ANÁLISE DO PERFIL SOCIOAMBIENTAL DOS ALUNOS DA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE CATINGUEIRA, PARAÍBA, UTILIZANDO A PEGADA ECOLÓGICA COMO ESCALA DE MEDIDA

Documentos relacionados
DESERTIFICAÇÃO AMBIENTAL: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DA ESCOLA AUZANIR LACERDA, PATOS, PARAÍBA.

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL NO CONSUMO DE PLÁSTICOS: UM RELATO DE VIVÊNCIA

ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS SOBRE RECURSOS HÍDRICOS EM PEDRA BRANCA, PARAÍBA.

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO ESCOLAR

RESÍDUOS SÓLIDOS E COLETA SELETIVA: CONCEPÇÕES DE ALUNOS DE NÍVEL SUPERIOR EM PATOS, PARAÍBA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE FRANCISCA EDJANÁRIA PEREIRA SIMONE COSMA GALDINO DE OLIVEIRA VANIA GOMES VIEIRA

ABORDAGEM DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

Eixo Temático ET Educação Ambiental

O PERCURSO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL DENTRO E FORA DO CONTEXTO EDUCACIONAL

PROBLEMAS AMBIENTAIS E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ÁREA URBANA NO MUNICÍPIO DE PATOS, PARAÍBA

Responsabilidade Socioambiental como estratégia de Desenvolvimento Sustentável (I)

Questões para Acompanhamento da Aprendizagem. Aula-tema 7: População e Meio Ambiente

NOME DA ESCOLA: Escola Municipal de Ensino Fundamental Corina de Azevedo Barbosa. GESTORA: Érica Carla de Vasconcelos Rodrigues

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DA REDE PÚBLICA DE ENSINO SOBRE O DESCARTE INDEVIDO DE ÓLEO DE COZINHA COM ÊNFASE NA PROBLEMÁTICA AMBIENTAL

PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO DE CIÊNCIAS DE UMA ESCOLA PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE LAGOA SANTA, MINAS GERAIS.

ANÁLISE SOBRE O CONCEITO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIÊNCIA DE PROFESSORES DO SEMIÁRIDO NORDESTINO

CONHECIMENTO DE ALUNOS SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA INSTITUIÇÃO PARTICULAR NO SERTÃO PARAIBANO

PEGADA ECOLÓGICA DO TURISMO EM ALTER- DO- CHÃO, SANTARÉM- PARÁ

LIXO ELETRÔNICO: UMA FORMA DE TRABALHAR A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL ATRAVÉS DO INDICADOR PEGADA ECOLÓGICA PARA O MUNICÍPIO DE POMBAL PB

Pegada Ecológica A Pegada Ecológica de um país, de uma cidade ou de uma pessoa, corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar, necessá

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM PASSO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

(Living Planet Report 2008 WWF) 1/3 do consumo de recursos naturais pela humanidade é acima do que o planeta é capaz de repor.

CONSUMO SUSTENTÁVEL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: percepções de uma Comunidade Escolar RESUMO

Pegada Ecológica. Convite: junte-se a nós e saiba mais sobre um conceito

ANÁLISE DA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E DA PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL.

FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E O ENSINO SOBRE O MEIO AMBIENTE SEGUNDO OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAL

VII EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ESCOLAS PÚBLICAS: DESPERTANDO O INTERESSE DE CRIANÇAS PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA VISÃO DOS ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE O MEIO AMBIENTE

Hábitos de Consumo e Meio Ambiente

PRESERVAÇÃO DA ÁGUA ATRAVÉS DE UMA EDUCAÇÃO CONSCIENTE

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO DE NOVOS MODELOS DE GESTÃO COM AÇÃO PREVENTIVA NA FORMAÇÃO DOS ENGENHEIROS CÍVIS

MÉTODOS INTERDISCIPLINARES APROXIMANDO SABERES MATEMÁTICOS E GEOGRÁFICOS

A INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO ESCOLAR COMO META PARA PRÁTICAS E VALORES SUSTENTÁVEIS

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DO LIXÃO NA SEDE DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO/BA

