EM Interministerial nº 113/2006 - MF/MEC Brasília, 11 de outubro de 2006. Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Temos a honra de submeter à apreciação de Vossa Excelência o presente Projeto de Lei que efetua alterações na legislação tributária federal estabelecendo incentivos fiscais para empresas que investirem em projetos de pesquisa científica e tecnológica e de inovação tecnológica quando executados por Instituição Científica e Tecnológica - ICT, a que se refere o inciso V do art. 2º da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004. 2. O Projeto, alterando dispositivos da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2006, para nela incluir novos 11 ao art. 17 e art. 19-A, estabelece que as pessoas jurídicas poderão excluir do lucro líquido para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL no mínimo a metade e no máximo duas vezes e meia o valor dos dispêndios efetivados em projetos de pesquisa científica e tecnológica e de inovação tecnológica, quando executados por ICT. 3. O Projeto de Lei prevê que a participação da pessoa jurídica na titularidade dos direitos sobre a criação e a propriedade industrial e intelectual gerada por um projeto corresponderá à razão entre a diferença do valor despendido pela pessoa jurídica e o valor do efetivo benefício fiscal utilizado, de um lado, e o valor total do projeto, de outro, cabendo a ICT a parte remanescente, distribuindo o resultado da pesquisa proporcionalmente ao benefício fiscal usufruído pela empresa. 4. Este Projeto de Lei está em consonância com a Lei de Responsabilidade Fiscal, pois estabelece alternativa de investimento àquele previsto na Lei nº 11.196, de 2006. Desta forma, a opção por este modelo de incentivo à pesquisa e desenvolvimento tecnológico não gerará renúncia fiscal adicional àquela prevista na referida Lei. 5. Esses são os motivos, Senhor Presidente, pelos quais tenho a honra de submeter à elevada consideração de Vossa Excelência o anexo Projeto de Lei. Respeitosamente, Assinado eletronicamente por: Guido Mantega, Fernando Haddad
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências: Necessidade de incentivar projetos de pesquisa científica e tecnológica e de inovação tecnológica quando executados por Instituição Científica e Tecnológica - ICT, a que se refere o inciso V do art. 2º da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004. 2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na medida proposta: Mediante inserção de dispositivos na Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2006, caracterizados como novos 11 ao art. 17 e art. 19-A, estabelece que as pessoas jurídicas poderão excluir do lucro líquido para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL de, no mínimo, a metade e, no máximo, duas vezes e meia o valor dos dispêndios efetivados em projetos de realizados em pesquisa científica e tecnológica e de inovação tecnológica quando executados por ICT. 3. Alternativas existentes às medidas propostas: 4. Custos: 5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente se o ato proposto for medida provisória ou projeto de lei que deva tramitar em regime de urgência): 6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medida proposta possa vir a tê-lo): 7. Alterações Propostas: (a ser preenchido somente no caso de alteração de Medidas Provisórias) Texto Atual Não se aplica. Texto Proposto Não se aplica. 8. Síntese do parecer do órgão jurídico: Em anexo.
PROJETO DE LEI Nº, DE DE DE 2006 Altera a Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º A Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, passa a vigorar acrescida do 11 ao art. 17 e do art. 19-A: "Art. 17....... 11. As disposições dos 8º, 9º e 10 aplicam-se também às quotas de amortização de que trata o inciso IV do caput."(nr) "Art. 19-A. A pessoa jurídica poderá excluir do lucro líquido, para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, os dispêndios efetivados em projeto de pesquisa científica e tecnológica e de inovação tecnológica a ser executado por Instituição Científica e Tecnológica - ICT, a que se refere o inciso V do art. 2º da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004. 1º A exclusão de que trata o caput: I - corresponderá, à opção da pessoa jurídica, a no mínimo a metade e no máximo duas vezes e meia o valor dos dispêndios efetuados, observado o disposto nos 6º, 7º e 8º; despendidos; II - deverá ser realizada no período de apuração em que os recursos forem efetivamente III - fica limitada ao valor do lucro real e da base de cálculo da CSLL antes da própria exclusão, vedado o aproveitamento de eventual excesso em período de apuração posterior. 2º O disposto no caput somente se aplica às pessoas jurídicas sujeitas ao regime de tributação com base no lucro real. 3º Deverão ser adicionados na apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL os dispêndios de que trata o caput, registrados como despesa ou custo operacional. 4º As adições de que trata o 3º serão proporcionais ao valor das exclusões referidas no 1º, quando estas forem inferiores a cem por cento.
5º Os valores dos dispêndios serão creditados em conta corrente bancária mantida em instituição financeira oficial federal, aberta diretamente em nome da ICT, vinculada à execução do projeto e movimentada para esse único fim. 6º A participação da pessoa jurídica na titularidade dos direitos sobre a criação e a propriedade industrial e intelectual gerada por um projeto corresponderá à razão entre a diferença do valor despendido pela pessoa jurídica e do valor do efetivo benefício fiscal utilizado, de um lado, e o valor total do projeto, de outro, cabendo a ICT a parte remanescente. 7º A transferência de tecnologia, o licenciamento para outorga de direitos de uso e a exploração ou a prestação de serviços podem ser objeto de contrato entre a pessoa jurídica e a ICT, na forma da legislação, observados os direitos de cada parte nos termos dos 6º e 8º. 8º Somente poderão receber recursos na forma do caput projetos apresentados pela ICT previamente aprovados por comitê permanente de acompanhamento de ações de pesquisa científica e tecnológica e de inovação tecnológica, constituído por representantes do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e do Ministério da Educação, na forma do regulamento. 9º O recurso recebido na forma do caput constitui receita própria da ICT beneficiária para todos os efeitos legais, conforme disposto no art. 18 da Lei nº 10.973, de 2004. 10. Aplica-se ao disposto neste artigo, no que couber, a Lei nº 10.973, de 2004, especialmente os arts. 6º a 18. 11. O incentivo fiscal de que trata este artigo não pode ser cumulado com o regime de incentivos fiscais à pesquisa tecnológica e à inovação tecnológica, previsto nos arts. 17 e 19 desta Lei, e com da dedução a que se refere o inciso II do 2º do art. 13 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, relativamente a projetos desenvolvidos pela ICT com recursos despendidos na forma do caput. 12. O Poder Executivo regulamentará este artigo." (NR) Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, de de 2006; 185º da Independência e 118º da República. Referendado eletronicamente por: Guido Mantega, Fernando Haddad
P A R E C E R PGFN/PGA Nº 1997/2006 Minuta de Projeto de Lei que altera a legislação federal para dispor sobre incentivos fiscais relacionados a investimentos em pesquisa científica e tecnológica. Trata-se de minuta de projeto de lei, elaborado pela Secretaria da Receita Federal, que, conforme descrito no MEMO/SRF/GAB/Nº 2780, de 10.10.06, "efetua alterações na legislação tributária federal estabelecendo incentivos fiscais para empresas que investirem em projetos de pesquisa científica e tecnológica quando executados por Instituição Científica e Tecnológica - ICT, a que se refere o inciso V do art. 1º da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004". Estes incentivos fiscais estão fundamentalmente caracterizados por exclusões, daqueles valores (dispêndios) antes referidos, do lucro líquido da pessoa jurídica investidora para fins de apuração do lucro real (base de cálculo do imposto de renda das pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real) e da base de cálculo do contribuição social sobre o lucro líquido, dos dispêndios. 2. Preliminarmente cabe registrar que a documentação sobre a matéria, proveniente da SRF, chegou à PGFN ontem, 10.10.06, às 16:15h, com indicação de necessário encaminhamento ao Gabinete do Ministro de Estado da Fazenda até hoje, 11.10.06, às 11:00h. Adicione-se a isto o fato de que no dia de ontem, durante a tarde e até às 19:30h, toda a equipe de consultoria da Coordenação-Geral de Assuntos Tributários desta PGFN estava, juntamente com o subscritor deste Parecer, em reunião com a própria SRF sobre tema diverso. Assim, é neste cenário de premência que se emite este Parecer, resultado de análise do texto - como compete à PGFN - mas também da impossibilidade de maior aprofundamento sobre a matéria. 