Nota Informativa Nº 8 / GGF / 2012. ASSUNTO: SUBSÍDIO DE FÉRIAS E DE NATAL Artigo 21º da Lei 64-B/2011, de 30 de Dezembro



Documentos relacionados
Nota Informativa 2/2012 Maio 2012 DSAJAL/DAAL Setor Empresarial Local

NOTA: ESTE DOCUMENTO DEVERÁ ESTAR EXPOSTO DE 15 DE ABRIL A 31 DE OUTUBRO

OFÍCIO CIRCULAR Nº 2 / DGPGF / 2015

Programa de Rescisões por Mútuo Acordo. (Portaria n.º 221-A/2013, de 8 de julho) PERGUNTAS FREQUENTES

Direito a férias (art.ºs 237º ss do Código de Trabalho)

Nota Informativa nº 12 / DGPGF / 2014

Orientação Normativa N.º 1/2004, de 20/02/2004 Módulo de Férias do Manual de Formação Técnica RH

DENÚNCIA E CADUCIDADE DE CONTRATO DE TRABALHO A TERMO RESOLUTIVO NO ENSINO PÚBLICO E PARTICULAR/COOPERATIVO

GUIA PRÁTICO PRESTAÇÕES COMPENSATÓRIAS DOS SUBSÍDIOS DE FÉRIAS, NATAL OU OUTROS SEMELHANTES INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P

APOIO PRINCIPAL: Orçamento do Estado 2013

A NOVA REDUÇÃO DAS COMPENSAÇÕES ASSOCIADAS À CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO LEI N.º 69/2013, DE 30 DE AGOSTO

Cálculo das férias proporcionais e faltas

DIREÇÃO REGIONAL DE JUVENTUDE E DESPORTO DESTACAMENTO DE DOCENTES PARA O MOVIMENTO ASSOCIATIVO DESPORTIVO ANO LETIVO 2014/2015

GUIA PRÁTICO MEDIDA EXCECIONAL DE APOIO AO EMPREGO - REDUÇÃO DE 0,75 PONTOS PERCENTUAIS DA TAXA CONTRIBUTIVA A CARGO DA ENTIDADE EMPREGADORA

ACORDO SOBRE TRABALHO EXTRAORDINÁRIO (MODELO) (Por solicitação prévia do empregador, obtido o consentimento do trabalhador)

DEFINIÇÃO PARA FOLHA DE PAGAMENTO DE FÉRIAS COLETIVAS DOCENTES NOVEMBRO / 2007

Lei n.º 11/2014, de 6 de março. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE A SEGUNDA PARCELA DO 13º. 13º Salário - Gratificação Natalina. Adiantamento do 13º Salário nas férias

Trabalho extraordinário em Portugal é já mais barato que trabalho realizado dentro do horário normal de trabalho

Aspetos legislativos, no domínio sócio-laboral

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO TRABALHO

Contrato de trabalho celebrado com trabalhador não residente (Modelo)

GUIA PRÁTICO REGIME DE LAYOFF

T R I B U N A L C O N S T I T U C I O N A L

Decreto-Lei n.º 167-E/2013, de 31 de dezembro

PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMAS GABINETE DO PREFEITO

Gabinetes dos Secretários de Estado do Orçamento e da Administração Pública DESPACHO

ALGUNS ESCLARECIMENTOS SOBRE A DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO (LEI /2011)

Incentivos à contratação 2013

REFORMA DO REGIME DE APOSENTAÇÕES

TRABALHO TEMPORÁRIO. Trabalho Temporário assenta numa relação triangular traduzida nos seguintes contratos:

JORNAL OFICIAL I SÉRIE NÚMERO 60 QUARTA-FEIRA, 21 DE MAIO DE 2014

Normas de registo e controlo da pontualidade e assiduidade dos trabalhadores da Câmara Municipal de Espinho

Perspectiva Fiscal SAMUEL FERNANDES DE ALMEIDA. de de 2012

APOSENTAÇÃO, FÉRIAS, FALTAS E LICENÇAS

Regulamento de Propina

Alterações ao Código do Trabalho

Artº 3º - O concurso será realizado semestralmente em data e horário estipulado em edital. Parágrafo único O concurso vigora por um semestre.