AVALIAÇÃO DO GRAU DE CONSCIÊNCIA AMBIENTAL: CONSUMO ECOLÓGICO

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Uso racional de energia elétrica, água e descarte de lixo eletrônico no Campus Machado-MG

4ª Jornada Científica e Tecnológica e 1º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 16, 17 e 18 de outubro de 2012, Muzambinho MG

AVALIAÇÃO DO DESCARTE INDEVIDO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE POCINHOS - PB

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ALTERNATIVA DE ENSINO INCLUSIVO COM A PRÁTICA DA HORTA ESCOLAR NA APAE SANTA LUZIA, PARAÍBA

Educação ambiental: processo participativo para melhora

Conscientização ambiental na Educação Infantil da escola Dr. Vasco da Gama e Silva, RS

DIAGNÓSTICO DA DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES NO ESTADO DA PARAÍBA

II Simpósio Nacional de Empreendedorismo Social Enactus Brasil

CONHECIMENTO E PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS DE ALUNOS DE BREJINHO, PERNAMBUCO, RELACIONADOS AOS RECURSOS HIDRÍCOS DO SEMIÁRIDO

Etec Monsenhor Antonio Magliano. Projeto Interdisciplinar Ações de defesa e proteção ao Ambiente- 2012

do Autor Principal: RESUMO

CONHECIMENTO E PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DE PATOS, PARAÍBA, SOBRE MEIO AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA PROFESSORES: FORMAÇÃO CONTINUADA NO SEMIÁRIDO PARAIBANO.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA UEMA: AÇÕES PARA A CONSERVAÇÃO DO BOSQUE DO CAMPUS PAULO VI

Indicador de. de Campinas

Tecnologia em Gestão Ambiental, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Campus João Pessoa,

CONHECIMENTO E AÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DOS ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA DO RIO GRANDE DO GRANDE: A IMPORTÂNCIA DO ENSINO TRANSDISCIPLINAR

PEGADA ECOLÓGICA PEGADA ECOLÓGICA

REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM DE EMBALAGENS PLÁSTICAS DE LEITE: UMA ABORDAGEM SOCIOAMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE ITAPEMIRIM

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE UMA ESCOLA DO MUNICIPIO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA SP, SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL.

O SOLO COMO BASE PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

O COMPORTAMENTO DAS AGENTES UNIVERSITÁRIAS COM PERFIL ECOLOGICAMENTE CORRETO

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: DESCORTINANDO CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS

RELATÓRIO DE GERENCIAMENTO DE RISCO RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL (PRSA)

Formação de competências na gestão de resíduos sólidos urbanos

Taboãoprev Projeto de Uso Racional de Água e Energia Elétrica

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE: REUTILIZAÇÃO DO ÓLEO DE COZINHA NO AMBIENTE ESCOLAR PARA A PRODUÇÃO DE SABÃO ECOLÓGICO

PERFIL PROFISSIONAL DOS ESTUDANTES DO CURSO DE ESTATÍSTICA NOTURNO

O PERFIL DO PROFESSOR DO E SI O FU DAME TAL A EDUCAÇÃO AMBIE TAL A CIDADE DE SÃO LUÍS/MA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E FORMAÇÃO CONTINUADA: ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DO PROJETO GINÁSIO EXPERIMENTAL CARIOCA, RJ

Vamos falar. Poluição do Rio Tejo. Mecanismos de poupança de água

SAÚDE, HIGIENE E BEM-ESTAR

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A biblioteca escolar na visão dos estudantes do Curso de Pedagogia UFAL

Introdução. Mônica Rodrigues Amorim

Engenharia Econômica, Ergonomia e Segurança & Engenharia da Sustentabilidade

HIGIENE SOCIAL: UMA PROPOSTA DE MUDANÇA ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO & SAÚDE i

PERCEPÇÃO DE ALUNOS DE CURSO SUPERIOR NA ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E INCLUSIVA

CONSUMO URBANO E O DESCARTE FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

DIAGNÓSTICO DO GRAU DE CONHECIMENTO E PRÁTICA AMBIENTAL EM CONDOMÍNIO RESIDENCIAL NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE

Percepção da água pelos moradores do bairro do Buraco Fundo, povoado de Gargaú, São Francisco do Itabapoana

