MAPBIOMAS E USO E COBERTURA DOS SOLOS DO MUNICÍPIO DE BREJINHO, PERNAMBUCO RESUMO ABSTRACT

Documentos relacionados
APLICAÇÃO DO MÉTODO DIRETO VOLUMÉTRICO PARA MENSURAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA VAZÃO DE NASCENTE NA SERRA DA CAIÇARA, NO MUNICÍPIO DE MARAVILHA, ALAGOAS

Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú COBH/Pajeú. Foto: Josélia Menezes

OBJETIVO. Analisar a dinâmica dos níveis potenciométricos de aquífero aluvial intensamente monitorado, no Agreste Pernambucano; Relacionar com:

Mapeamento espaço-temporal da ocupação das áreas de manguezais no município de Aracaju-SE

ANÁLISE DA VARIAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DE PIRANHAS PB: SÉRIE HISTÓRICA DE 1911 À 2016

FATORES SOCIOECONÔMICOS COMO INDICADORES DE SUSCEPTIBILIDADE À DESERTIFICAÇÃO EM MICROREGIÕES DO SERTÃO DE PERNAMBUCO PE

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO ORAL - GEOPROCESSAMENTO

MAPEAMENTO DO USO DA TERRA E DA EXPANSÃO URBANA EM ALFENAS, SUL DE MINAS GERAIS

Land cover change and soil loss susceptibility: The case of Curuá-Una river basin, PA

Fragilidade Ambiental Método auxílio multicritério à tomada de decisão

CARACTERIZAÇÃO DA FRAGILIDADE AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA GI8, PE

FILTROS PARA EXTRAÇÃO DE BORDAS: UM ESTUDO PRELIMINAR PARA A ÁREA DO RESERVATÓRIO DE ITAPARICA

SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO A ANÁLISE AMBIENTAL NO SEMIÁRIDO: A CLASSIFICAÇÃO DO USO E COBERTURA DA TERRA NO MUNICÍPIO DE FEIRA DE SANTANA-BA

ESPACIALIZAÇÃO DO REBAIXAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TRAMANDAÍ, RS 1

MÉTODO DO ALINHAMENTO vs DRONE vs LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO MUNICÍPIO DE ITATIM-BA

EIXO TEMÁTICO: TÉCNICA E MÉTODOS DE CARTOGRAFIA, GEOPROCESSAMENTO E SENSORIAMENTO REMOTO, APLICADAS AO PLANEJAMENTO E GESTÃO AMBIENTAIS

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DE UM RESERVATÓRIO DE ABASTECIMENTO EM PERÍODOS DE SECA E CHEIA NO SEMIÁRIDO TROPICAL

Período de Referência:

SIG PARA GESTÃO AMBIENTAL DO ESTADO DE ALAGOAS: O CASO DE SANTANA DO IPANEMA

ANÁLISE DE SÉRIE HISTÓRICA DE PRECIPITAÇÃO. ESTUDO DE CASO: PRINCESA ISABEL PB

Análise Temporal De Uso/Cobertura Do Solo Na Bacia Da Represa Do Rio Salinas, Minas Gerais

ANÁLISE ESTATÍSTICA PARA IDENTIFICAÇÃO DE TENDÊNCIAS NO REGIME DE CHUVAS PARA O AGRESTE MERIDIONAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Comparação de Variáveis Meteorológicas Entre Duas Cidades Litorâneas

PRODUTIVIDADE DAS COLMEIAS DE

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - MONITORAMENTO AMBIENTAL

VARIABILIDADE TEMPORAL DE PRECIPITAÇÕES EM CARUARU PE, BRASIL

DINÂMICA DO USO DO SOLO NA SUB-BACIA DO CÓRREGO DAS LAJES DE INHUMAS-GOIÁS. F. C. L. Oliveira¹, L. M. Dutra¹ RESUMO ABSTRACT

AVALIAÇÃO DAS PROJEÇÕES DE PRECIPITAÇÃO DOS MODELOS CLIMÁTICOS GLOBAIS DO QUARTO RELATÓRIO DO IPCC PARA O BRASIL *

Dinâmica da paisagem e seus impactos em uma Floresta Urbana no Nordeste do Brasil

VARIABILIDADE ESPACIAL DE PRECIPITAÇÕES NO MUNICÍPIO DE CARUARU PE, BRASIL.

