AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS EM TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO SOBRE O CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii, GLOVER 1877 (HEMIPTERA: APHIDIDAE)

Documentos relacionados
EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS, EM TRATAMENTO DE SEMENTES, NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HOMOPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii GLOVER, 1877 (Hemiptera: Aphididae) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Palavras-chave: persistência, inseticida sistêmico, pulgão, neonicotinóide. INTRODUÇÃO

EFEITO DE INSETICIDAS/ACARICIDAS NO CONTROLE DE Polyphagotarsonemus latus E Aphis gossypii NA CULTURA DO ALGODÃO.

RESUMO. Palavras-chave: Triticum aestivum; Inseticidas; Praga de solo; Pão -de -galinha.

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS SISTÊMICOS APLICADOS À SEMENTE DE TRIGO PARA CONTROLE DO PULGÃO Schizaphis graminum. Resumo

Ensaio de tratamento de sementes de algodoeiro visando o controle das pragas iniciais (pulgão Aphis gossypii e tripes Frankliniella spp.).

INSETICIDAS EM PULVERIZAÇÃO NO CONTROLE DO PULGÃO APHIS GOSSYPII (GLOVER, 1877) NO ALGODOEIRO INTRODUÇÃO

EFICIÊNCIA DE DOSES DO INSETICIDA F WG, APLICADAS ISOLADAMENTE OU EM MISTURA, PARA CONTROLE DE APHIS GOSSYPII

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 300

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA BF 314, APLICADO ISOLADO OU EM MISTURA, PARA CONTROLE DE Aphis gossypii (HEMIPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Palavras-chave: algodoeiro, tratamento de sementes, estande, eficiência. INTRODUÇÃO

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA BF 314, APLICADO EM MISTURA, PARA CONTROLE DE Aphis gossypii (HEMIPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO.

COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO (Anthonomus grandis. Boheman, 1843) (*).

AÇÃO DE INSETICIDAS SOBRE O PERCEVEJO CASTANHO Scaptocoris castanea Perty, 1833 (HEMIPTERA: CYDNIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO *

CONTROLE DE TOMBAMENTO DE PLÂNTULAS E MELA DO ALGODOEIRO NO OESTE DA BAHIA

DESEMPENHO DO INSETICIDA FLONICAMID EM PULVERIZAÇÃO FOLIAR NO CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii EM ALGODOEIRO

INSETICIDAS UTILIZADOS PARA TRATAMENTO DE SEMENTES NO CONTROLE DE Aphis gossypii (HEMIPTERA: APHIDIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE MOFO- BRANCO NO ALGODOEIRO

EFEITO DE DIFERENTES DOSES DO ÓLEO ESSENCIAL DE AÇAFRÃO NO CONTROLE DO PULGÃO BRANCO (APHIS GOSSYPII) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

CONTROLE DA LAGARTA ELASMO (Elasmopalpus lignosellus)

DIFERENTES PROGRAMAS DE MANEJO DE PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO MILHO SAFRINHA (Zea mays L.), NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO.

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 153

INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA MILITAR SPODOPTERA FRUGIPERDA (J.E. SMITH, 1797) NO ALGODOEIRO

EFEITO DO INSETICIDA ETOFENPROX 100 SC NO CONTROLE DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE INSETICIDAS APLICADOS VIA TRATAMENTO DE SEMENTE, NO CONTROLE DE Dichelops furcatus NA CULTURA DO TRIGO 1

EFICÁCIA DE INSETICIDAS APLICADOS NAS SEMENTES VISANDO O CONTROLE DO PERCEVEJO BARRIGA-VERDE, DICHELOPS MELACANTHUS, NA CULTURA DO MILHO

CONTROLE QUÍMICO DO BICUDO DO ALGODOEIRO

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS NO CONTROLE DE Euchistus heros NA CULTURA DO ALGODOEIRO

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA BF 314, APLICADO EM MISTURA, PARA CONTROLE DE Bemisia tabaci (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO.