Eixo Temático ET Educação Ambiental EDUCAÇÃO AMBIENTAL: PRATICANDO OS 5R S COMO FORMA DE REDUÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ÂMBITO ESCOLAR

Escola Santi. Professora Adriana Gallão do Rego 8º ano A São Paulo, 14 de maio de 2012

RELATÓRIO DE GERENCIAMENTO DE RISCO RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL (PRSA)

Desenvolvimento Sustentável

O uso de recursos da natureza. Profª. Ms. Fabiana Chinalia FACULDADES COC 10 e 11 de novembro

SAÚDE, HIGIENE E BEM-ESTAR

PERCEPÇÃO ACERCA DO CONSUMO DE PRODUTOS HORTIFRUTÍCOLAS PELOS ACADÊMICOS DA UFFS CAMPUS CERRO LARGO

PEGADA ECOLÓGICA: UM ESTUDO DE CASO APLICADO COM OS ALUNOS DA EJA DE UMA ESCOLA ESTADUAL NO MUNÍCIPIO DE ANTONIO JOÃO - MS

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: VIVÊNCIAS NOS ESPAÇOS PÚBLICOS

PERCEPÇÃO DE PROFESSORES SOBRE OS USOS E A QUALIDADE DA ÁGUA EM UMA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DA PARAÍBA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TECNOLOGIAS: EXPERIÊNCIAS RELACIONADAS À EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

UTILIZAÇÃO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL COMO SUBSÍDIO À GESTÃO PÚBLICA NAS ENGENHARIAS. Francisco Napoleão Barbosa Filho 1 ; Fabrício Brito Silva 2

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O LIXO EM ZONA RURAL DO MUNICIPIO DE ARROIO GRANDE-RS EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O LIXO EM ZONA RURAL DO MUNICIPIO DE ARROIO GRANDE-RS

LAGOA DO SALGADO: AÇÃO PEDAGÓGICA SOB A PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM OS ALUNOS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL EM SÃO JOÃO DA BARRA - RJ

O USO RACIONAL DO RECURSO HIDRICO COMO UMA ALTERNATIVA DE EMPODERAMENTO SOCIAL NA ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR FERNANDO MAGALHÃES EM CACONDE/SP

ATIVIDADES LÚDICAS COMO FACILITADORAS PARA SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL POR DOCENTES NO SEMIÁRIDO PARAIBANO.

Universidade Estadual da Paraíba UEPB Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência PIBID Campina Grande, PB Bolsistas: Jéssika Míirlla

O BEM ESTAR ANIMAL NA PERCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DA VILA FLORESTAL EM LAGOA SECA/PB

ANÁLISE DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS ALUNOS DO 1 ANO DO ENSINO MÉDIO EM UMA ESCOLA PÚBLICA NO MUNICIPIO DE CUIABÁ-MT

IMPLANTANDO SABERES SOBRE A CRISE HÍDRICA DO SEMIÁRIDO NORDESTINO EM ESCOLAS PÚBLICAS DE CAMPINA GRANDE, PB.

Sabão Ecológico - Espuma & Brilho

I Simpósio Nacional de Ciência e Meio Ambiente Progresso, Consumo e Natureza Desafios ao Homem

Transcrição:

ANÁLISE DO PERFIL SOCIOAMBIENTAL DOS ALUNOS DA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE CATINGUEIRA, PARAÍBA, UTILIZANDO A PEGADA ECOLÓGICA COMO ESCALA DE MEDIDA Laianne de Souza Guilherme (1); Pedro Silva dos Santos (1); Anna Fernanda Beatriz Amorim Cavalcante (2); Edevaldo da Silva (3) Laianne de Souza Guilherme (Universidade Federal de Campina Grande. (laiannesouza.2014@gmail.com) Resumo: A Educação Ambiental tem um papel importante para transmitir informações que busque a conscientização do ser humano quanto ao ambiente. A Pegada Ecológica é uma ferramenta que busca quantificar a perturbação que o homem causa no planeta com base em seus hábitos de vida e consumo. O objetivo deste trabalho foi analisar o perfil socioambiental dos alunos da escola pública Inácio da Catingueira, no Município de Catingueira, Paraíba, utilizando a pegada ecológica como escala de medida. Foram entrevistados 102 alunos, por meio de um questionário constituído por 25 questões. As questões abrangeram aspectos relacionados à moradia (15 questões), ao transporte (5 questões) e à alimentação (5 questões). Os resultados reportaram que quase a totalidade dos alunos, obtiveram a pontuação no intervalo entre 41 aos 110 pontos, obtendo uma classificação de pegada ecológica dentro de um estilo de vida sustentável (faixa entre 41 e 110 pontos). Dentre os diversos temas, os que tratavam sobre resíduos sólidos foram os que os alunos reportaram ter hábitos menos sustentáveis. A Pegada Ecológica constitui-se se como um instrumento relevante para indicar possíveis tomada de decisão e/ou planejamento em Educação Ambiental na escola voltada para Àqueles temas ou aspectos que os alunos necessitam melhorar quanto a seus hábitos e consumo. Palavras-chave: Educação Ambiental, Pegada Ecológica, Sustentabilidade. Introdução A busca pela melhor compreensão sobre os problemas ambientais e, a análise das pessoas sobre sua qualidade de vida socioambiental teve seu ápice inicial com a conferência das nações unidas sobre ambiente humano, conhecida como a Conferência de Estocolmo (1972), onde foi preparado um documento no qual continha como um dos princípios citados, a necessidade da inclusão da educação ambiental, como maneira de estimular as pessoas a cuidarem mais da natureza (CARVALHO, 2012). No entanto, as ações antrópicas das sociedades atuais têm causado diversos problemas ambientais, tais como: o aquecimento global, as impurezas nos solos e nas águas, as

contaminações nos espaços urbanos, dentre outros problemas (LEÃO; OLIVEIRA; DEL PINO; 2013). Em ocorrência do aumento populacional constante, pode dessa forma ocasionar um acréscimo nos casos de poluidores (CUBA, 2011). Assimo uso exagerado dos recursos naturais e o aumento descontrolado dos produtos industrializados, tem prejudicado o convívio do homem com o ambiente e causado danos imensos a humanidade (LEÃO; OLIVEIRA; DEL PINO; 2013). Nesse contexto, a Educação Ambiental tem um papel importante para transmitir informações que busque a conscientização do ser humano quanto ao ambiente, devendo fazer parte dos âmbitos educacionais, sociais e familiares, para provocar discussões sobre as questões ambientais por meio de diversos recursos didáticos (SANTOS et al., 2015). A escola torna-se por sua vez um local notável para determinação de meios de conhecimentos, sendo como uma das possibilidades mostrar aos alunos a responsabilidade que eles têm com o meio natural, (CUBA, 2011). Dessa forma, a Educação Ambiental promoverá uma melhor percepção dos alunos para um olhar crítico em relação aos problemas ambientais vivenciados na sociedade (JACOBI, 2005). Os professores que ministram temas ambientais devem estar constantemente capacitados para repassar as informações obtidas, incluindo os temas relacionadas a natureza, com o propósito de mostrar e explicar para os alunos os diferentes significados em relação ao meio ambiente, em suas várias dimensões,tornando-se um assunto importante a ser tratado no campo educacional (JACOBI, 2005). Em sua didática para o ensino da Educação Ambiental, o docente deve ter a interdisciplinaridade como uma metodologia importante, pois, ela associa diferentes áreas do conhecimento no contexto dos diversos temas ambientais, promovendo uma compreensão mais ampla dos alunos, associando e relacionando as diferentes disciplinas, em uma abordagem socioambiental (CARVALHO, 2012). Dentre as preocupações ambientais está a de encontrar práticas sociais e econômicas que tornem as sociedades mais sustentáveis. Entretanto as sociedades têm se tornado mais consumistas, fazendo com que ocorra a diminuição dos recursos naturais do planeta, dessa

forma acarretando um aumento na pegada ecológica de cada pessoa (FACCHINI; AGUIAR, 2015). Atualmente, existem algumas escalas de medida que buscam qualificar o perfil das pessoas quanto ao seu padrão de consumo e/ou de relacionamento com o ambiente e seus recursos. A pegada ecológica ou Ecological footprint foi proposta por especialistas americanos Mathis Wackernagel e William Rees na década de 1996, com o intuito de expor uma sugestão para análise da diminuição do impacto causado pelo ser humano ao planeta (ANTUN; BALDIN, 2013). Ela é uma ferramenta sustentável que mede a perturbação que o homem causa no planeta, que proporciona o cálculo da área de um terreno produtivo essencial para o sustento do nosso modo de vida (LAMIM-GUEDES, 2011). É uma escala de medida que pode ser utilizada tanto nas áreas educacionais como sociais, para apresentar a população os sérios danos que seus hábitos ou consumo tem causados ao ambiente, avaliando o controle da sociedade em relação aos recursos naturais utilizados diariamente (FACCHINI; AGUIAR, 2015). O indicador utilizado para calcular a pegada ecológica é o hectare global (gha), sendo responsável por estimar a capacidade de formação de recursos naturais em uma área onde uma população vive (LAMIM-GUEDES, 2011). No entanto, nas áreas urbanas, além de utilizar o número de pessoas existentes para calcular a área essencial para a sua sobrevivência, é importante analisar o grau de consumo, os progressos tecnológicos, e a qualidade da fabricação dos recursos naturais (FEITOSA; GÓMEZ; CÂNDIDO, 2013). A eficácia da pegada ecológica em sua utilização como método de desenvolvimento sustentável, é capaz de ser percebida devido ao seu emprego em vários estudos de caso, geralmente em processos organizacionais e da sociedade (SEBASTIÃO, 2010). Assimilada de modo simples, auxilia de forma positiva nas tomadas de decisões, usada por vários pesquisadores em virtude de sua fácil compreensão quanto aos resultados obtidos após sua aplicação (FEITOSA; GÓMEZ; CÂNDIDO, 2013). Portanto estudos feitos sobre a pegada ecológica mostram a constante dependência que o ser humano possui com o ambiente, além disso a pegada proporciona informações em

relação ao índice de diminuição de consumo, fazendo com que desta forma possa se viver em um mundo sustentávelsem causar sérios problemas a natureza (ANTUN; BALDIN, 2013). Deste modo, a pegada é uma maneira simples de mostrar a perturbação que o nosso comportamento causa na terra, em virtude disso é notável a participação em tarefas educacionais, além do mais sendo ligada a educação ambiental, para haver a conscientização do ambiente quanto aos problemas causados à natureza (LAMIM-GUEDES, 2011). O objetivo deste trabalho foi analisar o perfil socioambiental dos alunos da escola do município de Catingueira, Paraíba, utilizando a pegada ecológica como escala de medida. Metodologia Foram entrevistados 102 alunos do Ensino Médio da escola pública Inácio da Catingueira, localizada no Município de Catingueira, Paraíba. A pesquisa foi realizada durante o primeiro semestre de 2015. A definição do tamanho amostral foi segundo Rocha (1997), considerando o número total de alunos matriculados na escola (no Ensino Médio, N = 102) e admitindo um erro de 10%. O questionário da Pegada Ecológica aplicado, foi segundo Sales; Nunes (2009), sendo que foi constituído por 25 questões, cada uma com quatro alternativas de pontuações distintas (A=01; B=03; C=05; D=07). As questões abrangeram aspectos relacionados à moradia (15 questões), ao transporte (5 questões) e à alimentação (5 questões). Os alunos entrevistados responderam o questionário em cerca de 30 minutos. A análise dos dados foi por meio da quantificação do somatório dos pontos de cada aluno em cada aspecto (moradia, transporte e alimentação) e considerando a pontuação total. A sua classificação foi por meio do somatório total dos pontos, de acordo com a Tabela 1.

