SUMÁRIO. 1 Introdução Objetivos Material e métodos Resultados Aumento crônico do número de queimadas...

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Transcrição:

SUMÁRIO 1 Introdução...7 2 Objetivos...7 3 Material e métodos...8 4 Resultados...8 4.1 Aumento crônico do número de queimadas...8 4.2 Dimensão geográfica do problema...9 5 Conclusão...9 6 Referências Bibliográficas...11 7 Anexos...12 Anexo I - Mapas...12 Anexo II - Tabelas...14

1 Introdução O fogo é uma tecnologia do Neolítico, amplamente utilizada na agricultura brasileira. Dos pequenos agricultores até os grandes, das formas de agricultura mais primitivas até as mais modernas, sempre encontra-se o uso das queimadas nos sistemas de produção, no que pese todos os inconvenientes agronômicos, ecológicos e de saúde pública envolvidos. O Ministério da Agricultura e do Abastecimento (MAPA) engajou-se de forma proativa na redução das queimadas no Brasil. Há 10 anos, a Embrapa Monitoramento por Satélite (www.cnpm.embrapa.br) pesquisa e realiza o monitoramento orbital das queimadas em todo o território nacional, com base na aquisição de dados através do satélite NOAA/AVHRR. Os dados da detecção orbital das queimadas são objeto de análise diária no período do inverno austral, de junho a novembro. Os dados do monitoramento são disponibilizados sob a forma de mapas (por estado, região e nacionais) semanais, mensais e anuais na Internet. O monitoramento revela a existência de cerca de 300.000 queimadas por ano, em todo o país. Sua origem é essencialmente agrícola e, em geral, ocorrem em áreas já desmatadas. Elas apresentam padrões espaciais diferenciados e uma dinâmica temporal variável. Existem muitos tipos de queimadas, cujo impacto ambiental é diferenciado já que estão associadas a diversos sistemas de produção, em situação geográficas variadas. Finalmente, existe no âmbito da pesquisa agropecuária um universo de conhecimentos que pode permitir melhorar o emprego do fogo controlado ou manejado na agricultura, como indicar alternativas para substituir os sistemas de produção atuais por outros mais eficientes, menos agressivos ao ambiente e que dispensam o uso do fogo. Este documento resume os resultados da pesquisa realizada pela Embrapa visando atender a demanda do Ministério da Agricultura para identificação de áreas críticas no país quanto ao uso do fogo. 2 Objetivos No âmbito do Programa de Monitoramento, Prevenção e Controle das Queimadas na Agricultura do Ministério da Agricultura e do Abastecimento foi solicitado à Embrapa Monitoramento por Satélite um estudo visando caracterizar as áreas mais críticas em termos de ocorrência de queimadas no território nacional. A pesquisa deveria considerar a concentração espacial e temporal das queimadas, suas tendências evolutivas e ter como enfoque vários recortes espaciais (estados, municípios, ecossistemas, bacias e eixos do PPA).

3 Material e métodos Para execução do trabalho foi estruturado um Sistema de Informações Geográficas (SIG) onde foram analisados 10 anos de dados orbitais (1991-1999) de queimadas e montada de uma base de dados digital para apoiar a ação nacional do MAPA, contendo: divisão estadual e municipal; bacias hidrográficas; ecossistemas e áreas delimitadas pelos Eixos do PPA. Os padrões espaciais e temporais das queimadas entre 1997-1999 foram particularmente detalhados. No âmbito desta pesquisa, estudou-se prioritariamente as queimadas que ocorrem no período de junho a novembro (inverno austral). Considerou-se queimadas inequívocas e realmente preocupantes, que atingem uma certa magnitude e em geral, ainda estão ativas no início da noite, bem como a intensidade, constância temporal ou não, do evento em cada local. A unidade espacial básica foram quadrados de 10 km por 10 km. Todo o trabalho foi executado utilizando-se os equipamentos e aplicativos disponíveis no Laboratório de Geoprocessamento da Embrapa Monitoramento por Satélite. 4 Resultados O trabalho identificou os locais mais atingidos pelas queimadas no Brasil. Também pode qualificar os locais que sempre queimaram nestes três últimos anos e aqueles onde as queimadas aumentaram ou diminuíram. Todos resultados foram analisados em função dos recortes temporais (mês a mês e por período) e espaciais por regiões e estados, por bacias, ecossistemas e eixos do PPA, num total de 360 mapas. 4.1 Aumento crônico do número de queimadas O quadro do problema das queimadas é preocupante pois agrava-se constantemente. Os dados do monitoramento orbital indicam que, no conjunto, o número de queimadas segue com tendência de crescimento anual, tanto em termos espacial como em intensidade, mesmo se ocorrem declínios em alguns locais ou regiões. Alguns exemplos: Na Bacia Amazônica, o índice de incidência de queimadas por quadrículas de 100 km 2 passou de 4,5 queimadas em 1997 para 7,5 em 1999. No Complexo do Pantanal, principalmente em sua região norte, esse mesmo índice passou de 2 queimadas para 8 queimadas por 100 km 2 ; No Estado de S. Paulo, onde a crescente mecanização da colheita da cana de açúcar deveria levar a uma redução, observou-se um crescimento excepcional das queimadas nos últimos anos, associado a mudanças no uso das terras;

A região Centro-Oeste passou de 37% das queimadas do país em 1997 para 48% em 1999. 4.2 Dimensão geográfica do problema Os mapas elaborados indicam que trata-se de um fenômeno nacional, vinculado essencialmente à atividade agrícola, mas com importante variabilidade espacial e inter-anual. A Amazônia Legal, por exemplo, concentra mais de 85% das queimadas que ocorrem de forma constante no Brasil. Nas outras regiões, o padrão espacial também é descontínuo e mais difuso, com áreas de maior ou menor concentração. A dimensão geográfica do problema pode ser avaliada de forma sintética pelas análises realizadas por recortes espaciais, como segue: EIXOS DO PPA: Eles delimitam e correspondem a realidades diferenciadas em termos de queimadas e podem servir como uma interessante unidade de compreensão e gestão do vínculo das queimadas com as economias regionais a médio prazo. O eixo Araguaia - Tocantins (43% das queimadas) e o Oeste são de longe os mais críticos. Um maior detalhamento da incidência de queimadas nos últimos três anos, nas áreas abrangidas pelo Eixos do PPA pode ser observada na Tabela 1. ECOSSISTEMAS: Na área original da floresta amazônica ocorrem cerca de 35% das queimadas, seguida pelos Cerrados (cerca de 25%) e pela floresta estacional (28%). Um maior detalhamento da incidência de queimadas nos últimos três anos, nas áreas abrangidas pelo principais ecossistemas do país, pode ser observada na Tabela 2. REGIÕES, ESTADOS E MUNICÍPIOS: A região Centro-Oeste concentra mais de 40% das queimadas, seguida pela Norte (30%) e Sudeste/Nordeste com cerca de 10%. Os Estados que mais contribuíram nos últimos três anos são: Mato Grosso (38%), Pará (27%), Maranhão (10%) e Tocantins (7%), Tabelas 3, 4 e 5. 5 Conclusão O trabalho permitiu a identificação de quatro situações críticas e/ou prioritárias em termos de evolução das queimadas em todo o país: Áreas muito críticas Áreas críticas Casos Especiais Padrões Difusos

ÁREAS MUITO CRÍTICAS: Tratam-se de áreas absolutamente prioritárias para a busca do controle e redução das queimadas, situadas nos Estados do Mato Grosso (20 municípios), Pará (12 municípios), Maranhão (12 municípios) e Tocantins (23 municípios). Em cada estado, esses municípios contribuem para 50% das queimadas. Nos mapas 1, 2, 3 e 4 pode-se observar a localização espacial desses municípios, divididos em dois grupos: os que primeiro contribuem para 25% do total das queimadas e os restantes para completar 50%. Tratam-se de áreas prioritárias para a busca de alternativas tecnológicas ao uso do fogo e para a campanha de mídia. Os sistemas de produção praticados em cada caso serão avaliados num documento complementar pela equipe da Embrapa. Alguns exemplos de padrões de uso das terras nessas áreas, obtidos por imagens de satélite, são apresentados no Anexo 1. ÁREAS CRÍTICAS: Correspondem a locais onde o padrão espacial das queimadas é mais difuso mas onde o número de queimadas vem aumentando, e/ou acontece próximo a áreas de preservação e/ou ainda associado a novos desmatamentos. Foram identificadas áreas nos Estados de Rondônia, Piauí, Minas Gerais e na região Oeste da Bahia. Os processos agrícolas existentes nesses Estados são bastante diferentes e exigem também um tratamento diferenciado. CASOS ESPECIAIS: Foram identificadas várias situações especiais, mais localizadas, onde as queimadas apresentam, um aumento significativo nos últimos anos, em geral vinculado com mudanças no uso das terras. São casos como o do vale do Cariri no Ceará, o norte do Estado do Mato Grosso do Sul e, principalmente, o Estado de São Paulo que passou a contribuir com cerca de 4% das queimadas do país contra 2,5% em períodos anteriores vêm aumentando, assim como o norte do Estado. PADRÕES DIFUSOS: Esse padrão espacial de ocorrência de queimadas e generalizado em vários locais e sub - áreas dos Estados. Ele traduz queimadas realizadas em áreas de agricultura e pecuária extensivas ou casos onde periodicamente os agricultores queimam, em intervalos de 2 a 5 anos, bem como outros fatores de mobilidade. O tema de melhorar o uso do fogo, ou a queimada controlada ou manejada é fundamental nesses casos.

6 Referências Bibliográficas MIRANDA, E. E. de; ELVIDGE, C. D.; PANIAGO, C. F. A. Uso dos Sistemas NOAA e DMSP na detecção de queimadas. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 8., 1996, Salvador. Anais em CD-ROM... São José dos Campos: INPE/SELPER, 1996. 2 p. SILVA, E. D. da. Drought patterns in the Brazilian Amazon: application to fire risk mapping. Ciência e Cultura, v. 50, n. 4, p. 284-290, Jul./Ago. 1998. VARIAÇÃO mensal da incidência de queimadas (pontos de calor) - Brasil: período 1991-1997. In: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. Primeiro relatório nacional para a Convenção sobre Diversidade Biológica: Brasil. Brasília, 1998. p.52-63, 44 mapas policr. por classes de queimadas. MIRANDA, E. E. de; PANIAGO, C. F. A. Burning monitoring in Brazil. In: IGBP-DIS. Regional satélite fire data compilation. Toulouse, France, Dec. 1997. 4 p., maps. 1 CD-ROM. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento por Satélite. Monitoring the burnings. In: IGBP-DIS. Global fire product: The global distribution of active vegetation fire (Apr. 1992-Dec. 1993). Toulouse, France, Dec. 1997. maps. 1 CD-ROM. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento por Satélite. Principais focos e fontes de queimadas no Brasil, e suas causas. In: EMBRAPA. Assessoria de Comunicação Social. Alternativas para a prática de queimadas na agricultura: recomendações tecnológicas. Brasília, 2000. p. 9-17. MIRANDA, E. E. de; CAPUTI, E.; FERREIRA, A. S. Caracterização dos padrões espaciais e temporais das queimadas na Amazônia legal. Campinas: EMBRAPA- NMA, jun. 1998.7p. (Pesquisa em Andamento, 3). EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento por Satélite. Alternativas para a prática das queimadas na agricultura. Campinas, 2000. Acessível em: <http://www.cnpm.embrapa.br/projetos/qmd/qmd_2000>. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento por Satélite. Queimadas em Roraima. Campinas, 1999. Acessível em: <http://www.cnpm.embrapa.br/projetos/queimadas>.

7 Anexos Anexo I Mapas: Mapa 1: Estado do Mato Grosso.

Mapa 2: Estado do Pará.

Mapa 3: Estado do Maranhão.

Mapa 4: Estado do Tocantins.

Anexo II Tabelas: MONITORAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE DAS QUEIMADAS NA AGRICULTURA MONITORAMENTO ORBITAL DE QUEIMADAS Anos de 1997/1998/1999 EIXOS DE INTEGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO EIXOS DE INTEGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ÁREA DOS TOTAL DE QUEIMADAS QUANTIDADE DE QUADRÍCULAS COM EIXOS (KM 2 ) QUEIMADAS 1997 1998 1999 1997 1998 1999 Araguaia-Tocantins 1376493,08 24648 53660 35920 5181 7564 6962 Oeste 1118660,78 15079 26215 46771 3515 4390 5929 Madeira-Amazonas 2703607,32 6334 5507 7803 1472 1451 1767 Sudeste 696974,81 3055 3449 6730 1238 1273 2218 São Francisco 835835,09 2399 6123 4559 1055 2012 1651 Sudoeste 377735,61 1739 2334 4940 680 806 1474 Transnordestino 606335,80 1704 4604 3039 777 1565 1201 Sul 474402,51 148 351 2814 105 167 772 Arco Norte 357358,50 8 131 73 4 57 47 TOTAIS: 8547403,50 55114 102374 112649 14027 19285 22021 EIXOS DE INTEGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ÁREA DOS % EM RELAÇÃO AO TOTAL DE QUEIMADAS NÚMERO MÉDIO DE QUEIMADAS POR QUADRÍCULA EIXOS (KM 2 ) 1997 1998 1999 1997 1998 1999 Araguaia-Tocantins 1376493,08 44,72% 52,42% 31,89% 4,76 7,09 5,16 Oeste 1118660,78 27,36% 25,61% 41,52% 4,29 5,97 7,89 Madeira-Amazonas 2703607,32 11,49% 5,38% 6,93% 4,30 3,80 4,42 Sudeste 696974,81 5,54% 3,37% 5,97% 2,47 2,71 3,03 São Francisco 835835,09 4,35% 5,98% 4,05% 2,27 3,04 2,76 Sudoeste 377735,61 3,16% 2,28% 4,39% 2,56 2,90 3,35 Transnordestino 606335,80 3,09% 4,50% 2,70% 2,19 2,94 2,53 Sul 474402,51 0,27% 0,34% 2,50% 1,41 2,10 3,65 Arco Norte 357358,50 0,01% 0,13% 0,06% 2,00 2,30 1,55 TOTAIS: 8547403,50 100,00% 100,00% 100,00% 3,93 5,31 5,12 Tabela 1: Incidência de queimadas no período entre 1997 e 1999 - Eixos do PPA.

MONITORAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE DAS QUEIMADAS NA AGRICULTURA MONITORAMENTO ORBITAL DE QUEIMADAS Anos de 1997/1998/1999 SISTEMAS ECOLÓGICOS VEGETAÇÃO ÁREA DA VEGETAÇÃO QUANTIDADE DE QUADRÍCULAS COM TOTAL DE QUEIMADAS (KM 2 QUEIMADAS ) 1997 1998 1999 1997 1998 1999 Floresta Amazônica 109412,54 4512 4954 5252 24939 37481 35234 Floresta Estacional 112038,05 4046 6809 6352 15404 30968 34960 Cerrado 5679,00 3982 5163 7155 11495 27667 27882 Complexo do Pantanal 161021,91 698 1394 982 1489 3587 8086 Caatinga 696725,82 260 449 1111 769 1523 2730 Mata dos Pinheiros 182240,25 360 284 599 725 636 1921 Mata Atlântica 15335,33 71 114 388 141 337 1027 Vegetação Costeira 59402,06 89 97 113 138 153 699 Campos 26583,32 4 10 39 6 11 72 Campos Campanha Gaúcha 62142,94 1 8 15 4 8 22 Campinarana 266129,73 4 3 15 4 3 16 TOTAIS: 1.696.710,95 14027 19285 22021 55114 102374 112649 VEGETAÇÃO ÁREA DA VEGETAÇÃO % EM RELAÇÃO AO TOTAL DE QUEIMADAS NÚMERO MÉDIO DE QUEIMADAS POR QUADRÍCULA (KM 2 ) 1997 1998 1999 1997 1998 1999 Floresta Amazônica 109412,54 45,25% 36,61% 31,28% 5,53 7,57 6,71 Floresta Estacional 112038,05 27,95% 30,25% 31,03% 3,81 4,55 5,50 Cerrado 5679,00 20,86% 27,03% 24,75% 2,89 5,36 3,90 Complexo do Pantanal 161021,91 2,70% 3,50% 7,18% 2,13 2,57 8,23 Caatinga 696725,82 1,40% 1,49% 2,42% 2,96 3,39 2,46 Mata dos Pinheiros 182240,25 1,32% 0,62% 1,71% 2,01 2,24 3,21 Mata Atlântica 15335,33 0,26% 0,33% 0,91% 1,99 2,96 2,65 Vegetação Costeira 59402,06 0,25% 0,15% 0,62% 1,55 1,58 6,19 Campos 26583,32 0,01% 0,01% 0,06% 1,50 1,10 1,85 Campos Campanha Gaúcha 62142,94 0,01% 0,01% 0,02% 4,00 1,00 1,47 Campinarana 266129,73 0,01% 0,00% 0,01% 1,00 1,00 1,07 TOTAIS: 1.696.710,95 100,00% 100,00% 100,00% 3,93 5,31 5,12 Tabela 2: Incidência de queimadas no período entre 1997 e 1999 Ecossistemas.

MONITORAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE DAS QUEIMADAS NA AGRICULTURA MONITORAMENTO ORBITAL DE QUEIMADAS Anos de 1997/1998/1999 DIVISÃO REGIONAL QUANTIDADE DE REGIÕES ÁREA DAS QUADRÍCULAS COM TOTAL DE QUEIMADAS REGIÕES (KM 2 ) QUEIMADAS 1997 1998 1999 1997 1998 1999 Norte 3791871,23 4285 5300 5577 20466 34684 31527 Centro-Oeste 1571860,09 4815 6665 8150 19907 41991 54039 Nordeste 1556470,21 2711 4624 3687 9431 18408 12771 Sudeste 1059597,94 2008 2406 3506 4945 6661 10545 Sul 567604,02 208 290 1101 365 630 3767 TOTAIS: 8547403,49 14027 19285 22021 55114 102374 112649 REGIÕES ÁREA DAS % EM RELAÇÃO AO TOTAL DE QUEIMADAS NÚMERO MÉDIO DE QUEIMADAS POR QUADRÍCULA REGIÕES (KM 2 ) 1997 1998 1999 1997 1998 1999 Norte 3791871,23 37,13% 33,88% 27,99% 4,78 6,54 5,65 Centro-Oeste 1571860,09 36,12% 41,02% 47,97% 4,13 6,30 6,63 Nordeste 1556470,21 17,11% 17,98% 11,34% 3,48 3,98 3,46 Sudeste 1059597,94 8,97% 6,51% 9,36% 2,46 2,77 3,01 Sul 567604,02 0,66% 0,62% 3,34% 1,75 2,17 3,42 TOTAIS: 8547403,49 100,00% 100,00% 100,00% 3,93 5,31 5,12 Tabela 3: Concentração de queimadas no período entre 1997 e 1999 Regiões.

MONITORAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE DAS QUEIMADAS NA AGRICULTURA MONITORAMENTO ORBITAL DE QUEIMADAS Anos de 1997/1998/1999 DIVISÃO ESTADUAL QUANTIDADE DE ESTADOS ÁREA DOS TOTAL DE QUEIMADAS QUADRÍCULAS COM ESTADOS (KM 2 ) QUEIMADAS 1997 1998 1999 1997 1998 1999 Mato Grosso 879223,28 16405 33373 39542 3437 4267 4929 Pará 1255533,71 14982 18310 19033 2517 2255 2684 Maranhão 355898,69 6217 9878 6807 1308 1830 1503 Tocantins 269404,65 3478 10780 6605 1020 1774 1580 Minas Gerais 570485,91 2320 3348 5540 1076 1446 2177 São Paulo 253089,98 2238 3066 4439 736 847 1115 Goiás 339727,72 1929 6677 4523 824 1684 1525 Rondônia 231257,62 1586 4741 4874 572 929 943 Mato Grosso do Sul 347264,09 1553 1837 9926 543 680 1676 Bahia 562313,89 1408 4012 2724 606 1205 934 Piauí 245212,23 1207 3467 2451 473 1077 855 Amazonas 1529825,43 368 470 821 152 195 262 Paraná 196488,81 316 405 2805 170 204 808 Ceará 141896,62 242 615 557 131 269 270 Pernambuco 96106,67 241 269 158 128 125 74 Rio de Janeiro 174970,79 198 90 430 100 46 152 Espírito Santo 61051,26 189 157 136 96 67 62 Paraíba 54893,83 45 95 31 22 63 16 Acre 148491,32 44 252 121 20 90 61 Alagoas 27083,42 39 21 9 27 14 5 Rio Grande do Sul 261269,86 25 193 711 21 67 151 Santa Catarina 109845,35 24 32 251 17 19 142 Distrito Federal 5645,00 20 104 48 11 34 20 Sergipe 21379,57 20 5 0 10 4 0 Rio Grande do Norte 51685,29 12 46 34 6 37 30 Amapá 139090,07 4 127 50 3 53 31 Roraima 218268,43 4 4 23 1 4 16 TOTAIS 8547403,49 55114 102374 112649 14027 19285 22021

MONITORAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE DAS QUEIMADAS NA AGRICULTURA MONITORAMENTO ORBITAL DE QUEIMADAS Anos de 1997/1998/1999 DIVISÃO ESTADUAL ESTADOS ÁREA DOS % EM RELAÇÃO AO TOTAL DE QUEIMADAS NÚMERO MÉDIO DE QUEIMADAS POR QUADRÍCULA ESTADOS (KM 2 ) 1997 1998 1999 1997 1998 1999 Mato Grosso 879223,28 29,77% 32,60% 35,10% 4,77 7,82 8,02 Pará 1255533,71 27,18% 17,89% 16,90% 5,95 8,12 7,09 Maranhão 355898,69 11,28% 9,65% 6,04% 4,75 5,40 4,53 Tocantins 269404,65 6,31% 10,53% 5,86% 3,41 6,08 4,18 Minas Gerais 570485,91 4,21% 3,27% 4,92% 2,16 2,32 2,54 São Paulo 253089,98 4,06% 2,99% 3,94% 3,04 3,62 3,98 Goiás 339727,72 3,50% 6,52% 4,02% 2,34 3,96 2,97 Rondônia 231257,62 2,88% 4,63% 4,33% 2,77 5,10 5,17 Mato Grosso do Sul 347264,09 2,82% 1,79% 8,81% 2,86 2,70 5,92 Bahia 562313,89 2,55% 3,92% 2,42% 2,32 3,33 2,92 Piauí 245212,23 2,19% 3,39% 2,18% 2,55 3,22 2,87 Amazonas 1529825,43 0,67% 0,46% 0,73% 2,42 2,41 3,13 Paraná 196488,81 0,57% 0,40% 2,49% 1,86 1,99 3,47 Ceará 141896,62 0,44% 0,60% 0,49% 1,85 2,29 2,06 Pernambuco 96106,67 0,44% 0,26% 0,14% 1,88 2,15 2,14 Rio de Janeiro 174970,79 0,36% 0,09% 0,38% 1,98 1,96 2,83 Espírito Santo 61051,26 0,34% 0,15% 0,12% 1,97 2,34 2,19 Paraíba 54893,83 0,08% 0,09% 0,03% 2,05 1,51 1,94 Acre 148491,32 0,08% 0,25% 0,11% 2,20 2,80 1,98 Alagoas 27083,42 0,07% 0,02% 0,01% 1,44 1,50 1,80 Rio Grande do Sul 261269,86 0,05% 0,19% 0,63% 1,19 2,88 4,71 Santa Catarina 109845,35 0,04% 0,03% 0,22% 1,41 1,68 1,77 Distrito Federal 5645,00 0,04% 0,10% 0,04% 1,82 3,06 2,40 Sergipe 21379,57 0,04% 0,00% 0,00% 2,00 1,25 0,00 Rio Grande do Norte 51685,29 0,02% 0,04% 0,03% 2,00 1,24 1,13 Amapá 139090,07 0,01% 0,12% 0,04% 1,33 2,40 1,61 Roraima 218268,43 0,01% 0,00% 0,02% 4,00 1,00 1,44 TOTAIS 8547403,49 100,00% 100,00% 100,00% 3,93 5,31 5,12 Tabela 4: Concentração de queimadas no período entre 1997 e 1999 Estados.

Tabela 5: Concentração de queimadas no período entre 1997 e 1999 - Municípios muito críticos.