II Encontro de Teoria Crítica e Filosofia Política da USP. Edital

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Transcrição:

II Encontro de Teoria Crítica e Filosofia Política da USP Edital A Comissão Organizadora torna pública a abertura de inscrições e estabelece normas relativas à participação de pesquisadores(as) no II Encontro de Teoria Crítica e Filosofia Política da USP. O evento ocorrerá nos dias 04, 05 e 06 de outubro de 2017. As mesas são organizadas por eixos temáticos e têm como comentador(a) um(a) pesquisador(a) com experiência na área, possibilitando debates e estímulos à pesquisa em andamento. 1. Objetivo O Encontro de Teoria Crítica e Filosofia Política da USP é um evento pensado para estimular o debate entre pesquisadores(as) de diferentes níveis (iniciação científica, mestrado e doutorado) que compartilham áreas de estudo no âmbito da Teoria Crítica, especialmente no que concerne aos vínculos dessa linha de pensamento com a tradição da filosofia política. 2. Público-alvo Alunos(as) de graduação e pós-graduação que realizam pesquisa em temas relacionados ao Encontro. A inscrição deve ser feita de acordo com os eixos temáticos que constam neste Edital. 3. Inscrições As inscrições devem ser realizadas entre 05 e 15 de maio de 2017. Para se inscrever, é necessário enviar, para o e-mail grite.teoriacritica@gmail.com, um resumo de no máximo 500 palavras, em formato PDF, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento simples, constando nome completo, departamento ou programa do qual faz parte, orientador(a), título da comunicação e eixo temático do qual deseja participar. O eixo temático também deve ser indicado no assunto do e-mail. Eixos temáticos: a. Conflitos, lutas e movimentos sociais Com a mudança do diagnóstico de tempo das democracias contemporâneas, os movimentos sociais assumem novas demandas e enfrentam outras formas de dominação

social que precisam ser identificadas a partir de novas categorias de emancipação e lidas em uma nova gramática dos conflitos sociais. Esses conflitos vão para além da dominação de uma classe sobre a outra, e abrangem diversas causas e motivações, não só econômicas, mas também políticas, sociais, culturais e jurídicas. Entram nesse contexto, portanto, as lutas dos movimentos feminista, LGBT, indígena, negro, de imigrantes, entre outros. A teoria crítica, diante disso, enquanto teoria articulada com a práxis, precisa a todo tempo se renovar para pensar e conceituar os diagnósticos de lutas desses movimentos sociais. Qual seria então a relação dos teóricos críticos com os movimentos sociais do seu tempo? Todo movimento social é emancipatório? Esse eixo temático abre espaço para debater as relações que articulam a teoria crítica com as demandas e as lutas dos movimentos sociais, buscando entender questões que envolvem identidade e diferença, desigualdade e discriminação, economia e cultura, poder e democracia. b. Direito, justiça e democracia Os trabalhos de Jürgen Habermas são um marco na tradição teórico-crítica. Desde Mudança estrutural da esfera pública, de 1962, temas como a deliberação pública, a racionalidade comunicativa e o Estado de Direito têm tido centralidade nos debates da tradição. Assim, especialmente no cenário pós-habermasiano, o Direito tem sido disputado como possibilidade emancipatória. Jean Cohen, Seyla Benhabib, Günther Teubner, Rainer Forst e outros têm se dedicado a pensar as possibilidades do Direito e os limites da justiça nas sociedades contemporâneas. Assim, esse eixo temático está aberto a pesquisas que relacionem esses temas e debates entre autores a respeito dessas potencialidades, bem como a pesquisas empíricas que buscam realizar diagnósticos de época sobre o Direito, justiça e democracia em nossas sociedades à luz da teoria crítica. c. Estética e crítica da cultura O significado de estética foi longamente relacionado à ordem dos sentidos. Contudo, a partir de Immanuel Kant, houve uma junção dos sentidos com a conotação pertinente ao belo, especialmente na arte. Na Crítica do Juízo, a dimensão estética parece tornar-se o centro das faculdades da mente, abrindo vias para que a natureza se torne suscetível à liberdade, necessária à autonomia. De certa maneira, parece haver uma noção emancipatória na função estética. Contudo, a partir de uma perspectiva teórico-crítica, o capitalismo, o avanço da técnica e a perda da experiência, da indústria da cultura, da repetição massificada e a ideologia incidem na modificação dos rumos da estética e da cultura. Na visão de alguns autores, a elaboração da cultura se torna um meio eficiente de