Estatuto remuneratório fixado

DESPEDIMENTO POR EXTINÇÃO DE POSTO DE TRABALHO

Pessoas abrangidas pelo Seguro Social Voluntário. 1. Quem é abrangido pelo Regime do Seguro Social Voluntário

CONTRATO DE TRABALHO (MENORES COM 16 ANOS DE IDADE COMPLETOS) MODELO

REGULAMENTO INTERNO. Atribuição de Apoios Sociais. Formação Profissional

CONTRATO DE TRABALHO. Diferença entre Contrato de Trabalho e Contrato de Prestação de Serviços

Aplicação dos Regulamentos UE sobre Coordenação de Segurança Social Regs. ns. 883/2004 (RB) e 987/2009 (RA)

Essa avaliação quanto ao melhor regime tributário aplicável deve ser realizada caso a caso, levando-se em consideração:

Gestão de Pessoas - 4w

DESPACHO. N.º 41/2012 Data: 2012/10/22 Para conhecimento de: Pessoal Docente, Discente e não Docente. ASSUNTO: Alteração ao Regulamento Nº.

Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem

jornadas O Novo Código do Trabalho Filipe Fraústo da Silva

Código do Trabalho Valor da compensação devida pela cessação do contrato de trabalho

Férias Individuais e Coletivas; Período Aquisitivo e Concessivo; Remuneração; Abono; Efeitos na Rescisão Contratual

Revista Jurídica Digital. ISSN Ano 2 N.º 03 Fevereiro 2015

GUIA PRÁTICO DECLARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P

GUIA PRÁTICO DECLARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P

Novo Regime do Fundo de Garantia Salarial

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS PROPOSTA DE LEI N.º 2/XII/1.ª. Exposição de Motivos

A proteção na parentalidade é um direito constitucionalmente reconhecido (artigo 68º da Constituição da República Portuguesa).

Trabalhadores Independentes Atualizado em:

Remunerações e outras regalias

FUNDO DE COMPENSAÇÃO DO TRABALHO (FCT) MECANISMO EQUIVALENTE (ME) FUNDO DE GARANTIA DA COMPENSAÇÃO DO TRABALHO (FGCT)

EM QUE CONSISTE? QUAL A LEGISLAÇÃO APLICÁVEL?

DECRETO N.º 418/XII. Cria o Inventário Nacional dos Profissionais de Saúde

Decreto Regulamentar n.º 12/83, de 12 de Fevereiro. Regulamenta a base de incidência das contribuições para a segurança social

REGRAS PARA A CONCESSÃO DO ESTATUTO DE TRABALHADOR- ESTUDANTE. Artigo 1.º (Valorização pessoal e profissional)

GUIA PRÁTICO REDUÇÃO DA TAXA CONTRIBUTIVA MEDIDA EXCEPCIONAL DE APOIO AO EMPREGO PARA O ANO 2010 INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.

NOVAS FORMAS DE CONTRATAÇÃO REGIME DO CONTRATO DE TRABALHO A TERMO. Paula Caldeira Dutschmann Advogada

As alterações do OE 2015 e da Lei 82-E/2014 com impacto nas relações laborais

Lei n.º 69/2013. de 30 de agosto

FAQ Perguntas Frequentes. Novo Quadro Legal da Carreira Médica e Organização do Tempo de Trabalho Médico

PARECER N.º 185/CITE/2013

REGULAMENTO DE CREDITAÇÃO DE FORMAÇÃO ACADÉMICA, OUTRA FORMAÇÃO E DE EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Seu futuro está em nossos planos!

GUIA PRÁTICO PORTEIROS DE PRÉDIOS URBANOS E SIMILARES INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P

FÉRIAS, FALTAS E LICENÇAS PESSOAL EM REGIME DE CONTRATO DE TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS. Efeitos. Designação Suporte Legal Limites

GUIA PRÁTICO SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE INCAPACIDADE TEMPORÁRIA

AVISO N.º 1/ Atividade Nº de ofertas Nº de horas semanais Atividade Física e Desportiva

Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social. Seguro Social Voluntário

Lista de Exercícios para a Prova Substitutiva de Matemática Financeira Parfor Matemática

NORMA DE FÉRIAS. RES. nº 1628/09. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba

INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P

A NOVA LEI DE ESTÁGIO DE ESTUDANTES

GUIA PRÁTICO INCAPACIDADE TEMPORÁRIA POR DOENÇA PROFISSIONAL

de Ofertas de Emprego REGULAMENTO ESPECÍFICO

ASSEMBLEIA - MAGISTÉRIO

FORMAÇÃO PROFISSIONAL A FORMAÇÃO CONTÍNUA DE TRABALHADORES NAS EMPRESAS

NOTA INFORMATIVA REGRAS DE FUNCIONAMENTO DA BOLSA DE CONTRATAÇÃO DE ESCOLA

NOVAS REGRAS DO TRABALHO. Lisboa, 10 de Julho de 2012

Férias, feriados e faltas

Guião: Pagamento de Despesas de Transporte e Ajudas de Custo

ATO DO 1º SECRETÁRIO Nº 2, DE 2013.

3º Alargamento de Prazo das Linhas de Crédito PME Investe - Documento de divulgação - V.1

GUIA PRÁTICO DECLARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P

Transcrição:

Nota Informativa Nº 8 / GGF / 2012 ASSUNTO: SUBSÍDIO DE FÉRIAS E DE NATAL Artigo 21º da Lei 64-B/2011, de 30 de Dezembro Tendo em atenção algumas dúvidas que têm vindo a ser colocadas pelas escolas sobre o processamento dos subsídios de Férias e Natal, de acordo com o disposto no art.º 21º da Lei nº 64-B/2011 de 30.12 (LOE 2012), esclarece-se o seguinte: I - Suspensão integral do pagamento do subsídio de férias e natal Pessoal docente e não docente que aufere uma remuneração base mensal igual ou superior a 1.100 ; (A suspensão dos subsídios depende da remuneração base mensal auferida pelo que aplica-se igualmente ao pagamento dos proporcionais de subsídios de férias e de Natal que não correspondam aos subsídios por inteiro Exemplo Subsídio de férias relativo aos contratos de duração inferior a um ano ou relativos ao período de exercício de funções no ano da cessação de funções) Docentes com contratos em mais de uma escola em simultâneo, e que do cômputo das várias remunerações bases mensais, resulte uma remuneração base mensal igual ou superior a 1.100 ; Docentes com horário completo e que exerçam funções em regime de acumulação; Exemplo: docente contratado pelo índice 112 cuja remuneração base mensal (Rbm) é de 1.018,48 e que acumula funções noutra escola com um horário de 3 horas (Rbm da acumulação = 138,88 ), e que cessa a acumulação em julho: Rbm + Rbm da acumulação = SF 1018,48 + 138,88 = 1.157,36 Neste caso como ultrapassa o limite dos 1.100 não tem direito ao SF em nenhuma das escolas

II - Situações de redução no pagamento do subsídio de férias Os trabalhadores que auferem remuneração base mensal entre os 600 e os 1.100, ficam sujeitos a uma redução nos subsídios de férias. O subsídio de férias resulta da aplicação da fórmula constante do nº 2 do art.º 21º da LOE: SF = 1320 1,2 x remuneração base mensal a) Pessoal não docente que aufere remuneração base mensal entre os 600 e os 1.100 ; Exemplo: Assistente Operacional cuja remuneração base mensal é de 799,84. SF = 1320 (1,2 x 799,84 ) SF = 1320 959,81 SF = 360,19 (subsídio a pagar ao assistente operacional relativo às férias vencidas em 1 de Janeiro). b) Pessoal docente que aufere remuneração base mensal entre os 600 e os 1.100 ; Exemplo: docente contratado com 16 horas semanais (índice 126), cuja remuneração base mensal é de 833,30 e que celebrou contrato de 1 de setembro de 2011 a 31 de Agosto de 2012. SF = 1320 (1,2 x 833,30 ) SF = 1320 999,96 SF = 320,04 (subsídio a pagar ao docente em Junho). c) Docentes que durante a vigência do contrato sofreram alterações no horário; Exemplo 1: docente contratado com 14 horas semanais (índice 151), cuja remuneração base mensal é de 873,74 que celebrou contrato por 335 dias e cessa funções em 31 de julho. Em Fevereiro 2012, foram atribuídas mais 3 horas passando a ter um horário semanal de 17 horas, com uma remuneração base mensal de 1.060,97.

Cálculo (valor do SF de acordo com o artigo 21º da LOE 2012) SF = 1320 (1,2 x 1.060,97 ) SF = 1320 1.273,16 SF = 46,84 Cálculo dos proporcionais de subsídio de férias SF = 46,84 / 365 x 335 (dias de duração do contrato) SF = 42,99 (subsídio a pagar ao docente) Exemplo 2: docente contratado com horário semanal de 20 horas (índice 126), no período de 3 de outubro de 2011 a 29 de fevereiro de 2012, com remuneração base mensal de 1.041,62. A partir de 1 de março e até 31 de julho, passou a ter um horário de 12 horas alterando a remuneração base mensal para 624,38. O docente celebrou contrato por 303 dias sem interrupção de funções. Cálculo (valor do SF de acordo com o artigo 21º da LOE 2012) SF = 1320 (1,2 x 624,38 ) SF = 1320 749.97 SF = 570,02 Cálculo dos proporcionais de subsídio de férias SF = 570.02 / 365 x 303 (dias de duração do contrato) SF = 473,19 (subsídio a pagar ao docente) Nota: A remuneração base mensal a ter em conta no apuramento do subsídio de férias é a que o docente contratado aufere à data da cessação do contrato quando esta é anterior a Junho. Nos restantes casos, de termo dos contratos em Junho, Julho ou Agosto a remuneração base a considerar é a do mês do pagamento do subsídio de férias ( junho). d) Docentes com contratos em simultâneo em mais de uma escola e que do cômputo das remunerações bases mensais, resulte uma remuneração base mensal entre os 600 e os 1.100 ; Verificando-se as situações da alínea d), cada escola deve calcular a percentagem do respetivo SF em relação ao total dos SF das várias escolas.

Exemplo: Um docente que esteja a exercer funções em mais de uma escola, e em que a remuneração base mensal das várias escolas é de 294,30 ; 183,94 ; 147,15 respetivamente, e que a duração dos contratos é de 120, 180 e 90 dias respetivamente, deverá cada uma das escolas proceder aos seguintes cálculos para apuramento do subsídio de férias: 1º Cálculo (apurar o total das remunerações base mensais de todas as escolas) Escola A - 294,30 Escola B - 183,94 Escola C - 147,15 Total = 625,39 (total das remunerações base) 2º Cálculo (proporção do SF de cada uma das escolas) Escola A - 294,30 / 625,39 x 100 = 47,06% Escola B - 183,94 / 625,39 x 100 = 29,41% Escola C - 147,15 / 625,39 x 100 = 23,53% 3º Cálculo (valor do SF de acordo com o artigo 21º da LOE 2012) SF = 1320 (625,39 x 1,2) = 569,53 Cada escola pagará a respetiva proporção do SF (569,53 ), ou seja: Escola A - 569,53 x 47,06% = 268,01 Escola B - 569,53 x 29,41% = 167,51 Escola C - 569,53 x 23,53% = 134,01 Total = 569,53 Por último, cada escola deverá calcular os proporcionais de acordo com a duração do contrato, ou seja: Escola A - 268,01 / 365 x 120 dias (1 de Janeiro a 30 de Abril) = 88,11 Escola B - 167,51 / 365 x 180 dias (4 de Março a 31 de Agosto) = 82,61 Escola C - 134,01 / 365 x 90 dias (1 de Janeiro a 31 de Março) = 33,04 Total = 203,76 (O docente do exemplo irá receber um Subsídio de Férias global de 203,76 )

III - Situações de redução no pagamento do subsídio de natal (SN) O pagamento do subsídio de natal devido por cessação de contrato do pessoal docente e não docente, deverá ser calculado de acordo com o ponto II desta nota informativa, tendo em atenção, que a proporcionalidade deste abono para os contratos que terminam antes de 31 de Agosto, é contabilizada apenas a partir de 1 de Janeiro. Os docentes com contrato até 31 de Agosto, só podem receber subsídio de natal se não forem colocados em 1 de Setembro. Com os melhores cumprimentos. Lisboa, 29 Maio de 2012 O Diretor-Geral Edmundo Gomes RC/HP