RENDIMENTO DA SOJA SUBMETIDA A ADIÇÃO DE FUNGICIDA MULTISSÍTIO EM DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS. Resumo

Documentos relacionados
INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE SEMEADURA NO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DA CULTURA DO MILHO. Resumo

Ensaio cooperativo para avaliação da eficiência de fungicidas protetores no controle de doenças na cultura da soja

Avaliação dos Fungicidas no Controle da Ferrugem Asiática da Soja, Safra 2012/2013

Manejo da Ferrugem Asiática da Soja Por Número de Aplicação De Fungicidas, Safra 2012/2013

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

INTERAÇÃO ENTRE NICOSULFURON E ATRAZINE NO CONTROLE DE SOJA TIGUERA EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

05 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRINCIPAIS

CONTROLE QUÍMICO DE FERRUGEM ASIÁTICA NA CULTURA DA SOJA (Glycine max) SAFRA 16/17

RESPOSTA DO MILHO SAFRINHA A DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE POTÁSSIO

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE SOJA COM APLICAÇÕES DE DIFERENTES COMBINAÇÕES DE FUNGICIDAS

Custo do Controle Químico da Ferrugem Asiática da Soja em Dourados, MS, para a Safra 2009/10

Comparação da eficiência de controle da ferrugem-asiática da soja (Phakopsora pachyrhizi) com fungicidas indicados para a doença, em goiás

AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PROTETORES PARA O CONTROLE DE DOENÇAS NO MILHO SAFRINHA

ATUALIZAÇÃO SOBRE O CONTROLE DA FERRUGEM DA SOJA. Por que os fungicidas falham? Mateus Zanatta Agrosservice Assessoria e Consultoria Agrícola.

DESAFIOS E PERSPECTIVAS NO MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Dra. Monica C. Martins Eng. Agr. Hannan A. N. Ghazzaoui

Avaliação de aspectos produtivos de diferentes cultivares de soja para região de Machado-MG RESUMO

Palavras-Chave: Adubação mineral. Adubação orgânica. Cama de Peru. Glycine max.

Doenças Fúngicas na Cultura da Soja:

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

EFEITO DO GLYPHOSATE NA PRODUTIVIDADE DO MILHO RR2 CULTIVADO NA SAFRINHA

Controle da Mancha-em-Rede (Drechslera teres) em Cevada, Cultivar Embrapa 129, com os Novos Fungicidas Taspa e Artea, no Ano de 1998

Este trabalho tem como objetivo avaliar a eficiência fungicidas no

Marque a opção do tipo de trabalho que está inscrevendo: ( X ) Resumo ( ) Relato de Caso EFEITO DO USO DE ADJUVANTES NA CULTURA DA SOJA

EFICÁCIA E PRATICABILIDADE AGRONÔMICA DO PRODUTO CELEIRO (TIOFANATO METÍLICO + FLUTRIAFOL), NO CONTROLE DA FERRUGEM DO CAFEEIRO,

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA ESTAÇÃO DE PESQUISA AGRODINÂMICA DECIOLÂNDIA - MT 24/02/2017

Monitoramento da Resistência de Ramularia areola a Fungicidas. Fabiano J. Perina Jackson A. Tavares Júlio C. Bogiani Nelson D.

Custo do Controle Químico da Ferrugem-Asiática-da- Soja para a Safra 2010/11

BOLETIM TÉCNICO nº 13/2017

AVALIAÇÃO DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DE MANCHA BRANCA NO MILHO SAFRINHA

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

Custo do Controle Químico da Ferrugem Asiática da Soja na Safra 2005/06

06 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE FUNGICIDA COM

ADIÇÃO DE FUNGICIDAS PROTETORES E TRIAZOIS NO CONTROLE DE FERRUGEM POLISSORA E SEUS EFEITOS NA PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA

Feksa, H. 1, Antoniazzi, N. 1, Domit, R. P. 2, Duhatschek, B. 3. Guarapuava PR. Palavras-chave: aviação agrícola, fungicida, rendimento, FAPA OBJETIVO

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

BOLETIM TÉCNICO nº 12/2017

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VIABILIDADE TÉCNICA DO PROGRAMA FOLIAR KIMBERLIT EM SOJA

CULTIVARES DE SOJA NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

PRODUTIVIDADES DE MILHO EM SUCESSIVOS ANOS E DIFERENTES SISTEMAS DE PREPARO DE SOLO (1).

