Saúde na Região Norte



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Transcrição:

Dezembro 2005

Administração Regional de Saúde do Norte Centro Regional de Saúde Pública do Norte Ministério da Saúde Saúde na Região Norte Medir para Mudar Centro Regional de Saúde Pública do Norte Dezembro 2005

Saúde na Região Norte Medir para Mudar Autores Ana Maria Correia Delfina Antunes Elisabete Ramos José Rocha Nogueira Luís Castro Margarida Azevedo Maria Assunção Frutuoso Maria Neto Revisão Laurinda Queirós Capa Margarida Azevedo Edição Centro Regional de Saúde Pública do Norte Rua Anselmo Braamcamp, 144 4000-078 Porto Tel: 225103480 Fax: 225101618 e-mail: coordenador@crsp-norte.min-saude.pt Impressão e acabamento Papelmunde, SMG, Lda Depósito legal 245536/06

Agradecemos a possibilidade de aceder a dados não publicados dos sistemas de informação indicados no documento.

Índice Índice de Figuras. xi Índice de Quadros. xix 1. Introdução 1 2. Material e Métodos... 5 3. População e Indicadores Demográficos. 15 4. Natalidade e Mortalidade Infantil. 27 5. Mortalidade e Morbilidade Geral.. 41 5.1. Introdução. 43 5.2. Mortalidade e Morbilidade Geral.. 44 Causas Externas.. 46 Diabetes mellitus.. 49 Doenças do Aparelho Circulatório. 50 Doenças do Aparelho Respiratório 55 Doenças do Aparelho Digestivo. 56 Doença Crónica do Fígado e Cirrose 57 Total de Tumores Malignos 58 5.3. Anos Potenciais de Vida Perdidos 60 5.4.1. Mortalidade por Doenças Oncológicas. 63 Tumores do Aparelho Digestivo. 63 Tumores do Aparelho Respiratório 67 Tumores do Tecido Linfático e Órgãos Hematopoiéticos.. 68 Tumores da Mama mulheres.. 69 Tumores da Próstata 70 Tumores de Outras Localizações.. 71 5.4.2. Anos Potenciais de Vida Perdidos por Doenças Oncológicas. 73 6. Doenças Infecciosas.. 75 6.1. Introdução. 77 6.2. Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória 77 6.3. Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana 91 6.4. Tuberculose... 104 6.5. Coberturas Vacinais - Programa Nacional de Vacinação.. 115 7. Morbilidade Profissional.. 117 8. Determinantes da Saúde 127 8.1. Introdução.. 129 8.2. Hábitos Tabágicos 131 8.3. Consumo de Bebidas Alcoólicas 137 vii

8.4. Ingestão Alimentar 141 8.5. Excesso de Peso e Obesidade.. 147 8.6. Actividade Física/Tempos Livres 149 8.7. Despesas Médias Anuais dos Agregados Familiares. 152 8.8. Drogas Ilícitas 154 9. Considerações Finais.. 159 10. Referências Bibliográficas.. 165 viii

Lista de Siglas APVP - Anos potenciais de vida perdidos ARS-Norte - Administração Regional de Saúde do Norte BCG Bacilo de Calmette e Guerain CAE - Classificação Portuguesa de Actividades Económicas CID 10 - Classificação Internacional das Doenças - 10ª revisão CID 9 - Classificação Internacional das Doenças - 9ª revisão CNPDP - Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais CRS - Complexos Relacionados com SIDA CRSPN - Centro Regional de Saúde Pública do Norte CVEDT - Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis DALYs - Anos de Vida Perdidos Ajustados para a Incapacidade DDO - Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória DGS - Direcção Geral da Saúde DOTS - Directly Observed Therapy Short-course DSIA - Direcção de Serviços de Informação e Análise DTP - Vacina da Difteria, Tétano, Pertussis Hab Habitantes Hib - Vacina do Haemophilus influenza IDI - Índice de Dependência de Idosos IDJ - Índice de Dependência de Jovens IDT - Instituto da Droga e da Toxicodependência IGIF - Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde IMC - Índice de Massa Corporal INE - Instituto Nacional de Estatística INS - Inquérito Nacional de Saúde ISAE - Inquérito de Saúde dos Adolescentes na Escola NUT - Nomenclatura de Unidade Territorial OMS - Organização Mundial de Saúde PA - Portadores Assintomáticos PALOP - Países Africanos de Língua Portuguesa PNT - Programa Nacional de Luta Contra a Tuberculose PNV - Programa Nacional de Vacinação RN - região Norte (considera os 68 concelhos que integram a ARS-Norte) SIDA - Síndrome de Imunodeficiência Adquirida ix

SVIG-TB - Sistema de Informação Intrínseco do Programa Nacional de Luta contra a Tuberculose TB Tuberculose Td - Vacina do Tétano, Difteria TOD - Toma Observada Directamente VAP - Vacina Viva da Poliomielite VASPR - Vacina do Sarampo, Parotidite, Rubéola VHB Vacina da Hepatite B VIH - Vírus da Imunodeficiência Humana x

Índice de Figuras página Figura 1 - População residente nos 68 concelhos que integram a Região de Saúde 17 do Norte, resultados do censo de 1991 e do censo de 2001 Figura 2 - Pirâmide etária da população residente estimada para 2004 no Norte 18 Figura 3 - Distribuição da população residente estimada para o ano 2004 pelos 19 distritos que integram a Região de Saúde do Norte Figura 4 - Distribuição da população residente estimada para 2004 nos concelhos 19 que integram a Região de Saúde do Norte Figura 5 - Índice de envelhecimento (%), por concelhos, considerando apenas os 21 concelhos que integram a Região de Saúde do Norte Figura 6 - Índice de dependência de jovens (%), por concelhos, considerando apenas 22 os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte Figura 7 - Índice de dependência de idosos (%), por concelhos, considerando apenas 22 os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte Figura 8 - Número de estrangeiros com estatuto legal de residente em Portugal, 23 segundo a nacionalidade Figura 9 - Número de solicitações de estatuto de residente em 2002, por NUTII-Norte 24 Figura 10 - Número de solicitações de estatuto de residente em 2002 no Norte, por 24 NUTs III Figura 11 - Taxa de variação percentual 2000-2050 da população jovem, Portugal e 25 NUTS II Figura 12 - Taxa de variação percentual 2000-2050 da população idosa, Portugal e 26 NUTSII Figura 13 - Índice de envelhecimento, Portugal e NUTSII, estimativas para o período 26 2000-2050 Figura 14 - Evolução da taxa de natalidade (/1000 habitantes) entre 1999 e 2003, 29 total Nacional, região Norte e por distrito da região Norte Figura 15 - Evolução da proporção de nados vivos (%) entre 1997 e 2002, segundo a 31 idade da mãe em Portugal Figura 16 - Proporção (%) de nados vivos de gravidez na adolescência (idade<20 31 anos) e gravidez tardia (idade>39 anos) Figura 17 - Evolução da taxa de mortalidade infantil (/1000 nados vivos) entre 1999 e 33 2003, Total Nacional e Região Norte Figura 18 - Evolução da taxa de mortalidade pós-neonatal (/1000 nados vivos) entre 34 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte Figura 19 - Evolução da taxa de mortalidade neonatal (/1000 nados vivos) entre 1999 35 e 2003, Total Nacional e Região Norte xi

Figura 20 - Evolução da taxa de mortalidade neonatal precoce (/1000 nados vivos) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte Figura 21 - Evolução da taxa de mortalidade perinatal (/1000 nados vivos+fetos mortos de 28 e mais semanas) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte Figura 22 - Evolução da taxa de mortalidade fetal tardia (/1000 nados vivos+fetos mortos de 28 e mais semanas) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte Figura 23 - Proporção (%) e número de óbitos com menos de 1 ano, por causa de morte, 2003 Figura 24 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por sintomas, sinais e afecções mal definidas (CID 9: 46 ou CID 10: R00-R99), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Figura 25 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por todas as causas de morte, padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Figura 26 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por causas externas (CID 9: E47- E56 ou CID 10: V, W, X, Y), padronizadas pela idade, em ambos os sexos, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Figura 27 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por acidentes de trânsito com veículos a motor (CID 9: E471 ou CID 10: V02-V04, V09, V12-V14, V19-V79, V86- V89) e acidentes de transporte (CID 9: E47 ou CID 10: V01-V99), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em homens, no período de 2000 a 2002 Figura 28 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por acidentes de trânsito com veículos a motor (CID 9: E471 ou CID 10: V02-V04, V09, V12-V14, V19-V79, V86- V89) e acidentes de transporte (CID 9: E47 ou CID 10: V01-V99), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em mulheres, no período de 2000 a 2002 Figura 29 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por diabetes mellitus (CID 9:181 ou CID 10:E10-14), padronizadas pela idade, em ambos os sexos, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Figura 30 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30 ou CID 10: 100-199), doença isquémica do coração (CID 9:27 ou CID 10:120-125) e doenças cerebrovasculares (CID 9:29 ou CID 10:160-169), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Figura 31 - Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por doenças isquémicas cardiacas, por sexo, no período de 2000 a 2004 Figura 32 - Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por doenças isquémicas cardiacas, por grupo etário, no período de 2000 a 2004 Figura 33 - Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por enfarte agudo do miocárdio, por sexo, no período de 2000 a 2004 página 36 37 38 39 44 45 46 47 48 49 50 51 52 52 xii

Figura 34 - Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por enfarte agudo do miocárdio, por grupo etário, no período de 2000 a 2004 Figura 35 - Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por doenças cerebrovasculares, por sexo, no período de 2000 a 2004 Figura 36 - Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por doenças cerebrovasculares, por grupo etário, no período de 2000 a 2004 Figura 37 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doença do aparelho respiratório (CID 9: 31-32 ou CID 10: J00-J99), pneumonia (CID 9: 321 ou CID 10: J12-J18), bronquite crónica não especificada, enfisema e asma (CID 9: 323 ou CID 10: J40-43, J45, J46), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Figura 38 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho digestivo (CID 9: 33-34 ou CID 10: K00-K93), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Figura 39 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doença crónica do fígado e cirrose (CID 9: 347 ou CID 10: K70 e K73-K74), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Figura 40 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores malignos (CID-9:08-14 ou CID 10: C00-C99), padronizadas pela idade, em ambos os sexos, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Figura 41 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por causa de morte, na população da região Norte, ambos os sexos Figura 42 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por causa de morte, na população da região Norte, homens Figura 43 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por causa de morte, na população da região Norte, mulheres Figura 44 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por localização do tumor, padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em 2002, em ambos os sexos Figura 45 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID 9:093 ou CID 10: C18), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002, em ambos os sexos Figura 46 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID 9:093 ou CID 10: C18), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002, em homens Figura 47 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID-9:093 ou CID 10: C18), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, o período de 2000 a 2002, em mulheres página 53 53 54 55 57 58 59 60 61 61 63 64 64 65 xiii

Figura 48 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores do aparelho respiratório (CID 9: 10 ou CID 10: C30-C39), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Figura 49 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores da traqueia, brônquios e pulmão (CID 9: 101 ou CID 10: C33-C34), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Figura 50 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores do tecido linfático e órgãos hematopoiéticos (CID 9: 14 ou CID 10: C81-C96), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Figura 51 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores da mama em mulheres (CID 9: 50 ou CID 10: C50), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Figura 52 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores da próstata (CID-9: 124 ou CID 10: C61), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Figura 53 - Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores de outras localizações (CID 9: 13 ou CID 10: C69-C80), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Figura 54 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por localização do tumor, na população da região Norte, em homens Figura 55 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por localização do tumor, na população da região Norte, em mulheres Figura 56 - Razão entre as taxas de incidência (quinquénio 2000-2004) de algumas Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória da região Norte de Portugal e do resto do País Figura 57 - Diferença entre as taxas de incidência (quinquénio 2000-2004) de algumas Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória da região Norte de Portugal e do resto do País Figura 58 - Taxa de incidência (/100000 pessoas ano) de casos de brucelose (CID10 A23) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 2004, por concelho Figura 59 - Distribuição do número de casos de brucelose (CID10 A23) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 2004, por grupo etário e sexo Figura 60 - Taxa de incidência (/100000 pessoas ano) de casos de febre escaronodular (CID10 A77.1) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 2004, por concelho de residência Figura 61 - Número acumulado de casos de Tétano (CID10 A35) declarados na região Norte de Portugal, por concelho de residência. 2000 2004 página 67 67 69 70 71 72 73 73 81 82 83 83 84 85 xiv

Figura 62 - Distribuição dos indivíduos com resultado positivo (concentração de anticorpos IgG 0,1 UI/mL) para a toxina do tétano, por grupo etário Figura 63 - Número acumulado de casos de tosse convulsa (CID10 - A37) declarados na região Norte de Portugal, por concelho de residência. 2000 2004 Figura 64 - Casos de tosse convulsa (CID10 - A37) declarados na região Norte de Portugal de 2000 a 2004, por mês de idade e ano de notificação Figura 65 - Número anual de casos de hepatite aguda por vírus B (CID10 B16) declarados em Portugal, no resto do País e na região Norte, 1993 2004 com indicação do ano de introdução no PNV da vacina da hepatite B Figura 66 - Distribuição do número de casos de hepatite aguda por vírus C (CID10 - B17.1) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 2004, por grupo etário e sexo Figura 67 - Evolução do número de casos de Portadores Assintomáticos (PA), Complexos Relacionados com SIDA (CRS), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) e total, por ano de diagnóstico. Região Norte. 1981-2003 (casos declarados até 30/06/2005) Figura 68 - Evolução da taxa de incidência (/1000000) de SIDA em Portugal e na região Norte, 1987-2003 Figura 69 - Taxa de incidência (/1000000) da infecção VIH nos distritos da região Norte, entre 1995 e 1999 Figura 70 - Distribuição do número de casos de Portadores Assintomáticos (PA) e de SIDA declarados até 30/06/2005 na região Norte, por grupo etário Figura 71 - Número de casos acumulados de infecção VIH por grupo etário declarados na região Norte até 31/12/2002 e até 30/06/2005 Figura 72 - Percentagem de casos de portadores assintomáticos (PA) declarados na região Norte até 31/12/2001 por categoria de transmissão Figura 73 - Percentagem de casos de portadores assintomáticos (PA) declarados na região Norte até 30/06/2005 por categoria de transmissão Figura 74 - Percentagem de casos de SIDA declarados na região Norte até 31/12/2001 por categoria de transmissão Figura 75 - Percentagem de casos de SIDA declarados na região Norte até 30/06/2005 por categoria de transmissão Figura 76 - Evolução do número de casos de SIDA por ano de diagnóstico e do número de óbitos por SIDA por ano de ocorrência, na região Norte, 1990-2002 Figura 77 - Evolução do número de casos de SIDA por ano de diagnóstico e do número de óbitos por SIDA por ano de ocorrência. Portugal 1987-2001 Figura 78 - Evolução da taxa de mortalidade (/1 000 000) por SIDA em Portugal e na região Norte, entre 1988 e 2003 página 86 87 87 88 89 92 93 94 95 95 97 97 98 99 100 100 101 xv

página Figura 79 - Evolução do número de óbitos por SIDA e por sexo na região Norte, entre 102 1990 e 2003 Figura 80 - Evolução do número de óbitos por SIDA segundo o grupo etário, na 102 região Norte, entre 1990 e 2001 Figura 81 - Evolução da taxa de incidência (/100000) de tuberculose em Portugal, no 105 período de 1972 a 2002 Figura 82 - Distribuição geográfica da incidência média anual (/100000) de casos de 105 tuberculose notificados entre 2000-2004 Figura 83 - Número de novos casos de tuberculose declarados no Norte de Portugal, 106 entre 1987 e 2004 Figura 84 - Evolução do total de casos e casos novos de tuberculose notificados na 106 região Norte, entre 2000 e 2004 Figura 85 - Taxa de incidência de tuberculose (/100000) na região Norte por grupos 107 etários, total e por sexo, em 2003 Figura 86 - Evolução do número de casos de tuberculose disseminada e de 108 tuberculose do sistema nervoso central notificados na região Norte, 2000-2004 Figura 87 - Evolução do número de casos de tuberculose em dependentes do álcool, 109 drogas intravenosas e outras drogas, na região Norte, 2000-2004 Figura 88 - Evolução do número de casos de tuberculose/sida notificados na região 110 Norte em toxicodependentes e noutros grupos, 2000-2004 Figura 89 - Taxa de incidência de tuberculose (/100000) nos distritos da região Norte, 112 2004 Figura 90 - Distribuição da morbilidade profissional por sexo 120 Figura 91 - Distribuição da morbilidade profissional por grupos de doenças 121 profissionais Figura 92 - Distribuição das doenças do aparelho respiratório por diagnóstico 122 Figura 93 - Distribuição das doenças cutâneas por diagnóstico 122 Figura 94 - Distribuição das doenças por agentes biológicos, por diagnóstico 123 Figura 95 - Distribuição das doenças por agentes físicos, por diagnóstico 123 Figura 96 - Distribuição das doenças músculo-esqueléticas por diagnóstico 124 Figura 97 - Proporção dos grupos de doenças profissionais por grupos etários 124 Figura 98 - Distribuição das doenças profissionais por actividade exercida 125 Figura 99 - Número de óbitos em 2000 por factores de risco, mundial 129 Figura 100 - Hábitos tabágicos em adolescentes de 13 anos do Porto 136 Figura 101 - Consumo de bebidas alcoólicas em adolescentes de 13 anos do Porto, 141 2004 Figura 102 - Ingestão média diária de leite e derivados em adolescentes de 13 anos 143 do Porto xvi

página Figura 103 - Consumo diário de fruta e legumes (g/dia), em adolescentes de 13 anos 145 do Porto Figura 104 - Frequência de consumo de produtos de pastelaria (%) em adolescentes 146 de 13 anos do Porto, por sexo Figura 105 - Ingestão média diária de refrigerantes em adolescentes de 13 anos do 146 Porto, por sexo Figura 106 - Frequência da prática de actividades desportivas extra-escola, em 151 adolescentes de 13 anos do Porto Figura 107 - Proporção (%) de despesas médias anuais dos agregados familiares, por 152 classe de despesa da classificação do consumo individual por objectivo Figura 108 - Despesa média anual nacional em tabaco por agregado familiar com 153 despesas em tabaco, segundo o nível de instrução do representante do agregado Figura 109 - Evolução do número de utentes em primeiras consultas, 1995-2003 154 Figura 110 - Distribuição do número de utentes em primeiras consultas por grupos 155 etários xvii

Índice de Quadros Quadro 1 Concelhos da Unidade Territorial Norte não integrados na Região de Saúde do Norte Quadro 2 Estrutura e composição da população-padrão europeia (IARC, Lyon 1976) Quadro 3 - População estimada para o ano 2004, por distrito e por grupo etário, considerando apenas os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte Quadro 4 - Número de nados vivos por local de residência da mãe, nacional, região Norte e distritos da região Norte Quadro 5 Taxa de natalidade (/1000 habitantes) por local de residência da mãe, nacional, região Norte e distritos da região Norte Quadro 6 - Número de nados vivos segundo a idade da mãe, no período de 2000 a 2002, em Portugal e na região Norte Quadro 7 - Número de óbitos e taxa de mortalidade infantil, nacional e na região Norte, por distrito de residência da mãe (/1000 nados vivos) Quadro 8 - Número de óbitos e taxa de mortalidade pós-neonatal por residência da mãe (/1000 nados vivos) Quadro 9 - Número de óbitos e taxa de mortalidade neonatal por residência da mãe (/1000 nados vivos) Quadro 10 - Número de óbitos e taxa de mortalidade neonatal precoce por residência da mãe (/1000 nados vivos) Quadro 11 - Número de óbitos perinatais e taxa de mortalidade perinatal, por residência da mãe (/1000 nados vivos + fetos mortos de 28 e mais semanas) Quadro 12 - Número de fetos-mortos e taxa de mortalidade fetal tardia, por residência da mãe (/1000 nados vivos+ fetos mortos de 28 e mais semanas) Quadro 13 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por sintomas, sinais e afecções mal definidas (CID 9: 46 ou CID 10: R00-R99), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 14 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por todas as causas de morte, na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 15 - Óbitos e Taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por causas externas (CID 9: E47-E56 ou CID 10: V, W, X, Y), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 16 - Óbitos e Taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por acidentes de trânsito com veículos a motor (CID 9:E471 ou CID 10:V02-V04, V09, V12-V14, V19- V79, V86-V89) e acidentes de transporte (CID 9:E47 ou CID 10: V01-V99), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo página 9 14 20 30 30 32 33 34 35 36 37 38 44 45 47 48 xix

Quadro 17 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por diabetes mellitus (CID 9:181 ou CID 10:E10-14), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 18 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por doença do aparelho circulatório (CID 9:25-30 ou CID 10: 100-199), doença isquémica do coração (CID 9:27 ou CID 10: 120-125) e doenças cerebrovasculares (CID 9:29 ou CID 10: 160-169), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 19 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por doença do aparelho respiratório (CID 9:31-32 ou CID 10:J00-J99), pneumonia (CID 9:321 ou CID 10:J12-J18), bronquite crónica não especificada, enfisema e asma (CID 9:323 ou CID 10: J40-43, J45, J46), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 20 - Óbitos e taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho digestivo (CID 9:33-34 ou CID 10:K00-K93), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 21 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por doença crónica do fígado e cirrose (CID 9:347 ou CID 10:K70 e K73-K74) na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 22 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores malignos (CID-9:08-14 ou CID 10:C00-C99), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 23 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores do aparelho digestivo e peritoneu (CID-9:09), tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10:C16) e tumor do cólon (CID-9:093 ou CID 10:C18), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 24 - Razão padronizada de mortalidade, para tumores do aparelho digestivo e peritoneu (CID-9:09), tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10:C16) e tumor do cólon (CID-9:093 ou CID 10:C18) por distrito da Região de Saúde do Norte, em 2002 Quadro 25 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores do aparelho respiratório (CID 9:10 ou CID 10:C30-C39), e traqueia, brônquios e pulmão (CID 9:101 ou CID 10:C33-C34), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 26 - Razão padronizada de mortalidade para tumores do aparelho respiratório (CID 9:10 ou CID 10:C30-C39), e traqueia, brônquios e pulmão (CID 9:101ou CID 10:C33-C34), por distrito da Região de Saúde do Norte, em 2002 Quadro 27 - Óbitos e taxa de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores do tecido linfático e órgãos hematopoiéticos (CID 9: 14 ou CID 10: C81-C96), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 28 - Óbitos e taxa de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores da mama em mulheres (CID-9: 50 ou CID 10: C50), na região Norte, no período de 2000 a 2002 página 49 51 56 57 58 59 65 66 68 68 69 70 xx

Quadro 29 - Óbitos e taxa de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores da próstata (CID-9: 124 ou CID 10: C61), na região Norte, no período de 2000 a 2002 Quadro 30 - Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores de outras localizações (CID 9: 13 ou CID 10: C69-C80), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo Quadro 31 - Casos de doenças transmissíveis de declaração obrigatória notificados na região Norte de Portugal por ano (2000 2004) e taxa de incidência (/100000 pessoas ano) para o quinquénio 2000-2004 Quadro 32 - Distribuição das notificações de infecção VIH por ano de diagnóstico e por tipo de infecção na região Norte (declarados ao CVEDT até 30 de Junho de 2005) Quadro 33 - Distribuição do número de casos de infecção VIH por distrito e da população residente, região Norte Quadro 34 - Distribuição da categoria de transmissão nos casos de infecção VIH declarados na região Norte até 30 de Junho de 2005 Quadro 35 - Número de casos de PA declarados na região Norte por categoria de transmissão. 2001-2003 Quadro 36 - Número de casos de SIDA declarados na região Norte por categoria de transmissão, 2001-2003 Quadro 37 - Número e percentagem de casos de SIDA em que a Tuberculose foi doença indicadora (SIDA/TB) na Região Norte, de Janeiro de 2001 a Junho de 2005 Quadro 38 - Evolução do número de casos de tuberculose em profissionais de saúde da região Norte, 2000-2004 Quadro 39 - Evolução do meio de detecção dos casos de tuberculose notificados com informação sobre o meio de detecção, na região Norte, 2000-2004 Quadro 40 - Evolução do número total de casos de tuberculose pulmonar e de coabitantes dos casos seleccionados e rastreados, na região Norte, 2000-2004 Quadro 41 - Proporção de casos de tuberculose pulmonar em regime de Toma Observada Directamente na região Norte, 2000-2004 Quadro 42 - Evolução do sucesso terapêutico no total de casos de tuberculose e nos casos de tuberculose pulmonar bacilífera declarados na região Norte, 2000-2003 Quadro 43 - Perfil da tuberculose nos distritos da região Norte, na região Norte e em Portugal Continental, 2004 Quadro 44 - Cobertura vacinal (%) aos dois anos de idade, por vacina e por coorte de nascimento, de 1999 a 2002 Quadro 45 - Cobertura vacinal (%) aos seis anos de idade, por vacina e por coorte de nascimento, de 1995 a 1998 Quadro 46 - Cobertura vacinal (%) aos 14 anos de idade, por vacina e por coorte de nascimento, de 1987 a 1990 página 71 72 79 91 93 96 96 98 99 108 110 111 111 112 113 115 116 116 xxi

página Quadro 47 - Evolução do número de casos das principais doenças profissionais 120 notificados entre 2000 e 2004 Quadro 48 - Número e prevalência de fumadores na região Norte, por grupos etários 131 Quadro 49 - Consumo médio de cigarros/dia na região Norte, por grupos etários 132 Quadro 50 - Número de indivíduos que fumavam na região Norte, por grupos etários 133 Quadro 51 - Consumo médio de cigarros/dia na região Norte, por grupos etários 133 Quadro 52 - Prevalência de consumo de tabaco na região Norte, por grupo etário e 135 sexo Quadro 53 - Proporção de fumadores na região Norte por categoria de número de 135 cigarros fumado por dia, por grupo etário e sexo Quadro 54 - Prevalência de consumo de bebidas alcoólicas na região Norte, por 138 idade e sexo, INS 95/96 Quadro 55 - Prevalência de consumo de bebidas alcoólicas na região Norte, por 139 idade e sexo, INS 98/99 Quadro 56 - Consumo de bebidas alcoólicas em adolescentes da região Norte, por 140 tipo de bebida, 2002 Quadro 57 - Proporção de indivíduos na região Norte que consumiram o alimento, 141 por grupo etário, INS 95/96 Quadro 58 - Proporção de indivíduos na região Norte que consumiram o alimento, 142 por grupo etário, INS 98/99 Quadro 59 - Consumo de leite na região Norte, por grupo etário, INS 95/96 142 Quadro 60 - Consumo de leite na região Norte, por grupo etário, INS 98/99 142 Quadro 61 - Frequência de ingestão dos alimentos avaliados no estudo A Saúde 144 dos Adolescentes Portugueses em 1998 e 2002, total nacional Quadro 62 - Frequência de ingestão dos alimentos avaliados no estudo A Saúde 144 dos Adolescentes Portugueses em 2002, região Norte Quadro 63 - Prevalência de categorias de Índice de Massa Corporal (IMC) por 148 grupos etários, região Norte, INS 98/99 Quadro 64 - Prevalência de excesso de peso incluindo obesidade 148 Quadro 65 - Desportos mais praticados pelos jovens da região Norte 150 Quadro 66 - Prevalência de diferentes actividades de lazer, em adolescentes da 151 região Norte Quadro 67 - Prevalência da prática de actividade física em adolescentes 152 Quadro 68 - Idade da primeira experiência com drogas, nacional 1998 155 Quadro 69 - Tipo de droga experimentada, comparação de resultados nacionais de 156 1998 e 2002 Quadro 70 - Proporção de adolescentes da região Norte que já experimentou drogas, 156 por tipo de droga experimentada xxii

1. INTRODUÇÃO

O sistema nacional de saúde ao longo dos anos deu cumprimento ao princípio da universalidade da cobertura geográfica da prestação de cuidados, nomeadamente através do Serviço Nacional de Saúde. Este desenvolveu-se com a preocupação da acessibilidade aos serviços, da rede de referenciação, da qualidade, e da implementação de programas prioritários que melhor respondessem aos grupos de risco, entre outras. O planeamento em saúde não pode ser conduzido apenas com base na prestação de cuidados, mas sim articulado com o planeamento de base populacional. Esta opção torna imprescindível identificar os determinantes de saúde, nomeadamente os susceptíveis de modificação. Sabendo que nem sempre as necessidades expressas na procura de serviços de saúde são sobreponíveis às necessidades sentidas pela população e aos seus principais problemas de saúde, o planeamento pretende identificar prioridades, melhorar os indicadores de saúde na óptica da rentabilização dos recursos existentes. Este documento faz a análise da informação disponível relativa à região Norte, nas áreas da demografia, da mortalidade e da morbilidade. Inclui capítulos específicos sobre as doenças infecciosas, das quais se destacam a infecção pelo VIH e a tuberculose, as doenças profissionais e determinantes da saúde, que correspondem a áreas privilegiadas de intervenção em saúde pública no momento actual. Pretende este documento ser um instrumento de apoio ao planeamento em saúde. Não ambiciona fazer o completo diagnóstico da situação da população desta região, sendo apenas um contributo para o início de um processo que se pretende contínuo e dinâmico. Parafraseando o Prof. Correia de Campos (1), a saúde tem um custo de um valor sem preço, devemos verificar se há proporcionalidade na correspondência entre os custos e os ganhos em saúde para as populações, pelo que urge medir para mudar. 3

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Organização do Documento A decisão sobre a estrutura e organização deste documento teve em consideração os constrangimentos decorrentes dos dados disponíveis e a necessidade de conferir um sentido e uma sequência lógicos aos problemas a abordar. Os indicadores de saúde que se utilizaram abordam a Saúde na sua perspectiva negativa, pelo facto de não se encontrarem disponíveis indicadores de bem-estar. Optámos por iniciar o documento com um capítulo sobre indicadores demográficos para que fosse possível aos leitores contextualizar-se na dimensão geodemográfica da região. Recorremos, em seguida, a uma descrição e análise de indicadores de mortalidade, nos seus componentes de mortalidade geral e mortalidade infantil. No capítulo da mortalidade e morbilidade e dada a escassez de dados de morbilidade, apresentam-se, sobretudo dados de mortalidade. Dentro da mortalidade, analisam-se as taxas de mortalidade específicas, dando-se um particular relevo às doenças oncológicas. No capítulo das doenças infecciosas incluímos um sub-capítulo sobre Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória e, pela importância que assumem tanto a nível nacional como regional, dois sub-capítulos sobre infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana e sobre tuberculose. Optámos por incluir neste capítulo os resultados da aplicação do Programa Nacional de Vacinação na região pelo impacto que sabemos terem sobre as doenças infecciosas preveníveis pela vacinação. Pela importância que o ambiente de trabalho assume no padrão de morbilidade, são também apresentados, em capítulo próprio, os dados relativos às doenças profissionais. A necessidade de conhecer a distribuição de alguns factores determinantes da saúde, passíveis de intervenção, justificou a inclusão de alguns dados disponíveis em capítulo próprio. Procurámos integrar o conjunto da informação apresentada ao longo do documento num capítulo que designámos Comentários finais, no qual não se pretende tirar conclusões mas apenas destacar os aspectos mais importantes. Este documento não esgota o diagnóstico da situação de saúde da população da região, é apenas o início de um processo que se pretende dinâmico. 7

2. 2. Origem dos Dados As fontes utilizadas para a elaboração deste documento foram diferentes consoante os problemas abordados. Os dados cuja fonte foi o Instituto Nacional de Estatística (INE) foram obtidos através da consulta do seu sítio na internet (http://www.ine.pt/). Os dados sobre óbitos cuja fonte foi a Direcção-Geral da Saúde (DGS) foram obtidos por consulta das seguintes publicações: Risco de Morrer em Portugal 2000 (2), Risco de Morrer em Portugal 2001 (3), Risco de Morrer em Portugal 2002 (4, 5), Natalidade, Mortalidade Infantil, Fetal e Perinatal 1999/2003 (6). Os dados sobre internamentos hospitalares foram cedidos pelo Gabinete de Estatística e Planeamento da Administração Regional de Saúde do Norte. Os dados sobre Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória (DDO) tiveram como origem os dados estatísticos do sistema de informação da Direcção de Serviços de Informação e Análise da Direcção-Geral da Saúde. O diagnóstico da situação relativo à infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) foi elaborado com base nos dados fornecidos pelo Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis (CVEDT) do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Os dados sobre tuberculose tiveram como origem o Sistema de Informação Intrínseco do Programa Nacional de Luta contra a Tuberculose (SVIG-TB), da Direcção-Geral da Saúde. Para a avaliação do Programa Nacional de Vacinação (PNV) foram utilizados os dados das fichas individuais de vacinação dos inscritos em todas as unidades de saúde de cada uma das sub-regiões, e analisados no Centro Regional de Saúde Pública do Norte (CRSPN). A informação sobre doenças profissionais foi obtida através das comunicações relativas aos casos confirmados de doenças profissionais e enviadas para o Centro Regional de Saúde Pública do Norte pelo Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais. Também se recorreu à pesquisa de trabalhos realizados em grupos específicos da população, particularmente aos dados do Inquérito Nacional de Saúde (INS) (7, 8), para obter informação sobre dados que não são recolhidos de forma sistemática por rotina. 8

2. 3. Definição de Conceitos A unidade geográfica Norte tal como é definida pelo INE (NUT) difere da Região de Saúde do Norte. Esta última não inclui 18 concelhos que estão integrados no NUT-Norte (quadro 1). Quadro 1 Concelhos da Unidade Territorial Norte não integrados na Região de Saúde do Norte NUT III Grande Porto Tâmega Entre Douro e Vouga Concelhos não integrados na Região de Saúde do Norte Espinho Castelo de Paiva Cinfães Resende Arouca Santa Maria da Feira Oliveira de Azeméis São João da Madeira Vale de Cambra Douro Armamar Lamego Moimenta da Beira Penedono São João da Pesqueira Sernancelhe Tabuaço Tarouca Vila Nova de Foz Côa Nota: Todos os concelhos das NUT III Minho Lima, Cávado e Ave estão integrados na Região de Saúde do Norte. Esta diferença dificulta a análise dos resultados que o INE disponibiliza sem desagregação por concelho, não permitindo o cálculo dos resultados para a Região de Saúde do Norte. No entanto, os dados referentes à Unidade Territorial, na sua generalidade, poderão ser considerados bons indicadores para a Região de Saúde do Norte. Neste trabalho, para facilitar a compreensão dos resultados apresentados, utilizamos a denominação Região Norte sempre que os resultados forem referentes aos concelhos que integram a Região de Saúde do Norte. Quando os dados se referem a uma área diferente da definida a mesma será especificada. 9

Saldo fisiológico ou Saldo natural ou Excedente de vidas Diferença entre o número de nados vivos e o número de óbitos, num dado período de tempo. Formula: SN(0,t) = NV(0,t) - Ob(0,t); NV(0,t) - Nados vivos entre os momentos 0 e t; Ob(0,t) - Óbitos entre os momentos 0 e t Variação populacional ou Crescimento efectivo da população Diferença entre os efectivos populacionais em dois momentos do tempo (habitualmente dois fins de ano consecutivos). A variação populacional pode ser calculada pela soma algébrica do saldo natural e do saldo migratório. Formula: VP = P(t)-P(0) P(t) - População no momento t; P(0) - População no momento 0. População estrangeira com estatuto legal de residente Os dados referem-se, na generalidade, aos pedidos e não às concessões, devido ao facto de os dados sobre pedidos estarem mais actualizados do que os referentes às concessões. O movimento do ano refere-se apenas às pessoas que solicitaram, pela 1ª vez, uma autorização ou título de residência. Índice de dependência de idosos (IDI) Relação entre a população idosa e a população em idade activa, definida como o quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos. Formula: IDI = [(P(65,+) / P(15,64))] * 10^ n; P(65,+) - População com 65 ou mais anos; P(15,64) - População com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos. Índice de dependência de jovens (IDJ) Relação entre a população jovem e a população em idade activa, definida como o quociente entre o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos. Formula: IDJ = [P(0,14) / P(15,64)] * 10^ n ; P(0,14) - População com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos; P(15,64) - População com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos. 10

Índice de dependência total (IDT) Relação entre a população jovem e idosa e a população em idade activa, definida como o quociente entre o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos conjuntamente com as pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos. Formula: IDT = [[P(0,14) + P(65,+)] / P(15,64)] * 10^ n ; Índice de envelhecimento (IE) Relação entre a população idosa e a população jovem, definida como o quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos. Formula: IE = [(P(65,+) / P(0,14)] * 10^n ; P(65,+) - População com 65 ou mais anos; P(0,14) - População com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos. Gravidez na adolescência e Gravidez tardia Segundo a idade da mãe à data do parto, definiu-se gravidez na adolescência quando a idade era menor ou igual a 19 anos e gravidez tardia quando a idade era superior aos 39 anos. Nado vivo Produto da fecundação que após a expulsão ou extracção completa do corpo materno, independentemente da duração da gravidez, do corte do cordão umbilical e da retenção da placenta, respira ou manifesta sinais de vida, tais como pulsações do coração ou do cordão umbilical ou contracções efectivas de qualquer músculo sujeito à acção da vontade. Taxa de natalidade Número de nados vivos ocorridos durante um ano civil, referido à população média desse período (expressa em número de nados vivos por 1000 habitantes). Formula: TN = [NV(0,t) / [(P(0) + P(t))/2]] * 10^n ; NV(0,t) - Nados-vivos entre os momentos 0 e t; P(0) - População no momento 0; P(t) - População no momento t. 11

Taxas de mortalidade específicas As taxas de mortalidade específica por cada uma das causas de morte (c), por região (d), por sexo (s) e idade (i). Formula: TAXcdsi = Obcdsi / Pdsi Obcdsi - número de óbitos ocasionados pela causa (c), na região (d), no sexo (s) e no grupo etário (i). Pdsi - estimativa da população residente em 30 de Junho do ano a que se refere a taxa, na região (d), no sexo (s) e no grupo etário (i.) Taxa de mortalidade infantil Número de óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade observado durante um ano civil, referido ao número de nados vivos do mesmo período (expressa em número de óbitos de crianças com menos de 1 ano por 1000 nados vivos). Taxa de mortalidade perinatal Número de óbitos fetais de 28 ou mais semanas de gestação e óbitos de nados vivos com menos de 7 dias de idade observado durante um ano civil, referido ao número de nados vivos e fetos mortos de 28 ou mais semanas do mesmo período (expressa em número de óbitos fetais de 28 ou mais semanas e óbitos de nados vivos com menos de 7 dias de idade por 1000 nados vivos e fetos mortos de 28 ou mais semanas). Taxa de mortalidade fetal tardia Número de fetos mortos de 28 ou mais semanas observado durante um ano civil, referido ao número de nados vivos e fetos mortos de 28 ou mais semanas do mesmo período (expressa em número de fetos mortos de 28 ou mais semanas por 1000 nados vivos e fetos mortos de 28 ou mais semanas). Taxa de mortalidade neonatal Número de óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade observado durante um ano civil, referido ao número de nados vivos do mesmo período (expressa em número de óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade por 1000 nados vivos). 12

Taxa de mortalidade neonatal precoce Número de óbitos de crianças com menos de 7 dias de idade observado durante um ano civil, referido ao número de nados vivos do mesmo período (expressa em número de óbitos de crianças com menos de 7 dias de idade por 1000 nados vivos). Taxa de mortalidade pós-neonatal Número de óbitos de crianças com mais de 27 dias e menos de um ano de idade observado durante um ano civil, referido ao número de nados vivos do mesmo período (expressa em número de óbitos de crianças com mais de 27 dias e menos de um ano de idade por 1000 nados vivos). Taxas de mortalidade padronizadas pela idade Método directo de padronização Aplicação das taxas específicas de mortalidade por idades, de cada uma das regiões, a uma população padrão, cuja composição etária é fixa, distribuindo-se pelos mesmos grupos etários das taxas específicas. Formulas: CESPdsi = TAXdsi PPi CESPdsi - número de óbitos esperados na região (d), no sexo (s) e no grupo etário (i). TAXdsi - como definido atrás PPi - efectivo da população-padrão no grupo etário (i), no sexo (s). A taxa de mortalidade padronizada obtém-se: TAXPds = Σ CESPdsi / Σ PPi i i TAXPds - taxa de mortalidade padronizada na região (d) e no sexo (s) Σ CESPdsi - número de óbitos esperados na região (d) e no sexo (s) i Σ PPi - número de indivíduos da população-padrão i Para o cálculo das taxas de mortalidade padronizadas utiliza-se uma população-padrão artificial com o objectivo de eliminar o efeito da idade, servem, exclusivamente, para fazer comparações entre regiões. Escolheu-se a populaçãopadrão europeia (IARC, Lyon 1976). 13

Quadro 2 Estrutura e composição da população-padrão europeia (IARC, Lyon 1976) Grupos etário (anos) Número de Indivíduos Grupos etário (anos) Número de Indivíduos <01 1600 35-44 14000 01-04 6400 45-54 14000 05-14 14000 55-64 11000 15-24 14000 65-74 7000 25-34 14000 >=75 4000 Total = 100.000 Razões padronizadas de mortalidade (RPM) As razões padronizadas de mortalidade foram calculadas utilizando o método indirecto de padronização. Formula: RPM = O/E O - óbitos observados E - óbitos esperados Os óbitos esperados são calculados aplicando a taxa de mortalidade específicas por grupo etário da população portuguesa, à população de cada região, também distribuída pelos mesmos grupos etários. O número de óbitos esperados para cada região obtém-se pelo somatório dos óbitos esperados em cada grupo etário. Anos potenciais de vida perdidos (APVP) Através do cálculo do número de anos potenciais de vida perdidos pretende-se fazer a análise de mortalidade precoce ou prematura. O cálculo foi realizado até aos 70 anos de idade e sem se lhes retirar os acontecidos no primeiro ano de vida. Formula: AVPP = Σ Oi Ai i Oi - número de óbitos no grupo etário (i) Ai - número de anos de vida entre a idade média do grupo etário em que ocorreu o óbito e os 70 anos. 14

3. POPULAÇÃO E INDICADORES DEMOGRÁFICOS

3.1. Introdução Para a interpretação dos dados de saúde, quer de morbilidade quer de mortalidade, e nomeadamente para, com base nesses dados, se fazer o planeamento de recursos de modo a melhor servir a população que deles necessita, é essencial o conhecimento da população e de indicadores demográficos que a possam descrever. 3.2. Comparação dos Censos de 1991 e de 2001 De acordo com resultados do censo realizado em 2001, a população residente no Norte (NUT II) é de cerca de 3.680 milhares de indivíduos, traduzindo um crescimento efectivo de aproximadamente 6,0% face ao recenseamento de 1991. Cerca de três quintos deste acréscimo populacional é explicado pelo saldo natural acumulado no período entre os dois censos, cabendo ao saldo migratório a responsabilidade pelos restantes dois quintos da expansão demográfica desta região. O resultado do último censo traduz uma aceleração do crescimento demográfico no Norte do país, uma vez que entre 1981 e 1991 a variação populacional observada havia sido de apenas 1,8%. Analisando a evolução da população nas subregiões do Norte verifica-se que houve diferenças entre elas. A parte ocidental da região continuou a destacar-se pelo seu maior dinamismo populacional. O Douro e o Alto Trás-os-Montes continuaram a perder população durante a última década, o que já se tinha observado entre 1981 e 1991, mas a um ritmo mais atenuado. O mesmo se verifica quando consideramos apenas o que acontece na população dos 68 concelhos integrados na Região de Saúde do Norte (Figura 1). Fonte: INE Figura 1 População residente nos 68 concelhos que integram a Região de Saúde do Norte, resultados do censo de 1991 e do censo de 2001 17

A repartição geográfica da população residente evidencia uma litoralização da população. Também se verificou um reforço da importância demográfica dos pólos urbanos nas sub-regiões caracterizadas por menor dinamismo demográfico, traduzindo assim um processo crescente de urbanização no interior da Região Norte. 3.3. População Residente Estimada para 2004 A pirâmide etária da população residente estimada para o ano de 2004 no Norte (Figura 2) mostra, em ambos os sexos, uma base estreita e a área mais larga nos grupos etários dos 20 aos 49 anos. No sexo feminino, como resultado da maior esperança de vida, verifica-se um maior número de indivíduos do que do sexo masculino, sendo praticamente o dobro no grupo etário de 85 ou mais anos. Fonte: INE Figura 2 Pirâmide etária da população residente estimada para 2004 no Norte Na Unidade Territorial (NUT) Norte definida pelo INE há 18 concelhos que não integram a Região de Saúde do Norte. Considerando apenas os 68 concelhos que a integram, a estimativa da população residente para o ano 2004 é de 3.274.993 residentes. O distrito do Porto constitui a sub-região mais populosa (55,0%), segue-se o distrito de Braga com 26,0% da população. Os restantes 19,0% de residentes 18

distribuem-se por Viana do Castelo (8,0%), Vila Real (6,8%) e Bragança (4,5%) (Figura 3). Vila Real Viana do Castelo Braga Bragança Porto Fonte: INE Figura 3 Distribuição da população residente estimada para o ano 2004 pelos distritos que integram a Região de Saúde do Norte A distribuição da população pelos concelhos que integram a Região de Saúde do Norte mostra que prossegue a litoralização da população, já evidenciada na década anterior (Figura 4). Fonte: INE Figura 4 Distribuição da população residente estimada para 2004 nos concelhos que integram a Região de Saúde do Norte 19

Além da litoralização, ao observar as estimativas de população residente por grupo etário, verifica-se uma desigualdade na proporção dos diferentes grupos etários, sendo os distritos do litoral os que apresentam uma população mais jovem (Quadro 3). Quadro 3 - População estimada para o ano 2004, por distrito e por grupo etário, considerando apenas os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte Grupos etários (anos) Braga (26,0%) Bragança (4,5%) Porto (55,0%) Viana do Castelo (8,0%) Vila Real (6,8%) Total 0-14 15-24 25-64 65 + H 414.879 79.639 63.495 227.491 44.254 M 436.458 74.943 61.586 237.794 62.135 H 70.602 8848 9426 36582 15746 M 74.884 8595 9183 36961 20145 H 871.865 158.051 119.891 495.440 98.483 M 896.297 150.891 116.239 523.634 142.386 H 118.331 18.257 17.160 62.256 20.658 M 133.606 17.180 16.430 68.779 31.217 H 107.386 15635 15668 57125 18958 M 113.832 14886 14874 58053 26019 Total H 1.583.063 280430 225640 878894 198099 M 1.655.077 266495 218312 925221 281902 Fonte: INE Como consequência desta distribuição etária, os distritos do interior, Vila Real e Bragança, apresentam índices de envelhecimento muito superiores aos dos distritos do litoral (Figura 5). 20

Fonte: INE Figura 5 Índice de envelhecimento (%), por concelhos, considerando apenas os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte Os índices de dependência de jovens e idosos também mostram assimetrias dentro da região Norte. O índice de dependência de jovens é superior nos distritos do litoral (Figura 6). Os distritos do interior, e como resultado de um índice de envelhecimento superior, apresentam maiores índices de dependência de idosos (Figura 7). 21

Fonte: INE Figura 6 Índice de dependência de jovens (%), por concelhos, considerando apenas os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte Fonte: INE Figura 7 Índice de dependência de idosos (%), por concelhos, considerando apenas os concelhos que integram a Região de Saúde do Norte 22

3.4. População Estrangeira com Estatuto Legal de Residente O total de estrangeiros residentes em Portugal cresceu de 175.263 em 1997 para 239.113 no ano 2002. Ao longo dos anos a proporção de residentes com nacionalidade dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) foi similar e de aproximadamente 45% do total, constituindo o maior grupo de estrangeiros residentes em Portugal. Das restantes nacionalidades, verificamos que a proporção maior é de indivíduos de nacionalidade brasileira, embora o seu contributo apresente uma tendência decrescente, devido ao aumento da proporção de residentes de outras nacionalidades, o número absoluto aumentou entre 1997 e 2002. Os residentes com nacionalidade europeia que não Alemanha, Espanha, França e Reino Unido, representam o terceiro maior grupo e apresentou o maior crescimento, de 7,9% em 1997 para 9,0% em 2002, provavelmente à custa de estrangeiros provenientes dos países da Europa de Leste que não aparecem discriminados nos dados disponibilizados pelo INE (Figura 8). Os residentes de nacionalidade asiática e de países africanos que não os PALOP, embora tenham uma proporção pequena, cerca de 4% os países asiáticos e 2% os países africanos, apresentam uma tendência crescente. População estrangeira com estatuto legal de residente 120 000 100 000 80 000 60 000 PALOP - ACPOL Brasil Europa* 40 000 20 000 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Fonte: INE Figura 8 - Número de estrangeiros com estatuto legal de residente em Portugal, segundo a nacionalidade (*outros que não Alemanha, Espanha, França e Reino Unido) Considerando a informação disponível pelo INE para o ano de 2002, verifica-se que a nível nacional existe uma assimetria no que se refere ao número de solicitações 23

de estatuto de residente. O maior número de solicitações é proveniente da região de Lisboa, o Norte representa apenas 10% do total de solicitações (Figura 9). População estrangeira que solicitou estatuto de residente em 2002 12 000 10 000 8 000 6 000 4 000 2 000 0 Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve R. A. Açores R. A. Madeira Fonte: INE Figura 9 Número de solicitações de estatuto de residente em 2002, por NUTII- Norte No Norte, também se encontram assimetrias, sendo as regiões do Tâmega, Douro e Alto Trás-os-Montes as que apresentaram menor número de solicitações (Figura 10). Este facto poderá também contribuir para o envelhecimento das regiões do interior, uma vez que os estrangeiros que solicitam estatuto de residente são na sua maioria indivíduos que vão contribuir para o aumento da população activa da região onde residem. População estrangeira que solicitou estatuto de residente em 2002, por NUT III 1 200 1 000 800 600 400 200 0 Minho-Lima Cávado Ave Grande Porto Tâmega Entre Douro e Vouga Douro Alto Trás-os-Montes Fonte: INE Figura 10 Número de solicitações de estatuto de residente em 2002 no Norte, por NUTs III 24

3.5. Projecções de População Residente, Portugal, 2000-2050 De acordo com as projecções de população residente do Instituto Nacional de Estatística (INE), a população residente em Portugal, que em 2004 é de aproximadamente 10,5 milhões, diminuirá em 2050. As estimativas oscilam entre os 7,5 milhões, no cenário mais pessimista, e os 10,0 milhões, no cenário mais optimista, situando-se nos 9,3 milhões de indivíduos no cenário mais provável. Considerando o cenário mais provável, também no Norte se estima uma diminuição da população para cerca de 2,79 milhões de residentes. Em qualquer dos cenários considerados, Portugal terá, entre 2000 e 2050 uma redução da população jovem (dos 0 aos 14 anos de idade). O Norte do País também irá acompanhar este decréscimo (Figura 11). Figura 11 Taxa de variação percentual 2000-2050 da população jovem, Portugal e NUTS II (retirado de: Destaque de 31 de Março de 2004, editado pelo INE, disponível em: http://www.ine.pt/) Considerando estas previsões, apesar do decréscimo da população residente, estima-se um acréscimo da população idosa (65 ou mais anos de idade) em todas as regiões do país (Figura 12). 25

Figura 12 Taxa de variação percentual 2000-2050 da população idosa, Portugal e NUTS II (retirado de: Destaque de 31 de Março de 2004, editado pelo INE, disponível em: http://www.ine.pt/) Como resultado destas estimativas e qualquer que seja o cenário escolhido, até 2050 a população de todas as regiões envelhecerá, podendo o Índice de Envelhecimento situar-se nos 398 idosos por cada 100 jovens no cenário mais pessimista. No cenário mais provável, o valor será de 243 idosos por cada 100 jovens. Em qualquer dos cenários analisados, o ritmo de envelhecimento será particularmente acentuado na região Norte, podendo atingir os 405 idosos por cada 100 jovens se considerarmos o cenário mais pessimista (Figura 13). Figura 13 Índice de envelhecimento, Portugal e NUTS II, estimativas para o período 2000-2050 (retirado de: Destaque de 31 de Março de 2004, editado pelo INE, disponível em: http://www.ine.pt/) 26

4. NATALIDADE E MORTALIDADE INFANTIL

4.1. Introdução A taxa de natalidade e a taxa de mortalidade infantil são indicadores frequentemente utilizados na caracterização da população. O estudo da taxa de natalidade, a qual representa a relação entre nados vivos e a população residente, permite obter uma perspectiva sobre a forma como a população está a evoluir. A mortalidade infantil é geralmente analisada em função de duas componentes: a mortalidade neonatal, que se refere aos óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade, e a mortalidade pós-neonatal, relativa aos óbitos entre os 28 dias e o primeiro ano de vida. A análise destas duas componentes permite separar a mortalidade mais associada às malformações da criança ou a complicações da gravidez e do parto (mortalidade neonatal), e a mortalidade mais associada às condições de vida, deficiências sanitárias e causas externas (mortalidade pós-neonatal). 4.2. Taxa de Natalidade Os distritos da região Norte que, no seu conjunto, no final da década de 90 apresentavam taxas de natalidade superiores ao total nacional, apresentaram no período entre 1999 e 2003 um decréscimo acentuado da natalidade, e em 2003 a taxa de natalidade atingiu um valor semelhante ao do total nacional (Figura 14). 16 Natalidade por residência da mãe (/1000 habitantes) 14 12 10 8 6 TOTAL REGIÃO NORTE BRAGA BRAGANÇA PORTO VIANA DO CASTELO VILA REAL 4 2 0 1999 2000 2001 2002 2003 Fonte: DGS Figura 14 Evolução da taxa de natalidade (/1000 habitantes) entre 1999 e 2003, total Nacional, região Norte e por distrito da região Norte 29

O decréscimo no número de nados vivos e consequentemente na taxa de natalidade observada na região Norte ocorreu essencialmente à custa do decréscimo nos distritos de Braga e Porto, que são as regiões onde a taxa de natalidade é maior (Quadros 4 e 5). Quadro 4 - Número de nados vivos por local de residência da mãe, nacional, região Norte e distritos da região Norte 1999 2000 2001 2002 2003 Nacional 116038 120071 112825 114529 112589 Região Norte 38639 39235 36600 36888 35207 Braga 10761 10941 10353 10147 9598 Bragança 1160 1172 1112 1085 1073 Porto 22288 22516 20922 21416 20264 Viana do Castelo 2386 2455 2288 2277 2215 Vila Real 2044 2151 1925 1963 2057 Fonte: DGS Quadro 5 Taxa de natalidade (/1000 habitantes) por local de residência da mãe, nacional, região Norte e distritos da região Norte 1999 2000 2001 2002 2003 Nacional 11,4 11,7 11,0 11,0 10,8 Região Norte 12,3 12,5 11,4 11,4 10,5 Braga 13,5 13,7 12,5 12,1 11,4 Bragança 7,9 7,9 7,6 7,4 7,3 Porto 13,0 13,1 11,8 12,0 10,8 Viana do Castelo 9,5 9,8 9,3 9,1 8,8 Vila Real 8,9 9,4 8,7 8,9 9,3 Fonte: DGS 4.3. Nados-Vivos Segundo a Idade da Mãe Considerando o total de nados vivos em Portugal no período de 1997 a 2002, verificou-se uma diminuição da proporção de nados vivos de mães com idade compreendida entre os 20 e os 24 anos, e, pelo contrário, um acentuado aumento dessa proporção nas mães com idade compreendida entre os 30 os 39 anos (Figura 15). 30

Proporção de nados vivos, segundo idade da mãe (/1000 nados-vivos) Portugal 40 35 30 Proporção de nados vivos (%) 25 20 15 menos 19 anos De 20 a 24 anos De 25 a 29 anos De 30 a 34 anos De 35 a 39 anos 40 anos ou mais 10 5 0 1997 1998 1999 2000 2001 Fonte: INE Figura 15 Evolução da proporção de nados vivos (%) entre 1997 e 2002, segundo a idade da mãe em Portugal Na região Norte também se verificou uma tendência na diminuição da proporção de nados vivos de mães adolescentes, mas o aumento da proporção de nados vivos de mulheres com idade superior aos 39 anos, que no país apresenta uma tendência crescente, não foi observada na região Norte (Figura 16). 8 Proporção do total de nados vivos segundo a idade da mãe 7 6 proporção de nados vivos (%) 5 4 3 < 20 anos > 39 anos 2 1 0 Portugal 2000 Portugal 2001 Portugal 2002 Região Norte 2000 Região Norte 2001 Região Norte 2002 Fonte: INE Figura 16 Proporção (%) de nados vivos de gravidez na adolescência (idade<20 anos) e gravidez tardia (idade>39 anos) Apesar da tendência de redução da proporção de nados vivos de mães adolescentes, o peso relativo é três vezes superior ao das mães com idade superior 31

aos 39 anos, e o número total é ainda muito elevado (n=2026 em 2002) (Quadro 6). Embora algumas gravidezes na adolescência sejam resultado de atitudes planeadas e não possam ser consideradas gravidezes indesejadas, pelas consequências que têm no desenvolvimento do recém-nascido e no projecto de vida das mães adolescentes, é de enorme importância criar e desenvolver condições que permitam a redução destes números. Quadro 6 - Número de nados vivos segundo a idade da mãe, no período de 2000 a 2002, em Portugal e na região Norte Portugal Idade da Mãe (anos) Total -15 15-19 20-29 30-39 40-44 45+ Ignorada 2000 120.008 116 7.373 64.737 45.206 2.392 173 11 2001 112.774 90 6.783 59.296 44.009 2.441 149 6 2002 114.383 92 6.638 58.818 46.087 2.578 160 10 Região Norte 2000 34.882 28 2.246 21.732 14.464 726 39 0 2001 30.437 20 2.031 19.782 14.018 710 39 0 2002 36.888 18 2008 19.500 14.567 755 40 0 Fonte: INE 32

4.4. Óbitos e Mortalidade Infantil 4.4.1. Óbitos e mortalidade infantil entre 1999 e 2003 A taxa de mortalidade infantil decresceu entre 1999 e 2003, de 5,6 para 4,2/1000 nados vivos a nível nacional. Na região Norte este decréscimo foi ainda mais acentuado, em 1999 a taxa de mortalidade infantil era superior ao nacional, tendo em 2003 atingido um valor semelhante (Figura 17 e Quadro 7). 7 Taxa de mortalidade infantil por residência da mãe (/1000 nados vivos) 6 5 4 3 Total Região Norte 2 1 0 1999 2000 2001 2002 2003 Fonte: DGS Figura 17 Evolução da taxa de mortalidade infantil (/1000 nados vivos) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte Quadro 7 Número de óbitos e taxa de mortalidade infantil, nacional e na região Norte, por distrito de residência da mãe (/1000 nados vivos) 1999 2000 2001 2002 2003 n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa Total 653 5,6 665 5,5 571 5,1 580 5,1 470 4,2 Região Norte 247 6,4 238 6,1 218 6,0 208 5,6 153 4,3 Braga 86 8,0 69 6,3 52 5,0 53 5,2 32 3,3 Bragança 9 7,8 5 4,3 10 9,0 5 4,6 8 7,5 Porto 128 5,7 133 5,9 127 6,1 129 6,0 92 4,5 Viana do Castelo 11 4,6 14 5,7 16 7,0 12 5,3 10 4,5 Vila Real 13 6,4 17 7,9 13 6,8 9 4,6 11 5,3 Fonte: DGS A mortalidade pós-neonatal está mais associada às condições de vida, deficiências sanitárias e causas externas e, por isso mesmo, mais permeável a 33

intervenções que permitam melhorar este indicador. Verificamos que no período em análise houve uma redução, quer nacional quer na Região Norte, situando-se em 2003 em 1,5/1000 nados vivos (Figura 18 e Quadro 8). Taxa de mortalidade pós-neonatal por residência da mãe (/1000 nados vivos) 3 2,5 2 1,5 Total Região Norte 1 0,5 0 1999 2000 2001 2002 2003 Fonte: DGS Figura 18 Evolução da taxa de mortalidade pós-neonatal (/1000 nados vivos) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte Quadro 8 Número de óbitos e taxa de mortalidade pós-neonatal por residência da mãe (/1000 nados vivos) 1999 2000 2001 2002 2003 n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa Total 236 2,0 255 2,1 238 2,1 187 1,6 165 1,5 Região Norte 94 2,4 91 2,3 86 2,3 63 1,7 53 1,5 Braga 35 3,3 26 2,4 21 2,0 20 2,0 9 0,9 Bragança 4 3,4 1 0,9 2 1,8 2 1,8 3 2,8 Porto 45 2,0 48 2,1 49 2,3 34 1,6 29 1,4 Viana do Castelo 4 1,7 5 2,0 8 3,5 5 2,2 7 3,2 Vila Real 6 2,9 11 5,1 6 3,1 2 1,0 5 2,4 Fonte: DGS A mortalidade neonatal (óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade) está habitualmente associada a anomalias congénitas da criança ou a complicações da gravidez ou/e do parto. Na região Norte, o valor que em 1999 era muito superior ao nacional (4,7 vs. 3,6/1000 nados vivos), convergiu até 2001 para valores semelhantes aos nacionais, mantendo depois uma tendência análoga ao nacional (Figura 19 e Quadro 9). 34

Taxa de mortalidade neonatal por residência da mãe (/1000 nados vivos) 5 4,5 4 3,5 3 2,5 Total Região Norte 2 1,5 1 0,5 0 1999 2000 2001 2002 2003 Fonte: DGS Figura 19 Evolução da taxa de mortalidade neonatal (/1000 nados vivos) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte Quadro 9 Número de óbitos e taxa de mortalidade neonatal por residência da mãe (/1000 nados vivos) 1999 2000 2001 2002 2003 n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa Total 417 3,6 410 3,4 333 3,0 393 3,4 305 2,7 Região Norte 153 4,7 147 3,9 132 3,0 145 3,3 100 2,4 Braga 51 4,3 43 3,4 31 7,2 33 2,8 23 4,7 Bragança 5 3,7 4 3,8 8 3,7 3 4,4 5 3,1 Porto 83 2,9 85 3,7 78 3,5 95 3,1 63 1,4 Viana do Castelo 7 3,4 9 2,8 8 3,6 7 3,6 3 2,9 Vila Real 7 3,8 6 3,0 7 2,1 7 2,3 6 2,1 Fonte: DGS A taxa de mortalidade neonatal pode ainda ser decomposta em neonatal precoce (óbitos de crianças com menos de 7 dias de vida). Verifica-se que na região Norte os valores foram superiores ao nacional, mas em 2003 foram semelhantes (Figura 20, Quadro 10). No entanto, deve ter-se em atenção que a análise anual pode estar sujeita a grandes variações devido ao número reduzido de óbitos que ocorre nesta idade. 35

Taxa de mortalidade neonatal precoce por residência da mãe (/1000 nados vivos) 3,5 3 2,5 2 Total Região Norte 1,5 1 0,5 0 1999 2000 2001 2002 2003 Fonte: DGS Figura 20 Evolução da taxa de mortalidade neonatal precoce (/1000 nados vivos) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte Quadro 10 Número de óbitos e taxa de mortalidade neonatal precoce por residência da mãe (/1000 nados vivos) 1999 2000 2001 2002 2003 n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa Total 311 2,7 302 2,5 241 2,1 299 2,6 233 2,1 Região Norte 111 2,9 118 3,0 104 2,8 117 3,2 75 2,1 Braga 39 3,6 37 3,4 27 2,6 25 2,5 17 1,8 Bragança 1 0,9 4 3,4 6 5,4 3 2,8 5 4,7 Porto 61 2,7 65 2,9 60 2,9 76 3,5 46 2,3 Viana do Castelo 5 2,1 8 3,3 7 3,1 6 2,6 3 1,4 Vila Real 5 2,4 4 1,9 4 2,1 7 3,6 4 1,9 Fonte: DGS Na taxa de mortalidade perinatal, verifica-se um decréscimo durante o período analisado, mais acentuado nos últimos anos, na Região Norte essa diminuição foi ainda maior que a do global nacional (Figura 21, Quadro 11), sobretudo pela redução na taxa mortalidade fetal tardia (Figura 22, Quadro 12), o que pode reflectir uma melhoria nos cuidados assistenciais à mulher grávida. 36

Taxa de mortalidade perinatal por residência da mãe por 1000 (nados-vivos + fetos mortos de 28 e + semanas) 7 6 5 4 Total Região Norte 3 2 1 0 1999 2000 2001 2002 2003 Fonte: DGS Figura 21 Evolução da taxa de mortalidade perinatal (/1000 nados vivos+fetos mortos de 28 e mais semanas) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte Quadro 11 Número de óbitos perinatais e taxa de mortalidade perinatal, por residência da mãe (/1000 nados vivos + fetos mortos de 28 e mais semanas) 1999 2000 2001 2002 2003 n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa Total 748 6,4 747 6,2 631 5,6 682 6,0 584 5,2 Região Norte 245 6,3 239 6,1 216 5,9 223 6,0 150 4,3 Braga 77 7,1 73 6,7 50 4,8 48 4,7 30 3,1 Bragança 7 6,0 8 6,8 7 6,3 5 4,6 9 8,4 Porto 135 6,0 129 5,7 132 6,3 139 6,5 97 4,8 Viana do Castelo 16 6,7 14 5,7 14 6,1 18 7,9 8 3,6 Vila Real 10 4,9 15 6,9 13 6,7 13 6,6 6 2,9 Fonte: DGS 37

Taxa de mortalidade fetal tardia por residência da mãe (por 1000 nados-vivos + fetos mortos de 28 e mais semanas) 4 3,5 3 2,5 2 Total Região Norte 1,5 1 0,5 0 1999 2000 2001 2002 2003 Fonte: DGS Figura 22 Evolução da taxa de mortalidade fetal tardia (/1000 nados vivos+fetos mortos de 28 e mais semanas) entre 1999 e 2003, Total Nacional e Região Norte Quadro 12 Número de fetos-mortos e taxa de mortalidade fetal tardia, por residência da mãe (/1000 nados vivos+ fetos mortos de 28 e mais semanas) 1999 2000 2001 2002 2003 n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa n Taxa Total 437 3,8 445 3,7 392 3,5 383 3,3 351 3,1 Região Norte 134 3,5 121 3,1 112 3,1 106 2,9 75 2,1 Braga 38 3,5 36 3,3 23 2,2 23 2,3 13 1,4 Bragança 6 5,1 4 3,4 1 0,9 2 1,8 4 3,7 Porto 74 3,3 64 2,8 72 3,4 63 2,9 51 2,5 Viana do Castelo 11 4,6 6 2,4 7 3,1 12 5,2 5 2,3 Vila Real 5 2,4 11 5,1 9 4,7 6 3,0 2 1,0 Fonte: DGS 38

4.4.2. Óbitos no primeiro ano de vida em 2003 Para avaliar o peso relativo de cada causa de morte na mortalidade infantil recorremos aos dados do ano 2003 (Figura 23). Devido à impossibilidade de obter os dados sobre as causas de morte no primeiro ano de vida desagregados por concelho, apresentamos o número de óbitos ocorridos no Norte (NUT II). Verificamos que em 2003 houve 167 óbitos, a distribuição pelas diferentes causas consideradas implica um número reduzido de óbitos em algumas causas. Por este motivo a distribuição pelas diferentes causas de óbito poderá apresentar uma grande variabilidade relativamente a anos anteriores. Proporção (%) e número de óbitos de menos de 1 ano de idade por causa de morte, 2003 30 46 25 20 % 15 29 33 10 5 0 16 1 4 3 11 4 10 10 Doenças infecciosas e parasitárias Tumores malignos Restante de doenças do sistema nervoso Afecções respiratórias do recém-nascido Transtornos hemorrágicos e hematológicos do feto ou do recém-nascido Factores maternos e complicações da gravidez, do trabalho de parto e do parto Restante de afecções perinatais Malformações congénitas Outras sintomas, sinais e resultados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte Todas as outras doenças Causas externas Fonte: INE Figura 23 Proporção (%) e número de óbitos com menos de 1 ano, por causa de morte, 2003 No ano referido, a maior proporção de óbitos ocorreu por malformações congénitas (27,2%), o que torna difícil a implementação de medidas para a melhoria deste indicador. 39

As afecções respiratórias do recém-nascido são responsáveis por 17,2% dos óbitos, particularmente o desconforto (angústia) respiratório(a) do recém-nascido (8,3%) e a hipóxia intra-uterina e asfixia ao nascer (3,6%). A existência de casos de hipoxia intra-uterina, aqui referida como causa de morte, poderá indicar que a detecção precoce de sofrimento fetal poderá melhorar a intervenção atempada de cuidado de saúde, que além de reduzir a mortalidade pode prevenir as lesões irreversíveis resultantes da anoxia cerebral. Há ainda a realçar que 9,4% dos óbitos ocorrem por doenças infecciosas e parasitárias, das quais metade, são por septicemia bacteriana do recém-nascido. A segunda causa de morte neste grupo etário foram os Factores maternos e por complicações da gravidez, do trabalho de parto e do parto, que na sua maioria (15% dos 19%) estão classificados como Transtornos relacionados com a duração da gravidez e com o crescimento fetal. Esta classificação demasiado vaga e que não permite a identificação da provável causa de morte, indispensável ao planeamento de medidas que permitissem a melhoria deste indicador, poderá ser consequência do facto de o médico assistente ter de estabelecer uma causa de morte sem ter havido uma pesquisa aprofundada da causa, nomeadamente, uma autopsia anatomopatológica, ou revelar a existência de dificuldades no preenchimento do certificado de óbito. 40

5. MORTALIDADE E MORBILIDADE GERAL

5.1. Introdução A criação de sistemas de informação que permitam a recolha sistemática de dados de morbilidade e mortalidade é indispensável para o estudo e vigilância da saúde das populações. Embora os dados de mortalidade estejam sujeitos a erros decorrentes do preenchimento dos certificados de óbito, e não sejam um indicador directo de incidência, são uma ferramenta extremamente útil para analisar a evolução temporal e o peso relativo de diferentes doenças/situações, identificar prioridades e podem contribuir de forma decisiva no planeamento. Assim, e face à limitada disponibilidade de estatísticas de morbilidade, na sua maioria iremos analisar dados de mortalidade. Na generalidade, os dados aqui apresentados foram obtidos dos quadros publicados pela Direcção Geral de Saúde (DGS) (2-5). A causa de óbito foi classificada de acordo com a Classificação Internacional das Doenças - 9ª revisão (CID 9) para os anos 2000 e 2001 e na Classificação Internacional das Doenças - 10ª revisão (CID 10) para 2002. A utilização dos dados de mortalidade está dependente da qualidade da informação que fornecem. Uma forma indirecta de medir a qualidade desta informação é através da proporção de óbitos cuja causa não é identificada. É possível verificar que houve, entre 2000 e 2002, uma redução acentuada da taxa de mortalidade padronizada para a idade de situações sem a identificação da causa do óbito. Na região Norte este era um problema com uma dimensão maior do que no global nacional, no entanto, nos três anos em análise houve uma redução que permitiu que o valor da taxa padronizada para a idade, em 2002, se aproximasse ao nacional (68,8/100000 hab. na região Norte e 62,5/100000 hab. no País) (Figura 24), esta redução na taxa de mortalidade padronizada resulta de uma redução do número de óbitos incluídos nesta categoria (Quadro 13). 43

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Sintomas, sinais e afecções mal definidas 180 160 140 120 Total Geral - HM 100 80 Nor te - HM Total Geral - H Nor te - H Total Geral - M Nor te - M 60 40 20 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 24 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por sintomas, sinais e afecções mal definidas (CID 9: 46 ou CID 10: R00-R99), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Quadro 13 Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por sintomas, sinais e afecções mal definidas (CID 9: 46 ou CID 10: R00-R99), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa Sintomas, sinais e afecções mal definidas Homens 2353 153,7 1932 125,0 1346 86,3 Mulheres 2090 127,8 1879 113,6 1622 97,2 Fonte: Risco de Morrer, DGS 5.2. Mortalidade e Morbilidade Geral No período de 2000 a 2002 a evolução da taxa de mortalidade por todas as causas padronizada para a idade seguiu, na região Norte o mesmo comportamento que o total nacional. Em ambos os sexos a taxa de mortalidade padronizada para a idade foi sempre inferior aos valores nacionais (Figura 25). 44

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Todas as causas de morte 1200 1000 800 600 400 Total Geral (HM) Norte (HM) Total Geral (H) Norte (H) Total Geral (M) Norte (M) 200 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 25 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por todas as causas de morte, padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Embora a taxa de mortalidade padronizada para a idade tenha diminuído entre 2000 e 2002, o número de óbitos aumentou. A taxa de mortalidade bruta na região Norte manteve-se semelhante nos três anos analisados: 868,8/100000 habitantes no ano 2000, 871,8 em 2001, e em 2002 862,0/100000 habitantes. Ambos os sexos apresentaram uma evolução semelhante (Quadro 14). Quadro 14 Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por todas as causas de morte, na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Todas as causas de morte Homens Mulheres óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa 14361 13142 938,1 803,8 14580 13319 943,4 804,9 14579 13236 935,2 793,6 Fonte: Risco de Morrer, DGS 45

Causas Externas A taxa de mortalidade por causas externas foi muito superior no sexo masculino. A taxa padronizada para a idade é inferior na região Norte do que o valor global nacional (Figura 26). Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Causas externas 90 80 70 60 50 40 30 Total Geral - HM Nor te - HM Total Geral - H Nor te - H Total Geral - M Nor te - M 20 10 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 26 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por causas externas (CID 9: E47- E56 ou CID 10: V, W, X, Y), padronizadas pela idade, em ambos os sexos, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Quando observamos os dados referentes a taxas de mortalidade padronizadas para a idade, verifica-se que a diferença entre a região Norte e o total geral é maior em 2000 e atenua-se ao longo do período em análise. Não podemos excluir a possibilidade de que a diferença inicial possa ser parcialmente explicada pela diferença existente nos óbitos cuja causa de morte foi classificada como sintomas, sinais e afecções mal definidas que no ano 2000 foi superior na região Norte. Na região Norte, verificou-se, em ambos os sexos, um aumento da taxa de mortalidade bruta no período de 2000 a 2002 (Quadro 15). 46

Quadro 15 Óbitos e Taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por causas externas (CID 9: E47-E56 ou CID 10: V, W, X, Y), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Causas externas Homens Mulheres óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa 624 260 40,8 15,9 842 326 54,5 19,7 1014 409 65,0 24,5 Fonte: Risco de Morrer, DGS Considerando apenas as taxas de mortalidade, padronizadas para a idade, por acidentes de transporte e acidentes de trânsito com veículos a motor, apresentaram um crescimento neste período em ambos os sexos (Figuras 27 e 28). Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Acidentes de transporte e Acidentes de trânsito com veículos a motor - Homens 35 30 25 Aci dentes de Tr anspor te - Total Ger al 20 Aci dentes de Tr anspor te - Nor te 15 Acidentes de Trânsito com Veículos a Motor - Total Ger al Aci dentes de Tr ânsi to com Veícul os a Motor - Nor te 10 5 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 27 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por acidentes de trânsito com veículos a motor (CID 9: E471 ou CID 10: V02-V04, V09, V12-V14, V19-V79, V86- V89) e acidentes de transporte (CID 9: E47 ou CID 10: V01-V99), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em homens, no período de 2000 a 2002 47

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Acidentes de transporte e Acidentes de trânsito com veículos a motor - Mulheres 35 30 25 20 15 Aci dentes de Tr anspor te - Total Ger al Aci dentes de Tr anspor te - Nor te Acidentes de Trânsito com Veículos a Motor - Total Geral Aci dentes de Tr ânsi to com Veícul os a Motor - Nor te 10 5 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 28 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por acidentes de trânsito com veículos a motor (CID 9: E471 ou CID 10: V02-V04, V09, V12-V14, V19-V79, V86- V89) e acidentes de transporte (CID 9: E47 ou CID 10: V01-V99), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em mulheres, no período de 2000 a 2002 Os óbitos por acidentes de transporte são quase na totalidade óbitos por acidentes de trânsito com veículos a motor. Na região Norte, nos três anos apresentados, a taxa de mortalidade bruta por acidentes de transporte aumentou cerce de 2,5 vezes nos homens, enquanto nas mulheres quadruplicou (Quadro 16). Quadro 16 Óbitos e Taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por acidentes de trânsito com veículos a motor (CID 9: E471 ou CID 10: V02-V04, V09, V12-V14, V19-V79, V86-V89) e acidentes de transporte (CID 9: E47 ou CID 10: V01-V99), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Causa de Morte óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa Acidentes de trânsito com veículos a motor Homens Mulheres Acidentes de transporte Homens Mulheres 164 32 169 32 10,7 2,0 11,0 2,0 318 98 324 99 20,6 5,9 21,0 6,0 409 132 425 140 26,2 7,9 27,3 8,4 Fonte: Risco de Morrer, DGS 48

Diabetes mellitus No período em análise a taxa de mortalidade por Diabetes mellitus padronizada para a idade aumentou, quer a nível nacional quer na região Norte. As taxas de mortalidade padronizadas, total e por sexo, na região Norte são inferiores às nacionais (Figura 29). Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Diabetes mellitus 35 30 25 Total Geral (HM) 20 Norte (HM) Total Geral (H) Norte (H) 15 Total Geral (M) Norte (M) 10 5 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 29 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por diabetes mellitus (CID 9:181 ou CID 10: E10-14), padronizadas pela idade, em ambos os sexos, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Na região Norte, a taxa de mortalidade bruta por diabetes mellitus aumentou de 24,5/100000 habitantes em 2000, para 29,2 em 2001 e ainda foi superior em 2002 (35,2/100000 habitantes). Durante todo o período o número de óbitos e a taxa de mortalidade foi superior no sexo feminino (Quadro 17). Quadro 17 Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por diabetes mellitus (CID 9:181 ou CID 10:E10-14), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Causa de Morte óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa Diabetes mellitus Homens 290 18,9 388 25,1 469 30,1 Mulheres 487 29,8 546 33,0 667 40,0 Fonte: Risco de Morrer, DGS 49

Doenças do Aparelho Circulatório A taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório, padronizada para a idade, apresenta uma tendência decrescente ao longo dos três anos analisados. O mesmo se verifica quando avaliada isoladamente a taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares, enquanto que a taxa de mortalidade por doença isquémica do coração, padronizada para a idade, se manteve estável (Figura 30). Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Doença do aparelho circulatório, doença isquémica do coração e doenças cerebrovasculares 300 250 200 150 100 Aparelho Circulatório - Total Geral Aparelho Circulatório - Norte Doença Isquémica do Coração - Total Geral Doença Isquémica do Coração - Norte Cerebrovasculares - Total Geral Cerebrovasculares - Norte 50 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 30 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho circulatório (CID 9:25-30 ou CID 10:100-199), doença isquémica do coração (CID 9:27 ou CID 10: 120-125) e doenças cerebrovasculares (CID 9:29 ou CID 10: 160-169), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Na região de Saúde do Norte a taxa de mortalidade bruta por doenças do aparelho circulatório foi de 310,3 /100000 habitantes no ano 2000, 312,8 em 2001 e desceu para 303,7 em 2002. Neste contexto as doenças cerebrovasculares representam a maior fatia, sendo a taxa de mortalidade bruta mais do dobro da taxa de mortalidade por doença isquémica do coração (158,2 vs. 58,5 /100000 habitantes, em 2002). Nas mulheres, a taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares é quase cinco vezes superior à taxa de mortalidade por doença isquémica do coração (Quadro 18). 50

Quadro 18 Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por doença do aparelho circulatório (CID 9:25-30 ou CID 10:100-199), doença isquémica do coração (CID 9:27 ou CID 10:120-125) e doenças cerebrovasculares (CID 9:29 ou CID 10:160-169), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Causa de Morte óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa Doença do aparelho circulatório Homens Mulheres Doença isquémica do coração Homens Mulheres Doenças Cerebrovasculares Homens Mulheres 4385 5437 969 712 2421 3245 286,4 332,6 63,3 43,5 158,1 198,5 4502 5508 1032 762 2375 3172 291,3 332,9 66,8 46,1 4487 5313 1106 783 287,8 318,5 71,0 46,9 153,6 191,7 2228 2878 142,9 172,6 Fonte: Risco de Morrer, DGS A redução da mortalidade observada pode resultar de melhores cuidados de saúde e a existência actualmente de meios e técnicas que permitem a sobrevida, e não reflectirem uma redução na incidência. Para avaliar esta hipótese foi possível obter dados referentes a internamentos em unidades hospitalares por doenças isquémicas cardiacas (Figuras 31 e 32), enfarte agudo do miocárdio (Figuras 33 e 34) e doenças cerebrovasculares (Figuras 35 e 36). Doenças Isquemicas Cardíacas análise por sexo 8000 6000 4000 2000 Homens Mulheres Total 0 2000 2001 2002 2003 2004 Fonte: IGIF Figura 31 Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por doenças isquémicas cardiacas, por sexo, no período de 2000 a 2004 51

Doenças Isquemicas Cardíacas análise por grupo etário 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 2000 2001 2002 2003 2004 65 a 74 >=75 55 a 64 45 a 54 35 a 44 Fonte: IGIF Figura 32 Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por doenças isquémicas cardiacas, por grupo etário, no período de 2000 a 2004 O número total de internamentos por doenças isquemicas cardiacas, no período de 2000 a 2002 (período do qual se apresentam dados de mortalidade), apresentou apenas uma ligeira subida nos indivíduos com idade igual ou superior a 75 anos, em todos os outros grupos etários houve um decréscimo. De 2002 a 2003 o número diminuiu, mas em 2004 voltou a aumentar mantendo valores próximos dos estabelecidos em 2000. Enfarte Agudo de Miocardio análise por sexo 5000 4000 3000 2000 1000 0 2000 2001 2002 2003 2004 Homens Mulheres Total Fonte: IGIF Figura 33 Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por enfarte agudo do miocárdio, por sexo, no período de 2000 a 2004 52

Enfarte Agudo de Miocardio análise por grupo etário 1500 1000 500 65 a 74 >=75 55 a 64 45 a 54 35 a 44 0 2000 2001 2002 2003 2004 Fonte: IGIF Figura 34 Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por enfarte agudo do miocárdio, por grupo etário, no período de 2000 a 2004 A análise referente ao enfarte agudo do miocárdio mostra que para ambos os sexos, e para todas as classes de idade, no período de 2000 a 2003 houve um aumento do número de internamentos por esta patologia. Entre 2003 e 2004 a tendência foi decrescente (Figuras 33 e 34). 12000 10000 8000 6000 4000 2000 0 Internamentos por Doenças Cerebrovasculares análise por sexo 2000 2001 2002 2003 2004 Homens Mulheres Total Fonte: IGIF Figura 35 Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por doenças cerebrovasculares, por sexo, no período de 2000 a 2004 Embora a mortalidade por doenças cerebrovasculares apresente uma tendência decrescente, considerando as informações até 2004 sobre o número de internamentos em unidades hospitalares por doenças cerebrovasculares, verificamos que o número se manteve aproximadamente estável ao longo dos anos (Figura 35). Ao analisar por classe etária, é possível verificar que no grupo de 75 ou mais anos houve um ligeiro aumento (Figura 36). 53

Internamentos por Doenças Cerebrovasculares análise por grupo etário 5000 4000 3000 2000 1000 0 2000 2001 2002 2003 2004 65 a 74 >=75 55 a 64 45 a 54 35 a 44 Fonte: IGIF Figura 36 Número de internamentos em unidades hospitalares da região Norte por doenças cerebrovasculares, por grupo etário, no período de 2000 a 2004 Do conjunto destes resultados podemos admitir a hipótese que a redução da taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório observada no período de 2000 a 2002, se deva à melhoria de condições de tratamento e não a uma redução da incidência. Fica por esclarecer, nomeadamente no que se refere às doenças cerebrovasculares, se esta redução na mortalidade mantendo-se a incidência, implica um aumento de sobreviventes com lesões que vão necessitar de cuidados especiais. Há ainda a considerar a necessidade de controlar a hipertensão arterial, um factor de risco reconhecido quer para as doenças cerebrovasculares quer para as doenças isquémicas cardíacas. Num estudo de âmbito nacional (5023 adultos), a prevalência de hipertensão foi de 42,1%, dos classificados como hipertensos apenas 46,1% tinha conhecimento desta situação, 39,0% tinha terapia farmacológica. Dos que estavam em terapia farmacológica apenas 11,2% estava controlado (< 140/90 mmhg) (9). Uma avaliação realizada a uma amostra representativa da população da cidade do Porto (estudo EPIPorto) (10), verificou que em indivíduos com idade superior a 39 anos a prevalência de hipertensão arterial (pressão arterial sistólica 140 mm Hg e/ou pressão arterial diastólica 90 mm Hg e/ou com terapêutica farmacológica) foi de 58,9%, dos quais 64,1% tinham conhecimento desta sua condição. A proporção dos hipertensos sob tratamento farmacológico era de 46,9%, destes apenas cerca de 14% estavam controlados. 54

Doenças do Aparelho Respiratório A evolução da taxa de mortalidade por doenças do aparelho respiratório, padronizada para a idade, na região Norte é semelhante à nacional. No entanto, o decréscimo que ocorreu entre 2000 e 2001 não foi tão acentuado como o nacional, pelo que em 2002 apresentava valores superiores aos nacionais (Figura 37). Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Doença do aparelho respiratório, pneumonia bronquite crónica não especificada, enfisema e asma 80 70 60 50 Aparelho Respiratório - Total Geral Aparelho Respiratório - Norte 40 Pneumonia - Total Geral Pneumonia - Norte Bronq Cron, Enfisema e Asma - Total Geral 30 Bronq Cron, Enfisema e Asma - Norte 20 10 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 37 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doença do aparelho respiratório (CID 9: 31-32 ou CID 10: J00-J99), pneumonia (CID 9: 321 ou CID 10: J12-J18), bronquite crónica não especificada, enfisema e asma (CID 9: 323 ou CID 10: J40-43, J45, J46), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 A taxa de mortalidade bruta por doença do aparelho respiratório é superior nos homens, particularmente por bronquite crónica não especificada, enfisema e asma. As taxas de mortalidade por pneumonia são semelhantes em ambos os sexos (Quadro 19). 55

Quadro 19 Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por doença do aparelho respiratório (CID 9: 31-32 ou CID 10: J00-J99), pneumonia (CID 9: 321 ou CID 10: J12-J18), bronquite crónica não especificada, enfisema e asma (CID 9: 323 ou CID 10: J40-43, J45, J46), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Causa de Morte óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa Aparelho Respiratório Homens Mulheres Pneumonia Homens Mulheres Bronq. Cron. não Esp., Enfisema e Asma Homens Mulheres 1493 1266 596 600 131 95 97,5 77,4 38,9 36,7 8,6 5,8 1500 1147 576 536 142 85 97,1 69,3 37,3 32,4 9,2 5,1 1560 1213 524 498 139 94 100,1 72,7 33,6 29,9 8,9 5,6 Fonte: Risco de Morrer, DGS Doenças do Aparelho Digestivo A taxa de mortalidade por doenças do aparelho digestivo, padronizada para a idade, nas mulheres apresenta valores ligeiramente superiores na região Norte do que o nacional em todos os anos avaliados (Figura 38). A taxa de mortalidade bruta, na região Norte, aumentou de 35,7/100000 habitantes em 2000 para 40,3/100000 habitantes em 2002 e, tal como a nacional, é superior nos homens (Quadro 20). 56

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Doenças do aparelho digestivo 60 50 40 30 20 Total Geral - HM Norte - HM Total Geral - H Norte - H Total Geral - M Norte - M 10 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 38 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho digestivo (CID 9: 33-34 ou CID 10: K00-K93), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Quadro 20 Óbitos e taxas de mortalidade (/100000 hab) por doenças do aparelho digestivo (CID 9: 33-34 ou CID 10: K00-K93), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Doenças do aparelho digestivo Homens Mulheres óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa 687 442 44,9 27,0 738 501 47,8 30,3 784 517 50,3 31,0 Fonte: Risco de Morrer, DGS Doença Crónica do Fígado e Cirrose A taxa de mortalidade por doença crónica do fígado e cirrose, padronizada para a idade, na região Norte é maior do que a nacional, particularmente no sexo feminino (Figura 39). A taxa de mortalidade bruta, para ambos os sexos, foi de 18,0/100000 habitantes em 2000, 19,2 em 2001, e 17,3 em 2002. Nos homens, a taxa de mortalidade bruta é ligeiramente superior ao dobro da observada nas mulheres (Quadro 21). 57

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Doença crónica do fígado e cirrose 30 25 20 15 10 Total Geral - HM Norte - HM Total Geral - H Norte - H Total Geral - M Norte - M 5 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 39 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por doença crónica do fígado e cirrose (CID 9: 347 ou CID 10: K70 e K73-K74), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Quadro 21 Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por doença crónica do fígado e cirrose (CID 9: 347 ou CID 10: K70 e K73-K74) na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Doença crónica do fígado e cirrose Homens Mulheres óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa 388 182 25,3 11,1 411 202 26,6 12,2 379 179 24,3 10,7 Fonte: Risco de Morrer, DGS Total de Tumores Malignos A taxa de mortalidade por tumores malignos, padronizada para a idade, na região Norte é semelhante à nacional (Figura 40). A taxa de mortalidade bruta, é aproximadamente 1,5 vezes superior nos homens (Quadro 22). 58

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Tumores Malignos 250 200 150 100 Total Geral - HM Nor te - HM Total Geral - H Nor te - H Total Geral - M Nor te - M 50 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 40 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores malignos (CID-9:08-14 ou CID 10: C00-C99), padronizadas pela idade, em ambos os sexos, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Quadro 22 Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores malignos (CID-9:08-14 ou CID 10: C00-C99), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Tumores Malignos Homens Mulheres óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa 3426 2288 223,8 139,9 3496 2446 226,2 147,8 3614 2397 231,8 143,7 Fonte: Risco de Morrer, DGS 59

5.3. Anos Potenciais de Vida Perdidos Tomando como referência a informação disponível para o ano 2002, e para perceber algum do impacto na população das causas de morte atrás descritas, apresenta-se o potencial de vida perdido considerando como limite superior os 70 anos. A utilização deste limiar, claramente inferior à actual esperança de vida à nascença para a população portuguesa (80,98 para as mulheres e 74,53 para os homens), embora possa existir erro na estimativa do número absoluto de anos perdidos, permite estabelecer a ordem pela qual as diferentes causas de morte contribuem para esta perda. Anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos na população da região Norte ambos os sexos (/100000 hab), 2002 TODOS OS TUMORES LESOES INTENCIONAIS ACIDENTES VEICULOS MOTOR ACIDENTES TRANSPORTE CAUSAS EXTERNAS SINAIS E SINTOMAS MAL DEFINIDOS FIGADO E CIRROSE AP DIGESTIVO BRONQUITE E ENFISEMA PNEUMONIA DOENÇA AP RESPIRATORIO DOENÇA ISQUEMICA CORAÇÃO 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 AP CIRCULATORIO DIABETES Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 41 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por causa de morte, na população da região Norte, ambos os sexos A causa de morte que implicou maior número de potenciais anos de vida perdida foi o conjunto de doenças oncológicas. Seguem-se as causas externas, nas quais se incluem os acidentes com veículos a motor, representando uma elevada perda de potenciais anos de vida. As doenças do aparelho circulatório, que são a principal causa de morte, aparecem em terceiro lugar como causa potencial de anos de vida perdidos (Figura 41). 60

Anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos (/100000 hab) Homens, 2002 TODOS OS TUMORES LESOES INTENCIONAIS ACIDENTES VEICULOS MOTOR ACIDENTES TRANSPORTE CAUSAS EXTERNAS SINAIS E SINTOMAS MAL DEFINIDOS FIGADO E CIRROSE AP DIGESTIVO BRONQUITE E ENFISEMA PNEUMONIA DOENÇA AP RESPIRATORIO 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 DOENÇA ISQUEMICA CORAÇÃO Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 42 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por causa de morte, na população da região Norte, homens Anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos (/100000 hab) Mulheres, 2002 TODOS OS TUMORES LESOES INTENCIONAIS ACIDENTES VEICULOS MOTOR ACIDENTES TRANSPORTE CAUSAS EXTERNAS SINAIS E SINTOMAS MAL DEFINIDOS FIGADO E CIRROSE AP DIGESTIVO BRONQUITE E ENFISEMA PNEUMONIA 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 DOENÇA AP RESPIRATORIO Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 43 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por causa de morte, na população da região Norte, mulheres O papel relativo das causas de morte na perda de anos potenciais de vida é diferente em homens e mulheres. Enquanto nos homens a causa responsável por 61

maior potencial de anos de vida perdidos foram as causas externas, e só depois as doenças oncológicas, nas mulheres, são as doenças oncológicas as que provocaram maior perda de potenciais anos de vida. Destaca-se ainda o papel das doenças do aparelho respiratório como a segunda causa de anos potenciais de vida perdidos nas mulheres, e responsável por maior número de anos de vida perdidos nas mulheres do que nos homens. Nas mulheres as causas externas e as doenças do aparelho circulatório apresentam valores semelhantes, as doenças do aparelho circulatório por terem uma elevada taxa de mortalidade, embora em indivíduos mais velhos, e a mortalidade por causas externas por incidir em indivíduos jovens (Figuras 42 e 43). 62

5.4.1. Mortalidade por Doenças Oncológicas Pela relevância que as doenças oncológicas têm como causa de morte e anos potencias de vida perdidos, assim como pela diversidade de tumores, com as suas especificações no diagnóstico, tratamento e história natural, que são englobadas nesta classificação, apresenta-se uma descrição da mortalidade de tumores em localizações anatómicas específicas. 70 Taxas de mortalidade padronizadas para a idade, 2002 60 50 40 30 Norte Total 20 10 0 APAR. DIGESTIVO E PERITONEU (CID 10:C15-C26) AP. RESPIRATÓRIO (CID 10:C30-C39) OSSOS, TEC. CONJUNTIVO, PELE E MAMA (CID 10:C40-C41 e C43- C44 e C50) MAMA FEMININA (CID 10:C50) COLO DO UTERO (CID-10: C53) ORGÃOS GENITURINÁRIOS (CID 10:C51-C58 e C60-C68) PRÓSTATA (CID 10:C61) TEC. LINFÁTICO E O. HEMATOPOIÉTICOS (CID 10:C81-C96) Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 44 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por localização do tumor, padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em 2002, em ambos os sexos Embora as taxas de mortalidade por todos os tumores região Norte e nacional sejam semelhantes, existem algumas variações quando observamos os resultados por localização do tumor. A região Norte apresenta valores superiores aos nacionais na mortalidade por tumores do aparelho digestivo e peritoneu e por tumores do aparelho respiratório (Figura 44). Como não é de esperar uma diferença na prestação de cuidados de saúde entre regiões que justifique as diferenças observadas, estes resultados podem ser interpretados como diferenças na incidência da doença. Tumores do Aparelho Digestivo Dos tumores do aparelho digestivo, as localizações que têm maior taxa de mortalidade são os do estômago e do cólon. Ao comparar as taxas de mortalidade 63

após padronização pela idade da região Norte com o nacional, verifica-se que as taxas de mortalidade por cancro do estômago são superiores na região Norte (Figura 45). Em ambos os sexos se verifica esta relação (Figuras 46 e 47). Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Tumor do estômago e Tumor do cólon 40 35 30 25 Estômago - Total Geral (HM) 20 Estômago - Norte (HM) Cólon - Total Geral (HM) Cólon - Norte (HM) 15 10 5 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 45 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID 9:093 ou CID 10: C18), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002, em ambos os sexos Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Tumor do estômago e Tumor do cólon - Homens 40 35 30 25 Estômago - Total Geral (H) 20 Estômago - Norte (H) Cólon - Total Geral (H) Cólon - Norte (H) 15 10 5 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 46 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID 9:093 ou CID 10: C18), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002, em homens 64

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Tumor do estômago e Tumor do cólon - Mulheres 40 35 30 25 20 Estômago - Total Geral (M) Estômago - Norte (M) Cólon - Total Geral (M) Cólon - Norte (M) 15 10 5 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 47 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID-9:093 ou CID 10: C18), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, o período de 2000 a 2002, em mulheres Na região Norte, verifica-se que a taxa bruta de mortalidade é superior no sexo masculino, quer a localização seja no estômago quer no cólon. Em ambos os sexos a taxa de mortalidade por tumor do estômago é maior, no entanto é de realçar que a taxa de mortalidade por tumor do estômago está a decrescer, mas a taxa de mortalidade por tumor do cólon não apresenta a mesma tendência (Quadro 23). Quadro 23 Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores do aparelho digestivo e peritoneu (CID-9: 09), tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID-9:093 ou CID 10: C18), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa Aparelho digestivo e peritoneu Homens 1365 89,2 1443 102,9 1445 92,7 Mulheres 989 60,5 1064 66,7 1016 60,9 Estômago Homens 555 36,0 571 36,9 527 33,8 Mulheres 370 22,4 386 23,3 355 21,3 Cólon Homens 261 16,9 298 19,3 305 19,6 Mulheres 218 13,2 252 15,2 237 14,2 Fonte: Risco de Morrer, DGS 65

Através do recurso à padronização indirecta, e utilizando os dados referentes ao ano 2002, foi calculada a razão padronizada de mortalidade para cada distrito que integra a Região de Saúde do Norte. Quando consideramos o conjunto de tumores do aparelho digestivo, a razão de mortalidade padronizada é inferior a 1 em Bragança e próxima de 1 no Porto e Braga, os distritos que apresentaram um valor superior são Viana do Castelo e Vila Real. Considerando apenas os tumores do estômago, todos os distritos apresentam razões padronizadas de mortalidade superiores a 1, o que indica uma mortalidade superior à esperada de acordo com a taxa de mortalidade do país. Os valores mais altos são agora os de Braga e Viana do Castelo, depois Porto, Bragança, e Vila Real. As razões de mortalidade padronizada referentes aos tumores do cólon mostram que apenas o distrito de Vila Real apresenta uma mortalidade superior ao esperado (Quadro 24). Quadro 24 - Razão padronizada de mortalidade, para tumores do aparelho digestivo e peritoneu (CID-9: 09), tumor do estômago (CID 9:091 ou CID 10: C16) e tumor do cólon (CID-9:093 ou CID 10: C18) por distrito da Região de Saúde do Norte, em 2002 Aparelho digestivo Estômago Cólon e peritoneu Braga 1,08 1,41 0,77 Bragança 0,96 1,13 0,76 Porto 1,10 1,24 0,92 Viana do Castelo 1,13 1,39 0,95 Vila Real 1,15 1,15 1,21 O decréscimo na taxa de mortalidade por tumores do estômago foi observado internacionalmente e atribuído à melhoria das condições sociais e económicas. Contudo o decréscimo nos países do sul da Europa foi menos acentuado. Em Portugal, no período entre 1984 e 1999 a taxa de mortalidade decresceu 2,0% nos homens e 2,2% nas mulheres, mas a variação foi diferente entre regiões e estava associada com indicadores sociais e económicos, pelo que será de esperar que a evolução acompanhe os países desenvolvidos e continue a decrescer (11). Pelo contrário, é de esperar ainda um aumento da taxa de mortalidade por tumores do cólon até à sua estabilização, como aconteceu em outros países da Europa (12). 66

Tumores do Aparelho Respiratório As taxas de mortalidade por tumores do aparelho respiratório resultam essencialmente das taxas de mortalidade por tumores da traqueia, brônquios e pulmão. Verifica-se que no sexo feminino a mortalidade após padronização é semelhante ao global nacional, no entanto no sexo masculino os valores da região Norte são superiores aos nacionais (Figuras 48 e 49). 70 Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Tumores do aparelho respiratório 60 50 40 30 Total Geral (HM) Norte (HM) Total Geral (H) Norte (H) Total Geral (M) Norte (M) 20 10 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 48 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores do aparelho respiratório (CID 9: 10 ou CID 10: C30-C39), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 70 Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Tumores da traqueia, brônquios e pulmão 60 50 40 30 Total Geral (HM) Norte (HM) Total Geral (H) Norte (H) Total Geral (M) Norte (M) 20 10 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 49 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores da traqueia, brônquios e pulmão (CID 9:101 ou CID 10:C33-C34), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 67

Considerando os dados da região Norte, e como se tinha observado a nível nacional, a taxa de mortalidade no sexo masculino é muito superior à do sexo feminino, aproximadamente cinco vezes superior (Quadro 25). Quadro 25 Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores do aparelho respiratório (CID 9: 10 ou CID 10: C30-C39), e traqueia, brônquios e pulmão (CID 9: 101 ou CID 10: C33-C34), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa Aparelho respiratório Homens 882 57,6 843 54,5 913 58,6 Mulheres 178 10,9 160 9,7 195 11,7 Traqueia, brônquios e pulmão Homens 770 49,9 720 46,6 787 50,5 Mulheres 168 10,2 148 8,9 174 10,4 Fonte: Risco de Morrer, DGS Através da razão padronizada de mortalidade por tumores do aparelho respiratório, verifica-se que os distritos do Porto e Viana do Castelo são os que apresentam valores mais elevados e Bragança apresenta o valor mais baixo. Considerando apenas os tumores da traqueia, brônquios e pulmão, Porto a Braga têm os valores mais elevados (Quadro 26). Quadro 26 - Razão padronizada de mortalidade para tumores do aparelho respiratório (CID 9: 10 ou CID 10: C30-C39), e traqueia, brônquios e pulmão (CID 9: 101 ou CID 10: C33-C34), por distrito da Região de Saúde do Norte, em 2002 Aparelho respiratório Traqueia, brônquios e pulmão Braga 1,09 0,70 Bragança 0,71 1,08 Porto 1,25 1,30 Viana do Castelo 1,15 0,94 Vila Real 0,94 0,93 Tumores do Tecido Linfático e Órgãos Hematopoiéticos As taxas de mortalidade por tumores do tecido linfático e órgãos hematopoiéticos, padronizada pela idade, apresentam uma evolução crescente (Figura 50). Na região Norte a taxa de mortalidade bruta foi de 11,9/100000 habitantes em 68

2000, 12,9 em 2001 e 13,7 em 2002, este crescimento representa essencialmente o crescimento que se observou no sexo feminino (Quadro 27). Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Tecido linfático e órgãos hematopoiéticos 18 16 14 12 10 8 Total Geral (HM) Norte (HM) Total Geral (H) Norte (H) Total Geral (M) Norte (M) 6 4 2 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 50 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores do tecido linfático e órgãos hematopoiéticos (CID 9:14 ou CID 10:C81-C96), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, em ambos os sexos, no período de 2000 a 2002 Quadro 27 Óbitos e taxa de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores do tecido linfático e órgãos hematopoiéticos (CID 9:14 ou CID 10:C81-C96), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa Tec. linfático e O. hematopoiéticos Homens 203 13,3 222 14,4 217 13,9 Mulheres 173 10,6 190 11,5 226 13,6 Fonte: Risco de Morrer, DGS Tumores da Mama - mulheres A taxa de mortalidade por tumores da mama, nas mulheres, padronizada pela idade, foi menor na região Norte do que o nacional. Na região Norte observou-se um decréscimo particularmente acentuado entre 2001 (19,8/100000 habitantes) e 2002 (16,2/100000 habitantes) (Figura 51). Considerando os valores da taxa de mortalidade 69

bruta o decréscimo foi de 21,9/100000 habitantes em 2000, para 19,8/100000 habitantes em 2002 (Quadro 28). 25 Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Mama - mulheres 20 15 Total Geral (M) Norte (M) 10 5 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 51 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores da mama em mulheres (CID 9: 50 ou CID 10: C50), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Quadro 28 Óbitos e taxa de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores da mama em mulheres (CID-9: 50 ou CID 10: C50), na região Norte, no período de 2000 a 2002 2000 2001 2002 Mama óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa Mulheres 362 21,9 390 23,6 330 19,8 Fonte: Risco de Morrer, DGS Tumores da Próstata A taxa de mortalidade por tumores da próstata, padronizada pela idade, foi menor na região Norte do que os valores nacionais. Ambas decresceram entre 2000 e 2002, mas o decréscimo foi mais acentuado nos valores nacionais entre 2000 e 2001 (Figura 52). A taxa de mortalidade bruta na região Norte manteve-se próxima dos 24/100000 habitantes durante este período (Quadro 29). 70

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Próstata 35 30 25 20 Total Geral (H) Norte (H) 15 10 5 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 52 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores da próstata (CID-9: 124 ou CID 10: C61), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Quadro 29 Óbitos e taxa de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores da próstata (CID-9: 124 ou CID 10: C61), na região Norte, no período de 2000 a 2002 2000 2001 2002 Próstata óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa Homens 373 24,2 381 24,6 374 24,0 Fonte: Risco de Morrer, DGS Tumores de Outras Localizações A taxa de mortalidade por tumores de outras localizações, padronizada pela idade, manteve-se estável no global nacional, mas decresceu na região Norte. Este decréscimo poderá parcialmente ser devido a um melhor registo da informação no certificado de óbito que permita a identificação do local do tumor (Figura 53). 71

Taxas de mortalidade padronizadas pela idade (/100000 hab) Outras localizações 20 18 16 14 12 10 8 Total Geral (HM) Norte (HM) Total Geral (H) Norte (H) Total Geral (M) Norte (M) 6 4 2 0 2000 2001 2002 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 53 Taxas de mortalidade (/100000 hab) por tumores de outras localizações (CID 9: 13 ou CID 10: C69-C80), padronizadas pela idade, na região Norte e o global nacional, no período de 2000 a 2002 Na região Norte o valor da taxa de mortalidade bruta por tumores de outra localização manteve-se estável (14,5/100000 habitantes em 2000, 14,9 em 2001 e 14,3 em 2002) (Quadro 30). Quadro 30 Óbitos e taxas de mortalidade bruta (/100000 hab) por tumores de outras localizações (CID 9: 13 ou CID 10: C69-C80), na região Norte, no período de 2000 a 2002, por sexo 2000 2001 2002 Outras localizações Homens Mulheres óbitos taxa óbitos taxa óbitos taxa 255 205 16,7 12,5 245 232 15,9 14,0 244 15,7 217 13,0 Fonte: Risco de Morrer, DGS 72

5.4.2. Anos Potenciais de Vida Perdidos por Doenças Oncológicas A incidência e mortalidade dos tumores de diferentes localizações está dependente da idade, apresenta-se o potencial de anos de vida perdidos considerando como limite superior os 70 anos e tomando como referência a informação disponível para o ano 2002. A informação sobre os anos potenciais de vida perdidos é um indicador do impacto que as doenças oncológicas têm na população, e poderá ser um instrumento para a definição de prioridades pois complementa a informação sobre a mortalidade. Anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos (/100000 hab) Homens, 2002 PROSTATA AP. GENITURINARIO TECIDO LINFATICO E ORGAOS HEMATOPOIETICOS OSSO, TECIDO CONJUNTIVO, PELE E MAMA TRAQUEIA, BRONQUIOS E PULMAO AP. RESPIRATORIO COLON ESTOMAGO DIGESTIVO E PERITONEU 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 54 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por localização do tumor, na população da região Norte, em homens Anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos (/100000 hab) Mulheres, 2002 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 COLO DO UTERO MAMA FEMININA AP. GENITURINARIO TECIDO LINFATICO E ORGAOS HEMATOPOIETICOS OSSO, TECIDO CONJUNTIVO, PELE E MAMA TRAQUEIA, BRONQUIOS E PULMAO AP. RESPIRATORIO COLON ESTOMAGO DIGESTIVO E PERITONEU Fonte: Risco de Morrer, DGS Figura 55 - Total de anos potenciais de vida perdidos até aos 70 anos, em 2002, por localização do tumor, na população da região Norte, em mulheres 73

Em ambos os sexos, os tumores do aparelho digestivo, nomeadamente do estômago, são os que contribuem com maior perda de anos potenciais de vida. Nos homens os tumores do aparelho respiratório são os segundos na perda de potenciais anos de vida e existe uma enorme diferença para os restantes (Figura 54). Nas mulheres a distribuição de anos potenciais de vida perdidos pelas diferentes localizações não apresenta diferenças tão acentuadas. O tumor da mama é o responsável por maior número de anos potenciais de vida perdidos (a mama é apresentada quer no grupo osso, tecido conjuntivo, pele e mama quer separadamente em mama feminina ). O aparelho respiratório, que no sexo masculino apresenta uma elevada perda de anos potenciais de vida, nas mulheres aparece apenas depois dos tumores do aparelho geniturinario e dos tumores de tecidos linfáticos e órgãos hematopoieticos, no entanto tendo em conta a evolução já observada na taxa de mortalidade é de esperar que no futuro esta localização venha a apresentar um maior impacto (Figura 55). 74