ÉPOCAS DE SEMEADURA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA *

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

SELETIVIDADE DOS HERBICIDAS BENTAZON E NICOSULFURON PARA Crotalaria juncea e Crotalaria spectabilis

CONTROLE DO PERCEVEJO CASTANHO (Scaptocoris castanea)

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

CONTROLE QUÍMICO DO PERCEVEJO Piezodorus guildinii (Westw.) NA CULTURA DA SOJA

05 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRINCIPAIS

CONTROLE QUÍMICO DO BICUDO DO ALGODOEIRO

A tecnologia INSIDE protegendo o potencial de sementes e plântulas

BOLETIM TÉCNICO nº 02/2017

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

Impacto de diferentes níveis de injúrias sobre a produtividade de cultivares de soja de hábito de crescimento determinado e indeterminado

AVALIAÇÃO DE NOVAS LINHAGENS ORIUNDAS DE CAMPOS DE SEMENTES GENÉTICAS DE ALGODÃO EM BARBALHA- CE RESUMO

CONTROLE DA COCHONILHA ATRAVÉS DE DIFERENTES INSETICIDAS, APLICADOS VIA FOLIAR, NA CULTURA DO ALGODÃO ADENSADO. Daniele Romano 1

06 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE FUNGICIDA COM

Eficiência no controle de pragas e seletividade a predadores de inseticidas utilizados no sistema de produção de soja

MANEJO DE PRAGAS DO MILHO Bt

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 869

ALTURA FINAL E PRODUTIVIDADE DO ALGODOEIRO HERBÁCEO SOB DIFERENTES DOSES DE REGULADOR DE CRESCIMENTO.

CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HEMIPTERA: APHIDIDAE) COM O INSETICIDA BF NA CULTURA DO ALGODÃO

EFICIÊNCIA DO THIAMETOXAM 250 WG EM BATERIA DE APLICAÇÕES NO CONTROLE DO BICUDO-DO-ALGODOEIRO

EFICIÊNCIA DE ORTHENE 750 BR (ACEFATO) NO CONTROLE DE Euschistus heros) (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) NA CULTURA DA SOJA 1

Palavras-chave - Sorghum bicolor, tolerância, controle químico, plantas daninhas.

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE CONTROLE RESIDUAL DE PLANTAS DANINHAS DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NA CULTURA DO ALGODÃO

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE PARA A REGIÃO DO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DE Heliothis virescens NA CULTURA DO ALGODOEIRO

CONTROLE DA LAGARTA CURUQUERÊ-DO-ALGODOEIRO (Alabama argillacea) COM INSETICIDAS QUÍMICOS

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 797

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 971

CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM ALGODOEIRO IRRIGADO NO LITORAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii (HEMIPTERA: APHIDIDAE) COM O INSETICIDA TALISMAN 200 CE NA CULTURA DO ALGODÃO

Reunião Técnica Sobre a Cultura do Milho

QUALIDADE DA FIBRA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS NO CONTROLE DA LAGARTA CURUQUERÊ (ALABAMA ADENSADO DO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO. Daniele Romano 1 ; Paulo Bettini 2.

Níveis de infestação e controle de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) no município de Cassilândia/MS

EFICIÊNCIA DO INSETICIDA BF 314, APLICADO EM MISTURA, PARA CONTROLE DE Heliothis virescens (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) NA CULTURA DO ALGODOEIRO

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VIABILIDADE TÉCNICA DO PROGRAMA FOLIAR KIMBERLIT EM SOJA

EFICÁCIA DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODÃO

AVALIAÇÃO DE DIFLUBENZURON, LUFENURON E TRIFLUMURON NO CONTROLE DA LAGARTA Pseudaletia sequax, EM TRIGO. Resumo

EFEITO DO ÓLEO DE NIM INDIANO E EXTRATOS AQUOSOS DE FOLHAS DE CINAMOMO E DE NIM INDIANO SOBRE O PULGÃO BRANCO DO ALGODOEIRO (Aphis gossypii).

Ocorrência de artrópodes em área recuperada com o Sistema de Integração Lavoura- Pecuária 1. Paulo A. Viana 2 e Maria C. M.

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE INSETICIDAS PARA CONTROLE DE Spodoptera eridanea NA CULTURA DO ALGODOEIRO

Densidade de pragas e inimigos naturais em resposta ao tratamento de sementes de soja com inseticidas.

ADUBAÇÃO NITROGENADA E QUALIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E SEUS EFEITOS NA PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO *

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO ESTADO DO CEARÁ *

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

ENSAIO DE VALOR DE CULTIVO E USO (VCU 2004) DO PROGRAMA DE MELHORAMENTO DA EMBRAPA NO CERRADO

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

INOCULAÇÃO DE SEMENTES COM Azospirillum E NITROGÊNIO EM COBERTURA NO MILHO SAFRINHA

Smart 400 UBV O pulsfog Smart 400 UBV apresenta peso e dimensões reduzidas, o que o torna ideal para culturas adensadas. Além disso, pode operar com

Adubação do milho safrinha: Nitrogênio e Fósforo.