Tabela 1 Classificação da pegada ecológica de acordo com a faixa de pontuação obtida no questionário. Pontos Classificação 0 40 0-40 pontos: demonstrou ser uma pessoa totalmente preocupada com o meio ambiente; 41 110 41-110 pontos: o aluno demonstrou ser uma pessoa que pensa em seus hábitos de consumo; 110 150 110 150: o aluno demonstrou ser um consumidor pouco consciente; 151 ou mais Igual ou maior que 151: O aluno demonstrou ser uma pessoa totalmente alheia às problemáticas causadas ao meio ambiente, fruto do consumo desenfreado. Resultados e Discussão Foram entrevistados 102 alunos, onde 56% eram do gênero feminino e 44% do gênero masculino. No total, 86% deles tinham entre 14 e 17 anos e apenas 14% tinham idade entre 18 e 21 anos. A maioria (76%) deles residem com mais de 3 pessoas. Pouco mais da metade se preocupam na economia dos recursos hídricos, desligando o chuveiro enquanto se ensaboa (57%) e não deixando a torneira aberta para escovar os dentes. De percentual similar estão aqueles que, costumam apagar as luzes dos cômodos quando se ausentam deles (53%) e, 64% apenas passam roupas uma vez por semana. Entretanto, cerca de um terço (37%) dos alunos usam roupas limpas somente por uma vez. O hábito de separar o resíduo doméstico ainda não faz parte do cotidiano de 82% deles, outro percentual significativo (67%) não deixou de usar sacolas plásticas de supermercado. Quase a totalidade dos alunos, obtiveram a pontuação total do questionário no intervalo entre 41 aos 110 pontos (Figura 1), obtendo uma classificação de sua pegada ecológica dentro de um estilo de vida sustentável (Faixa entre 41 e 110 pontos).

Pontuação 140 130 120 110 100 90 80 70 60 0 15 30 45 60 75 90 105 Aluno Figura 1 Pontuação total dos alunos para o questionário aplicado com área definida (em azul) para o perfil 100% (N = 102). Analisando as pontuações de cada dimensão analisada (moradia, transporte e alimentação), observou-se que os aspectos relacionados à moradia e ao transporte foram respectivamente, os que os alunos apresentaram menor pontuação, onde 48,4% e 91,0% dos alunos obtiveram pontuação abaixo de 50,0% (pontuação igual a 53 e 18) do total de pontos, que segundo a classificação do instrumento de pesquisa, demonstra um modo de vida sustentável, isso deve-se ao fato de os alunos possuírem hábitos e comportamentos mais sustentáveis quanto à utilização dos recursos naturais. Para o aspecto em relação à alimentação, cerca de 44,1% dos alunos, obtiveram pontuação maior que 50,0% do máximo possível, indicando que os hábitos dos alunos para esse aspecto foram piores que aqueles voltados para a moradia e transporte (Figura 2).

12-14 15-17 18-20 21-23 24-26 27-29 30-32 Frequênia (%) 33-39 40-46 47-53 54-60 61-67 68-74 75-81 5-8 9-12 13-16 17-20 21-24 25-28 29-32 Frequência (%) Frequência (%) 30 25 20 15 10 5 0 5,9 13,7 28,4 Moradia Pontuação máxima possível: 105 19,6 13,7 15,7 2,9 40 35 30 25 20 15 10 5 0 2,9 14,7 37,3 Transporte Pontuação máxima possível: 35 25,5 12,7 5,9 1,0 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 2,9 5,9 7,8 Alimentação Pontuação máxima 43,1 possível: 35 14,7 22,5 2,9 Figura 2 Histogramas de Frequências (%) da pontuação geral dos alunos segundo os aspectos avaliados (Moradia, Transporte e Alimentação, N = 102). Estudos feitos sobre a pegada ecológica mostram a constante dependência que o ser humano possui com o ambiente, além disso a pegada proporciona informações em relação ao índice de diminuição de consumo, fazendo com que desta forma possa se viverem um mundo sustentávelsem causar sérios problemas a natureza (ANTUN; BALDIN, 2013). Os resultados encontrados indicaram que, de forma geral, os alunos apresentaram uma Pegada Ecológica dentro de um padrão de vida e consumo sustentável, onde pensam em seus hábitos de consumo quanto aos recursos naturais. Entretanto, é necessário a sensibilização deles para a mudança de alguns hábitos que revelaram possuir e ainda são pouco sustentáveis, particularmente, sobre os resíduos sólidos. Eles reportaram não possuírem o cuidado adequado quanto ao destino e geração dos resíduos sólidos, tal como o hábito de utilizar sacolas plásticas, sendo bastante preocupante.