6. DOENÇAS INFECCIOSAS

6.1. Introdução As doenças infecciosas têm vindo a reassumir relevância crescente a nível europeu e mundial. O aparecimento de novas doenças transmissíveis e a reemergência de outras que se supunham controladas representa um desafio para a saúde pública. Um dos principais sistemas de vigilância epidemiológica de doenças infecciosas é o sistema de Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória. É um instrumento usado pelos serviços de saúde pública para monitorizar tendências, dimensionar problemas e tomar decisões sobre estratégias de intervenção. No contexto nacional e regional a Tuberculose e a infecção pelo VIH são programas prioritários pelo que recorrendo aos sistemas de informação disponíveis, se apresenta a análise da situação epidemiológica dessas doenças de modo a tornar a intervenção mais efectiva. 6.2. Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória 6.2.1. Introdução O Sistema de Declaração Obrigatória de Doenças Transmissíveis (DDO) é um sistema de informação para a vigilância de um conjunto de doenças infecciosas que teve o seu início em 1949 e cuja listagem tem sofrido alterações ao longo do tempo. A última alteração foi feita em Janeiro de 1999 (Portaria n.º 1072 de 31 de Dezembro de 1998), sendo a listagem actualmente em vigor composta por 45 doenças. Como todos os sistemas de registo de morbilidade, o sistema DDO tem problemas de subnotificação, variável de doença para doença, no entanto, a sua implantação no terreno desde há longos anos garante a possibilidade de proceder a uma análise da distribuição temporal das doenças. Para elaborar o diagnóstico da situação das DDO na região Norte (RN) analisou-se a informação estatística da Direcção-Geral da Saúde relativa ao quinquénio 2000-2004, período durante o qual não ocorreram alterações na lista das doenças sob notificação. Para além de uma análise geral das doenças, comparando a região Norte com o resto do País, procurou-se analisar com mais detalhe algumas outras doenças. Dentro destas, realçaram-se as zoonoses com especificidades de 77

distribuição no espaço geográfico da região e algumas doenças evitáveis pela vacinação, ou porque traduzem a intervenção dos serviços de saúde na sua prevenção ou porque a sua ocorrência apresenta particularidades que merecem uma reflexão mais aturada. 6.2.2. Casos declarados no quinquénio 2000-2004 Durante o quinquénio 2000-2004 foram declarados na região Norte um valor mínimo de 1786 casos de DDO em 2003 e um valor máximo de 3929 casos no ano 2000 (Quadro 31). Como se pode constatar pela observação dos dados do Quadro 31, a tuberculose é a doença mais expressiva, dada a importância que assume como problema de saúde pública é tratada em capítulo próprio. A diminuição do total de notificações que se observa durante o último quinquénio é essencialmente explicada pela descida no número de casos declarados de parotidite e de brucelose. Relativamente à tosse convulsa observa-se um aumento no número de casos declarados em 2004. As notificações de doenças virais exantemáticas, sarampo e rubéola, sofreram um decréscimo ao longo dos últimos cinco anos. De realçar ainda que nos últimos dois anos se observa uma diminuição acentuada no número de casos declarados de doença meningocócica (meningite e infecção meningocócica). As infecções de transmissão sexual também têm vindo a diminuir nos últimos anos. O mesmo padrão se observa na evolução do número de notificações de hepatites víricas transmitidas por via parentérica (hepatite aguda por vírus B e C), sendo mais consistente no caso da hepatite B. 78

Quadro 31 Casos de doenças transmissíveis de declaração obrigatória notificados na região Norte de Portugal por ano (2000 2004) e taxa de incidência (/100000 pessoas ano) para o quinquénio 2000-2004 CID-10 Designação 2000 2001 2002 2003 2004 Taxa de incidência A00 - A09 Doenças infecciosas intestinais A00 Cólera 0 0 0 0 0 0,00 A01 Febres tifóide e paratifoide 32 25 16 25 18 0,72 A02 Outras Salmoneloses 87 246 114 196 216 5,35 A03 Shigelose 1 1 0 1 1 0,02 A051 Botulismo 15 0 4 6 8 0,21 A15 - A19 Tuberculose A15, A16 Tuberculose Respiratória 1246 1164 1154 1064 1042 35,32 A17 Tuberculose do SNC 24 23 22 16 11 0,60 A19 Tuberculose miliar (disseminada) 45 43 34 37 38 1,23 A20 - A28 Doenças bacterianas zoonóticas A20 Peste 0 0 0 0 0 0,00 A22 Carbúnculo 0 0 0 0 0 0,00 A23 Brucelose 188 136 55 31 20 2,68 A27 Leptospirose 5 3 6 6 7 0,17 A30 - A49 Outras doenças bacterianas A30 Doença de Hansen (lepra) 2 2 0 1 0 0,03 A33 Tétano neonatal 0 0 0 0 0 0,00 A35 Tétano (exclui tétano neonatal, A33) 8 3 6 1 3 0,13 A36 Difteria 0 0 0 0 0 0,00 A37 Tosse Convulsa 4 1 1 0 26 0,20 A39 Infecção meningocócica (exclui meningite meningocócica, A39.0) 40 41 52 18 13 1,02 A390 Meningite Meningocócica 75 54 75 38 36 1,73 A481 Doença dos Legionários 21 6 9 34 17 0,54 A492 Infecção por Haemophilus influenza (exclui meningite por Haemophilus influenza, G00.0) 0 0 2 1 3 0,04 A50 - A64 Infecções de transmissão sexual A50 Sífilis Congénita* 14 23 12 6 6 0,33 A51 Sífilis Precoce 49 50 43 24 33 1,24 A54 Infecções Gonocócicas 7 5 6 4 1 0,14 A65 - A69 Outras doenças por espiroquetas A692 Doença de Lyme 12 2 1 0 1 0,10 A75 - A79 Rickettsioses A771 Febre Escaro-Nodular 104 102 113 104 92 3,21 A78 Febre Q 0 1 0 0 1 0,01 A80 - A89 Infecções virais do SNC A80 Poliomielite aguda 0 0 0 0 0 0,00 A810 Doença de Creutzfeldt-Jakob (encefalopatia espongiforme subaguda) 4 5 1 2 6 0,11 A82 Raiva 0 0 0 0 0 0,00 A90 - A99 Febres por arbovírus e febres hemorrágicas virais A95 Febre-amarela 0 0 0 0 0 0,00 B00 - B09 Infecções virais com lesões da pele e mucosas B05 Sarampo 12 7 1 4 1 0,16 B06 Rubéola 18 10 10 3 6 0,29 B15 - B19 Hepatite viral B15 Hepatite Aguda por vírus A 22 8 23 13 12 0,49 B16 Hepatite Aguda por vírus B 96 62 51 35 27 1,69 B171 Hepatite Aguda por vírus C 85 72 56 17 41 1,69 B17 Hepatite por outros vírus especificados (exclui hepatite C, B17.1) 1 3 0 1 1 0,04 B19 Hepatite por vírus não especificados 0 0 0 1 1 0,01 B25 - B34 Outras doenças por vírus B26 Parotidite Epidémica 1699 336 109 81 83 14,38 B50 - B64 Doenças devidas a protozoários B50 a B54 Malária** 10 8 18 11 12 0,37 B55 Leishmaníase Visceral 1 2 2 2 2 0,06 B65 - B83 Helmintíases B67 Equinococose 2 0 1 0 3 0,04 B75 Triquiníase 0 0 0 0 0 0,00 Meningites bacterianas não classificadas em outra parte G00.0 Meningite por Haemophilus influenzae 0 4 3 3 0 0,06 Infecções especificadas do período perinatal P35.0 Rubéola congénita 0 0 0 0 0 0,00 Total DDO 3929 2448 2000 1786 1788 * por 1000 nados vivos ano Fonte: DGS ** casos importados 79

6.2.3. Comparação entre a região Norte e o resto do País De forma a comparar a situação epidemiológica das DDO entre a região Norte e o resto do País, calcularam-se razões entre taxas de incidência durante o quinquénio 2000-2004, por doença, cujos valores se podem observar na Figura 56. Se apenas valorizarmos as doenças em que o risco relativo foi igual ou superior a 2, será de realçar a doença de Creutzfeldt-Jakob, a doença de Lyme, a doença dos Legionários e o botulismo. As diferenças entre a região Norte e o resto do País em relação àquelas doenças, cuja característica comum poderá ser a sua potencial gravidade, podem traduzir diferenças na sua incidência. No entanto, no caso da doença de Creutzfeldt- Jakob estamos a falar de um risco relativo de cerca de 2 e num número de casos muito pequeno. Para a doença de Lyme, o valor elevado pode ser explicado pelo facto de no ano 2000 no distrito de Braga terem sido declarados 11 casos cujo ano de diagnóstico não foi apenas em 2000, mas sim no período entre 1995 e 2000, pelo que este valor não corresponde aos casos diagnosticados no período em estudo. Em relação à doença dos Legionários o valor encontrado reflecte a ocorrência de um surto no ano 2000 no concelho de Vizela, e um aumento no número de casos esporádicos declarados no distrito do Porto em 2003. Os dados referentes ao botulismo reflectem a ocorrência de surtos no ano 2000, no concelho de Paredes e Ponte de Lima, e de um surto que ocorreu em 2004 no concelho de Paços de Ferreira. Os dados relativos ao botulismo e outras salmoneloses poderão reflectir os resultados do Programa de Vigilância das Toxinfecções Alimentares Colectivas, em vigor na região Norte desde o ano de 2000, e incluídos em relatórios específicos (13, 14, 15). 80

M eningite por Haemophilus influenzae Equinococose Leishmaníase Visceral Malária** Parotidite Epidémica Hepatite por vírus não especificados Hepatite por outros vírus especificados Hepatite Aguda por vírus C Hepatite Aguda por vírus B Hepatite Aguda por vírus A Rubéola Sarampo Doença de Creutzfeldt-Jakob Febre Q Febre Escaro-Nodular Doença de Lyme Infecções Gonocócicas Doença Sífilis Precoce Sífilis Congénita* Infecção por Haemophilus influenza Doença dos Legionários M eningite M eningocócica Infecção meningocócica Tosse Convulsa Tétano (exclui tétano neonatal, A33) Doença de Hansen (lepra) Leptospirose Brucelose Carbúnculo Tuberculose miliar (disseminada) Tuberculose do SNC Tuberculose Respiratória Botulismo Shigelose Outras Salmoneloses Febres tifoide e paratifoide -1,00 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 Razão de taxas de incidência * por 1000 nados vivos ano ** casos importados Fonte: DGS Figura 56 Razão entre as taxas de incidência (quinquénio 2000-2004) de algumas Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória da região Norte de Portugal e do resto do País Calcularam-se também as diferenças entre a taxa de incidência na região Norte e no resto do País, cujos valores podem observar-se na Figura 56. As duas doenças 81

em relação às quais a diferença entre a região Norte e o resto do País foi maior, foram a tuberculose respiratória (analisada em capítulo próprio) e outras salmoneloses. M eningite por Haemophilus influenzae Equinococose Leishmaníase Visceral Malária** Parotidite Epidémica Hepatite por vírus não especificados Hepatite por outros vírus especificados Hepatite Aguda por vírus C Hepatite Aguda por vírus B Hepatite Aguda por vírus A Rubéola Sarampo Doença de Creutzfeldt-Jakob Febre Q Febre Escaro-Nodular Doença de Lyme Infecções Gonocócicas Doença Sífilis Precoce Sífilis Congénita* Infecção por Haemophilus influenza Doença dos Legionários M eningite M eningocócica Infecção meningocócica Tosse Convulsa Tétano (exclui tétano neonatal, A33) Doença de Hansen (lepra) Leptospirose Brucelose Carbúnculo Tuberculose miliar (disseminada) Tuberculose do SNC Tuberculose Respiratória Botulismo Shigelose Outras Salmoneloses Febres tifoide e paratifoide -4,00-2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 Diferença entre taxas de incidência por 1000 nados vivos ano; ** casos importados Fonte: DGS Figura 57 Diferença entre as taxas de incidência (quinquénio 2000-2004) de algumas Doenças Transmissíveis de Declaração Obrigatória da região Norte de Portugal e do resto do País * 82

6.2.4. Zoonoses 6.2.4.1. Brucelose A incidência de brucelose foi particularmente elevada em concelhos dos distritos de Bragança e Vila Real (Figura 58). Fonte: DGS Figura 58 Taxa de incidência (/100000 pessoas ano) de casos de brucelose (CID10 A23) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 2004, por concelho A distribuição por sexo e grupo etário evidencia que em cada três casos, dois são do sexo masculino, e que dois terços dos casos têm idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos (Figura 59). 50 40 M H 30 20 10 0 Grupo etário Fonte: DGS Figura 59 Distribuição do número de casos de brucelose (CID10 A23) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 2004, por grupo etário e sexo 83

6.2.4.2. Febre escaro-nodular A distribuição geográfica da incidência da febre escaro-nodular apresenta um padrão mais disperso do que a da brucelose. No entanto, observam-se também valores mais altos de incidência em grande parte dos concelhos do distrito de Bragança e nos concelhos do sul do distrito de Vila real (Figura 60). Fonte: DGS Figura 60 Taxa de incidência (/100000 pessoas ano) de casos de febre escaronodular (CID10 A77.1) declarados na região Norte de Portugal no quinquénio 2000 2004, por concelho de residência Não se observou um predomínio de género na incidência de febre escaronodular. A maioria dos casos declarados (55%) tinha menos de 15 anos de idade. 84

6.2.5. Doenças evitáveis pela vacinação Dentro do grupo das doenças evitáveis pela vacinação, decidiu-se destacar o tétano pela eficácia da vacina na sua prevenção e a tosse convulsa pela sua reemergência no ano de 2004. 6.2.5.1. Tétano (CID 10 A35) Durante o quinquénio 2000-2004 foram notificados vinte e um casos de tétano na região Norte. Neste período não ocorreram casos de tétano neonatal. O que corresponde a uma redução de casos relativamente aos dois quinquénios anteriores, 65 no quinquénio 1990-1994 e 51 no quinquénio 1995-1999. A distribuição geográfica dos 21 casos notificados no quinquénio 2000-2004 pode ser observada na Figura 61. Um estudo relativo aos casos de tétano notificados na região Norte entre 1993 e 2002 (16), revelou que 88% dos 91 casos pertenciam ao grupo etário entre 50 e 84 anos, e que 73,7% dos casos de idade igual ou superior a 65 anos eram do sexo feminino. Nesta série de casos, a letalidade foi de 11,8%. O mesmo estudo revelou que nenhum doente estava adequadamente vacinado e que quase todos tinham recorrido a serviços de saúde (por motivos vários) nos 10 anos anteriores à ocorrência da doença, traduzindo repetidas oportunidades perdidas de vacinação. Fonte: DGS Figura 61 Número acumulado de casos de Tétano (CID10 A35) declarados na região Norte de Portugal, por concelho de residência. 2000 2004 85

A população portuguesa apresenta um elevado grau de imunização contra o tétano, conforme dados da Avaliação do Programa Nacional de Vacinação 2º Inquérito Serológico Nacional Portugal Continental 2001-2002 (Figura 62). No entanto, só se elimina esta doença garantindo uma cobertura vacinal de 100% da população. Fonte: DGS Figura 62 Distribuição dos indivíduos com resultado positivo (concentração de anticorpos IgG 0,1 UI/mL) para a toxina do tétano, por grupo etário (fonte: Avaliação do PNV - 2º Inquérito Serológico Nacional - Portugal Continental 2001-2002) 6.2.5.2. Tosse convulsa (CID10 A37) Durante o quinquénio 2000-2004 foram notificados trinta e dois casos de tosse convulsa (Quadro I). Contrariando a tendência descendente que vinha sendo observada nos anos anteriores, em 2004 foram notificados vinte e seis casos. O maior número de casos declarados observou-se em residentes nos concelhos limítrofes do concelho do Porto (Vila Nova de Gaia 9 casos, Maia 5 casos, Gondomar 3 casos) e nos concelhos de Póvoa de Varzim, Vila Nova de Famalicão e Guimarães (3 casos em cada concelho) (Figura 63). 86