Óleos Lubrificantes Automotivos

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Transcrição:

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP Faculdade de Engenharia de Bauru Departamento de Engenharia Mecânica MANUTENÇÃO E LUBRIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS Óleos Lubrificantes Automotivos Grupo: RA: Michael Araujo Camara 711292 Breno Roberto Peres 711616 Rafael Zagatto Christianini 711721 Professor: Prof. Dr. João Cândido Fernandes Bauru, setembro de 2010

1. Introdução Os óleos lubrificantes foram introduzidos nos motores a combustão interna e nos sistemas de transmissão visando principalmente diminuir o atrito, que pode provocar a quebra do componente, através da formação de uma película que impede o contato direto entre as peças metálicas em movimento. Além da lubrificação das superfícies metálicas, os lubrificantes também possuem características e funções tais como: Refrigerar O lubrificante representa um meio de transferência de calor, "roubando" calor gerado por contato entre superfícies em movimento relativo. Nos motores de combustão interna, o calor é transferido para o óleo através de contatos com vários componentes, e então, para o sistema de arrefecimento de óleo. Limpar e manter limpo - Em motores de combustão interna especialmente, uma das principais funções do lubrificante é retirar as partículas resultantes do processo de combustão e manter estas partículas em suspensão no óleo, evitando que se depositem no fundo do cárter e provoquem incrustações. Proteger contra a corrosão - A corrosão e o desgaste podem resultar na remoção de metais do motor, por isso a importância dos aditivos anti-corrosivo e anti-desgaste. Vedação da câmara de combustão - O lubrificante ao mesmo tempo que lubrifica e refrigera, também age como agente de vedação, impedindo a saída de lubrificante e a entrada de contaminantes externos ao compartimento. Somando a essas funções, os lubrificantes também auxiliam nas partidas em baixas temperaturas dos motores, amortece choques e impactos, auxiliam na economia de combustível, além de possuir ação higroscópica, ou seja, tem a capacidade de incorporar a água que por ventura apareça nos componentes, evitando assim a oxidação. Os óleos lubrificantes vêem ao longo do tempo sofrendo diversas modificações quanto sua composição, procurando atender as especificações dos motores e caixas de transmissão automotivos que evoluíram nas últimas décadas. Com isso, a adição de elementos que melhorem suas características, além da matéria-prima utilizada, é de extrema importância para garantir a qualidade dos lubrificantes. 2. Aditivos A utilização de aditivos nos óleos lubrificantes melhora suas características e contribuem para que estes atinjam as exigências de trabalho, proporcionando bom funcionamento dos equipamentos e longa vida. Melhoras no ponto de fulgor, congelamento, viscosidade, fluidez, etc, são essenciais para agüentar os esforços e condições severas dos motores automotivos cada vez mais potentes, transmissões mecânicas e automáticas. Entre os principais aditivos estão:

3. Tipos Detergente e dispersante: Aditivos de limpeza. Limpam os depósitos formados nos anéis, válvulas, mancais e circuitos de óleo do motor. Por isso, o óleo fica escuro, mas o motor fica limpo. Anti-oxidante: Reduz a oxidação do óleo, principalmente às altas temperaturas, diminuindo a formação de borras e vernizes e permitindo que o óleo dure mais tempo. Anti-espumante: Reduz a formação de espuma no óleo provocada pela agitação do óleo. Extrema Pressão (EP): Reduz os desgastes nas altas temperaturas. Melhorador do índice de viscosidade: Em altas temperaturas a viscosidade tende a reduzir. Esse aditivo impede que a viscosidade caia tanto ao ponto de prejudicar a lubrificação. Anti-ferrugem: Em contato com a umidade do ar, peças de ferro tendem a enferrujar o que esse aditivo impede que aconteça. Aditivos de alcalinidade: O óleo diesel possui enxofre, elemento cujo ácido sulfúrico danifica as peças de ferro. Esse aditivo impede que isso ocorra. Anti-desgaste: Reduz o atrito e o desgaste, mesmo na temperatura ambiente. Corantes: Têm a finalidade de facilitar a identificação de vazamentos e impedir a confusão entre produtos. 3.1 Os Minerais Os óleos minerais são feitos diretamente a partir do refino do petróleo. São os mais baratos e comuns no mercado. Adequados para motores convencionais de qualquer cilindrada, têm assim uma viscosidade adotada à temperatura de funcionamento do motor,atingindo os principais pontos de lubrificação mesmo no inverno, ou seja, quando há maior resistência ao escoamento do lubrificante pelas vias ou galerias do óleos existentes no motor. Um alerta, com o tempo, os óleos minerais podem provocar carbonização principalmente no cabeçote e nas sedes de válvula, caso não sejam usados aditivos especiais para evitar o problema. 3.2 Os Sintéticos Com a evolução e aparerecimento de motores cada vez mais pontentes, os óleos lubrificantes minerais já não atendiam as exigencias das montadoras quanto a viscosidade em altas temperaturas, o que exigiu dos fabricantes de lubrificantes a criação de lubrificantes mais poderosos, criados em laboratório, a partir de outros elementos quimicos não presentes no petróleo. Esses óleos possuem uma curva de viscosidade mais constante, independente da temperatura de funcionamento do motor, evitando a carbonização do mesmo. Indicado principalmente em motores de alta performance, o uso do sintético pode proporcionar aumento da vida útil do motor e maior desempenho, garantindo lubrificação superior à dos minerais. A extensão da vida útil do motor é explicada por essa maior lubricidade, que diminui o desgaste causado pelo atrito entre as peças, embora seja bem mais caro. Com a maior lubrificação do motor, parte do calor antes gerado pelo atrito com uso do óleos minerais é aproveitada como energia mecânica com o uso de sintéticos, proporcionando assim maior economia de combustível também.

3.3 Os Semi-Sintéticos Já o semi-sintético é uma mistura de lubrificante mineral com sintético, com desempenho (e preço) intermediário entre um e outro. Esses lubrificantes são recomendados para motores mais potentes que os motores que usam óleos minerais, e que atingem um nível de rotação acima da média, isto por terem menor quantidade de compostos de carbono mineral, provocando menos carbonização das câmaras de combustão, o que facilita a entrada e saída dos gases de admissão e escape, isto além de evitar problemas tipo batida de pino (ignição instantânea). Outra característica deste tipo de óleo é formar uma película protectora nas paredes dos cilindros, diminuindo o atrito entre as partes móveis durante o arranque. Nos dias de hoje, a maioria dos motores automotivos usam óleos semi-sinteticos ou sintéticos, tornando os óleos minerais obsoleto. 4. Viscosidade, índice de viscosidade, ponto de fulgor e ponto de fluidez. Viscosidade é a principal característica dos óleos. Consiste na resistência entre as moléculas do fluido em movimento. Ou seja, é a medida da resistência ao escoamento. Ainda pode-se definir como a resistência ao cisalhamento, devido à intersecção das moléculas do fluido. A ASTM da uma definição para a viscosidade dinâmica ou absoluta de um fluido. É a força tangencial sobre a área unitária de um de dois planos paralelos, separados por uma distância unitária, e o espaço contendo um líquido, e um dos planos move-se em relação ao outro, com velocidade unitária, no seu próprio plano. Quanto maior a viscosidade, mais ordenadamente escoa as moléculas do fluido. A viscosidade é diferente da oleosidade. A oleosidade é a capacidade do óleo se aderir a uma superfície. Já a viscosidade não muda conforme o uso. Assim, define-se também a viscosidade de outra forma. É a medida do movimento das moléculas do fluido. A viscosidade pode ser definida como a resistência ao escoamento que os fluidos apresentam sob ação da gravidade (viscosidade cinemática). Viscosidade absoluta, ou viscosidade dinâmica, é o produto da viscosidade cinemática pela densidade. No SI a unidade da viscosidade cinemática ν é m 2 /s. No sistema CGS é utilizada a unidade Stokes e dada a magnitude do seu valor é preferível utilizar a forma centistokes. A viscosidade absoluta tem como unidade Pa.s (N.s/m 2 ) em unidades do SI. Essa unidade é normalmente expressa em mpa.s dado a sua magnitude. Outra forma conveniente, a partir do sistema CGS é o Poise. Um centipoise (cp) é igual a 1 mpa. O indice de viscosidade IV é um número empírico que indica o grau de mudança da viscosidade de um óleo a uma dada temperatura. Alto IV significa pequenas mudanças na viscosidade com a temperatura, enquanto baixo IV reflete grande mudança com a temperatura. Já o ponto de fulgor ou lampejo, outra característica importante nos lubrificantes, é a temperatura em que o óleo, quando aquecido em aparelho adequado, desprende os primeiros vapores que só inflamam momentaneamente ( lampejo) ao contato de uma chama. Em condições de altas temperaturas, o óleo deve permanecer liquido, ou seja, não deverá atingir o ponto de fulgor, evitando queima do mesmo e falta de lubrificação.