AVALIAÇÃO TEMPORAL DA COBERTURA E USO DA TERRA NA BACIA DO RIO VERDE, MICRORREGIÃO DE CERES GOIÁS, EM 1998, 2008 E 2018

DETECÇÃO DE MUDANÇAS DO SOLO E DA VEGETAÇÃO NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO

VULNERABILIDADE DOS AQUÍFEROS DO MUNICÍPIO DE IRITUIA-PA: UMA APLICAÇÃO DO MÉTODO GOD.

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

ANÁLISE DA REDUÇÃO DO ESPELHO D ÁGUA DOS RESERVATÓRIOS DO MUNICÍPIO DE PARELHAS/RN

MONITORAMENTO DA VAZÃO NAS NASCENTES DA SERRA DA CAIÇARA, MARAVILHA NO SEMIÁRIDO ALAGOANO.

Uso de SIG para confecção de um mapa de uso e ocupação do solo do município de Bambuí-MG

AVALIAÇÃO DA TENDÊNCIA DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NA LOCALIDADE DE FLORESTA, ESTADO DE PERNAMBUCO

José Hamilton Ribeiro Andrade (1); Érika Gomes Brito da Silva (2)

Uso de geotecnologias livres para o mapeamento das plantações de Eucalipto, Nossa Senhora do Socorro-SE

GEOPROCESSAMENTO APLICADO À ANÁLISE MULTITEMPORAL DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO MUNICÍPIO DE MARITUBA PA RESUMO ABSTRACT

Fragilidade Ambiental Método: Processo Hierárquico Analítico (AHP)

TERMO DE REFERÊNCIA Nº 03/2017

Detecção de mudanças no período de 1994 a 2007 nos remanescentes florestais na Região Turístico-Cultutal do Médio Paraíba RJ

Mapeamento do risco de deslizamento de encostas na região da Serra do Mar no Estado do Rio de Janeiro

Estudo da associação espacial entre áreas queimadas e desmatamento na Amazônia

TECNOLOGIAS SOCIAIS PARA GESTÃO E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NO ALTO TRECHO DA BÁCIA DO PAJEÚ PE

Vegetação Amenizadora da Poluição Industrial no Bairro Cidade Industrial de Curitiba / PR

Uso da terra na bacia hidrográfica do alto rio Paraguai no Brasil

USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NO MUNICÍPIO DE ITUIUTABA- MG ATRAVÉS DAS TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO

SIMULAÇÃO DE CENÁRIOS DE USO DO SOLO PARA A BACIA DO RIBEIRÃO CONCÓRDIA SC

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Comparação entre diferentes escalas de mapeamento de APP de Topo de Morro

QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE DESMATAMENTO NO ESTADO DO TOCANTINSS DURANTE O PERÍODO DE 1995 A 2000

Impactos das Mudanças Climáticas Globais em algumas Regiões do Brasil através do Estudo da Variação do Balanço Hídrico

Ranyére Silva Nóbrega, Docente Geografia/UFPE,

ANÁLISE DA ACURÁCIA DO MAPEAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS NO ÂMBITO DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL NO MUNICÍPIO DE CURAÇÁ BA

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO E DO NÚMERO DE DIAS DE CHUVA NO MUNICÍPIO DE PETROLINA - PE

Área verde por habitante na cidade de Santa Cruz do Sul, RS

APLICAÇÕES DO SENSORIAMENTO REMOTO NO MEIO AMBIENTE, ASSOCIADO COM DADOS METEOROLÓGICOS. "O CASO DE RORAIMA".

ANÁLISE TEMPORAL DO REGIME FLUVIOMÉTRICO DO RIO PIANCÓ AO LONGO DE 41 ANOS: ESTUDO DE CASO DA ESTAÇÃO PAU FERRADO

TERMO DE REFERÊNCIA Nº 62167/2018 C.I. 24/2018


ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS ATRAVÉS DA TÉCNICA DE QUANTIS M. J. M. GUIMARÃES 1 ; I. LOPES 2

Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa Relacionadas à Queima de Biomassa no III Inventário Nacional: avanços e desafios

A PROBLEMÁTICA DA SEMIARIDEZ NO SERTÃO PARAIBANO

INFLUÊNCIA DA RETIRADA DA VEGETAÇÃO NAS VAZÕES MÁXIMAS E MÍNIMAS DO RIO MADEIRA, PORTO VELHO, RO

ÁGUA E RECURSOS HÍDRICOS NO VALE DO JAGUARIBE, CEARÁ: DILEMAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO FIGUIEREDO.

FERRAMENTAS PARA A GESTÃO DO RESERVATÓRIO DE ITAPARICA UTILIZANDO IMAGENS DE SENSORIAMENTO REMOTO

Levantamento de informações ambientais do município de Princesa Isabel- PB utilizando aplicativo SIG 1

TERMO DE REFERÊNCIA Nº 42/2017

Lucio Alberto Pereira 1 ; Roseli Freire de Melo 1 ; Luiza Teixeira de Lima Brito 1 ; Magna Soelma Beserra de Moura 1. Abstract

CONSTATAÇÃO DA VARIAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICÍPIO DE SOUSA/PB: A PARTIR DA SÉRIE HISTÓRICA DE 1914 Á 2015

ANÁLISE DA DENSIDADE DE EVENTOS DE DEGRADAÇÃO FLORESTAL E DESFLORESTAMENTO E SUA RELAÇÃO COM OS POLOS MADEIREIROS NO ESTADO DO PARÁ

Lista de Recuperação de Geografia 2013

MONITORAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO PARQUE ESTADUAL MATA DA PIMENTEIRA-PE POR TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO

Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016)

MAPEAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA MICROBACIA DO CÓRREGO DO KARAMACY - ITAPEVA/SP.

ANÁLISE DOS PARÂMETROS FÍSICOS DA SUPERFÍCIE DO SOLO EM CAATINGA PERNAMBUCANA

Banco de dados georreferenciado da bacia hidrográfica do rio Brígida no sertão pernambucano. Sara Fernandes de Souza¹. Roberto da Boa Viagem Parahyba¹

ESTRATÉGIAS DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO: UM CASO PARTICULAR

APLICAÇÃO DO MODELO THORNTHWAITE-CAMARGO PARA EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL EM QUATRO CIDADES PARAIBANAS

Análise da dinâmica espacial da área de soja em municípios do Mato Grosso por meio de imagens do sensor MODIS 1. INTRODUÇÃO

PROCESSAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE IMAGENS DE SATÉLITE PARA CARACTERIZAÇÃO DE USOS DO SOLO

Siclério Ahlert Pedro Antônio Roehe Reginato

Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016)

~J',164x" Cartografia Ambiental da Região de Vitória da Conquista - BA

Mapas altimétricos do estado de Pernambuco utilizando dados SRTM e dados altimétricos provenientes da Base de Dados do Estado de Pernambuco

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DAS CHUVAS NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE, REGIÃO AGRESTE DA PARAÍBA

ANÁLISE DA TEMPERATURA DO AR NA CIDADE DE TRÊS LAGOAS (MS): EXPERIMENTOS NA VILA PILOTO E CENTRO

ANÁLISE DOS INDICES PLUVIÓMETRICOS NO RESERVATÓRIO HIDRICO NO SEMIÁRIDO

25 a 28 de novembro de 2014 Campus de Palmas

Geografia. Clima. Professor Luciano Teixeira.

