Direção-Geral da Administração da Justiça Direção-Geral da Administração da Justiça - 2013
DO ARGUIDO (artigo 57.º CPP) Assume a qualidade de arguido todo aquele contra quem for deduzida acusação ou requerida instrução num processo penal. A qualidade de arguido conserva-se durante todo o decurso do processo. Direção-Geral da Administração da Justiça - 2013 PRÁTICA 2
CONSTITUIÇÃO DE ARGUIDO (artigos 58.º a 61.º CPP) É obrigatória a constituição de arguido logo que: Correndo inquérito contra uma pessoa determinada em relação à qual haja suspeita fundada da prática de crime, esta preste declarações; Quando tenha de lhe ser aplicada uma medida de coação ou de garantia patrimonial; Sempre que uma pessoa tenha sido detida como suspeita; Sempre que, levantado um auto de notícia em que se tenha alguém por agente do crime, se lhe comunique o levantamento de tal auto, salvo se a notícia for manifestamente infundada. Direção-Geral da Administração da Justiça - 2013 3
A constituição de arguido opera-se através da comunicação, oral ou por escrito, feita ao visado de que a partir desse momento deve considerar-se arguido num processo penal e da indicação e, se necessário, explicação dos direitos e deveres processuais. A constituição de arguido implica a entrega, sempre que possível no próprio ato, de documento de que constem a identificação do processo e do defensor, se nomeado, bem como dos direitos e deveres processuais referidos no artigo 61.º (nº 4 do artigo 58.º). Direção-Geral da Administração da Justiça - 2013 4
VALIDAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE ARGUIDO (nº 3 do artigo 58.º) A constituição de arguido, dada a estigmatização social e a eventual limitação de direitos que envolve, está sujeita, quando efetuada por órgão de polícia criminal, a validação por magistrado, sob pena de as declarações não poderem ser utilizadas como prova. O OPC tem o prazo de 10 dias para comunicar a constituição de arguido à autoridade judiciária, com vista à apreciação e validação ou não da mesma, sendo que a não validação da constituição de arguido não afeta as provas já obtidas (n.º 6). Direção-Geral da Administração da Justiça - 2013 5
DIREITOS DO ARGUIDO (nº 1 do artigo 61.º CPP) Ser ouvido pelo tribunal ou pelo juiz de instrução sempre que eles devam tomar qualquer decisão que pessoalmente o afete; Estar presente aos atos processuais que diretamente lhe disserem respeito; Ser informado dos factos que lhe são imputados antes de prestar declarações; Não responder a perguntas feitas, por qualquer entidade, sobre os factos que lhe forem imputados e sobre o conteúdo das declarações que acerca deles prestar; Constituir advogado ou solicitar ao tribunal que lhe nomeie um; Direção-Geral da Administração da Justiça - 2013 6
DIREITOS DO ARGUIDO (nº 1 do artigo 61.º CPP) Ser assistido por defensor em todos os atos processuais em que participar e, quando detido, comunicar, mesmo em privado, com ele; Intervir no inquérito e na instrução, oferecendo provas e requerendo as diligências que se lhe afigurarem necessárias; Ser informado, pela autoridade judiciária ou pelo órgão de polícia criminal perante os quais seja obrigado a comparecer, dos direitos que lhe assistem; Recorrer, nos termos da lei, das decisões que lhe forem desfavoráveis. Direção-Geral da Administração da Justiça - 2013 7
DEVERES DO ARGUIDO (nº 3 do artigo 61.º CPP) Comparecer perante o juiz, o Mº Pº ou os órgãos de polícia criminal sempre que a lei o exigir e para tal tiver sido devidamente convocado; Responder com verdade às perguntas feitas por entidade competente sobre a sua identidade; Prestar termo de identidade e residência logo que assuma a qualidade de arguido; Sujeitar-se a diligências de prova e a medidas de coação e garantia patrimonial especificadas na lei e ordenadas e efetuadas por entidade competente. Direção-Geral da Administração da Justiça - 2013 8
Coleção: Curso de Ingresso para a Carreira de Oficial de Justiça Autor: Direção-Geral da Administração da Justiça/ DSAJ/Divisão de Formação Titulo: Do Arguido Coordenação técnico-pedagógica: Divisão de Formação Coleção pedagógica: DGAJ/Divisão de Formação 1.ª edição Abril de 2013 Direção-Geral da Administração da Justiça - 2013