Avaliação de Área de Cobertura de Sinal Eletromagnético de Dispositivos de Comunicação de Dados Sem Fio Instalados em Medidores de Energia Elétrica



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Transcrição:

XIX Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI 2010 22 a 26 de novembro São Paulo - SP - Brasil Avaliação de Área de Cobertura de Sinal Eletromagnético de Dispositivos de Comunicação de Dados Sem Fio Instalados em edidores de Energia Elétrica Renato T. R. Almeida Hartus G. Barbosa Eliã. Lima Ifes Ifes Zaruc rtannure@ifes.edu.br zaruc@zaruc.com.br zaruc@zaruc.com.br Thiago S. Ornellas Danilo P. Pozzi Rubens C. Cortes Zaruc Zaruc Zaruc zaruc@zaruc.com.br zaruc@zaruc.com.br rubens@zaruc.com.br Palavras-chave edição Telecomunicações Rádio Comunicação Serial RESUO Este trabalho apresenta resultados da avaliação de protótipos implementados em um projeto de desenvolvimento tecnológico e inovação em andamento na empresa Zaruc, sediada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Espírito Santo Ifes. O sistema em desenvolvimento visa minimizar as perdas comerciais decorrentes do processo de leitura de medidores de energia de consumidores em baixa tensão, ao prover a aquisição remota dos dados de consumo de energia de forma automática, utilizando comunicação de dados sem fio. Um aspecto crítico no projeto de sistemas de comunicação sem fio é a determinação da área de cobertura de sinal eletromagnético, principalmente quando são empregados equipamentos de radiação restrita em frequências de utilização livre. As potências de radiação eletromagnética deste tipo de equipamento estão sujeitas a limites regulamentados por legislação específica, mas com a vantagem de não requererem investimento para licenciamento de uso do espectro eletromagnético. Este trabalho apresenta os resultados de testes realizados com protótipos do sistema em desenvolvimento, que demonstram a viabilidade de sua utilização, mesmo com a presença de obstáculos, com foco na minimização dos custos de fabricação e operação do sistema. 1. INTRODUÇÃO O processo convencional de leitura de dados de consumo em medidores de energia elétrica de baixa tensão normalmente requer contato visual com o mostrador do medidor, bem como o registro manual dos dados de consumo. Posteriormente, estes dados são inseridos e processados no sistema de informações da concessionária para fins de emissão da fatura, procedendo-se então o seu envio ao - 1 -

consumidor. Este processo está sujeito a perdas comerciais que decorrem tipicamente de impedimentos no acesso físico ao medidor, falhas na interpretação ou no registro dos dados de consumo, sendo que, neste último procedimento, existe ainda a possibilidade de fraude. A incorporação de novas tecnologias, neste trabalho especificamente estão nos campos da informação, comunicação e automação, é indicada para resolver problemas de perdas comerciais relacionadas à medição do consumo de energia elétrica. Ao minimizar a interferência humana no processo de aquisição de dados de consumo e permitir que sejam sincronizados e automatizados os procedimentos de leitura, processamento de dados de consumo e impressão da fatura, esta pode ser entregue ao consumidor no mesmo instante em que leitura é efetuada. Ressalta-se também o ganho em eficiência na utilização dos recursos investidos no processo de leitura, ao possibilitar que a mesma seja realizada remotamente, ou seja, eliminando a necessidade de acesso ao interior do imóvel do consumidor nos casos em que o local de instalação do medidor a exija. Este trabalho trata de testes de avaliação de dispositivos de comunicação de dados sem fio que compõem um sistema que automatiza completamente os processos de leitura, processamento de dados de consumo e emissão de fatura. O sistema difere dos que já existem no mercado justamente por integrar todos estes procedimentos de forma transparente ao operador, cuja atuação passa a se restringir à identificação do consumidor, ao comando para impressão da fatura e à entrega da mesma. Isto contrasta com outras soluções que utilizam computadores portáteis, mas requerem acesso ao medidor para digitação dos dados de consumo, e das que utilizam coletores eletrônicos para aquisição de dados automática à distância, mas sem o processamento de dados de consumo e impressão de fatura no momento da leitura. Os dispositivos utilizados no sistema em desenvolvimento pelos autores deste trabalho para prover a comunicação sem fio entre um medidor de energia elétrica e uma estação móvel computadorizada, onde são processados os dados de consumo para fins de faturamento, foram projetados de forma a satisfazer, primariamente, requisitos de mínimo custo de fabricação e operação. Para tanto, foram utilizadas soluções de processamento de sinais e comunicação por radiofrequência com eletrônica embarcada de baixo custo de fabricação em escala, operando em frequências e níveis de potência de radiação tais que permitissem o seu enquadramento como equipamentos de radiação restrita, conforme 2, com o objetivo de eliminar os custos de operação decorrentes do licenciamento do uso de espectro eletromagnético. As restrições impostas para tal classificação impedem a utilização de potências de radiação eletromagnética tais que pudessem garantir, sem qualquer risco, a comunicação de dados em qualquer situação que se apresentasse, principalmente na presença de obstáculos ou de distâncias consideráveis entre o local de instalação do medidor e o ponto mais próximo no exterior do imóvel do consumidor em que se pudesse efetuar a leitura remota. Em vista das limitações de potência de radiação eletromagnética consideradas no projeto dos dispositivos de comunicação de dados sem fio que compõem o sistema em desenvolvimento, justificadas pela consequente minimização em seus custos de operação, faz-se necessário validar as implementações de seus protótipos em termos de sua área de cobertura de sinal eletromagnético. São descritas neste trabalho a configuração do sistema em desenvolvimento e a especificação técnica dos protótipos que foram utilizados nos testes, bem como a metodologia utilizada na avaliação da área de cobertura eletromagnética e, por fim, os resultados das medições efetuadas em campo, seguidos das conclusões. - 2 -