SIMULAÇÃO DE VAZÕES MÁXIMAS EM UMA MICROBACIA URBANA EM JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ. Autor(es): Renato de Oliveira Fernandes; Thaís Bento da Silva;

Recursos Hídricos no Brasil: uma visão estratégica para o semi-árido

Expansão da cana-de-açúcar na microrregião de Quirinópolis, Goiás

Anais 1º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Campo Grande, Brasil, novembro 2006, Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p

REGIÃO NORDESTE 3 BIMESTRE PROFA. GABRIELA COUTO

CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO ORIZÍCOLA NO RIO GRANDE DO SUL E REGIÃO FRONTEIRA OESTE

PROVA DE GEOGRAFIA MÓDULO I DO PISM (triênio )

Transcrição:

S B C Anais do XXVII Congresso Brasileiro de Cartografia e XXVI Exposicarta 6 a 9 de novembro de 2017, SBC, Rio de Janeiro - RJ, p. 947-951 MAPBIOMAS E USO E COBERTURA DOS SOLOS DO MUNICÍPIO DE BREJINHO, PERNAMBUCO V. N. Lima 1, S. O. Gomes 2, A. L. B. Candeias 3, R. R. Silva 4 1,2,3 Departamento de Engenharia Cartográfica, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil 4 Departamento de Energia Nuclear, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Comissão IV - Sensoriamento Remoto, Fotogrametria e Interpretação de Imagens RESUMO As emissões de gases de efeito estufa (GEE) estão diretamente ligadas as mudanças de uso e cobertura do solo. Este artigo apresenta um estudo sobre as alterações do uso e cobertura do solo do município de Brejinho, Macrorregião do Sertão de Pernambuco e Microrregião do Pajeú para um intervalo de dezesseis anos (2000 2016). Utiliza-se aqui o MapBiomas que é um projeto sobre o Mapeamento da Cobertura e Uso do Solo do Brasil para obter esses resultados e podem servir como um dos parâmetros de entrada para analisar o GEE da área. Palavras-chave: Mapeamento, Caatinga, MapBiomas, Gases de Efeito Estufa. ABSTRACT Greenhouse gas (GHG) emissions are directly linked to changes in land use and land cover. This article presents a study about the changes in land use and cover of the municipality of Brejinho, Macroregion do Sertão de Pernambuco and Microregion of Pajeú for a period of sixteen years (2000-2016). MapBiomas, which is a project on Brazil's Soil Mapping and Land Use, is used here to obtain these results and can serve as one of the input parameters for analyzing the area's GHG. Keywords: Mapping, Caatinga, MapBiomas, Greenhouse Gases. 1-INTRODUÇÃO O levantamento do uso e ocupação do solo apresentam as alterações na paisagem do local, e pode auxiliar em diversos estudos do meio ambiente. Estudos de qualidade do solo, recursos hídricos da região, e até na emissão de gases do efeito estufa (GEE) podem usar uso e ocupação do solo como um dos parâmetros de entrada de modelagem. O MapBiomas (MAPBIOMAS, 2017) é um projeto sobre o Mapeamento da Cobertura e Uso do Solo no Brasil. Atualmente existem dados para o período de 2000 a 2016 de cobertura do solo sobre: Floresta, Uso Agropecuário e Áreas não vegetadas. Com isso torna-se possível gerar mapas para estudar as alterações do uso e ocupação de solo. A avaliação do uso e cobertura do solo da Bacia do Pajeú pode ser encontrada em Freire et al. (2011) e a análise da distribuição espacial da precipitação na bacia do rio Pajeú pode ser encontrada em Salgueiro e Montenegro (2008). O estudo hidrogeológico da área pode ser vista em Morais (1999) e o mapa previsional de exploração do aquífero fissural em Santos, Costa e Filho (1992). Pode-se com o MapBiomas observar as variações de uso e ocupação do solo de cada município dessa bacia. O município de Brejinho foi a área escolhida para análise das alterações do uso e da cobertura dos solos. Esse município fica no Alto Pajeú, no Estado de Pernambuco. A nascente do Rio Pajeú se localiza no município de Brejinho, na Serra do Balanço, divisa entre Pernambuco e Paraíba. Mais detalhes sobre o alto Pajeú e sua nascente pode ser encontrado em Candeias (2016). 2- METODOLOGIA 2.1 ÁREA DE ESTUDO O município de Brejinho se localiza na Macrorregião do Sertão de Pernambuco e na Microrregião do Pajeú. A área territorial desse município é de 8.480 hectares. Geograficamente, esse município se limita ao Norte com o Estado da Paraíba, ao Sul com São José do Egito e Santa Terezinha, ao leste com Itapetim, e ao Oeste com a Paraíba. 947