Por fim, ponto de fluidez é a menor temperatura, expressa em múltiplos de 3 C, na qual a amostra ainda flui, quando resfriada e observada sob condições determinadas. Em condições de inverno, onde as temperaturas podem chegar a valores negativos, os lubrificantes precisam permanecer fluidos, ou seja, não podem congelar e parar de fluir nos canais e superfícies dos equipamentos, mantendo assim a lubrificação adequada. 5. Classificação dos óleos lubrificantes Os lubrificantes foram classificados por órgãos internacionais e montadoras de acordo com sua viscosidade e com sua aplicabilidade. As classificações mais utilizadas pela indústria automobilística são a SAE (Society Automotive of Engineers) quanto a viscosidade dos óleos, e a API (American Petroleum Institute) quanto a sua aplicabilidade. Outras classificações, como classificações militares por exemplo, também são utilizadas, mas essas são mais restritas a determinadas aplicações. 5.1 Classificação SAE É a classificação mais antiga e conhecida para óleos de motores. Baseia-se única e exclusivamente na viscosidade, não considerando, fatores de qualidade ou desempenho. Os graus SAE são seguidos ou não da letra W, inicial de Winter ( inverno). Para os graus SAE 0W até 25W são especificadas as temperaturas limites de bombeamento (Borderline Pumpig Temperature), visando garantir uma lubrificação adequada durante a partida e aquecimento do motor operando em regiões frias. O método de medição das temperaturas limites de bombeamento está baseado na ASTM D-4684, utilizando o Viscosímetro Mini-rotativo (Mini-Rotary Viscometer). Para óleo de motor, as viscosidades em centipoises (cp), em temperaturas compreendidas entre 5 C e 30 C, são medidas utilizando um Simulador de Partidas a Frio ( Cold Cranking Simulator), ASTM D-5293. As viscosidades cinemáticas em centistokes ( cst) a 100 C são determinadas de acordo com o método ASTM D-445, utilizando o Viscosímetro Cinemático. Assim, segundo a SAE, quanto maior for o número maior será a viscosidade a 100ºC, ou seja, um óleo SAE 30 é mais viscoso que um SAE 20. Dentro da classificação SAE, o mesmo óleo de motor ou de transmissão pode atender a dois graus de viscosidade SAE. Neste caso o óleo é denominado Multiviscoso. Em temperaturas baixas, um óleo multiviscoso 15W40 se comporta como um óleo grau

SAE 15W e a 100 C é um óleo de grau SAE 40, de acordo com a figura 1. Figura 1: óleos multi-viscosos A tabela 1 abaixo classifica os lubrificantes de acordo com a temperatura e sua viscosidade. Tabela 1: CLASSIFICAÇÃO DE VISCOSIDADE PARA ÓLEOS DE MOTOR SAE J-300 DEZ/95 Centipoise = centistokes x densidade do produto a 15,5/15,2 C; 1centistoke=1/100 stoke 1cP=1mPa.s 1 cst=1mm2 /s

As temperaturas dos óleos de transmissão de grau SAE 70W, 80W e 85W, para uma viscosidades de 150.000cP, são determinadas de acordo com o método ASTMD- 2983, utilizando o Viscosímetro Brookfield. Na tabela 2 abaixo estão explicitados as classificações de óleos lubrificantes de transmissão de acordo com a viscosidade e temperatura. Tabela 2: CLASSIFICAÇÃO DE VISCOSIDADE PARA ÓLEOS DE TRANSMISSÃO SAE J-306-C A figura 2 abaixo mostra uma embalagem de lubrificante onde a classificação SAE esta explicitada. Figura 2: Classificação SAE nas embalagens de lubrificantes.