RESPOSTA ECONÔMICA DA CULTURA DO ALGODOEIRO A DOSES DE FERTILIZANTES *

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

CONTROLE DA LAGARTA CURUQUERÊ-DO-ALGODOEIRO (Alabama argillacea) COM INSETICIDAS QUÍMICOS E BIOLÓGICOS

DESEMPENHO DE UMA SEMEADORA-ADUBADORA UTILIZANDO UM SISTEMA DE DEPOSIÇÃO DE SEMENTES POR FITA.

COMPORTAMENTO DAS CULTIVARES DE SOJA RECOMENDADAS PARA O RIO GRANDE DO SUL, NA SAFRA DE 1989/90, EM PASSO FUNDO

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DE RAMULARIA (RAMULARIA AREOLA) NO ALGODOEIRO EM MATO GROSSO INTRODUÇÃO

Ensaio para avaliação do controle químico do curuquerê (Alabama argillacea) na cultura do algodão. RESUMO

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO HERBICIDA CLOMAZONE, APLICADO NA DESSECAÇÃO, NO CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS NA CULTURA DO ALGODÃO

VII Congresso Brasileiro do Algodão, Foz do Iguaçu, PR 2009 Página 1044

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 829

Uso de fertilizante na semente do trigo

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

ENSAIO REGIONAL DE LINHAGENS E CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO DO NORDESTE

RESPOSTA DE DUAS POPULAÇÕES DE Rottboellia exaltata A HERBICIDAS APLICADOS EM PRÉ-EMERGÊNCIA

Controle da Mancha-em-Rede (Drechslera teres) em Cevada, Cultivar Embrapa 129, com os Novos Fungicidas Taspa e Artea, no Ano de 1998

Transcrição:

AVALIAÇÃO DE INSETICIDAS EM TRATAMENTO DE SEMENTES DE ALGODOEIRO SOBRE O CONTROLE DO PULGÃO Aphis gossypii, GLOVER 1877 (HEMIPTERA: APHIDIDAE) Ricardo Barros (FUNDAÇÃO MS/ ricardobarros.fms@cooagri.coop.br) RESUMO - O experimento foi conduzido na FUNDAÇÃO MS, em Maracaju, MS. O delineamento experimental consistiu de blocos casualizados com quatro repetições, e doze tratamentos, cujos produtos e as doses em g ou ml p. c x 100 kg de sementes -1 foram: testemunha; Gaucho 600 FS (600 ml); Poncho 600 FS (600 ml); Cruiser 350 FS (600 ml); Cruiser 350 FS + Furadan 350 FS (600 + 2500 ml); Cropstar 350 FS (2400 ml); Gaucho 600 FS + Semevin 350 FS (600 + 1500); Gaucho 600 FS + Larvin 800 WG (600 ml + 625 g); Poncho 600 FS + Larvin 800 WG (600 ml + 625 g); Poncho 600 FS + Gaucho 600 FS (350 + 500 ml); Poncho 600 FS + Gaucho 600 FS (350 + 600 ml); Standak 250 FS (120 ml). Gaucho + Semevin proporcionou maior estande aos 2, 7, 14 e 27 dias após a emergência (dae) e maior altura de plantas aos 27 dae. A mistura de thiodicarb (Semevin ou Larvin) com Gaucho resultou em efeitos benéficos para a altura de plantas e estande aos 27 dae e aumentou a eficiência e o residual no controle de A. gossypii em comparação a Gaucho isoladamente. Palavras-chave: pragas iniciais; neonicotinóides, carbamatos. INTRODUÇÃO O pulgão Aphis gossypii é um inseto polífago, e está distribuído por todo Brasil ocorrendo durante todo o ciclo de desenvolvimento do algodoeiro. As plantas atacadas podem ser danificadas diretamente, através da sucção de seiva, e indiretamente através da transmissão de viroses às variedades suscetíveis e deposição de honeydew nas folhas e capulhos com acúmulo de fumagina. As plantas atacadas apresentam as folhas encarquilhadas, os brotos deformados (CIRAD, 1999; NAKANO e SOUZA JR., 2001) e têm o crescimento paralisado. Segundo Calcagnolo e Sauer (1954), A. gossypii quando não controlado pode reduzir em até 44% a produção de algodão. O tratamento de sementes é uma tecnologia usual de controle desta praga no Brasil por favorecer a proteção preventiva da cultura, além de ser mais compatível com o manejo integrado de pragas em comparação com a pulverização de parte aérea, uma vez que as populações de inimigos naturais são menos afetadas. O objetivo do ensaio foi avaliar o efeito de produtos isolados e em mistura e utilizados para tratamento de sementes do algodoeiro no controle do pulgão A. gossypii. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na safra 2005/2006 na unidade experimental da FUNDAÇÃO MS, no município de Maracaju, MS (latitude 21 o 37 12, longitude 55 o 08 22 ). A variedade de algodoeiro utilizada foi a DeltaOpal a qual foi semeada sobre palhada de milheto na densidade de 12 sementes por metro linear e utilizando-se espaçamento entre linhas de 0,8 m. Para prevenir a ação de fungos de solo as sementes de todos os tratamentos foram tratadas com

Euparen M (150 g.100 kg de sementes -1 ) + Monseren (300 g.100 kg de sementes -1 ) + (Baytan a 200 ml.100 kg de sementes -1 ). A adubação utilizada foi de 400 kg.ha -1 da fórmula 07-32-15 no sulco de semeadura. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com doze tratamentos (Tab. 1) e quatro repetições. Cada parcela consistiu de cinco linhas de cultivo de algodão com cinco metros de comprimento. Para fins de avaliação, foram analisadas as três linhas centrais de cada parcela com quatro metros cada, resultando em uma área útil de 9,6 m 2 e uma área total de 20m 2. Foram realizadas avaliações no estande aos 2, 7, 14 e 27 dias após a emergência da cultura contando-se o número de plantas em três linhas de quatro metros por parcela e realizando-se ainda a medição da altura de dez plantas por parcela aos 27 dias após a emergência. Aos 10, 14, 20 e 27 dias após a emergência foram realizadas as avaliações de controle proporcionada pelos tratamentos, contando-se o número de pulgões vivos por planta em dez plantas ao acaso por parcela. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste F de significância (p < 0,05). Como proposto por Gomes (1982), quando F calculado foi maior que o F tabelado a análise teve prosseguimento com a aplicação do teste Tukey para comparação das médias a 5% de probabilidade, obtendo-se as diferenças mínimas significativas entre os tratamentos. Segundo Nakano et al (1981), para o cálculo da eficiência dos inseticidas com base na correção da mortalidade dos tratamentos para a mortalidade ocorrida na testemunha foi utilizada a fórmula de Abbott (1925) {[(testemunha tratamento)/testemunha] x 100}. Os dados originais foram transformados em raiz quadrada de (X + 0,5) para fins de análise. Os tratamentos inseticidas e suas respectivas dosagens encontram-se descritos na Tabela 1. Tabela 1. Ingrediente ativo, concentração, formulação e doses dos produtos comerciais utilizados no tratamento das sementes de algodoeiro. Maracaju, MS. 2006. Nº trat. Produto Ingrediente ativo Concen. Formulação Dosagem (g ou ml p.c x 100 kg de semente -1 ) Dosagem (g ou ml i. a. x 100 kg de semente -1 ) 1 Testemunha - - - - - 2 Gaucho Imidacloprido 600 FS 600 360 3 Poncho Clotianidin 600 FS 600 360 4 Cruiser Tiametoxam 350 FS 600 210 5 Cruiser + Furadan Tiametoxam + Carbifurano 350 + 350 FS + FS 600 + 2500 210 + 875 6 CropStar Imidacloprido + Thiodicarb 150 + 450 FS 2400 360 + 1080 7 Gaucho + Semevin Imidacloprido + Thiodicarb 600 + 350 FS + FS 600 + 1500 350 + 525 8 Gaucho + Larvin Imidacloprido + Thiodicarb 600 + 800 FS + WG 600 + 625 360 + 500 9 Poncho + Larvin Clotianidin + Thiodicarb 600 + 800 FS + WG 600 + 625 350 + 500 10 Poncho + Gaucho Clotianidin + imidacloprido 600 + 600 FS + FS 350 + 500 210 + 210 11 Poncho + Gaucho Clotianidin + imidacloprido 600 + 600 FS + FS 350 + 600 210 + 360 12 Standak Fipronil 250 FS 120 30 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na avaliação de estande aos 2 dias após a emergência pode-se constatar que todos os tratamentos com inseticida na semente proporcionaram mais emergência de plântulas em relação à testemunha, demonstrando aumento da velocidade de germinação das sementes quando estas recebem tratamento com inseticidas (Tab. 2). Nesta avaliação as sementes tratadas com Poncho + Gaucho (350 + 500 ml x 100 kg de sementes -1 ) foram as que resultaram em maior número de plântulas emergidas por metro linear (10,1) com 84,17% das sementes emergidas, considerando-se a

semeadura com 12 sementes por metro. Este percentual aumentou para 94,17% aos 7 dias após a emergência contra 75,8% da testemunha nesta mesma data (Tab. 2). Ainda com relação aos 2 dias da emergência de plântulas observou-se que o tratamento com Gaucho + Semevin (600 + 1500 ml x 100 kg de sementes -1 ), Cropstar (2400 ml x 100 kg de sementes -1 ) e Gaucho + Larvin (600 ml + 625 g x 100 kg de sementes -1 ), foram estatisticamente semelhantes entre si em número de plantas emergidas. Aos 7, 14 e 27 dias após a emergência, estes tratamentos continuaram sendo estatisticamente semelhantes entre si, no entanto nestas avaliações, observou-se a permanência do tratamento com Gaucho + Semevin (600 + 1500 ml x 100 kg de sementes -1 ) à frente dos tratamentos com Cropstar e Gaucho + Larvin. Outro fato relevante a ser destacado é que a redução da dosagem de Gaucho na mistura com Poncho (350 ml.100 kg x ha -1 ) de 600 para 500 ml.100 kg de sementes -1 resultou em menores valores de estande em todas as avaliações, isto para a comparação entre os tratamentos que apresentavam mistura destes dois produtos (Tab. 2). Em termos de estande aos 27 dias após a emergência o melhor tratamento foi com Poncho + Larvin (600 ml + 625 g x 100 kg de sementes -1 ) com 9,8 plantas por metro, seguido por Poncho + Gaucho (350 + 600 ml x 100 kg de sementes -1 ) com 9,7 plantas por metro. Todos os tratamentos de sementes com inseticidas proporcionaram valores para altura de plantas estatisticamente superiores aos da testemunha. O tratamento com Gaucho + Semevin (600 + 1500 ml x 100 kg de sementes -1 ) apresentou o maior valor para altura de plantas aos 27 dias após a emergência com média de 40 cm, sendo seguido pelos tratamentos com Cruiser a 600 ml x 100 kg de sementes -1, Poncho a 600 ml x 100 kg de sementes -1 e Gaucho + Larvin a 600 ml + 625 g x 100 kg de sementes -1 com 37,3 e 36,9 cm respectivamente, médias estatisticamente semelhantes entre si (Tab. 2). O tratamento de sementes com Cropstar a 2400 ml x 100 kg de sementes -1 apresentou média de altura de plantas de 33,4 cm, sendo este apenas o 8 o maior valor dentre os tratamentos o que estatisticamente foi semelhante ao valor obtido por Standak 120 ml x 100 kg de sementes -1. O tratamento com Gaucho a 600 ml x 100 kg de sementes -1 proporcionou o 9 o valor de altura de plantas com 33 cm já os tratamentos com Gaucho nesta mesma dosagem quando em mistura com Semevin 1500 ml x 100 kg de sementes -1 ou Larvin 625 g x 100 kg de sementes -1 proporcionaram as duas maiores alturas de plantas de algodoeiro aos 27 dias após a emergência (Tab. 2). Dentre as pragas iniciais da cultura do algodoeiro, a única com população suficiente para ser avaliada foi a do pulgão Aphis gossypii. Sendo assim aos 10 dias após a emergência o tratamento com Standak já não apresentava controle satisfatório da praga com apenas 49,1% de eficiência (Tab. 3). Nesta mesma avaliação os tratamentos com Poncho, Cruiser, Cruiser + Furadan, Poncho + Larvin e Poncho + Gaucho (350 + 500 ml x 100 kg de sementes -1 ) se destacaram com eficiências superiores a 90%, já os tratamentos com Gaucho, Cropstar, Gaucho+ Semevin e Gaucho + Larvin foram um pouco menos eficientes para o controle do pulgão mas ainda assim satisfatórios (Tab. 3). Aos 14 dias após a emergência Cruiser + Furadan permaneceu como o melhor tratamento para o controle de pulgões.nesta avaliação Cropstar apresentou a segunda melhor eficiência no controle da praga tendo praticamente o mesmo valor que o melhor tratamento, já Gaucho + Semevin e Gaucho + Larvin apresentaram-se com eficiências bastante próximas a de Cropstar sendo estatisticamente semelhantes inclusive a Cruiser + Furadan, neste mesmo grupo pode-se acrescentar os tratamentos de Poncho em mistura com Larvin ou Gaucho com controle acima dos 90% (Tab. 3). Na avaliação aos 20 dias após a emergência Cropstar configura como o melhor tratamento para o controle do pulgão-do-algodoeiro com 91,2% de eficiência, permanecendo nesta posição até os 27 dias onde atingiu 96,3% de controle (Tab.3). Nestas duas últimas avaliações Gaucho + Larvin manteve-se próximo a Cropstar com 86,2 e 92,6% de eficiência respectivamente aos 20 e 27 dias após a emergência. Já o tratamento de Gaucho + Semevin não apresentou o mesmo controle nestas

avaliações, no entanto é importante observar que estatisticamente este tratamento foi semelhante aos demais tratamentos com imidacloprido em mistura com thiodicarb. Tabela 2. Número de plântulas de algodoeiro por metro linear (media de 3 linhas de quatro metros) aos 2, 7, 14 e 27 dias após a emergência e altura de plantas aos 27 dae em função dos tratamentos inseticidas aplicados às sementes. Maracaju/MS, safra 2.005/06. Dosagem (g ou ml Altura de Estande de plantas Tratamentos p.c x 100 kg de plantas sementes -1 ) 2 dae 7 dae 14 dae 27 dae 27 dae 1 Testemunha 7,4 e 9,1 b 8,4 b 8,1 b 28,9 e 2 Gaucho 600 9,1 bcd 10,3 ab 10,6 a 8,8 ab 33,0 d 3 Poncho 600 9,8 abc 10,3 ab 10,3 a 9,0 ab 36,9 abc 4 Cruiser 600 9,3 abcd 10,4 ab 10,4 a 9,3 ab 37,3 ab 5 Cruiser + Furadan 600 + 2500 9,7 abc 11,0 a 10,3 a 9,1 ab 35,8 bcd 6 CropStar 2400 9,3 abcd 9,6 ab 10,1 a 9,0 ab 33,4 cd 7 Gaucho + 600 + 1500 10,0 ab 10,7 ab 10,3 a Semevin 9,5 ab 40,0 a 8 Gaucho + Larvin 600 + 625 9,5 abcd 10,7 ab 10,2 a 9,2 ab 36,9 abc 9 Poncho + Larvin 600 + 625 8,7 d 10,8 ab 10,6 a 9,8 a 36,0 bcd 10 Poncho + Gaucho 350 + 500 9,0 cd 10,0 ab 10,3 a 8,9 ab 35,0 bcd 11 Poncho + Gaucho 350 + 600 10,1 a 11,3 a 10,4 a 9,7 ab 35,6 bcd 12 Standak 120 8,9 cd 10,2 ab 10,1 a 9,3 ab 32,9 d C. V. (%)/F tratamentos 2,0/13,9** 3,2/22,9** 2,6/4,4** 3,35/1,9* 2,0/15,3** Medias seguida da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. **F para tratamento significativo a 1%. *F para tratamento significativo a 5%.