Isso provavelmente ocorra por falta de conhecimento sobre a problemática ambiental e a adequada gestão desses resíduos sólidos. Para sensibilizá-los, atividades educacionais devem se tornar presentes no dia a dia no campo escolar (FIDELIS, 2013). Projetos educacionais que tenham ênfase em mostrar meios úteis que proporcionem o uso de forma racional desses resíduos, evitando danos ambientais ocasionados por eles (SOUZA et al., 2014). Cerca de 44,1% dos alunos obtiveram pontuação maior que 50,0% do máximo possível para as questões referentes à alimentação, indicando que os hábitos dos alunos para esse aspecto foram piores que aqueles relacionados à moradia e ao transporte, provavelmente, devido a hábitos alimentares que agregam muito impacto ambiental, tal como o consumo diário de carnes. Fachinni e Aguiar (2015) relataram resultados diferentes aos aqui encontrados quanto aos hábitos relacionados aos recursos hídricos e energéticos. Ele reportou que alunos de umcurso sobre Práticas Educativas para Sustentabilidade, da cidade desão João da Boa Vista, São Paulo, têm hábitos menos sustentáveis, onde 97,1% deixam a torneira aberta quando escovam os dentes, 62,9% apontaram que fazem separação do lixo reciclável, 77,1% afirmaram que desligam os aparelhos e lâmpadas quando não estão utilizando. Esse perfil ecológico dos alunos, um padrão de vida e consumo sustentável, foram similares aos encontrados por Fidelis (2013) para estudantes do Ensino Médio da cidade de Maringá, Paraná. Além disso, ele verificou que os alunos não estão muito preocupados com os problemas ambientais que estão vivenciando. Postura similar encontramos nesta pesquisa para os hábitos dos alunos relacionados aos resíduos sólidos. Cajaíba e Silva (2014) também reportaram resultados similares quanto aos hábitos de consumo, onde 76,9% sempre desligam os aparelhos e lâmpadas quando não estão utilizando, 80,8% abrem a torneira apenas para molhar a escova e na hora de enxaguar a boca, já nos resultados desta pesquisa foram que 53,0% afirmaram que costumam apagar as luzes dos cômodos quando se ausentam deles, e 57,0% dos alunos não deixam a torneira aberta para escovar os dentes. O modo de vida de cada pessoa é de suma importância para a construção de um

mundo sustentável, de certa forma, simples atitudes diárias podem coletivamente ocasionar sérios danos ao ambiente, assim a Educação Ambiental é destacada como um meio importante para proporcionar a conscientização quanto a preservação da natureza (FIDELIS, 2013). Para que os alunos possam ter um nível de conhecimento ambiental mais abrangente, é necessário a existência de inúmeros mediadores entre o educador e aluno, portanto deve-se realizar métodos educativos onde haja a interação dos alunos em diversas atividades onde tenha como foco o despertar de suas competências manuais, cognitivas e na elevação de sua conscientização a natureza (GUEDES et al., 2014). Para vivermos em um planeta sustentável, é preciso que haja uma mudança no estilo de vida em que as pessoas vivem, redefinindo suas atitudes quanto o uso exagerado de processos industriais, quanto aos altos níveis de poluição, e ao crescimento exagerado da população, para que assim se tenha harmonia entre o ser humano e todos os recursos naturais existentes no planeta (LAMIM-GUEDES, 2011). Conclusão Os alunos participantes dessa pesquisa, em geral, obtiveram pontuações compatíveis com bons hábitos de consumo. Entretanto, eles possuem hábitos menos sustentável quanto aos resíduos sólidos. Dentre os aspectos analisados, a Pegada Ecológica constitui-se como um instrumento de alta importância para a avaliação do grau de consumo dos recursos naturais de uma pessoa, tornando-se um importante aliada a Educação Ambiental para manter um nível de preservação do ambiente. É fundamental que a Educação Ambiental seja inserida nessa escola, para sensibilizar os alunos quanto ao consumo, destino e gestão dos resíduos sólidos e melhorar mais a sua pegada ecológica.