5.2 Classificação API O API (American petroleum institute), nos Estados Unidos, juntamente com a ASTM (American Society for Testing and Materials) criaram especificações baseandose em níveis de desempenho dos óleos lubrificantes, isto é, no tipo de serviço a que a máquina estará sujeita. Essas especificações são obtidas através de diversos testes de campo e laboratoriais, onde os motores recebem o lubrificante em teste e é avaliado em condições controladas, após estes testes o motor é aberto e verificam-se os componentes internos analisando os níveis de proteção do lubrificante, o desgaste dos componentes, limpeza, contaminação, entre outros. São classificados por duas letras, a primeira indica basicamente tipo de combustível do motor (S para motores a gasolina/álcool e C para motores a diesel) e a segunda o tipo de serviço. Alguns, por uma questão de lógica, dizem que S provém de Spark Ignition (faísca de ignição) e a letra C de Compression Ignition (ignição por compressão). De fato, nos motores à gasolina, a inflamação do combustível é originada pela faísca da vela, enquanto nos motores a diesel pela injeção de combustível em um ambiente de ar comprimido. A segunda letra que acompanha o S ou C representa uma melhoria no lubrificante à medida que a letra avança ao final do alfabeto. Assim, podemos dizer que um lubrificante API- SL é melhor que um API-SJ que por sua vez é melhor que um API-SF. Quanto mais avançada à letra do alfabeto melhor é a aditivação do lubrificante. Em seguida veremos uma lista de classificação de desempenho API dos óleos lubrificantes para motores ciclo OTTO: SA - Óleo mineral puro sem aditivos, podendo ser antiespumante e abaixador do ponto de fluidez. Indicada para motores trabalhando em condições muito suaves. SB Óleo com aditivos que proporcionam certa proteção contra desgaste e contra a oxidação. Indicada para motores operando em condições suaves que requerem um óleo com capacidade de evitar arranhaduras e corrosão dos mancais. Os óleos destinados para tais serviços são usados desde 1930. SC Óleo com aditivos que proporcionam bom desempenho antidesgastante, antiferrugem, antioxidação, eanticorrosão, controlando depósitos de alta e baixa temperatura (função do detergente- dispersante). Satisfaz a especificação da Ford ESSE-M2C-101- A.Indicada para serviço típico de motores à gasolina dos motores fabricados entre 1964 e 1967. SD Óleo com aditivos, proporcionando a mesma proteção que os óleos da classe SC, mas em maior grau. Satisfaz as especificações da Ford ESSE-M2C- 101 B (1968) e da General Motors GM-6041-M. Indicada para serviço típico de motores à gasolina, dos modelos fabricados entre 1968 e 1970. Pode ser recomendado para certos modelos de 1971, conforme indicação dos fabricantes destes veículos. SE Óleo com aditivos, proporcionando a mesma proteção que os óleos de classe SD, mas em maior grau. Satisfaz as especificações da Ford ESSE-M2C- 101-C e da General Motors GM-6136-M e à especificação MIL-L-41652. Indicada para motores à gasolina montados em carros de passeio e em alguns tipos de caminhões fabricados a partir de 1972. Pode ser recomendada também para alguns veículos fabricados em 1971. SF Óleo com aditivos antioxidante, antidesgastante, antiferrugem, anticorrosivo, proporcionando proteção contra a formação de ferrugem. Esta categoria apresenta maior estabilidade quanto à oxidação e menor desgaste do motor em relação às categorias anteriores. Os fabricantes europeus e americanos recomendam óleos desta categoria para uso em motores fabricados a partir de 1980. Satisfaz a especificação militar MIL-L- 46152-B.

SG- Óleo com aditivos antioxidante, antidesgastante, antiferrugem, anticorrosivo, proporcionando maior proteção contra a formação de depósitos de alta e baixa temperatura, maior estabilidade contra a oxidação e menor desgaste do motor, em relação às categorias anteriores. Homologado pela API-ASTM em 1988, é indicado para serviço típico de motores à gasolina em carros de passeio, furgões e caminhões leves, fabricados a partir de 1989. SH- Categoria introduzida a partir de 01/08/93. Lubrificante recomendado para motores à gasolina, álcool e gás natural veicular, para atender os requisitos dos fabricantes de motores a partir de 1994. Apresentam performance com maior resistência a oxidação e melhor desempenho contra desgaste do que os de classificação anterior. SJ- Categoria introduzida a partir de 15/10/96. Lubrificante recomendado para motores à gasolina, álcool e gás natural veicular, para atender os requisitos dos fabricantes de motores a partir de 1997. Apresentam características de desempenho com maior proteção contra ferrugem. Oxidação e a formação de depósitos. Esta categoria pode substituir as anteriores. SL Surgiu em 2001 e é uma evolução do SJ, podendo ser utilizados em veículos FLEX, ou seja, que utilizam álcool ou gasolina. SM Surgiu em 2004 em diante, para todos os motores atuais maior resistência a oxidação, melhor proteção contra formação de borra e melhor desempenho com o motor frio. Já para motores ciclo diesel, segue a classificação abaixo: CA- Óleo com aditivos que promovem uma proteção aos mancais, contra a corrosão, desgaste, evitando a formação de depósitos de altas temperaturas. Satisfaz a especificação militar MIL-L-2104-A. Óleo para uso em motores à gasolina e motores à gasolina e motores a diesel não turbinados (com aspiração normal no ar), operando em condições suaves ou moderadas, com combustível de baixo teor de enxofre (0,4%). Este tipo de óleo foi largamente usado nas décadas de 1940 e 1950. CB Óleo com aditivos, proporcionando a mesma proteção que os óleos de Classe CA, mas em maior grau, devido à utilização de um combustível de elevado teor de enxofre. Satisfaz a especificação MIL-L-2104-A, suplemento 1. Óleo para uso em motores diesel, operando em condições suaves ou moderadas, com combustível de elevado teor de enxofre (1%). CC- Os óleos da classe CC proporcionam proteção contra depósitos de altas temperaturas e formação de borra de baixa temperatura. Também possuem proteção contra ferrugem, desgaste e corrosão. Satisfaz a especificação MIL-L- 2104-B. Óleo para uso em motores à gasolina sob serviço severo e motores a diesel turbinados com baixa taxa de superalimentação, operando sob condições de moderadas a severas, com qualquer tipo de combustível. CD Óleo com aditivos, proporcionando a mesma proteção que os óleos classe CC, mais em maior grau. Indicado para motores a diesel turbinados com alta taxa de superalimentação, operando em condições severas e com qualquer tipo de combustível. Satisfaz a especificação MIL-L-2104-C e a especificação da Caterpillar, Série 3. CD-2 Motores diesel 2 tempos, trabalhando em serviço severo. Atende os requisitos dos motores Detroit, como por exemplo, os da série 149 dos caminhões fora de estrada Haulpak. CE Óleo com aditivos, superando a categoria CD em ensaios mais severos de desempenho. Satisfaz as exigências dos fabricantes americanos quanto ao consumo de óleo lubrificante, combustível, controle de depósitos, dispersância,