Os resultados indicam ser viável a utilização das soluções de comunicação de dados sem fio instaladas em áreas sem obstáculos, considerando o seu comportamento em visada direta e também com a presença de obstáculos. No prosseguimento do desenvolvimento dos protótipos dos dispositivos de comunicação de dados sem fio sob análise, será avaliada a utilização de módulos de amplificação de potência de sinal de radiofreqüência para utilização em ambientes com obstáculos. 2. DESENVOLVIENTO 2.1 OBJETIVO E JUSTIFICATIVA O presente trabalho técnico tem como objetivo demonstrar a viabilidade da utilização de equipamentos de radiação restrita para a implementação de um sistema de comunicação de dados sem fio entre um medidor de energia e uma estação móvel computadorizada (Personal Digital Assistant PDA). Como mencionado, os componentes utilizados nos ensaios descritos neste trabalho compõem um sistema que pretende minimizar perdas comerciais derivadas do processo convencional de leitura de medidores de energia elétrica, pela automatização e sincronização dos processos de leitura, processamento de dados de consumo e emissão de fatura. Na análise de riscos da implementação do sistema em desenvolvimento, um importante fator está relacionado à cobertura de sinal eletromagnético de equipamentos de radiação restrita, que foram utilizados para a composição deste sistema como forma de eliminar os custos de operação derivados do licenciamento de uso do espectro eletromagnético. Justifica-se, portanto, a realização deste trabalho como forma de controlar os riscos inerentes aos limites de potência implícitos na utilização de equipamentos de radiação restrita, conforme 2, que limitam a área de cobertura de sinal eletromagnético onde é possível efetuar a comunicação de dados com a estabilidade pretendida. Estas limitações podem impactar significativamente na aplicabilidade dos módulos de comunicação do sistema, visto que muitas vezes os medidores estão localizados em locais de acesso restrito, com presença de obstáculos. 2.2 ETODOLOGIA 2.2.1 CONFIGURAÇÃO DO SISTEA PARA AVALIAÇÃO A avaliação da área de cobertura de sinal eletromagnético de equipamentos de comunicação de dados sem fio foi realizada neste trabalho com medições em campo. Para efetuar tais medidas, um módulo de transmissão de dados foi instalado em um medidor de energia elétrica que dispunha de uma interface serial de comunicação de dados e outro módulo de recepção foi instalado em um PDA. Na Imagem 1, temos um diagrama esquemático com a representação da disposição física destes componentes do sistema utilizado nos testes em campo. A interface de comunicação de dados dos medidores de energia elétrica utilizados nos testes disponibiliza as informações necessárias ao faturamento em pacotes de dados transmitidos em intervalos de 2 a 6 segundos, variando com o modelo de medidor, em uma taxa de 2400 bps. Além das informações originadas nos medidores, os módulos de transmissão instalados nos medidores adicionam outros dados, necessários para autenticação feita pelo protocolo de comunicação entre os módulos do sistema, como especificado em 3. O conjunto formado por um medidor de energia conectado a um módulo de transmissão de dados sem fio é denominando nó da rede de telemetria. A configuração final do sistema em desenvolvimento deverá garantir a comunicação entre uma estação móvel, operada pelo profissional responsável pela realização da leitura, e diversos nós da rede de telemetria, formando uma topologia em estrela cujo nó concentrador é a estação móvel. Atualmente o sistema já conta com a possibilidade de formação de uma rede de telemetria com topologia em malha, mas, para os objetivos pretendidos neste trabalho, foi suficiente a medição em enlaces ponto-a-ponto em uma topologia em estrela. - 3 -