Referências bibliográficas ABRANTES, V. A. M. S.; MIRANDA, M. G.; VASCONCELLOS, C. A. B. Educação Ambiental na escola: do papel à realidade do discurso ao comprometimento. Revista Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA), v. 9, n. 2, p. 424-435, 2014. ANTUN, A. E.; BALDIN, N. Pegada Ecológica: percepção de crianças em caminhadas na natureza. Revista Paranaense de Desenvolvimento-RPD, v. 34, n. 124, p. 245-265, 2013. CAJAIBA, R. L.; SILVA, W. B. Pegada ecológica dos professores de escolas públicas do Município de Uruará-PA.Educação Ambiental em Ação, n. 46, 2014. CARVALHO, W. F. Educação ambiental como instrumento para preservação e proteção do meio ambiente: aspectos pedagógicos e jurídicos. Revista Visão Acadêmica, Universidade Estadual de Goiás, 2012. CUBA, M. A. Educação ambiental nas escolas. ECCOM - Educação, Cultura e Comunicação, v. 1, n. 2, p. 23-31, 2011. FACCHINI, Y. M. G. A. AGUIAR, L. V. C. A pegada ecológica como instrumento de apoio para educação ambiental. Revista Brasileira de Iniciação Científica, v. 2, n. 2, 2015. FEITOSA, M. J. S.; GÓMEZ, C. R. P.; CÂNDIDO, G. A. Pegada ecológica municipal: Uma análise da (In) sustentabilidade ambiental dos municípios de João Pessoa e Campina Grande. Revista Metropolitana de Sustentabilidade, v. 3, n. 3, p. 49-65, 2013. FERREIRA, M. V. M. Avaliação de projetos de Educação Ambiental na lagoa da Pampulha (MG). Revista Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA), v. 10, n. 1, p. 164-179, 2015.

FIDELIS, G. A. Análise da pegada ecológica de alunos do Ensino Médio e perspectiva de desenvolvimento sustentável. Educação Ambiental em Ação, n. 43, 2013. GUEDES, I. C.; FEVEREIRO, G. B.; XAVIER, J. M. M.; ANDRADE VICTORIANO, L.; SILVA, F. F. A discussão do conceito de sustentabilidade nos cursos de graduação: o exemplo da Pedagogia. Revista Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA), v. 8, n. 1, p. 68-82, 2014. JACOBI, P. R. Educação ambiental: o desafio da construção de um pensamento crítico, complexo e reflexivo. Educação e pesquisa, v. 31, n. 2, p. 233-250, 2005. LAMIM-GUEDES, V. Pegada ecológica: consumo de recursos naturais e meio ambiente. Educação Ambiental em ação, n. 38, 2011. LEÃO, M. F.; OLIVEIRA, E. C.; DEL PINO, J. C. Educação ambiental: A busca por escolas sustentáveis e com vida. Destaques Acadêmicos, v. 5, n. 3, p. 153-162, 2013. SALES, E. A.; NUNES, D. Questionário para a estimativa da sua Pegada Ambiental. 2009. Disponível em: <http://www.ufbaecologica.ufba.br/arquivos/questionario_pegada_ambiental_final.pdf> Acessado em: 10 jul. 2015. SANTOS, J. SILVA, A. D. A. G.; SOUSA ALVES, S. G.; OLIVEIRA, R. G.; LUNA CAMBOIM, A. F. Concepção de educação ambiental e sua relação com a prática pedagógica de professores do ensino médio. Ciência & Desenvolvimento-Revista Eletrônica da FAINOR, v. 8, n. 1, p.229-249, 2015. SEBASTIÃO, I. L. C. Aplicação da Pegada Ecológica ao Turismo: Como a Pegada

Ecológica pode Influenciar a Gestão Ambiental. Tese de Mestrado. Universidade de Nova Lisboa - Faculdade de Ciências e Tecnologia. Lisboa, 2010. SOUZA, G. S.; MACHADO, P. B.; REIS, V. R.; SANTOS, A. S.; DIAS, V. B. Educação ambiental como ferramenta para o manejo de resíduos sólidos no cotidiano escolar. Revista Brasileira de Educação Ambiental (RevBEA), v. 8, n. 2, p. 118-130, 2014.