desgaste e corrosão. Homologada em abril de 1987. Indicado para motores a diesel turboalimentados em serviço severo. CF Categoria introduzida a partir de 1994, podendo ser usada em substituição a API CE. Para serviços em motores a diesel de injeção indireta e outros, incluindo os que usam diesel com alto teor de enxofre (acima de 0.5%). Apresenta efetivo controle dos depósitos nos pistões, corrosão em mancais e desgaste, sendo os motores superalimentados, turbinados ou de aspiração natural. Atende aos testes de motor: CRCL-38 e Caterpillar IMPC. CF-2- Para serviço em motores diesel de 2 tempos que requerem efetivo controle de desgaste e depósitos. Esta categoria demonstra superior performance em relação aos óleos da classificação CD-2, podendo substituí-la. Atende aos testes de motor: CRL L-38, Caterpillar IM- PC e Detroit Diesel 6 V92TA. CF-4- Esta classificação foi criada em 1990 para uso em motores diesel quatro tempos operando em altas velocidades. O CF-4 excede os requisitos do API CE no que tange a um maior controle de consumo de lubrificante e depósitos nos pistões: atende os requisitos da CRC L-38, MACK-T6, MACK-T7, CUMMINS NTC 400 e Caterpillar 1K. CG-4- Categoria introduzida em 1994, desenvolvida especialmente para uso em motores projetados para atender aos níveis de emissão do EPA ( Agência de Proteção Ambiental) podendo ser usada nos motores diesel de alta rotação em uso rodoviário, usando óleo diesel com teor com teor de enxofre inferior a 0,5%. Os óleos desta categoria destacam-se pela proteção aos motores contra depósitos em pistões operando em altas temperaturas, espuma, corrosão, desgaste, estabilidade a oxidação e acúmulo de fuligem. Atende aos testes de motor: CRC L-38, seqüência IIIE, GM 6.2L, MACK T-8 e Caterpillar 1K. Acompanhada da sigla CF-4 podem ser utilizadas em todos os veículos com percentual de enxofre no Diesel não superior a 0,5%. CH-4- Categoria disponível a partir de dezembro de 1998. A classificação API CH-4 foi desenvolvida para entender a rigorosos níveis de emissão de poluentes, em motores de alta rotação e esforço, que utilizam óleo diesel com até 0,5% de enxofre. Os óleos desta categoria proporcionam especial proteção contra desgaste nos cilindros e anéis de vedação, além de possuírem o adequado controle de volatilidade, oxidação, corrosão, espuma. A classificação CH-4 substitui as classificações anteriores para motores de quatro tempos a diesel. Com relação aos lubrificantes para transmissão, considerando a capacidade de carga como a principal característica dos lubrificantes para engrenagens, a API criou uma especificação GL (Gear Lubricants- Lubrificantes de Engrenagens) de acordo com os serviços a serem prestados: GL-1 - Serviço típico de engrenagens crônicas helicoidais e sem-fim, operando sob condições de baixa pressão e velocidade, tais que um óleo mineral puro pode ser usado satisfatoriamente. Os óleos podem possuir aditivos antiespumante, antioxidante, antiferrugem e abixadores do ponto de fluidez. Não são satisfatórios para a maioria das caixas de mudança de 3 ou 4 marchas dos automóveis, podendo satisfazer algumas transmissões de caminhões e tratores. Atualmente o GL-1 não é mais utilizado. GL-2 - Designa o serviço de engrenagens sem-fim, onde, devido às condições de velocidade, carga temperatura, os lubrificantes da especificação anterior não satisfazem. Contém, normalmente, aditivos antidesgastante ou um Extrema Pressão suave. Atualmente o GL-2 não é mais utilizado.

GL-3 -Serviço de engrenagens cônicas helicoidais sob condições de moderada severidade de velocidade e carga. Suportam condições mais severas que o GL-2 e contém aditivos antidesgastante ou um Extrema Pressão suave. GL-4 -Serviço de engrenagens e particularmente das engrenagens hipoidais operando com alta velocidade e alto torque. Não se aplica, geralmente, aos diferenciais antiderrapantes. Contém aditivos de Extrema Pressão. GL-5 -Idem à GL-4, resistindo ainda a carga de choque. GL-6 -Idem à GL-5, sendo especialmente recomendada para engrenagens hipoidais com grande distância entre os eixos e condições de alta performance. Atualmente o GL-6 não é mais utilizado. 6. Conclusão Em suma, óleos lubrificantes são substâncias utilizadas para reduzir o atrito, lubrificando e aumentando a vida útil das máquinas, neste caso os motores e caixas de cambio de veículos automotores, sendo que os óleos lubrificantes podem ser derivados de petróleo (óleos minerais) ou produzidos em laboratório (óleos sintéticos), podendo ainda ser constituído pela mistura dos dois tipos ditos anteriormente (óleos semisintéticos), sendo que as principais características dos óleos lubrificantes são a viscosidade, o índice de viscosidade e a densidade. Os principais tipos de aditivos são: antioxidantes, anti-corrosivos, anti-ferrugem, anti-espumantes, detergente-dispersante, melhoradores do Índice de Viscosidade, agentes de extrema pressão, entre outros. Para facilitar a escolha do lubrificante correto para veículos automotivos várias são as classificações, sendo as principais SAE e API.