BENCHMARKING DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DAS COMPANHIAS ESTADUAIS DE SANEAMENTO BÁSICO André Domingos Goetzinger Agente Administrativo
INTRODUÇÃO - As políticas públicas devem responder às demandas da sociedade. - Lei nº 11.445/2007: Saneamento Básico. - Município responsável pelo saneamento básico, com possibilidade de delegação das atividades de regulação; - Apresentação dos consórcios públicos como instâncias de regulação; - Experiência da Agência Intermunicipal de Regulação, Controle e Fiscalização dos Serviços Públicos Municipais do Médio Vale do Itajaí (AGIR) na utilização do benchmarking.
FORMAÇÃO AGIR Os municípios da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI) uniram-se para idealizar a criação de um ente de regulação regional para os serviços públicos de saneamento básico, em atendimento às exigências da Lei nº 11.445/2007, além de pensar no desenvolvimento regional por meio de soluções integradas com redução do custo operacional e tecnicidade das ações.
FORMAÇÃO AGIR Assim, a AMMVI propôs a criação de Agência Reguladora através da formação de um consórcio público, abrangendo os mesmos quatorze municípios da Associação, com independência e autonomia decisória, financeira e administrativa.
FORMAÇÃO AGIR O Protocolo de Intenções com o objetivo de constituir consórcio público foi formalizado no dia 08 de dezembro de 2009. Nasce então a AGIR (Agência Intermunicipal de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos Municipais do Médio Vale do Itajaí) como pessoa jurídica de direito público, sem fins econômicos, instituída sob a forma de associação pública (consórcio público).
ATUAÇÃO AGIR A AGIR atua no controle, regulação e fiscalização dos serviços públicos municipais do setor de saneamento básico, compreendido como os serviços: Abastecimento de água; Esgotamento sanitário; Limpeza urbana; Manejo de resíduos sólidos; Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
Usuário Prestador AGIR Poder Público
LOCALIZAÇÃO Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/pancho/files/2014/09/w_sc_p.jpg População: 731.745 habitantes (Estimativa 2014).
LEIS AGIR Nº Município: Sancionado: 1 Apiúna L.C. nº 108, de 12.03.2010 2 Ascurra L.C. nº 101, de 16.04.2010 3 Benedito Novo L.C. nº 71, de 24.03.2010 4 Blumenau L.C. nº 7.502, de 10.03.2010 5 Botuverá L.C. nº 06, de 25.05.2010 6 Brusque L.C. nº 206, de 19.03.2013 7 Doutor Pedrinho L.C. nº 87, de 26.03.2010 8 Gaspar L.C. nº 48, de 20.12.2010 9 Guabiruba L.C. nº 1.200, de 13.05.2010 10 Indaial L.C. nº 98, de 09.04.2010 11 Pomerode L.C. nº 195, de 17.11.2010 12 Rio dos Cedros L.C. nº 179, de 20.04.2010 13 Rodeio L.C. nº 26, de 23.06.2010 14 Timbó L.C. nº 387, de 16.07.2010
O QUE É BENCHMARKING? Camp (1998) define que benchmarking é a busca das melhores práticas na indústria que conduzem ao desempenho superior. Benchmark é definido como um padrão de referência, a partir do qual outros parâmetros são medidos. Enquanto benchmark é definido como sendo o padrão de referência, o termo benchmarking representa o processo de comparação.
ATUAÇÃO BENCHMARKING
PESQUISA O objetivo deste estudo é melhor compreender o prestador comparando com outras prestadoras através das demonstrações financeiras (Balanço Patrimonial BP, Demonstrativo de Resultado DRE e Notas Explicativas); Foram comparadas as Companhias: COPASA (MG), SABESP (SP), SANEPAR (PR), CASAN (SC), CORSAN (RS); Extraídas do sitio da Comissão de Valores Mobiliários - CVM; Exercícios 2013 e 2014; Qual a empresa de Referência????
DRE 2014 DAS CIA S Aplicação de % para minimizar impactos de grandezas em relação ao ROL Receita Operacional Líquida CONTAS CASAN CORSAN SANEPAR COPASA SABESP Receita Líquida - ROL (mil R$) 744.696 2.015.170 2.617.040 4.110.455 11.213.216 Custos do Serv. Prest. (%) 38,00 59,06 42,61 65,78 68,09 Vendas (%) 8,83 3,42 7,64 6,41 6,57 Gerais e Adm (%) 39,69 22,70 18,55 10,83 8,24 Desp. Operacional Liq.(%) 0,75 0,08 0,31 1,91 0,03 Desp. Financeira Liq. (%) 9,16 1,11 4,19 4,54 5,67 Desp. ñ Operacionais Liq. (%) 0,01 0,01 0,02 TOTAL DESPESAS (%) 96,41 84,15 73,30 89,47 88,63 Resultado 1 (%) 3,59 15,85 26,70 10,53 11,37 Resultado 2 (ajustes de reversões e provisões) 10,04 11,55 21,06 7,74 8,05
DRE 2014 DAS CIA S Diferenças entre as companhias quanto aos gastos. CONTAS CASAN % CORSAN % SANEPAR % COPASA % SABESP % Receita Líquida 744.696 2.015.170 2.617.040 4.110.455 11.213.216 Custos do Serv. Prest. 282.965 38,0 1.190.214 59,1 1.115.124 42,6 2.703.759 65,8 7.635.599 68,1 Gerais e Adm 287.492 38,6 457.416 22,7 485.515 18,6 445.290 10,8 924.359 8,2 TOTAL 570.457 76,6 1.647.630 81,8 1.600.639 61,2 3.149.049 76,6 8.559.958 76,3 Juntando Custo e despesas Gerais e Administrativas, o cenário fica mais estável.
DRE 2014 DAS CIA S Despesa com vendas, ocorre variações em cada companhia. CONTAS CASAN % CORSAN % SANEPAR % COPASA % SABESP % Receita Líquida 744.696 2.015.170 2.617.040 4.110.455 11.213.216 Vendas 65.776 8,8 68.933 3,4 199.832 7,6 263.311 6,4 736.608 6,6
BP 2014 DAS CIA S ATIVO CIRCULANTE % AV AV AV AV AV 2014 SABESP COPASA SANEPAR CORSAN CASAN ATIVO CIRCULANTE 100 100 100 100 100 Caixa e equivalentes 53,6 27,8 12,4 23,6 6,9 Aplicações Financeiras 7,7 Títulos e Valores Mob. 29,0 Contas a receber clientes 32,2 58,1 70,5 45,5 36,9 Partes Relacionadas 3,8 2,7 Estoque 2,1 3,7 6,3 9,5 7,8 Caixa Restrito 0,6 Impostos e Contribuições a Recup. 4,6 1,8 4,1 1,5
BP 2014 DAS CIA S ATIVO NÃO CIRCULANTE % AV AV AV AV AV 2014 SABESP COPASA SANEPAR CORSAN CASAN REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 100 100 100 100 100 Títulos Valores Mob. 12,5 Contas a receber clientes 24,3 16,5 1,0 0,9 4,2 Saldo partes relacionadas 13,1 Cauções e garantias 11,4 Depósito vinculados 3,9 0,4 Impostos e Contribuições a diferidos 26,8 11,2 0,1 Depósito judiciais 8,9 20,9 15,0 44,7 Ativos Fiscal Diferido 47,6 45,9 18,1 Ativos Financeiros 50 24,4 36,9 Outros 26,9 10,9 2,1 0,9
BP 2014 DAS CIA S ATIVO NÃO CIRCULANTE % AV AV AV AV AV 2014 SABESP COPASA SANEPAR CORSAN CASAN PERMANENTE 100 100 100 100 100 Investimentos 0,1-0,1 0,0 0,0 Imobilizado Líquido 1,2 2,7 89,2 3,7 4,2 Obras em Andamento 21,4 Propriedades p/ investimento 0,2 Estoques 0,8 Intangível Líquido 98,6 97,3 10,7 96,3 111,7 Amortizações e Depr. Acum. - 38,1
BP 2014 DAS CIA S CIRCULANTE PASSIVO % AV AV AV AV AV 2014 SABESP COPASA SANEPAR CORSAN CASAN 100 100 100 100 100 Empréstimos e financiamentos 34,7 32,0 32,0 7,1 19,6 Debêntures 27,6 1,4 Fornecedores e empreiteiros 9,3 12,6 18,5 17,2 16,1 Partes Relacionadas 10,1 Imp. Taxas, contrib. E Obr. Sociais 5,0 7,4 28,9 25,4 Salários e Encargos sociais 11,2 9,7 16,9 9,9 Dívida Fund. CORSAN 4,0 Serviços e Títulos a pagar+cauções e Retenções 9,2 1,3 Parc. Impostos 4,6 Impostos e Contr. Á recolher 2,1 2,8 5,8 8,9 17,8
BP 2014 DAS CIA S PASSIVO CIRCULANTE % AV AV AV AV AV CIRCULANTE 2014 SABESP COPASA SANEPAR CORSAN CASAN 100 100 100 100 100 Partic. Dos empr. Nos lucros 1,9 5,7 0,0 Parceria Público Privado - PPP 1,1 Juros sobre capital próprio ou dividendos 6,2 0,3 12,1 14,1 8,1 Compromissos Contrato Prog. 5,5 0,8 Cartão Corporativo - BB 2,1 Receita a apropriar 0,4 Energia Elétrica 0,7 Provisões 18,0 Outros Contas a Pagar 2,9 2,9 4,9 2,8 0,8
BP 2014 DAS CIA S PASSIVO Ñ CIRCULANTE % AV AV AV AV AV 2014 SABESP COPASA SANEPAR CORSAN CASAN Exigível a Longo Prazo 100 100 100 100 100 Empréstimos e financiamentos 70,6 35,1 54,5 18,9 48,7 Partes Relacionadas 10,0 Debêntures 43,4 2,4 Confins/PASEP diferidos 1,0 0,8 21,7 Parceria Público Privado 2,4 7,8 Impostos e Contr. Á recolher 5,5 0,0 8,8 6,2 Compromissos Ct. Programa 0,1 3,0 0,5 Provisão Contingências 4,4 3,2 15,7 4,9 Plano previdenciário e assist. 20,1 3,4 26,4 61,2 4,2 Outros 1,4 1,7 0,4 7,5 4,3
BP 2014 DAS CIA S PATRIMÔNIO LIQUIDO % AV AV AV AV AV 2014 SABESP COPASA SANEPAR CORSAN CASAN Patrimônio Líquido 100 100 100 100 100 Capital Social 75,2 50,1 68,3 50,6 65,9 Adiant. p/ futuro Aumento de Cap. 7,8 2,8 Reservas (lucro, reavaliação, inv.) 24,9 49,3 33 59,7 19,9 Ajuste Patrimonial - 2,9 0,8 0,4 11,6 Ações em tesouraria - 0,2 Outros Res. Abrangentes - 1,7-17,9
QUESTIONAMENTOS QUALIDADE DA INFORMAÇÃO: informação financeira reflete fidedignamente a transação? QUALIDADE DO GASTO: custo, despesa ou investimento? É um gasto regulatório reconhecido ou não?
QUESTIONAMENTOS SIMETRIA CONTÁBIL: gasto de mesma natureza, classificada de forma diferente pelas reguladas; CONTABILIDADE REGULATÓRIA: tradução dos esforços da entidade para trazer benefícios futuros atráves de números. INDICADOR DE DESEMPENHO: regulação por indicador trazendo benefícios mútuos;
CONSIDERAÇÕES FINAIS Destaca-se a significância dos consórcios públicos intermunicipais como instrumento ímpar de gestão regionalizada, além de caracterizarem o elemento fomentador do desenvolvimento de políticas públicas nas mais diversas áreas, como: saúde pública, transporte público, entre outras. E não menos importante, na regulação do saneamento básico, como nos demonstram as experiências exitosas trazidas neste dia.
MUITO OBRIGADO! André Domingos Goetzinger andre@agir.sc.gov.br www.agir.sc.gov.br (47) 3331-5827