COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LINGUA PORTUGUESA (CPLP) Profº Marcelo Câmara
HISTÓRICO Encontro de Chefes de Estado e de Governo de Língua Portuguesa de São Luís (1989) iniciativa do Presidente José Sarney e do Ministro da Cultura e depois Embaixador brasileiro em Portugal, Dr. José Aparecido de Oliveira Participaram os mandatários de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe (Timor-Leste se encontrava sob ocupação da Indonésia e a Guiné Equatorial não tinha adotada a língua portuguesa como oficial) No encontro na capital maranhense foi criado o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), com sede em Praia/Cabo Verde Em 1994 e 1995 foram realizadas em Brasília reuniões preparatórias dos Ministros dos Negócios Estrangeiros e das Relações Exteriores dos sete países Cimeira de Lisboa (1996) constitutiva da CPLP O Timor-Leste e a Guiné-Equatorial aderem à Comunidade em, respectivamente, 2002 e 2015.
ESTRUTURA - I Conferência de Chefes de Estado e de Governo (reuniões bienais) Conselho de Ministros (Ministros dos Negócios Estrangeiros e das Relações Exteriores) Comitê de Concertação Permamente (CCP), com sede em Lisboa Secretariado Executivo (composto por um Secretário-Executivo, um Diretor-Geral e três diretorias: Cooperação, Ação Cultural e Língua Portuguesa, Finanças) SecEx: Dra. Maria do Carmo Silveira (STP) IILP (integrado à CPLP em 2005) Reuniões Ministeriais Setoriais Reunião de Pontos Focais da Cooperação Assembleia Parlamentar da CPLP Grupos CPLP
ESTRUTURA - II A CPLP oferece a possibilidade de associação por meio das categorias de Observador Associado (países e organizações internacionais) e Observador Consultivo (entidade das sociedades civis dos nove países) Observadores Associados: Maurício, Senegal, Geórgia, Japão, Namíbia, Turquia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia e Uruguai. Submeteram recentemente pleito formal ao estatuto de Observador Associado: Marrocos, Suazilândia, Israel e Côte d Ivoire. Antes de tornar-se Estado membro da CPLP em 2015, a Guiné-Equatorial foi Observador Associado entre 2006 e 2014. A Assembleia Parlamentar da CPLP foi instituída em 2009, em substituição do Foro Parlamentar da CPLP. Sua 6ª reunião ocorreu em Brasília (2016) Fórum da Sociedade Civil da CPLP Orçamento: Contribuições obrigatórias (contribuição brasileira corresponde a 28% do total) e contribuições ao Fundo Especial
VALORES E OBJETIVOS DA CPLP VALORES COMPARTILHADOS: igualdade soberana dos Estados, nãoingerência em assunto internos, primado da paz, da democracia, do Estado de direito e dos direitos humanos. OBJETIVOS: i) Concertação político-diplomática -Apoio institucional em momentos de desestabilização política na Guiné- Bissau, Moçambique e no Timor-Leste -Missões de Observação Eleitoral Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste -Candidaturas pleitos brasileiros à Direção da FAO e OMC. ii) Cooperação técnica e institucional -Ponto focal da cooperação no Brasil: Agência Brasileira de Cooperação (ABC) -Fórum Permanente para a cooperação econômica entre a China e os Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs) Fórum de Macau -iii) Promoção da Língua Portuguesa
PROMOÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA A língua Portuguesa é o principal distintivo da CPLP. Trata-se da terceira comunidade linguística depois da Commonwealth (52 membros) e a Organisation internationale de la francophonie (54 membros + 4 Estados associados) O português é a sexta língua mais falada no mundo (mandarim, inglês, espanhol, árabe, hindu) e a primeira no hemisfério sul. No Brasil estão 85% dos falantes da língua portuguesa. O país concentra também igual proporção do PIB agregado da CPLP. Em 2010, sob iniciativa brasileira, foi organizada em Brasília, a I Conferência sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial. Na ocasião foi adotado o Plano de Brasília que, entre outros, mandatou o IILP a coordenar projetos do Vocabulário Ortográfico Comum (VOC), harmonização das Terminologias Técnicas e Científicas (TCTC) e apoio ao Português na Diáspora. Em Lisboa (2013) e Díli (2016) foram realizadas, respectivamente, a II e III Conferências sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial Fortalecimento do IILP como órgão de promoção do idioma português como veículo de cultura, educação, informação e conhecimento científico.
Prof. Marcelo ACORDO Câmara ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (AOLP), cuja negociação foi ultimada em 1990, é um tratado internacional do qual fazem parte todos os países da CPLP (à exceção da Guiné-Equatorial), com o objetivo de superar a multiplicidade de ortografias oficiais do português. O Brasil incorporou o AOLP ao seu ordenamento jurídico em 2008. Após seguidos adiamentos, as regras do AOLP tornaram-se, a partir de 1/1/16, as únicas em vigor no país. Em maio de 2015, o AOLP tornou-se a única norma ortográfica vigente em Portugal e em Cabo Verde. O AOLP foi ratificado pelos demais países lusófonos, à exceção de Moçambique e Angola.
PRESIDÊNCIA BRASILEIRA DA CPLP (2016-2018) Promoção no espaço CPLP da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável Resultado de processo negociador iniciado pela Conferência Rio+20 (2012), a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável estabeleceu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas associadas. Brasil favorece a promoção do diálogo político, troca de experiências e boas práticas com o envolvimento dos Governos, setor privado, sociedade civil e organizações internacionais com vistas à implementação dos ODS: 1-Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; 2-Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável; 3-Assegurar a vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades 4-Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. 5-Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
PRESIDÊNCIA BRASILEIRA DA CPLP (2016-2018) 6-Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e o saneamento para todos. 7-Assegurar a todos o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia. 8-Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho para todos. [9-Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.] 10-Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles. 11-Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. [12-Assegurar padrões de consumo e produção sustentáveis.] 13-Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e os seus impactos. [14- Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos.] [15-Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda da biodiversidade.] 16- Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. [17-Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável].