SUPERVISÃO ESCOLAR: UM PEQUENO RELATO DAS MUDANÇAS CONTEXTUAIS, OCORRIDAS NA SUPERVISÃO ESCOLAR NO BRASIL. Araceli Milma F. da Cunha (UFPB/ CE) aracelimferreira@gmail.com RESUMO Este artigo pretende descrever as varias formas de supervisão escolar até chegar à que conhecemos hoje, instituída pela Lei de diretrizes e Bases na educação em 1971. Iremos fazer um levantamento histórico intercalando com o que chamamos de supervisão e as suas antigas nomenclaturas nas diversas teorias que conhecemos aos longos dos anos, passando por algumas tendências pedagógicas. Na situação atual da educação, vemos a importância do supervisor educacional, pois ele procura direcionar o trabalho pedagógico na escola onde atua, para que o processo se efetive com qualidade. Palavras- chaves: História, supervisão escolar e transformação. ABSTRACT This article aims to describe the various forms of school supervision until they get to know today, introduced by Law of guidelines and bases in education in 1971. We will make a historical survey interspersed with what we call supervision and its old classifications in various theories that we know the long years of going through some learning trends. In the current state of education, we see the importance of the educational supervisor, as he seeks to direct the educational work in schools where it operates, so that the process becomes effective quality. Keywords : history, school transformation and supervision.
INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo descrever os processos históricos e a evolução da função hoje conhecida como supervisor educacional, afinal hoje a educação está em foco, principalmente na discussão em relação à qualidade que é oferecida nas escolas, conforme Ferreira (2009): A origem a supervisão está na própria natureza de gerência, que é o antagonismo entre os que executam o processo e os que dele se beneficiam. [...] A supervisão educacional só pode ser entendida no âmbito da gestão da educação da qual faz parte como garantia da qualidade do processo educacional, quer implementando políticas educacionais; quer subsidiando com análises críticas para a formulação de novas políticas públicas. (FERREIRA, 2009, p. 107) Iremos iniciar o artigo com a história da criação do curso de pedagogia no Brasil, que teve seu primeiro reconhecimento no ano de 1939 pelo decreto de Lei nº 1.190, inicialmente constituído para formar técnicos de educação, já que o curso superior era apenas solicitado para cargo de concursos. Em seguida, iniciaremos uma pequena explanação sobre os contextos históricos e a supervisão escolar. Começaremos pela época da Companhia de Jesus, onde encontramos o prefeito escolar que tinha uma função parecida com a do supervisor, já em 1827 ouvimos pela primeira vez a palavra supervisor que neste cenário tinha em sua função inspecionar as atividades realizadas. Por fim, teceremos as nossas considerações finais acerca do tema trabalhado. Durante o período monárquico o supervisor tinha como prioridade a área pedagógica administrativa. Já no período da republica ele ganha uma nova nomenclatura, o inspetor, neste momento sua maior preocupação será com os serviços burocráticos. Em 1932 com o manifesto dos pioneiros da educação passou a haver uma cobrança do supervisor, pois quem desejasse ser um especialista teria que passar na faculdade.
Em 1969 o curso de Pedagogia ganha um novo formado com isso foram incluídos quatro habilidades: administração, inspeção, supervisão e orientação. Com essa divisão a função do supervisor se torna mais clara. Sabemos que ainda hoje existe uma grande confusão em relação à função do supervisor dentro da escola, uma função que inicialmente foi criada para inspecionar e atualmente serve para ajudar os professores a usarem teoria e a prática. Sendo assim, tem uma participação direta junto aos professores na responsabilidade de uma educação melhor. Nesse trabalho pretendemos descrever uma conjuntura histórica do supervisor escolar, descrevendo seu processo histórico na atuação com os professores, mostrando as suas contribuições para a escola brasileira. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA RESUMO HISTÓRICO DA CRIAÇÃO DOS CURSOS DE PEDAGOGIA NO BRASIL O curso de Pedagogia no Brasil foi regulamentado pela primeira vez pelo Decreto de Lei nº 1.190 de 1939, sua primeira formação era conhecida como: curso de técnicos de educação, pois os professores realizavam os estudos superiores de Pedagogia para prestar concurso e assumir funções administrativas, de planejamento de currículos, orientação de professores, inspeção de escolas, avaliação do desempenho dos alunos e dos docentes, de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da educação desempenhado no Ministério da Educação, nas secretarias dos estados e nos municípios. Em 1939, o curso de Pedagogia foi padronizado seguindo a linha dos cursos de licenciaturas que eram denominados de esquema 3 + 1, segundo um padrão federal implantado pelo Conselho Nacional de Educação, quem cursasse três anos de estudos na área específica, que abrangia os fundamentos e teorias educacionais, recebia o título de bacharel, e para aqueles que desejassem atuar na área como professores teriam de cursar mais um ano que seria dedicado às disciplinas de Didática e Prática de Ensino para assim receber o título de licenciatura em Pedagogia.
Como afirma Brzezinski (2002, p.44): Segundo o padrão federal eram necessários três anos para cursar o conteúdo específico da área de saber e mais um ano para o curso de didática. Os bacharéis em ciências sociais, filosofia, história natural, geografia e história, química, física, matemática, letras e pedagogia acrescentavam mais um ano de curso à sua formação para se tornarem licenciados. Desse modo, foi regulamentado o sistema de formação de professores que se desenvolveria nas Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras. Foram padronizados os cursos de licenciatura, conforme o disciplinamento exigido na lei. Esse sistema de formação de professores secundários perdurou por 23 anos e passou a história dos estudos pedagógicos em nível superior com denominação esquema 3 + 1. No ano de 1961 foi estabelecido um currículo mínimo para o curso de bacharelado em Pedagogia e para aqueles que desejassem ter a licenciatura teriam que cursar mais um ano no curso de Didática. O bacharelado era composto por sete disciplinas indicadas pelo Conselho Federal de Educação e mais duas que deveriam ser escolhidas pela instituição. Na licenciatura, o estudo previa três disciplinas: Psicologia da Educação, Elementos da Administração Escolar, Didática e Prática de Ensino. De acordo com BRZEZINSKI (1996): O pragmatismo funcional é a própria negação da verticalidade e do aprofundamento da pesquisa, pois não há elaboração da teoria. Foi esse pragmatismo um dos fatores responsáveis pelo desvio do curso de pedagogia, porque o centra mais na vertente profissionalizante. Isso gerou uma situação peculiar bastante contraditória: a pedagogia foi transformada em um campo prático. O professor assim formado passava a dominar métodos e técnicas adequados à prática docente, mas não se aprofundava em estudos da pedagogia como área do saber, isto é, não buscava a teoria elaborada por meio da pesquisa, como se fosse possível separar o indissociável: teoria e prática. (BRZEZINSKI, 1996, p.42). Segundo Brito, a Lei da Reforma Universitária 5.540 de 1968 facultava que a graduação em Pedagogia deveria oferecer habilitações em supervisão escolar, orientação, administração e inspeção educacional:
Em 1969, o Parecer CFE n. 252, que dispunha sobre a organização e o funcionamento do curso de Pedagogia, indicou como finalidade do curso preparar profissionais da educação e assegurava a possibilidade de obtenção do título de especialista, mediante complementação de estudos. O mesmo Parecer prescrevia a unidade entre bacharelado e licenciatura, fixando a duração do curso em 4 anos. Como licenciatura, permitia o registro para o exercício do magistério nos cursos normais, posteriormente denominados magistério de 2º grau e, sob o argumento de que quem pode o mais pode o menos ou de que quem prepara o professor primário tem condições de ser também professor primário, permitia o magistério nos anos iniciais de escolarização. Ressalta-se, ainda, que aos licenciados em Pedagogia também era concedido o registro para lecionar Matemática, História, Geografia e Estudos Sociais, no primeiro ciclo do ensino secundário, anterior a 1972. (BRITO, s/d, p. 1). De acordo com o artigo de Brito (s/a), em 1969, o parecer do CFE nº 252, que dispunha sobre a organização e o funcionamento do curso de Pedagogia, mostrou que a finalidade do curso era preparar profissionais da educação e assegurava a possibilidade de obtenção de título de especialista, mediante estudos. O mesmo parecer informava que a unidade de bacharelado e licenciatura teriam a duração de 4 anos. A licenciatura permitia o registro para ensinar o magistério nos cursos normais e permitia também lecionar nas áreas de Matemática, História, Geografia e Estudos Sociais no primeiro ciclo do ensino secundário. No início de 1980, as universidades principiaram as reformas curriculares, de modo a formar, no curso de Pedagogia, professores para atuarem nas áreas da educação pré-escolar e nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Desde então, percebemos que foi constituindo como principal vertente a formação de docentes para atuar na área da Educação Básica, ou seja, no Ensino Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental. De acordo com as Diretrizes Curriculares do curso de licenciatura em Pedagogia homologadas pelo Senhor Ministro de Estado da Educação, respectivamente, conforme despachos publicados no DOU de 15 de maio de 2006 e no DOU de 11 de abril de 2006, resolve: Art. 1º A presente Resolução institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura, definindo princípios, condições de ensino e de aprendizagem, procedimentos a serem observados em seu planejamento e avaliação, pelos órgãos dos