Imagem 1 Diagrama Esquemático do Sistema de Comunicação de Dados Sem Fio sob Avaliação Legenda 6 7 8 1 Estação móvel 2 ódulo de recepção de dados sem fio 3 Computador portátil (PDA) 4 Interface de comunicação de dados PDA/Impressora 5 Impressora térmica 6 edidor de energia 7 ódulo de transmissão de dados 8 Nó da rede de telemetria 1 3 2 4 5 4 C A estação móvel, onde é realizado o tratamento dos dados originados nos nós da rede de telemetria, é constituída por um módulo de recepção de dados sem fio conectado à porta serial RS-232 de um PDA, que conta ainda com uma impressora como periférico. A comunicação entre o PDA e a impressora também é sem fio, realizada no padrão especificado em 4. 2.2.2 PROCEDIENTO DE COLETA DE DADOS A especificação da interface de comunicação de dados sem fio dos módulos de transmissão (medidor) e recepção (PDA) de dados encontra-se na Tabela 1. As antenas utilizadas foram do tipo dipolo com ganho estimado em 2dBi, para operação na banda de frequências IS em torno de 2450 Hz, sendo que tal utilização para esta banda de frequências está normatizada em 5. Esta configuração do módulo transmissor foi selecionada por proporcionar custo mínimo de fabricação. Nas medidas efetuadas em campo, foi considerado o valor de RSSI (Received Signal Strength Indicator) fornecido pelo módulo receptor acoplado ao PDA. O valor do RSSI foi incluído como uma das informações adicionadas pelo módulo receptor no pacote de dados enviado ao PDA, no qual um aplicativo computacional em execução registrava os dados recebidos em um arquivo texto para exame prévio. A utilização do RSSI como fator de avaliação da área de cobertura e estimativa de localização - 4 -

de dispositivos de comunicação é extensamente referenciada na literatura, como por exemplo em 6, 7, 8, 9, 10 e 11. Em 6, demonstra-se que as medidas de RSSI podem ser bem caracterizadas pela representação de sua média e desvio padrão, forma esta adotada para exibição dos resultados neste trabalho técnico. Tabela 1 Especificação Técnica da Interface de Comunicação de Dados Sem Fio edidor/pda Item Descrição in. Tip. ax. Un. 1 Faixa de frequências de operação 2394-2507 Hz 2 Taxa de transmissão de dados em RF 250 Kbps 3 Sensibilidade do receptor de RF -97-92 dbm 4 Potência do transmissor de RF 4,5 8 dbm 5 Faixa de RSSI 100 db 6 Offset de RSSI 73 db A determinação do RSSI, pelo módulo do receptor leva em conta a potência média em um intervalo de tempo equivalente a oito períodos de um símbolo (128µs). O valor resultante é um número inteiro cujo módulo está na faixa especificada na Tabela 1 (Faixa de RSSI), variando em incrementos de 1dB. O valor lido diretamente do pacote de dados tem que ser descontado de um valor de referência denominado Offset de RSSI, estimado empiricamente, para que então se obtenha o valor real do RSSI em dbm. Os resultados mostrados neste trabalho se referem a este valor em dbm, já descontado o Offset de RSSI, assim como em 6. No procedimento de coleta dos dados (RSSI), foram elaborados dois experimentos, um em área aberta, plana e sem obstáculos, e outro no interior de um prédio de salas, doravante denominados testes com visada e testes com obstáculos, respectivamente. Nos testes com visada, o nó da rede de telemetria foi instalado a uma altura de 1,5m do chão em um ponto tomado como origem, sendo então efetuadas medidas de RSSI com a estação móvel em linha reta a partir deste ponto. Para cada ponto de medição foram registrados dez valores de RSSI, para análise estatística dos resultados. Nos testes com obstáculos, o nó da rede de telemetria foi instalado em uma parede no ponto médio entre o teto e o chão, no interior de uma sala. Foram feitas dez registros de RSSI em cada ponto de um conjunto de 12 pontos de medida no interior desta sala, assim como das salas contíguas, como mostra a Imagem 2. Imagem 2 Localização dos Pontos de edida nos Testes com Obstáculos Eixo Direito Eixo Central Eixo Esquerdo As medidas do teste com obstáculos foram separadas em três grupos, compreendendo valores coletados à direita do medidor, à esquerda do medidor e em linha reta a partir do ponto de instalação do medidor, como mostra a Imagem 2. Nos dois testes acima descritos, foi simulado o procedimento completo de inicialização do protocolo de comunicação e de leitura de dados de consumo do medidor. Para tanto, para cada valor coletado, considerou-se aqui o pior caso, em que a estação móvel e nó da rede de telemetria ainda não possuem uma conexão estável. Nos testes, isto foi realizado ao se forçar o - 5 -

reinicialização da estação móvel para cada valor coletado. A exigência quanto à inicialização decorre da caso real de aplicação do sistema, em que o profissional que opera a estação móvel, ao chegar à área de cobertura de sinal eletromagnético de um determinado nó da rede de telemetria, obrigatoriamente tem que inicializar o estabelecimento do enlace de comunicação com o medidor, que é interrompido após a leitura. Observou-se que, quando a estação móvel já possuía um enlace estabelecido com o medidor, as medidas podiam ser efetuadas com sucesso em pontos em que o enlace não podia ser inicializado, o que poderia mascarar os resultados. 2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Esta seção contém os resultados das medidas de RSSI em dbm, coletados nos testes com visada, colocados na subseção seguinte, bem como nos testes com obstáculos, colocados logo adiante, conforme os procedimentos de coleta de dados descritos na seção anterior. 2.3.1 TESTES CO VISADA Nos testes com visada foram obtidos os valores mostrados no gráfico que constitui a Imagem 3, colocada a seguir. Neste gráfico são representados os valores médios de RSSI em dbm, bem como uma barra vertical para cada ponto de medida representando a amplitude do desvio padrão. Imagem 3 Resultados de RSSI (dbm) x Distância (m) para Testes com Visada -30,00 0 10 20 30 40 50 60 70-40,00-50,00 RSSI [dbm] -60,00-70,00-80,00-90,00 distância [m] Não foi possível inicializar a comunicação e efetuar a leitura de forma estável para valores de RSSI abaixo de -90 dbm, limite este atingido após o ponto situado à distância de 65 metros do nó da rede de telemetria. A partir deste ponto, houve um aumento significativo de erros de transmissão de dados e frequente impossibilidade de inicializar a comunicação para efetuar a leitura. A distância máxima em espaço aberto para inicialização da comunicação foi estimada em cerca de 65m, considerando o padrão de falhas observado. 2.3.2 TESTES CO OBSTÁCULOS Os gráficos da Imagem 4 mostram os resultados dos valores de RSSI (dbm) em função da distância (m) para os três eixos paralelos em que foram efetuadas as medidas: à direita, à esquerda e em linha reta a partir do ponto de instalação do nó da rede de telemetria, assim como foi descrito na Imagem 2. - 6 -

Imagem 4 RSSI [dbm] Resultados de RSSI (dbm) x Distância (m) para Testes com Obstáculos 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0-30,0-40,0 edidas no Eixo Central -50,0-60,0-70,0-80,0-90,0 distância [m] RSSI [dbm] 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0-30,0-40,0 edidas no Eixo Direito -50,0-60,0-70,0-80,0-90,0 distância [m] RSSI [dbm] 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0-30,0-40,0 edidas no Eixo Esquerdo -50,0-60,0-70,0-80,0-90,0 distância [m] Como mostra a Imagem 4, os valores de RSSI obtidos para o teste com obstáculos permitem estimar uma distância máxima de 18 metros para operação estável do sistema. Para este limite de distância, os obstáculos consistem em duas paredes de alvenaria com cerca de 15 cm de espessura, mobília de madeira e aço e computadores. Assim como no teste com obstáculos, observou-se que a operação estável do sistema ocorria, na grande maioria dos casos, com RSSI superior a -90dBm. As medidas efetuadas nos pontos iniciais de cada eixo dão uma idéia da assimetria do padrão de radiação da antena instalada junto ao medidor conjugada com a existência de janelas, de mobília e equipamentos. - 7 -

3. CONCLUSÕES Após as análises dos dados coletados, consideramos perfeitamente viável a instalação dos módulos de transmissão em medidores instalados em áreas externas, sem necessidade de amplificação de potência e antenas com ganho e custo mais elevado, visto que a área de cobertura superou os 50m de distância, o que foi considerado suficiente para a aplicação. Consideramos aqui que a instalação de medidores de baixa tensão em consumidores residenciais urbanos, por exemplo, normalmente é realizada na parte externa do prédio. Para a instalação em ambientes com obstáculos, o que acontece com mais frequência em condomínios residenciais e prédios comerciais, o número de paredes que podem ser atravessadas, que foi de duas, e a distância máxima para operação estável do sistema, estimada em 18 metros, indicaram a necessidade de utilização de um amplificador de potência para estas aplicações, o que levou a uma reformulação do protótipo, que atualmente já está sendo fabricado com este recurso. No prosseguimento dos testes, pretende-se avaliar outro protótipo com um amplificador de potência de sinal de radiofrequência que explore os limites estipulados em 2, indicado para situações que exijam a instalação dos módulos transmissores além dos limites estimados neste trabalho. 4. BIBLIOGRAFIA 1 Agência Nacional de Energia Elétrica. edição, faturamento e combate a perdas comerciais. Acesso em 11 de maio de 2010, disponível em <http://www.aneel.gov.br >. 2 Agência Nacional de Telecomunicações. Resolução 365/2004. Acesso em 11 de maio de 2010, disponível em <http://www.anatel.gov.br>. 3 IEEE Standards Association. IEEE Std. 802.15.4 2003 Wireless edium Access Control (AC) and Physical Layer (PHY) Specifications for Low-Rate Wireless Personal Area Networks (LR-WPANs). Acesso em maio de 01/05/2010, disponível em <http://www.ieee.org>. 4 IEEE STANDARDS ASSOCIATION. IEEE Std. 802.15.1 2005 Wireless edium Access Control (AC) and Physical Layer (PHY) Specifications for Wireless Personal Area Networks (WPANs). Acesso em maio de 01/05/2010, disponível em <http://www.ieee.org>. 5 Agência Nacional de Telecomunicações.Resolução Anatel 506/2008. Acesso em 11 de maio de 2010, disponível em <http://www.anatel.gov.br >. 6 GIACOIN, J. C. ; VASCONCELOS, F. H.. Qualidade da edição de Intensidade de Sinal nas Comunicações de uma Rede de Sensores Sem Fios: uma Abordagem da Camada Física. In: Anais do INFOCOP 2006 (UFLA), v. 5, p. 83-92, 2006. 7 HARA, S. DAPENG ZHAO YANAGIHARA, K. TAKETSUGU, J. FUKUI, K. FUKUNAGA, S. KITAYAA, K. Propagation characteristics of IEEE 802.15.4 radio signal and their application for location estimation. In: Proceedings of Vehicular Technology Conference, 2005, v. 1, p. 97-101. 8 PETROVA,. RIIHIJARVI, J. AHONEN, P. LABELLA, S. Performance study of IEEE 802.15.4 using measurements and simulations. In: Proceedings of Wireless Communications and Networking Conference, 2006, v. 1, p. 487-492. 9 ZHUANG, W. CHEN, X. TAN, J. SONG, A. An empirical analysis for evaluating the link quality of robotic sensor networks. In: Proceedings of International Conference on Wireless Communications & Signal Processing, 2009, v. 1, p. 1-5. 10 LYBEROPOULOS, D., LINDSEY, Q., SAVVIDES, A. An empirical characterization of radio signal strength variability in 3-d IEEE 802.15.4 networks using monopole antennas. In: Proceedings of European Conference on Wireless Sensor Networks, 2006, vol. 3868, pp. 326 341. 11 JIANWU, Z. LU, Z. Research on distance measurement based on RSSI of ZigBee. In: Proceedings of ISECS International Colloquium on Computing, Communication, Control, and anagement, 2009, vol. 3, p. 210-212. - 8 -