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Transcrição:

Página1 EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS BANCO J SAFRA S/A, por seus advogados que esta subscrevem, vem, com fundamento nos artigos 522 e seguintes, do Código de Processo Civil, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO, em desfavor da decisão do ID: 3377590 proferida nos autos da AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO COM PEDIDO LIMNAR que promove em face CAROLINE PICININI CLETO MOREIRA, também qualificado, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos. Requer seja recebido o presente recurso, no efeito suspensivo e ativo, pois se assim não for, causará sérios prejuízos ao Agravante, conforme as razões anexas, bem como, pelo artigo 558, do Código de Processo Civil. recurso. Por fim, requer a juntada da guia devidamente paga referente ao preparo do Nestes termos pede provimento. Belo Horizonte, 23 de outubro de 2015. MARCELO MICHEL DE ASSIS MAGALHAES OAB/MG 91.045

Página2 Processo origem: 7ª Vara Cível de Belo Horizonte /MG AÇÃO: Busca e Apreensão com Pedido Liminar Número de origem: 5000910-33.2015.8.13.0145 Agravante: BANCO J SAFRA S/A Agravado: CAROLINE PICININI CLETO MOREIRA Decisão agravada ID: 3377590 Certidão de intimação fls:id: 3419344 Procuração do Agravante fls: ID: 2502666 Procuração do agravado: NÃO HÁ Agravado não citado PEÇAS TRASLADADAS: CÓPIA INTEGRAL DO AUTOS que os advogados infraassinados declaram que conferem com as originais que se encontram nos autos conforme art. art. 544, parágrafo 1º. da lei 10.352/01. PROCURADOR DO AGRAVANTE: MARCELO MICHEL DE ASSIS MAGALHAES, inscrito na sob nº OAB/MG 91.045, com endereço à Rua Jaguari, 519, Bairro Bonfim, Belo Horizonte/MG, Telefone : 31-3505-5128, sendo certo que a parte Agravada não possui advogado constituído, NÃO TENDO OCORRIDO A CITAÇÃO da agravada nos autos supra mencionados. PROCURADOR DO AGRAVADO: Parte não foi citada

Página3 RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Processo origem: 7ª vara Cível de Belo Horizonte/MG AÇÃO: Busca e Apreensão com Pedido Liminar Número de origem: 5000910-33.2015.8.13.0145 Agravante: BANCO J SAFRA S/A Agravado: CAROLINE PICININI CLETO MOREIRA Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, Eméritos Desembargadores, DA TEMPESTIVIDADE A decisão que negou seguimento aos embargos de declaração opostos foi disponibilizada em 08/10/2015, sendo que a ciência do agravante se deu em 15/10/2015, assim, considera-se publicada a decisão em 16/10/2015 (sexta feira), o prazo inicial, findando-se em 26/102015 (segunda-feira). Tempestivo, portanto, é o presente recurso de Agravo de Instrumento. Do cabimento do agravo de instrumento face a lei 11.187/2005 Das razões para o recebimento deste no efeito suspensivo Inicialmente, como é sabido, o advento da Lei 11.187/05 teve o condão de alterar os artigos 522, 523 e 527 todos do Código de Processo Civil, oportunidade em que a mesma dispôs sobre o novo procedimento adotado nas decisões interlocutórias, onde o agravo ficará retido aos autos até prolação da sentença, salvo em decisões que provoquem lesão grave e de difícil reparação.

Página4 Assim, o caso em comento merece atenção de Vossas Excelências quanto a análise e necessidade no recebimento do presente AGRAVO DE INSTRUMENTO com efeito suspensivo, senão vejamos: Trata-se de Ação de Busca e Apreensão com pedido Liminar proposta em razão do inadimplemento contratual da parte Agravada, contrato de alienação fiduciária juntado aos autos, com fulcro no Decreto Lei 911/69 com a nova redação dada pela Lei 10.931/02. Assim, às fls. ID:3377590 e 2883438 o MM Juízo a quo deferiu parcialmente liminar ao interpretar de forma diversa o instituto da PURGAÇÃO DE MORA, pois, DESCONSIDEROU TOTALMENTE O ART. 3º DO DEC.LEI 911/69, e possibilitou a purga da mora APENAS E TÃO SOMENTE após a CITAÇÃO do agravado, o que destoa totalmente da Lei em comento, dos julgados deste Eg.TJMG e da já ratificação da tese feita pelo STJ, REsp 1.418.593 / MS (com efeitos do artigo 543-C, do Código de Processo Civil), ou seja, a purgação de mora decorre da execução da medida liminar e não da ciência da parte. Para evitar prejuízos de purgações de mora indevidas e ou incompletas, induzindo inclusive o agravado a possibilidade legalmente inexistente a r. decisão do ID: 3377590 e 2883438 merece ser reformada. Desta feita, requer seja o presente recurso recebido como agravo de instrumento com efeito suspensivo, uma vez que o agravado encontra-se em mora em várias parcelas.. DOS FATOS E FUNDAMENTOS As partes realizaram contrato de financiamento com alienação fiduciária do veículo descrito na inicial, assim, desde o início do contrato o requerido ora Agravado não honra seu compromisso, todavia continua em posse do o veículo. Desta feita, em desfavor do agravado, devidamente notificado, foi proposta a presente ação, não obstante, O MM Juiz aquo, deferiu a liminar de forma diversa ao que prescreve o DL.911/69 alterado pela 10.931/04 senão vejamos : Senão vejamos:

Página5 Citar a parte ré para, querendo, no prazo legal, oferecer contestação ou purgar a mora, na forma do artigo 3º, do Decreto-Lei 911/69, com as modificações trazidas pela Lei 13.043/2014. O artigo 3º, 2º do Decreto-Lei 911/69 com a nova redação dada pela Lei 10.931/04 assim determina: Art 3º O Proprietário Fiduciário ou credor, poderá requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciàriamente, a qual será concedida Iiminarmente, desde que comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor. 1 o Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendo às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do ônus da propriedade fiduciária. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004) 2o No prazo do 1o, o devedor fiduciante poderá pagar a integralidade da dívida pendente, segundo os valores apresentados pelo credor fiduciário na inicial, hipótese na qual o bem lhe será restituído livre do ônus. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004) 3 o O devedor fiduciante apresentará resposta no prazo de quinze dias da execução da liminar (Redação dada pela Lei 10.931,de 2004) 4 o A resposta poderá ser apresentada ainda que o devedor tenha se utilizado da faculdade do 2 o, caso entenda ter havido pagamento a maior e desejar restituição.(redação dada pela Lei 10.931, de 2004) Pois bem, após o deferimento da liminar e uma possível apreensão do veículo, o Requerido poderá efetuar o pagamento da integralidade da dívida no prazo previsto em lei, sendo-lhe o veículo restituído livre de qualquer ônus, O PRAZO é da EXECUÇÃO DA MEDIDA e não da CITAÇÃO do devedor. Cumpre esclarecer ainda, que a presente demanda tem por finalidade a busca e apreensão do veículo dado em garantia contratual devido a inadimplência do Requerido, não tem finalidade de cobrar do mesmo, mesmo porque, vários contatos já foram realizados na tentativa de recebimento das parcelas vencidas, sem que o Requerido demonstrasse qualquer interesse em regularizar o contrato.

Página6 DO PRAZO PARA PURGAÇÃO DE MORA Conforme dispositivo legal o prazo para purgação de mora é da execução da medida e não da citação, uma vez que o bem pode estar em mãos de terceiros, em pátios públicos abandonado entre outros, e a alteração da Lei 10.931/04 veio a este sentido: agilizar a retomada e possibilitar a venda do bem após o prazo da purgação de mora ( 05 dias ) : Art 3º O Proprietário Fiduciário ou credor, poderá requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciàriamente, a qual será concedida Iiminarmente, desde que comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor. 1 o Cinco dias após executada a liminar mencionada no caput, consolidar-se-ão a propriedade e a posse plena e exclusiva do bem no patrimônio do credor fiduciário, cabendo às repartições competentes, quando for o caso, expedir novo certificado de registro de propriedade em nome do credor, ou de terceiro por ele indicado, livre do ônus da propriedade fiduciária. (Redação dada pela Lei 10.931, de 2004) Consoante dispõe o art. 3º, 1º, do Decreto-lei nº. 911/69 foram introduzidas no sentido de facilitar o processo de retomada do bem, em decorrência da inadimplência do devedor, de modo a eliminar obstáculos à efetivação do direito do credor, para que, rapidamente, possa recuperar o valor correspondente ao seu crédito, não havendo ofensa aos princípios constitucionais uma vez que o prazo da contestação foi dilatado, tanto em tempo quanto em matéria. Urge salientar que o prejuízo do Agravante se demonstra na cristalina situação do locupletamento indevido do Agravado, tendo-se em vista que o Agravante despendeu recursos de seu patrimônio em favor do Agravado, que adquiriu o bem objeto da presente demanda, e que, por sua vez, é garantia fiduciária do contrato que instruiu a exordial, mantendo-se, o Agravado, na posse da garantia indevidamente, permanecendo inadimplente com suas obrigações contratuais e se resultar o cumprimento da medida liminar, o bem não poderá ser vendido no prazo legal, pois no r. despacho de fls. ID: 3377590 e 2883438, pode ser entendido que APÓS A CITAÇÃO DO RÉU TERÁ 005 DIAS PARA PURGAR A MORA, SENDO QUE, SE O VEÍCULO FOR APREENDIDO COM TERCEIROS, ESTA CITAÇÃO PODERÁ DEMORAR MESES, OU ATÉ ANOS,