dominação e racionalização técnica. O eixo aqui exposto busca abarcar a constelação teórica construída em torno de tais conceitos e categorizações, colocando em debate autores clássicos como Theodor Adorno, Walter Benjamin e Herbert Marcuse, além de demais autores(as) que visam estabelecer diagnósticos, prognósticos e bloqueios emancipatórios na estética, cultura e arte. d. História da teoria crítica O texto Teoria tradicional e teoria crítica de Max Horkheimer pode ser considerado como marco inicial dessa tradição, lançando as bases do que seria perseguido pelo Instituto de Pesquisas Sociais da Universidade de Frankfurt nos anos 1930. Por mais que muitas mudanças tenham ocorrido desde então, muito desse texto ainda se mantém como referência na área. Do que se mantém, podemos destacar a preocupação com a realização de diagnósticos do tempo presente relacionados com uma orientação para a emancipação e o comportamento crítico. Ou seja, a teoria crítica é o estudo da realidade, ou como as coisas são, a partir da perspectiva de como elas deveriam ser. Assim, este eixo temático pretende abarcar trabalhos que estudam a transformação de conceitos ao longo da trajetória dessa tradição, bem como aqueles que se dedicam a estudar as origens da teoria crítica, relacionando a produção de autores como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Walter Benjamin e outros ao que seriam suas inspirações e influências teóricas. e. Teoria crítica no Brasil Pelo menos desde a Independência, aqueles que se ocupam de teoria social no Brasil, ou os chamados intelectuais, passaram a enfrentar a questão dos desvios da experiência nacional vivida por eles em relação aos modelos universais europeus nos quais foram formados. Tal corpo de pensamento social se constituiu, então, a partir de diversas respostas a essa questão, desde um realismo mais reprodutor da ordem até diferentes formas de idealismo que buscavam transformar a realidade nacional a partir da transplantação de ideias de fora sem mediação com a compreensão dessa mesma realidade em seus próprios termos. Pode-se incluir neste último registro as primeiras manifestações da influência no Brasil da obra de Marx até meados do século XX, ainda insuficientes para a produção original de um diagnóstico de presente histórico com compromisso emancipatório. Desde então, a questão que se coloca é: há uma teoria crítica propriamente brasileira, desenvolvida a partir ou paralelamente aos autores da chamada primeira geração da teoria crítica no Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt, ou apenas recepção historiográfica dessa linha de pensamento no Brasil? O presente eixo temático

busca contemplar, além dessa questão de fundo, trabalhos tanto teóricos, sobre a contribuição e atualidade de autores brasileiros cuja produção intelectual buscou se apropriar ou dialogar com a teoria crítica, como empíricos, sobre a realidade brasileira à luz de autores da teoria crítica em geral. f. Teoria crítica e interseccionalidades O que é interseccionalidade? Tudo é interseccional? Deve existir um espaço na teoria crítica para interseccionalidade ou ela mesma deve ser interseccional? É um modo de evidenciar situações histórica e geograficamente situadas ou é passível de universalização? Como repensar a partir dela a representação política? O termo ainda está em disputa. A exemplo de Patrícia Hill Collins, o conceito abrange um paradigma normativo e empírico de específicas organizações de relações sociais hierárquicas de poder, por um arranjo sobreposto de opressões, tais como raça, estrato social, gênero, sexualidade, estatuto de cidadão, etnia e idade. Alguns podem afirmar que esse conceito deveria se estabelecer apenas dentro das categorias de gênero, raça e classe. Kimberleé Creenshaw cunhou o termo, Collins desenvolveu uma definição própria, mas muitas teóricas engajaram-se na discussão, por exemplo, Iris Young, Seyla Benhabib, Nancy Fraser, passando por Angela Davis, bell hooks, Ina Kerner e até mesmo Judith Butler. Tal eixo pretende trazer o confronto de ideias acerca das diversas maneiras de pensar a(s) interseccionalidade(s), desde sua definição, até usos e discordâncias, funções e vias para, quem sabe, um outro entendimento do que é a própria teoria crítica. g. Teoria crítica e psicanálise A psicanálise ocupa um lugar muito importante na teoria crítica, assumindo diferentes empreitadas ao longo do tempo, estando presente, desse modo, nos debates teóricos de Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert Marcuse, Erich Fromm, Jürgen Habermas, Axel Honneth, entre outros pensadores. A teoria crítica abarcou a psicanálise como meio de diagnosticar as patologias sociais da modernidade, servindo muitas vezes como um instrumento metodológico para entender os bloqueios da emancipação. Atualmente, a psicanálise se faz presente principalmente na teoria de relação com o objeto, envolvendo a origem da intersubjetividade por meio das lutas por reconhecimento. Esse eixo temático, assim, abre espaço para debater e relacionar essas duas correntes teóricas, a psicanálise com as diferentes vertentes da teoria crítica, trazendo questões que envolvem o papel da psicanálise, enquanto um modelo crítico relevante, para pensar os problemas e as

transformações da sociedade. 4. Trabalhos Os trabalhos selecionados serão divulgados no dia 20 de junho. Os(as) pesquisadores(as) selecionados(as) devem encaminhar, para o e-mail grite.teoriacritica@gmail.com, o texto completo da apresentação até o dia 01 de setembro. O texto deve ser enviado em formato PDF, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5. O tempo para a comunicação de cada participante será de 20 minutos. O texto enviado deve ter entre 10 e 15 páginas. 5. Calendário Período de inscrição 05 a 15 de maio de 2017 Divulgação dos trabalhos aceitos 20 de junho de 2017 Prazo para envio dos textos completos 1º de setembro de 2017 Realização do evento 04, 05 e 06 de outubro de 2017 Cabe à Comissão Organizadora o julgamento de casos omissos neste Edital. São Paulo, 20 de abril de 2017. Comissão Organizadora Prof. Dr. Luiz Sérgio Repa - Departamento de Filosofia da USP Prof. Dr. Rúrion Soares Melo - Departamento de Ciência Política da USP Adriana Pereira Matos - mestranda em Filosofia (PPGF/USP) Barbara Soares - mestranda em Ciência Política (PPGCP/USP) Gabrielly Oliveira - graduanda em Ciências Sociais (USP) Max Luiz Gimenes - mestrando em Sociologia (PPGS/USP) Rachel Louise Eckert - graduada em Filosofia (USP)