sistemas de ensino e pelas instituições de educação superior do país, nos termos explicitados nos Pareceres CNE/CP nos 5/2005 e 3/2006. Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicamse à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos (Resolução cne/cp nº 1, de 15 de maio de 2006.). Podemos afirmar que o curso de Pedagogia hoje abrange, em 2011, três núcleos de estudos: propiciar a formação do profissional que deve educar e administrar a aprendizagem; alfabetizar em múltiplas linguagens; estimular e preparar para a continuidade dos estudos; integrar a gestão escolar, na prática de sentido pedagógico, ou seja, planejar, executar, coordenar, acompanhar e avaliar tarefas, próprias do setor da Educação e nas práticas escolares e não escolares. Nessa perspectiva, percebemos que houve uma grande evolução do curso de Pedagogia, já que, inicialmente, ele não tinha uma estrutura que mostrasse a função do pedagogo, mas após várias discussões e debates, o curso contribuiu com aspectos importantes no cenário educacional do Brasil, uma vez que foi através de sua criação e evolução que profissionais da área desenvolveram valorosos trabalhos e concretizaram diversos métodos de ensino que puderam contribuir com o processo de educacional. AS VÁRIAS FORMAS DA SUPERVISÃO ESCOLAR. Podemos dizer que a história da educação no Brasil se inicia com a chegada dos jesuítas, na tentativa de catequizar os índios. O ensino foi orientado por um plano geral dos jesuítas conhecido como ratio studiorum. Conjunto de normas criado para regulamentar o ensino nos colégios jesuíticos. Sua primeira edição, de 1599, além de sustentar a educação jesuítica ganhou status de norma para toda a Companhia de Jesus. Tinha por finalidade ordenar as atividades, funções e os métodos de avaliação nas escolas jesuíticas. Não estava explícito no texto o desejo de que ela se tornasse um método inovador que influenciasse a educação moderna, mesmo assim, foi ponte entre o ensino medieval e o moderno. Antes do documento em questão ser elaborado, a ordem tinha suas normas para o regimento interno dos colégios, os chamados
Ordenamentos de Estudos, que serviram de inspiração e ponto de partida para a elaboração da Ratio Studiorum. A RatioStudiorum se transformou de apenas uma razão de estudos em uma razão política, uma vez que exerceu importante influência em meios políticos, mesmo não católicos. O objetivo maior da educação jesuítica segundo a própria Companhia não era o de inovar, mas sim de cumprir as palavras de Cristo: Docete omnes gentes, ensinai, instrui, mostrai a todos a verdade. Esse foi um dos motivos pelos quais os jesuítas desempenharam na Europa e também no chamado Novo Mundo o papel de educadores, unido à veia missionária da Ordem. Para seu estudo é obrigatória a leitura da tradução do documento para o português, feita pelo padre jesuíta Leonel FRANCA (1952).( RATIO STUDIORUM < http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_ratio _studiorum.htm > acesso em 25/11/2013) No documento já existia uma leve pincelada do que hoje chamamos de supervisor escolar. Pois na ratio existia uma figura chamada de prefeito geral de estudos como assistente do reitor que tinha como função auxiliar na boa coordenação de estudos. Na reforma surgiu o cargo de diretor geral dos estudos e a designação de concessionários para fazer, em cada local, o levantamento do estado das escolas, nesse sentido a ideia de supervisão seria com os aspectos políticos- administrativos, ou seja, administração e inspeção. No ano de 1827 foram instituídas as escolas de primeiras letras nas cidades, vilas e lugares populosos do império perante o método de ensino mútuo em que o professor desempenha a função de professor e de supervisão. E em 1934 surgiu uma necessidade da criação do cargo de inspetor de estudos. Segundo Almeida apud Saviani (2006, p. 22): Durante as horas de aula para as crianças, o papel do professor limitou-se a supervisão ativa de círculo em círculo, de mesa em mesa, cada círculo e cada mesa tendo à sua frente um monitor, um aluno mais avançado, que ficava dirigindo. Fora destas horas, os monitores recebiam, diretamente dos professores, uma instrução mais completa, e não era raro ver os mais inteligentes adquirirem a instrução primária superior. Em 1854 foi criada a reforma Couto Ferraz que estabelece em umas das suas leis a incumbência do inspetor geral: Os professores particulares ficam obrigados a dar aos respectivos inspectores todas as informações e esclarecimentos que lhes forem