O clima é o semiárido quente e com temperaturas que variam entre 20ºC e 26ºC. A vegetação da região é típica do clima semiárido, a caatinga hipoxerófila (EMBRAPA, 2000). É possível observar a localização do município a partir da Figura 1. 2.2 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA A partir do projeto MapBiomas, foi possível exportar dados de cobertura do solo, afim de acompanhar o comportamento das mudanças ao longo de dezesseis anos (2000 a 2016). Ao acessar a plataforma do projeto, na parte superior tem-se o menu de Mapas e Dados, onde nele encontra-se as opções de: cobertura e uso do solo, Figura 2, e posteriormente a partir da ferramenta de pesquisa, é possível se fazer a consulta para o município de Brejinho. Além do mapeamento da área é possível obter as estatísticas em forma de gráfico e a planilha de dados dos anos de 2000 a 2016, Figura 3. Os dados observados foram: Floresta, Uso Agropecuário e Áreas não vegetadas. Fig. 1 - Localização do Município de Brejinho Fig. 2 - Menus de informação. Fonte: MAPBIOMAS (2017) 948

Fig. 3 - Plataforma MapBiomas. Fonte: MAPBIOMAS (2017) 3-RESULTADOS As áreas não vegetadas em 2000 eram de 8,59 hectares. Já em 2016 tinha-se 128,79 hectares e, portanto, houve um acréscimo de 120,2 hectares. O Uso Agropecuário para o ano de 2000 era de 3.032,54 hectares e para o ano de 2016 obteve-se um valor de 3.739,33 hectares, apresentando assim um acréscimo de 706,79 hectares. Já para a área de floresta que em 2000 apresentou um valor de 2.566,06 hectares e, em 2016 obteve-se um valor de 2.129,77 hectares, mostrando assim uma redução de 436,29 hectares. Os resultados obtidos no período de 16 anos são apresentados na Tabela 1 e na Figura 4. Fig. 4 Gráfico. Fonte: MAPBIOMAS (2017) 949

TABELA 1 ÁREA DO SOLO DE BREJINHO EM ha. Fonte: MapBiomas (2017) BREJINHO Classes 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 1 Floresta 7.595,27 ha 3.675,00 ha 5.740,85 ha 7.572,65 ha 6.662,27 ha 6.041,33 ha 8.010,26 ha 5.006,11 ha 6.337,40 ha 3 Uso 3.815,13 2.955,73 ha 6.719,61 ha 4.800,78 ha 2.965,80 ha 3.846,85 ha 4.478,65 ha 2.486,14 ha 5.465,46 ha Agropecuário ha 4 Áreas não vegetadas 30,13 ha 30,13 ha 30,13 ha 30,13 ha 30,22 ha 0,00 ha 0,00 ha 21,65 ha 0,00 ha Classes 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 1 Floresta 6.301,27 ha 7.713,48 ha 4.825,26 ha 4.652,18 ha 6.488,04 ha 7.042,36 ha 6.906,57 ha 6.868,13 ha 3 Uso Agropecuário 3.889,26 ha 2.540,30 ha 4.759,61 ha 5.289,99 ha 3.797,37 ha 3.425,14 ha 2.966,86 ha 3.593,89 ha 4 Áreas não vegetadas 30,39 ha 88,18 ha 86,67 ha 86,67 ha 86,67 ha 87,56 ha 86,67 ha 86,67 ha Pode ser observado pelo mapa do ano de 2000, Figura 5, e pelo mapa do ano de 2016, Figura 6, o processo de transformação do uso e cobertura do solo de Brejinho. Observa-se que as áreas de Floresta Fechada (em verde escuro) predominante no mapa do ano de 2000, foram transformadas em áreas de floresta aberta (em verde claro), predominante no mapa de 2016, ou em áreas agropecuárias ou áreas não vegetadas (em bege). Fig. 5 Mapa de Brejinho de uso e cobertura do solo do ano de 2000. Fonte: MAPBIOMAS (2017) 950

Fig. 6 Mapa de Brejinho de uso e cobertura do solo do ano de 2016. Fonte: MAPBIOMAS (2017) 4- CONSIDERAÇÕES FINAIS As emissões de gases de efeito estufa (GEE) estão diretamente relacionadas as mudanças de uso e cobertura do solo. Os dados observados em Brejinho foram: Floresta, Uso Agropecuário e Áreas não vegetadas, ao longo dos 16 anos (2000 a 2016). Observou-se que as áreas não vegetadas passaram de 8,59hectares para 128,79hectares ocorrendo, portanto, um acréscimo de 120,2hectares de área desmatada. O uso agropecuário aumentou para acréscimo de 706,79hectares e a área de floresta teve uma redução de 436,29hectares. Sabe-se que, quando as áreas de floresta são transformadas em áreas não vegetadas e ou de uso agropecuário, se reduz o estoque de carbono e em consequência disso, aumenta-se a emissão dos gases do efeito estufa (GEE) e isso ocorreu no município de Brejinho. Recomenda-se quantificar a emissão dos GEE para a área aqui analisada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CANDEIAS, A. L. B. Algumas práticas de tecnologias sociais na região do Alto Pajeú - Pernambuco: volume 1 [recurso eletrônico]. Editora UFPE (EDUFPE). 2016. https://www3.ufpe.br/editora/ufpebooks/serie_extensao /alto_pajeu/. Acesso em: 21 de set. 2017. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Boletim de pesquisa. Disponível em: http://www.uep.cnps.embrapa.br/zape/boletim_de_pes quisa_final.pdf. Acesso em: 26 de ago. 2017. FREIRE, M.S.; RAMOS, R.R.D.; LOPES, H.L.; M. DO C. SOBRAL; S.M.G.L. MONTENEGRO E L.J. DE O. ACCIOLY, 2011. Avaliação do uso e cobertura do solo na bacia do Pajeú Pernambuco, em Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR. Curitiba - PR, pp. 1403-1410. MAPBIOMAS. Projeto MapBiomas Coleção 2 da Série Anual de Mapas de Cobertura e Uso de Solo do Brasil, acessado em [data] através do link: http://mapbiomas.org. Acesso em: 10 de set. 2017. MORAIS, Franklin de. Estudo hidrogeológico sucinto para a locação de poços nas localidades de São Joaquim e Mussambê - Brejinho/PE. Recife: CPRM, 1999.http://www.cprm.gov.br/publique/media/hidrolog ia/monitoramento/locacoes-brejinho.pdf. Acesso em: 21 de set. 2017. SALGUEIRO, J.H.P. de B; S.M.G.L. MONTENEGRO, 2008. Análise da distribuição espacial da precipitação na bacia do rio Pajeú em Pernambuco segundo método geoestatístico. Rev. Tecnol. Fortaleza, Vol. 29, Nº 2, pp.74-185. SANTOS, A.C.; COSTA, W.D.; W.D.C. FILHO, 1992. Mapa previsional de exploração do aquífero fissural do Alto Pajeú - PE, em Anais do 7º Congresso Brasileiro de Águas Subterraneas, Recife PE, Brasil, pp. 164-166. 951