3. Feitas estas considerações observamos, preliminarmente, que o texto encaminhado pela SRF merece três reparos formais: a) o fato de que as ICTs estão referidas no inciso V do art. 2º, não do art. 1º, da Lei nº 10.973/04: assim, este ajuste está sendo lançado tanto na minuta de EM (primeiro parágrafo do texto principal e item 1 do respectivo Anexo) quanto na própria minuta do PL (caput do agora inserido art. 19-A à Lei nº 11.196/05, na forma do art. 1º do PL); b) o fato de que a Lei nº 11.196 seja de 2005, e não de 2006: este ajuste afeta o item 3 da minuta de EM; e c) a omissão, tanto nos itens 2 e 3 da minuta de EM quanto no item 2 do respectivo Anexo, de indicação quanto ao fato de que a alteração ora perpetrada estar sendo levado a efeito precisa e diretamente por alteração da Lei nº 11.196/05. 4. Sob o ponto de vista jurídico não identificamos óbice de constitucionalidade na iniciativa, que, a propósito, contribui para a realização da norma inserta no art. 218, 4º, da Constituição. 5. Outrossim, e conforme explicitado no item 4 da minuta de EM, não há renúncia fiscal inovadora decorrente desta iniciativa legislativa, porque a exclusão de dispêndio para fins tributários aqui contemplada se estabelece como simples alternativa à renúncia já contemplada nos arts. 17 a 19 da Leinº 11.196/05 e, portanto, já se encontra assimilada na legislação orçamentária.
6. Por estas razões, e com os ajustes formais ao texto referidos no item 3 supra e já contemplados na versão em anexo, somos de opinião que inexiste óbice jurídico à subscrição do projeto de lei. À consideração do Senhor Procurador-Geral da Fazenda Nacional. PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL, em 11 de outubro de 2006. RODRIGO PEREIRA DE MELLO Procurador-Geral Adjunto da Fazenda Nacional Aprovo. Encaminhe-se ao Gabinete do Ministro de Estado da Fazenda. PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL, em 11 de outubro de 2006. LUÍS INÁCIO LUCENA ADAMS Procurador-Geral da Fazenda Nacional Assinado eletronicamente por: Luis Inacio Lucena Adams
PARECER Nº 727/2006-CGEPD/CONJUR Interessado: Gabinete do Ministro Assunto: Projeto de Lei alterando a Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005. Senhora Consultora Jurídica, 21 de novembro de 2005. Trata o expediente do Projeto de Lei que Altera a Lei nº 11.196, de Quanto à forma, a proposta atende as orientações do Decreto nº 4.176/2002, que trata das diretrizes para a elaboração, a redação, a alteração, a consolidação de projetos de atos normativos de competência dos órgãos do Poder Executivo Federal, notadamente ao que dispõe o seu art. 24, parágrafo único, II. Quanto ao mérito, examinados os artigos da proposta não vislumbramos nenhum aspecto que pudesse obstar a sua tramitação, estando contemplados os requisitos de adequação do instrumento, constitucionalidade, legalidade e regularidade formal, conforme limites indicados no inciso III, do art. 37, do Decreto nº 4.176, de 2002, até porque a proposição está em harmonia com a Lei nº 10.973, de 2004, que tem base nos arts. 218 e 219 da Constituição Federal. Assim, quanto aos aspectos acima enfocados, entendemos que a proposição está em condições de ser remetida às fases ulteriores. De acordo. Data supra. Maria Paula Dallari Bucci Consultora Jurídica Ministério da Educação Brasília, 10 de outubro de 2006. Esmeraldo Malheiros Coodenador-Geral Assinado eletronicamente por: Maria Paula Dallari Bucci