Tabela 3. Número de pulgões (média) encontrados vivos por parcela aos 10,14, 20 e 27 dias após a emergência em função dos tratamentos inseticidas aplicados às sementes. Porcentagem de eficiência (%Ef) segundo Abbott. Maracaju/MS, safra 2.005/06. Tratamentos Dosagem (g ou ml p.c x 100 kg de sementes -1 ) Dia após a emergência 10 14 20 27 média %Ef 1 média %Ef 1 média %Ef 1 média %Ef 1 1 Testemunha 95,75 a 55,75 a 116 a 148,5 a 2 Gaucho 600 11,25 bc 88,3 78,25 a - 103,75 a 10,6 74 ab 50,2 3 Poncho 600 3,25 c 96,6 13,5 bc 75,8 11,5 b 90,1 52,75 b 64,5 4 Cruiser 600 9,25 bc 90,3 6,75 c 87,9 21,5 b 81,5 58,25 b 60,8 5 Cruiser + Furadan 600 + 2500 2,75 c 97,1 1,75 c 96,9 18,5 b 84,1 18,75 b 87,4 6 CropStar 2400 17,5 bc 81,7 2 c 96,4 10,25 b 91,2 5,5 b 96,3 7 Gaucho + Semevin 600 + 1500 15,5 bc 83,8 9,25 bc 83,4 29,25 b 74,8 40,75 b 72,6 8 Gaucho + Larvin 600 + 625 18,75 bc 80,4 3,5 c 93,7 16 b 86,2 11 b 92,6 9 Poncho + Larvin 600 + 625 7,25c 92,4 4,75 bc 91,5 42 b 63,8 54 b 63,6 10 Poncho + Gaucho 350 + 500 5 c 94,8 4 bc 92,8 38,5 b 66,8 50,25 b 66,2 11 Poncho + Gaucho 350 + 600 10,7 bc 88,8 6,25 bc 88,8 17,25 b 85,1 45,5 b 69,4 12 Standak 120 48,75 ab 49,1 74,25 a - 135,5 a - 390,5 a - C. V. (%)/F tratamentos 42,3/7,8** 67,7/4,7** 65,2/2,6** 68,9/3,7** Medias seguida da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. **F para tratamento significativo a 1%. 1 Eficiência Segundo Abbott = [(testemunha tratamento)/testemunha]*100. CONCLUSÕES Nestas condições experimentais conclui-se que: Gaucho + Semevin (600 + 1500 ml p.c x 100 kg de sementes -1 ) apresentou o melhor efeito sobre o estande aos 2, 7, 14 e 27 dias após a emergência e sobre a altura de plantas aos 27 dias após a emergência em comparação a Gaucho + Larvin (600 ml + 625 g p.c x 100 kg de sementes -1 ) e Cropstar (2400 ml p.c x 100 kg de sementes -1 ). A mistura de thiodicarb por meio de Semevin (1500 ml p.c.100 kg de sementes -1 ) ou Larvin (625 g p.c x 100 kg de sementes -1 ) com Gaucho (imidacloprido 600 ml p.c x 100 kg de sementes -1 ) resultou em efeitos benéficos para a altura de plantas e estande aos 27 dias após a emergência. A mistura de thiodicarb por meio de Semevin (1500 ml p.c.100 kg de sementes -1 ) ou Larvin (625 g p.c x 100 kg de sementes -1 ) com Gaucho (imidacloprido 600 ml p.c x 100 kg de sementes -1 ) aumentou a eficiência e proporcionou maior residual no controle do A. Gossypii em comparação a utilização de Gaucho puro (600 ml p.c x 100 kg de sementes -1 ).

Não foi observada fitotoxicidade às sementes pela aplicação dos tratamentos. CONTRIBUIÇÃO PRÁTICA E CIENTÍFICA DO TRABALHO A utilização de inseticidas para o tratamento de sementes de algodoeiro tornou-se indispensável na cultura. Desta forma o conhecimento de novas misturas de ingredientes ativos visando o controle de um complexo de pragas iniciais do algodoeiro cada vez mais amplo e que proporcione maior sanidade no desenvolvimento inicial da cultura são sempre importantes para a sustentabilidade desta tecnologia na cultura algodoeira. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBOTT, W. S.;. A method of computing the effectiveness of inseticide. Journal of Economic Entomology, v.18, p. 255-257, 1925. CALCAGNOLO, G. ; SAUER, H. F. G. A influência do ataque dos pulgões (Aphis gossypii Glover, 1877, Hom. Aphididae) na produção da cultura do algodoeiro. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.21, p. 85-99. 1954. CIRAD. Manual de identificação das pragas, doenças, deficiências minerais e injúrias do algodoeiro no Brasil. 3 ed. Cascavel: COODETEC/CIRAD-CA, 1999. 120 p. GOMES, F. P. Curso de estatística experimental. 12 ed. São Paulo: Nobel, 1987. 467 p. NAKANO, O.; SOUZA Jr., J. A. de. Efeito do tratamento de sementes com inseticidas pirâmide (acetamipride) e thiamethoxan para controlar o pulgão (Aphis gossypii), na cultura do algodão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 3., 2001, Campo Grande. Anais... Campina Grande: EMBRAPA ALGODÃO, 2001. p. 215-218. NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; ZUCCHI, R.A. Entomologia econômica. São Paulo, 1981. 314p.