exigidos acerca das mesmas escolas, e bem assim a enviar, no fim de cada trimestre, e annualmente, mappas do número de seus alumnos, e do gráo de aproveitamento que apresentam. Artigo nº 112 da reforma Próximo ao fim do período monárquico, surgem varias reformas para tentar organizar o sistema de ensino no país, com isso a função de supervisor se torna fundamental para organização pedagógica- administrativa. Durante o período republicano a reforma da instrução pública paulista criou entre outros órgãos de educação, o inspetor de ensino, que tinha como função orientar, porem, na época, se caracterizou por ser uma ação burocrática em uma desvantagem das funções pedagógicas. Na década de 20 surge uma tendência pedagógica em que uma das suas características principais é incluir as técnicas, pois tem como função primordial formar profissionais da educação, ou seja, técnicos. Com isso existe a necessidade de separar a área administrativa da área pedagógica, e assim, entra a figura do supervisor, um dos principais pontos é que o supervisor ficará responsável pela parte técnica administrativa. Em 1932, com o manifesto dos pioneiros da educação, com o contexto do ideário escolanovista, neste cenário surgem os especialistas em educação, entre eles o supervisor que deveria ser formado pela faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, que foi criada pela reforma de Francisco Campos, em 1931. Depois da segunda Guerra Mundial, foi iniciado, nos Estados Unidos, e implantado nos países considerados subdesenvolvidos, um programa de assistência, um dos mais conhecidos foi o PABAEE1 que foi instalado no estado de Minas Gerais. Esse sistema tinha como principal destaque articular a supervisão nas escolas primárias, entretanto, houve um maior desempenho nos estados de Goiás e São Paulo. Segundo Peixoto apud Rangel (2001, p. 40), a supervisão gestada no âmbito das reformas escolanovistas tinham como eixo de suas atividades, a escola. Esperava-se que os supervisores atuassem sobre o trabalho do professor nas escolas. Segundo Abdulmassih e Rodrigues (2007, p. 2), em 1958, 14 professores foram enviados à Universidade de Bloomington, Estado de Indiana (EUA) para se especializarem, e posteriormente, fundarem em Belo Horizonte, os cursos de formação
de supervisores que mais tarde seriam espalhados por todo o Brasil. Os autores (Abdulmassih e Rodrigues 2007, p. 4) destacam: A supervisão educacional brasileira é produto da assistência técnica norte-americana prestada aos países da América Latina, objetivando mudança de mentalidade para se alcançar um nível de vida mais sadio e economicamente produtivo, impedindo, dessa forma, a penetração do comunismo. No final da década de 60, de acordo com o parecer de nº 252 de 1969, o curso de Pedagogia deveria ter uma organização em forma de habilidades, seriam elas: administração, inspeção, supervisão e orientação. Com essa nova estrutura fica mais clara a função de supervisor. Lembramos que a profissão já havia sido regulamentada pela lei de nº 5564 de 21 de dezembro de1968, antecipando, portanto o parecer de nº 252 de 1969. Como destaca Marroco e Zanelato: A lei 5.5.40/68 (Art. 30) estabelecia que a formação dos professores para o ensino de segundo grau, de disciplinas gerais e técnicas e preparo de especialistas para os trabalhos de planejamento, supervisão, administração, inspeção e orientação nas escolas seria feito no ensino superior. No entanto, o Decreto Lei 464/69 (Art. 16) estabelecia que enquanto não houver em número bastante, os professores e especialistas a que se refere o Art. 30, a habilitação para as respectivas funções será feita mediante exame de suficiência, realizado em instituições oficiais de ensino superior indicadas pelo Conselho Federal de Educação. É importante ressaltar que o ideário que orientou a formação do supervisor, especificamente, se fundamentou na pedagogia tecnicista. Que tinha como objetivo político a capacitação e o treinamento dos Supervisores e demais profissionais da educação, para atender as demandas do setor produtivo capitalista. Seguindo o modelo Taylorista implantado nas fábricas. (Supervisão Escolar: um olhar para o contexto histórico brasileiro < acesso em 25/11/2013). Durante a reta final da década de 70, foi iniciada uma organização pelos sindicatos, na tentativa de resistir à repressão imposta pelo regime militar á sociedade. Os educadores progressistas, a procura de respostas, inicia uma crítica severa ao sistema a política educacional.
