar a regressão desses dados experimentais de forma a ajustar um modelo de fluido que é utilizado no modelo de simulação. Os resultados da regressão estão apresentados nas Figuras 4a, 4 b e 4 c. Figuras 4a, 4b e 4c: Resultados da regressão dos dados experimentais Os pontos dos gráficos representam os dados experimentais, a linha continua representa a tendência dos dados experimentais e a linha tracejada os valores do modelo gerado. Analisando os gráficos da regressão da pressão de saturação e da razão gás óleo (Figuras 4a e 4b), nota-se que a regressão atingiu patamares satisfatórios. Analisando o gráfico da regressão da viscosidade (Figura 4c), nota-se que a regressão não foi muito satisfatória. A viscosidade é um ponto onde geralmente ocorre um maior erro devido à dificuldade de ajustar os dados experimentais com o modelo final de fluido gerado.

Através das simulações no GEM realizou-se a análise de sensibilidade de diferentes tamanhos dos ciclos de injeção da técnica WAG-CO2 na produção do reservatório. Os ciclos de injeção analisados (casos A, B, C, D e E) estão descritos na Tabela 2. Tabela 2: Tempos de injeção dos ciclos WAG. Tempos de Injeção (meses) Ciclo WAG A Ciclo WAG B Ciclo WAG C Ciclo WAG D Ciclo WAG E Água Gás Água Gás Água Gás Água Gás Água Gás 3 3 6 6 12 12 12 6 6 12 Uma vez definido o melhor ciclo WAG que promovesse uma maior recuperação de óleo no reservatório, realizou-se a comparação desta produção com o comportamento da produção empregando outros dois diferentes métodos de recuperação de petróleo: a injeção contínua de CO2 e a injeção de água. 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES A Figura 5 apresenta os resultados do comportamento da produção de óleo do reservatório para os cinco casos estudados. Figura 5: Produção de óleo versus o tempo

De acordo com a Figura 5, o cenário que apresentou o melhor resultado da produção de óleo foi o caso E (injeção de doze meses de dióxido de carbono e seis meses de água), onde ocorre a injeção de gás em um maior tempo se comparado com a injeção de água, o que consequentemente proporciona um maior volume de gás injetado neste caso a cada ciclo. Também nota-se que a menor produção foi obtida no caso D, onde foram injetados maiores volumes de água a cada ciclo. Isto pode ser relacionado à diminuição da eficiência microscópica de recuperação devido ao pequeno volume de gás carbônico injetado. A Figura 6 apresenta o fator de recuperação para os diferentes casos de alteração de ciclo. Nesta figura, percebe-se que o caso E obteve um fator de recuperação de 26% e o caso D de 24,8%. Sendo que a diferenciação no fator de recuperação entre os casos estudados ocorre nos últimos anos da produção, onde no caso E foi possível mobilizar uma maior quantidade de volume de óleo pelo meio poroso. Figura 6: Fator de recuperação de petróleo versus o tempo Após determinar o melhor ciclo para a produção deste campo, sua produção foi comparada com as produções obtidas empregando outros dois métodos de recuperação de petróleo: a injeção contínua de CO2 e a injeção de água. A Figura 7 apresenta os valores de fator de recuperação encontrados para cada um dos métodos estudados.

Figura 7: Fator de recuperação de petróleo versus o tempo De acordo com os resultados apresentados na Figura 7, o método WAG- CO2 apresentou o melhor resultado de fator de recuperação de óleo (25,9%) comparado à injeção contínua de CO2 (22,9%) e à injeção de água (23,4%). Desta forma a técnica WAG, dentro das condições desse estudo, se apresenta uma melhor alternativa em detrimento aos outros dois métodos uma vez que ela se configura justamente pela adaptação e junção dos demais métodos avaliados. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS A construção do modelo composicional para prever o comportamento da produção de um campo utilizando WAG é uma etapa fundamental no estudo de forma a conciliar representatividade dos fenômenos e tempo de simulação. Os dados experimentais de fluido devem passar por um pré-processamento de forma que o modelo de fluido gerado represente estes dados. Portanto quanto mais complexo for o estudo a ser realizado mais robusto precisa ser o modelo, e para isto devem ser minimizados os erros gerados após a regressão dos dados experimentais. Os resultados do trabalho revelam que um maior volume de gás carbônico injetado seguido por um banco de água foi a melhor configuração da técnica WAG- CO2 dentre os cenários estudados. Neste caso, então grandes quantidades de CO2 podem ser utilizadas, o que é mais um benefício da técnica, pois grande parte do

dióxido de carbono injetado nesta técnica fica sequestrada na rocha, evitando assim, que este gás seja emitido para a atmosfera. O método WAG de recuperação melhorada de petróleo se mostra uma alternativa viável para cenários onde reservatórios apresentem grandes quantidades de CO2, pois este gás pode ser utilizado na injeção incrementando o fator de recuperação. Os reservatórios localizados em ambiente offshore, em grandes profundidades, também se mostram fortes candidatos à utilização da técnica em questão, pois devido aos altos valores de pressão apresentados nestes ambientes, o WAG apresentaria valores de fator de recuperação ainda melhores. Portanto, os reservatórios encontrados na camada pré-sal são grandes candidatos à utilização desta técnica, que atualmente se mostra viável tanto do ponto de vista técnico, porque já está em operação no Brasil, do ponto de vista ambiental, o sequestro de dióxido de carbono em grande escala se mostra uma ferramenta importante para reduzir as emissões desse gás na atmosfera, e do ponto de vista econômico, que além do incremento nas receitas com o aumento da produção, existe a possibilidade de gerar capital pela emissão de créditos de carbono. 8. FONTES CONSULTADAS JARREL, P.; FOX, C.; STEIN, M.: Practical Aspects of CO2 Flooding. Soc. Of Pet. Eng. Monograph Series, 2002. MOORGAT, J.: FIROOZABADI, A.; LI, Z.; ESPÓSITO, R. CO2 Injection in Vertical and Horizontal Cores: Measurements and Numerical Simulation. 2013. PENG, D. Y.; ROBINSON, D. B.: The Characterization of the Heptanes and Heavier Fractions. Research Report 28, Tulsa, Oklahoma: Gas Producers Association, 1978. ROSA, A. J.; CARVALHO, R. S.; XAVIER, J. A. D.: Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2006.