Página7 perecendo e decaindo seu valor de mercado com isso também será prejudicado o pagamento do próprio contrato e débito do devedor. Ou seja, o veículo poderá ser apreendido com terceiros ( o que infelizmente é comum ) ou o Requerido não ser citado no momento da apreensão, o Agravante ficará com o veículo desgastando no pátio do leiloeiro, até que o Requerido seja citado, e é sabido que, variáveis podem ocorrer até a citação ser efetivada ( fraude, apreensão do veículo por crime ou outros processos, ou por ilícitos administrativos Detrans e etc ) um processo como este, no mínimo, estando as varas cível apinhadas de feitos, a citação pode dar-se quase anos depois ; Se todos os veículos com gravame de alienação fiduciária que forem apreendidos tiverem que esperar o julgamento final da demanda, não vai haver pátio nem para guardá-los ; assim como é que em muitos casos, a citação nos casos de busca e apreensão pode até dar-se-á por edital, porém antes deste procedimento vão ocorrer vários mandados e talvez anos para completar a tríade processual, motivo pelo qual, o legislador modificou o Dec.Lei 911/69 com as alterações da lei 10.931/04 culminando no art. 3º, 1º, da lei em comento; Ademais, no tocante ao dano de difícil reparação, que por sua vez, fundamenta o presente recurso na forma de instrumento, caracteriza-se pela forma diversa com que o D.Juízo a quo tratou a matéria, alterando parcialmente o procedimento do Decreto-lei 911/69 ; DOS POSSÍVEIS PREJUÍZOS ÀS PARTES (AGRAVANTE E AGRAVADO ) Ainda neste ínterim, tendo-se em vista que, se a garantia não for apreendida liminarmente, e vendida rapidamente, o dano causado à Agravante será de difícil reparação, haja vista que o Agravado sequer demonstrou interesse de saldar o seu débito amigavelmente, mantendo-se inadimplente por todo este tempo e o bem que é garantia do contrato e que notoriamente serviria para o Agravante recuperar o seu crédito, após apreendido pode e vai se deteriorar física e monetariamente e não poderá saldar ou amortizar o débito do Agravado como deveria e no montante que deveria. Ou seja, a chance de, o bem ser apreendido, vendido por preço que possa pagar a dívida ao qual garante ou pelo menos amortizar grande parte também se esvai caso isso

Página8 seja feito somente após a citação, o débito do Agravado também aumentará com o tempo inversamente proporcional com o que acontecerá com o bem dado em garantia. Pode até ser interesse o agravado finalizar o contrato com a venda do veículo, podendo em outra ação requerer o que lhe for de direito, como prestação de contas, restituição de valores pagos, caso acredite ter pago valores maiores e diferentes do acordado... Diante do ocorrido, não pode de forma alguma o Agravante concordar com o r. despacho de fls., que é o motivo da interposição do presente recurso na forma de instrumento. Conforme se pode verificar nos autos, o ora Agravado não efetuou o pagamento das parcelas conforme avençado, e quando houver a apreensão seja negado vigência da Lei (Dec.Lei 911/69 com as alterações da lei 10.931/04 culminando no art. 3º, 1º ), o que embasa ainda mais a interposição do presente, com o intuito de que o bem seja consolidado à posse do Agravante. Neste passo, o Agravante está sofrendo e sofrerá sérios prejuízos, pois disponibilizou o capital para a aquisição do bem, em contrapartida o Agravado deveria pagar as prestações nas datas acordadas, fato este que não está ocorrendo, caracterizando facilmente o periculum in mora e fumus boni juris. O Agravado tomou valor em financiamento e não efetuou o pagamento previsto no contrato, nas diversas vezes em que foi instado ao mesmo, permanecendo usufruindo de um bem sem por ele pagar o devido, atitude essa que não deve merecer guarida do Poder Judiciário. Afinal, a intimação do Agravado para purga da mora antes da apreensão liminar do veículo, vem a desvirtuar a natureza da presente demanda, que de possessória e ou especial se tornará uma ação de cobrança. O que o Agravante pretende, é tão somente o cumprimento da Lei, preservando, contudo, os princípios da ampla defesa e do contraditório. Nesse passo, a atribuição do efeito suspensivo e ativo ao presente Agravo, suspendendo-se a decisão proferida pelo Juízo da 4ª Vara Cível da comarca de Contagem e o deferimento da medida liminar pleiteada nos termos do art.3ª do Dec.Lei 911/69 alterado pela 10.931/04, é medida que se impõe, ou seja, o prazo para efetivação do instituto observar-se-á a execução da medida liminar.

Página9 CONCLUSÃO E PEDIDOS Diante de todo o exposto, requer o recebimento do presente recurso na modalidade de instrumento e no indispensável efeito suspensivo e ativo, pois se assim não for, causará sérios danos ao ora Agravante, conforme exposto ao longo da presente. Requer ainda, o provimento in totum do presente recurso de Agravo de Instrumento, para reformar da r. decisão de fls. ID3377590 e 2883438, e deferir a medida liminar nos moldes do art.3ª do Dec.Lei 911/69 alterado pela 10.931/04 e consolidada jurisprudência do STJ a respeito do tema, no que tange a purgação de mora e seu prazo do cumprimento da liminar. Nestes termos pede Provimento. Belo Horizonte, 23 de outubro de 2015. MARCELO MICHEL DE ASSIS MAGALHAES OAB/MG 91.045