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Transcrição:

2ª edição CARTILHA Acesse www.revisaodalegislacaopenal.com.br e veja como pressionar o seu deputado. WWW.BRASILSEMGRADES.ORG.BR

O QUE DEVE MUDAR NA LEGISLAÇÃO PENAL? O presente texto é uma ferramenta para que a população cobre dos vereadores, dos prefeitos, dos governadores, dos deputados, dos senadores, as mudanças pontuais que são mais necessárias em nossa legislação penal. Conheça, ao lado, quais são elas. ACABAR COM OS EMBARGOS INFRINGENTES zx 4 PRODUÇÃO DE PROVAS CONTRA SI zx 4 TRAVAR A PRESCRIÇÃO zx 5 ACABAR COM A FIGURA DO CRIME CONTINUADO zx 5 NOVA LEI PARA COMBATE AO CRIME ORGANIZADO zx 5 FIM DO REGIME SEMIABERTO E DO ABERTO zx 6 IMPOR RESTRIÇÕES LEGAIS AO DECRETO DE INDULTO zx 6 BLOQUEIO DO PATRIMÔNIO DE RÉUS EM PROCESSOS POR DETERMINADOS CRIMES E INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA QUANTO À ORIGEM DO PATRIMÔNIO zx 7 CONTAGEM DA PROGRESSIVIDADE DA PENA zx 8 POSSE DE DROGAS PARA USO PRÓPRIO zx 8 PROIBIR A IMPORTAÇÃO DE DROGAS zx 9 AUMENTAR PARA 6 ANOS A MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE zx 9 PERMITIR A PRISÃO TEMPORÁRIA DE MENOR zx 10 INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DOS DEPENDENTES QUÍMICOS zx 10 PODER DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE INICIAR INVESTIGAÇÃO CRIMINAL zx 11 2 B R A S I L S E M G R A D E S

A impunidade gera criminalidade. Banidos todos os valores no cometimento de crimes graves, réus confessos ou já condenados há anos na prisão, pelo juiz ou pelo júri popular, continuam a transitar livremente em nosso meio, agarrados aos recursos protelatórios e às artimanhas jurídicas. Mesmo depois, já cumprindo pena, benefícios de progressão e saída temporária sem uma análise mais minuciosa de cada caso e cada apenado, sem falar em indultos (perdão da pena) anuais de natal, são concedidos à vista de um único critério: aliviar a superlotação carcerária. O custo é que essa mesma liberdade indevida, incompreensível e irresponsável, gera a impunidade, move a mola propulsora para que seus destinatários ceifem a vida e desprezem o patrimônio de milhares de brasileiros. E o pior, mesmo então, já reincidentes, o ciclo novamente se forma. É preciso dar um basta! Que Brasil é esse? A liberalidade em demasia virou libertinagem. Todos os valores foram relativizados. O bandido é transformado em coitadinho. Nenhum crime parece ser hediondo o bastante para comover as autoridades judiciárias por mais tempo do que dura o impacto de uma manchete jornalística. Com muita frouxidão, a bandidagem tomou conta. É fácil encontrar coisas assim com as quais discordamos. Entretanto se nos perguntamos, o que precisaria ser feito para consertar isso, se nossas leis ficaram velhas e a quem a lei deve servir, qual a aplicação, diante das possíveis, são mais convenientes ao convívio pacífico em sociedade? Antigamente isso não era assim! Como numa refeição que fazemos em casa com todo o carinho, não basta ter os ingredientes de primeira e cozinhar no tempo certo. Se colocarmos sal em demasia, ela ficará intragável. No campo penal ocorre algo semelhante. É preciso relembrar que dentre os direitos humanos fundamentais para todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país, bandidos ou não, está o direito à vida e à segurança (artigo 5º da Constituição Federal). Sem vida e sem segurança nenhuma sociedade poderá ser desenvolvida ao ponto de garantir qualquer outro direito fundamental ao ser humano. São pressupostos para os demais. A parte jurídica foi-nos feita em colaboração com um grupo de PROMOTORES DE JUSTIÇA, do Ministério Público do Rio Grande do Sul, acostumados a defender a sociedade nos diferentes crimes praticados por um vasto grupo de meliantes. Esses PROMOTORES não trabalharam em nome da instituição - Ministério Público, mas na condição de voluntários da ONG Brasil Sem Grades. 3

PROPOSTAS ACABAR COM OS EMBARGOS INFRINGENTES Justificativa: É um recurso exclusivo do réu, um direito que não é dado aos promotores que defendem a sociedade. Quando fica muito difícil de defender o criminoso, em face de abundância de provas que o MP traz ao processo, esse tipo de defensor usa e abusa dos embargos infringentes procurando atrasar o processo até que ele prescreva (caduque) por decurso de prazo. O amplo direito de defesa em nada será prejudicado, mas isso dará maior rapidez à conclusão dos processos. PRODUÇÃO DE PROVAS CONTRA SI Justificativa: É necessária a revisão desse conceito que impede, por exemplo, a polícia de exigir o exame do bafômetro. Em resumo, o Brasil deve seguir a tese dominante no Direito Internacional que permite sim o dever do réu se submeter aos exames destinados à comprovação da materialidade do crime. Caso haja negativa, esta, por si só, já estabelece uma presunção contra o acusado. B R A S I L S E M G R A D E S 4

Acesse www.revisaodalegislacaopenal.com.br e veja como pressionar o seu deputado. TRAVAR A PRESCRIÇÃO Justificativa: Essa é uma sugestão de criar-se um novo poder a ser dados aos Juízes. Caso o magistrado note que a defesa está se valendo de meios escusos para simplesmente protelar o processo, o juiz poderá travar a contagem de tempo da prescrição nesse processo. Assim de nada adiantará ao defensor mal intencionado protelar o caso, pois ao final o réu terá de cumprir a sentença, caso seja condenado. ACABAR COM A FIGURA DO CRIME CONTINUADO Justificativa: A ficção jurídica do crime continuado, prevista no artigo 71 do Código Penal, especialmente quando aplicada a crimes cometidos com violência e grave ameaça à pessoa permite que o agente, autor de vários delitos, acabe penalizado por apenas um deles, com acréscimo da pena. Não são raros os casos em que de 3 ou mais homicídios ou roubos praticados por um mesmo sujeito num mesmo dia ou até no intervalo de um mês, vitimando diversas pessoas, acabe resultando na pena de um deles acrescida de um terço ou metade, quando, em verdade, deveriam ser somadas. Um réu que mata 3 e deve receber 12 anos de reclusão por cada morte, somando 36 anos, acaba recebendo 18 anos, por exemplo. NOVA LEI PARA COMBATE AO CRIME ORGANIZADO Justificativa: A Lei 9.034/95 necessita de aperfeiçoamento urgente, quer nos conceitos, quer nas medidas para a investigação e processamento de casos envolvendo criminalidade organizada. Vários projetos já tramitam no Congresso sobre esse assunto. 5

Acesse www.revisaodalegislacaopenal.com.br e veja como pressionar o seu deputado. FIM DO REGIME SEMIABERTO E DO ABERTO Justificativa: A progressão de regime para o semiaberto ou aberto mostrou-se ineficiente para auxiliar na ressocialização dos apenados. Ao contrário, apesar de caro e dispendioso para os cofres públicos, tais regimes têm sido fonte de organização para criminalidade dentro do sistema penitenciário e corrupção. Tudo a um custo muito alto, pois uma vaga no semiaberto custa quase o mesmo de uma vaga no fechado. Aliás, o aberto hoje praticamente inexiste no país, pois pela deficiência de vagas virou uma prisão domiciliar sem qualquer fiscalização. Quem é condenado ao regime aberto fica em casa (ou, pior, na rua). A ideia é apenas penas alternativas até um certo patamar de condenação, salvo para crimes graves e com violência ou grave ameaça as pessoas. Para estes e crimes com penas maiores do que o patamar estabelecido o ideal é o regime fechado, que centralizaria os investimentos estatais. Com bom comportamento e preenchido requisitos subjetivos, o apenado teria direito apenas ao livramento, cumprido um terço ou metade da pena, se primário ou reincidente, respectivamente. Quebradas as condições do livramento, retorna ao fechado para o cumprimento de toda a pena. IMPOR RESTRIÇÕES LEGAIS AO DECRETO DE INDULTO Justificativa: O decreto anual de indulto vem ano a ano ampliando as hipóteses de perdão de penas como forma de buscar um alívio ao sistema carcerário lotado. Dessa forma, a necessidade de investimentos no sistema prisional é postergada e milhares de criminosos são anistiados sem qualquer condição subjetiva e cada vez com maior benevolência. A Lei de Execução Penal poderia estabelecer critérios e limites para evitar a liberalização indiscriminada. 6

PROPOSTAS BLOQUEIO DO PATRIMÔNIO DE RÉUS EM PROCESSOS POR DETERMINADOS CRIMES E INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA QUANTO À ORIGEM DO PATRIMÔNIO Justificativa: O processo por determinados crimes (corrupção, contra o sistema financeiro e econômico, tráfico de drogas e outros) desde o recebimento da denúncia, deve importar na indisponibilidade do patrimônio do réu até o final do processo. A liberação de cada bem dependeria de prova, pelo acusado, da origem lícita. A ausência dessa prova, no caso de condenação, importaria na perda do bem. Seria a única forma de atingir seriamente os criminosos do colarinho branco e, especialmente, de combater o tráfico de drogas. B R A S I L S E M G R A D E S 7

PROPOSTAS CONTAGEM DA PROGRESSIVIDADE DA PENA Justificativa: Em todos os países do mundo o preso, com bom comportamento, pode ser premiado com reduções do tempo de sua pena. Isso é feito de modo a estimular o bom comportamento. No Brasil, no entanto, faz-se necessário distinguir entre aquele que produziu um único evento criminoso, daquele useiro e vezeiro de práticas criminais. Se o apenado cometeu crimes que lhe renderam penas, por exemplo, uma de 20 anos, outra de 15 anos e uma terceira de 26 anos, para efeito dos benefícios da progressividade a contagem do tempo tem de partir do tempo total de suas penas somadas. No caso do exemplo = 61 anos. POSSE DE DROGAS PARA USO PRÓPRIO Justificativa: Na prática o consumo de drogas foi descriminalizado, gerando um estímulo ao consumo e aumentando a impunidade. Qualquer traficante, flagrado com a posse de entorpecentes, alega que ele é para consumo próprio e tem escapado da dureza da lei. B R A S I L S E M G R A D E S 8

Acesse www.revisaodalegislacaopenal.com.br e veja como pressionar o seu deputado. PROIBIR A IMPORTAÇÃO DE DROGAS Justificativa: Muitos réus conseguem provar na Justiça que importam para consumo próprio. Como isso acaba sendo um crime não tipificado, resulta na absolvição dos envolvidos. Importar tem de receber o mesmo tratamento de guardar, transportar, trazer consigo como explicitado no artigo 28. AUMENTAR PARA 6 ANOS A medida SOCIoEDUCATIVA DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Justificativa: É de domínio público que muitos crimes são cometidos por adultos que, entretanto, levam consigo menores para que esses assumam o delito em seu lugar. De outra sorte várias correntes de psicólogos entendem que a maturidade plena se dá aos 24 anos. Assim sendo, a proposta é de aumentar para 6 anos o tempo máximo de internação nos programas socioeducativos. 9

Acesse www.revisaodalegislacaopenal.com.br e veja como pressionar o seu deputado. PERMITIR A PRISÃO TEMPORÁRIA DE MENOR Justificativa: O Estatuto da Criança e do Adolescente não prevê a internação temporária do adolescente para investigação. No entanto, como os adultos, há jovens extremamente perigosos, cuja gravidade dos atos infracionais, criam, várias vezes, a necessidade de a Justiça decretar uma internação provisória para que a polícia tenha tempo e tranquilidade para realizar uma boa investigação. INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA DOS DEPENDENTES QUÍMICOS Justificativa: Há várias razões de ordem prática para defender a internação compulsória dos dependentes químicos. Em primeiro lugar para proteger a própria saúde do dependente que, devido à confusão de ideias provocadas pelas substâncias tóxicas, não consegue discernir corretamente o que seja melhor para si. De outro lado, é muito comum que os familiares sejam as primeiras e as grandes vítimas dos toxicômanos, por quem são roubados para sustentar o vício. Em terceiro lugar, uma campanha forte de combate ao narcotráfico tem de prender o grande traficante, os varejistas, mas também necessita afastar os consumidores de seu vício, caso contrário, enquanto a polícia está prendendo uma quadrilha, uma nova está se formando para abastecer o vício dos consumidores. 10

PROPOSTAS PODER DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE INICIAR INVESTIGAÇÃO CRIMINAL Justificativa: Um dos grandes avanços da constituição de 1988 foi a autorização dada ao Ministério Público de também iniciar investigações criminais. Crimes não são apenas tráfico de drogas, roubos ou assassinatos, mas também graves deslizes com o dinheiro público. Esse poder tem incomodado muita gente, por isso, no Congresso Nacional já circulam projetos tentando limitar esse poder. A ONG Brasil Sem Grades é enfática nesse ponto esse poder deve permanecer. Tramita no Congresso Nacional a denominada PEC 37 que tenta limitar os poderes do Ministério Público. Diga não a essa ideia. Denuncie! Colaboraram os seguintes promotores do Ministério Público do Rio Grande do Sul: Dr. Fabiano Dallazen Dr. Fábio Roque Sbardellotto Dr. Mauro Fonseca Andrade Dr. Mauro Luís Silva de Souza B R A S I L S E M G R A D E S 11

Me d i d a s r e l a c i o n a d a s à revisão do Código de Processo Penal Brasileiro estão arquivadas e esquecidas no Congresso Nacional, longe dos olhos da população. Diariamente, milhões de brasileiros sofrem com a falta de argumentos para o combate à criminalidade. Imersos em uma imensa nuvem de incertezas, as pessoas aceitam, caladas, às facilitações inimagináveis concedidas aos criminosos deste país. Esta cartilha tem como objetivo mostrar aos cidadãos brasileiros o preço de uma vida, do ponto de vista legislativo, e apresentar propostas capazes de mudar esse quadro, de modo que seja possível cobrar dos representantes políticos uma solução para que a justiça seja feita. Luiz Fernando Oderich Presidente da ONG Brasil Sem Grades O QUE VOCÊ PODE FAZER? Acesse www.revisaodalegislacaopenal.com.br e veja como pressionar o seu deputado. Cadastre-se no site www.brasilsemgrades.org.br para receber semanalmente nossas mensagens ou para pedir mais material de divulgação. Fale com seus amigos, mobilize seus vizinhos, peça ao vereador de sua localidade para ler essa cartilha e cobrar dos deputados e senadores. Os projetos já estão em Brasília, nas gavetas do Congresso Nacional. Cobre dos senhores parlamentares a votação correspondente. Ajude-nos a distribuir este material. Se suas condições financeiras permitirem, ajude-nos a imprimir esse material. Nós enviamos os modelos, e você imprime na gráfica de sua preferência. Depois, ou você mesmo distribui ou mande-nos para que façamos isso. NOTA A Associação Brasil Sem Grades é uma entidade sem fins lucrativos que NÃO RECEBE nenhum centavo de dinheiro público. As grades que queremos abolir são as que prendem os cidadãos dentro de suas próprias casas. B R A S I L S E M G R A D E S É BRASIL DE PAIS DE VERDADE. Associação Brasil Sem Grades Rua Vasco da Gama, 845/202 Bairro Rio Branco - Tel.: (51) 3333-7070 90420-111 Porto Alegre RS www.brasilsemgrades.org.br bsg@brasilsemgrades.org.br twitter: @ongbsg facebook: Ong Brasilsemgrades