Entretanto, nos períodos de 60 até 70 foram implantadas duas associações de extrema importância para os supervisores no Brasil, A ASSERS e ASEEP. Entre as décadas de 70 e 80, foram criadas 13. Abdulmassih e Rodrigues (2007, p. 7) esclarecem o objetivo de tais organizações: As associações de supervisores e orientadores, objetivavam a recuperação da pessoa do educador e defendiam o diálogo e a integridade do trabalho pedagógico contra uma especialização imposta e estéril. Lutavam pela consolidação de um projeto educacional que conduzisse a omnilateralidade, ou seja, um trabalho humano na sua dimensão espiritual e material, que levara em consideração a totalidade social rompendo deste modo a mera fragmentação implantada pelo trabalho de caráter capitalista. A década de 80 foi considerada pelo movimento crítico, o supervisor foi apontado como um dos causadores do insucesso escolar, neste período, a função de supervisor escolar foi extinta, mas a falta deste profissional foi sentido pelos professores. Então se viu uma necessidade de mudanças, o supervisor não precisava do poder, mas sim, de uma articulação de um profissional que executasse um trabalho coletivo, interdisciplinar e democrático. Já durante a década de 90 há um redescobrimento da supervisão, pois é vista como uma dos instrumentos que ajudaram a melhorar nas mudanças escolares, o sistema político ver a figura do supervisor como um mediador para implantar as novas propostas pedagógicas. Destacamos que existem várias discussões sobre a regularização e do exercício da profissão e das nomenclaturas. O que podemos afirmar é que esse profissional se tornou importante para o funcionamento da escola no estado atual. CONSIDERAÇÕES FINAIS O contexto histórico da supervisão escolar no Brasil é necessário para percebemos à evolução que esse profissional passou ao longo dos anos. Percebemos que ele deixa de ser um mero observador e passar a ser um modificador do meio em que atua.
Inicialmente, a Supervisão Escolar foi praticada no Brasil em condições que produziam a não elaboração da vontade do supervisor. E esse era, exatamente, o objetivo pretendido com a supervisão que se introduzia para uma sociedade controlada, uma educação controlada; um supervisor controlador e também controlado. Perceber qual o contexto histórico em que se encontra o supervisor e mostrar a verdadeira imprescindibilidade apresentada socialmente, ajuda na compreensão do supervisor como centro de mudança da prática pedagógica. Com esse estudo concluímos que o sistema educacional exige mudanças pelos que o compõem, conseguimos observar muitas mudanças que ocorreram com o supervisor escolar, hoje um profissional indispensável para garantir um bom desempenho nas instituições educacionais. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS MEDINA, A. S. Novos olhares sobre a supervisão. Supervisor Escolar: parceiro político-pedagógico do professor. Campinas, SP: Papirus, 1997. NAURA, Syria Carrepeto Ferreira. Supervisão Educacional para uma escola de qualidade: da formação á ação. 5ª Ed. São Paulo: Cortez, 2006. SILVA, Naura Syria F. Corrêa da. Supervisão educacional: uma reflexão crítica. Petrópolis, Vozes, 1987. SAVIANI, Demerval: A Supervisão Educacional em Perspectiva Histórica: da função á profissão pela mediação da idéia. In FERREIRA, Naura Syria Carapeto (org). Supervisão educacional para uma escola de qualidade. 5ª Ed São Paulo: Cortez, 2006. RANGEL, Mary (org.). Supervisão Pedagógica: Princípios e práticas. Campinas, SP: Papirus, 2001.
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_ratio_studiorum.htm acesso em 25/11/2013 http://www.partes.com.br/educacao/supervisaoescolar.asp acesso em 20/11/2013