Resultados de Pesquisa dos Ensaios de Melhoramento de Soja Safra 2008/09

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA BRUSONE DO TRIGO, NA SAFRA 2011.

Indutores de Resistência e Fungicidas na Cultura do Milho na Região dos Chapadões

13 AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE NUTRIÇÃO VIA

O Futuro do Controle de Ferrugem

Custo do Controle Químico da Ferrugem Asiática da Soja na Safra 2007/08

Palavras-chave: Zea mays L., densidade populacional, nitrogênio, produção.

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 965

SUMARIZAÇÃO DE ENSAIOS COOPERATIVOS DE MANCHA-ALVO SAFRA Carlos M. Utiamada TAGRO

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

ATIVIDADES DE INSTALAÇÃO DO GLOBAL MAIZE PROJECT

NUTRIÇÃO DA SOJA E SUA INFLUÊNCIA NA INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA PARA INFECÇÃO E SEVERIDADE DOS SINTOMAS DA FERRUGEM ASIÁTICA

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

fontes e doses de nitrogênio em cobertura na qualidade fisiológica de sementes de trigo

ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS E DENSIDADES DE SEMEADURA DE MILHO EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA

Uso da cama de Peru na substituição parcial ou total da adubação química na cultura da soja¹

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA (PHAKOPSORA PACHYRHIZI), SAFRA 2015/16, EM JATAÍ GO.

ÍNDICE DE ESPIGAS DE DOIS HÍBRIDOS DE MILHO EM QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS E TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA NA SAFRINHA

ENSAIO EM REDE - AVALIAÇÃO DE FUNGICIDAS PROTETORES EM APLICAÇÕES ISOLADAS NO CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA

EFEITO DO GLYPHOSATE NA ALTURA DO MILHO RR2 CULTIVADO NA SAFRINHA

Rendimento e caraterísticas agronômicas de soja em sistemas de produção com integração lavoura-pecuária e diferentes manejos de solo

AVALIAÇÃO E MANEJO DE DOENÇAS EM Brachiaria brizantha cv. BRS PIATÃ. Área Temática da Extensão: Tecnologia.

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA EM AMBIENTES E POPULAÇÕES DE BRAQUIÁRIAS

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

RELATÓRIO PARCIAL PARA AUXÍLIO DE PESQUISA. Interessado: Tânia Maria Müller, Dolvan Biegelmeier

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS VISANDO CONTROLE DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

RESPOSTA DE MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis À ADUBAÇÃO, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

Picinini, E.C. 1; Fernandes, J.M.C. 1

Análise crítica da dependência dos fungicidas para o manejo de doenças em soja. Carlos Forcelini

CALAGEM, GESSAGEM E MANEJO DA ADUBAÇÃO EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

DENSIDADE DE SEMEADURA E POPULAÇÃO INICIAL DE PLANTAS PARA CULTIVARES DE TRIGO EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DA MANCHA DE RAMULARIA (Ramularia areola) NA REGIÃO DE CAMPO VERDE MT *

17 EFEITO DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES NA

Avaliação da Severidade da Ferrugem Asiática em Diferentes Arranjos da População de Plantas de Soja

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA COM POPULAÇÕES DE PLANTAS DE FORRAGEIRAS PERENES

Dinâmica e manejo de doenças. Carlos A. Forcelini

08 POTENCIAL PRODUTIVO DE CULTIVARES DE SOJA

CONTROLE QUÍMICO DA MANCHA DE RAMULÁRIA (Ramularia areola) NO ALGODOEIRO EM CAMPO VERDE- MT

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

MOMENTO DA PULVERIZAÇÃO DE FUNGICIDA NO CONTROLE DE Cercospora zeaemaydis E Phaeosphaeria maydis DO MILHO SAFRINHA

DESEMPENHO DE MILHO SAFRINHA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA E POPULAÇÕES DE PLANTAS, EM DOURADOS, MS

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO MAIS FÓSFORO APLICADOS NO PLANTIO

ANÁLISE DE PRODUTIVIDADE EM HÍBRIDOS COMERCIAIS E EXPERIMENTAIS DE MILHO NOS MUNICÍPIOS DE MUZAMBINHO/MG, NOVA PONTE/MG E RIO VERDE/GO

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA- PESCA E AQUICULTURA FUNDAÇÃO AGRISUS RELATