DIREITO PROCESSUAL PENAL Procedimento penal Procedimento Especial dos Crimes de Competência do Parte 4 Prof. Gisela Esposel
- PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI. 2ª FASE - Da composição do e da Formação do Conselho de Sentença: - O é composto por um juiz togado, que presidirá os trabalhos e 25 jurados. Desses 25 jurados, serão sorteados em cada julgamento 7 pessoas para constituir o conselho de sentença, estando os demais dispensados pelo juiz presidente após a escola - Segundo o disposto no artigo 463 do CPP, comparecendo pelo menos 15 jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos
- PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI. 2ª FASE - O legislador prevê as hipóteses de impedimento e os casos em que os jurados estão proibidos de constituir o Conselho de Sentença - Artigo 448 São impedidos de servir no mesmo Conselho: I. Marido e mulher II. Ascendente e descendente III.Sogro e genro ou nora IV. Irmãos e cunhados, durante o cunhadio
- V - Tio e sobrinho - VI - Padrasto, madrasta ou enteado - Parágrafo 1º - o mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união estável reconhecida como entidade familiar - Artigo 449 do CPP Não poderá servir o jurado que: - I - Tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante o julgamento posterior
- II - No caso de concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado - III - Tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado - Uma vez sorteados vigora o princípio da incomunicabilidade entre os jurados e com outras pessoas, impedindo-se a manifestação de opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho de Sentença e multa
- Da recusa dos jurados: - A defesa e, depois dela o ministério público, poderão recusar o jurado. São duas espécies de recusa: motivada e imotivada - A recusa motivada poderá se dar por suspeição, impedimento, incompatibilidade ou proibição, sem qualquer limite numérico. Caberá ao juiz decidir sobre a procedência da alegação - Já a recusa imotivada sofre uma limitação de até 03 jurados para cada parte. É uma recusa peremptória, sem necessidade de fundamentação
- Havendo um ou mais réus, as recusas poderão ser feitas por um único defensor - Artigo 469 parágrafo 1º - a separação dos julgamentos somente ocorrerá se, em razão das recusas, não for obtido o número mínimo de 7(sete) jurados para compor o Conselho de Sentença - Assim, se após todas as recusas, houver um consenso em torno de sete jurados, haverá júri com os dois réus. Caso contrário, ocorrerá a separação dos julgamentos
- Da instrução em plenário (artigo 473 a 475 do CPP) - Inicialmente as partes tomarão as declarações da vítima, se possível e tiver sido arrolada. Após dar-se-á a inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa - Quanto à oitiva da vítima e inquirição das testemunhas arroladas pela acusação, a inquirição deve ser feita inicialmente pelo Ministério Público, assistente, e após, pela defesa - Já as testemunhas arroladas pela defesa, o defensor formulará as perguntas antes do MP e assistente
- Aplica-se o disposto no artigo 212 e parágrafo único do CPP em relação à inquirição das testemunhas, ou seja, as perguntas serão formuladas diretamente pelas partes e, sobre pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição - O juiz não irá admitir perguntas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida - Retira-se o protagonismo de um sistema inquisitorial, atendendo ao sistema acusatório previsto em nosso ordenamento jurídico
- Já os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por intermédio do juiz-presidente. - Evita-se que o jurado deixe transparecer algum juízo de valor - Caso isso ocorra o juiz deverá dissolver o conselho de sentença e marcar um novo julgamento, estando esse jurado impedido de atuar
- Direito do réu em não comparecer: - Artigo 457 do CPP o julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado - Parágrafo 2º - se o acusado preso não for conduzido, o julgamento, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor
- O direito de não comparecer é uma decorrência lógica do direito ao silêncio e do nemo tenetur se detegere, consagrado na Carta Magna, artigo 5º, inciso LXIII - Estando o réu presente será o mesmo interrogado e o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nesta ordem, poderão formular, diretamente, perguntas ao acusado - Difere do procedimento comum ordinário e sumário (artigo 188 do CPP ), em que as perguntas serão feitas por intermédio do juiz
- O uso de algemas: artigo 474 parágrafo 3º do CPP não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade - Súmula vinculante 11 Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
-...responsabilidade civil do Estado - O fato de o réu estar algemado gerava prejuízo para a defesa. Para muitos autores, entrar algemado era o mesmo que entrar condenado - Precedente HC 91.952 em que se anulou o julgamento pelo do réu que permaneceu algemado sem justificativa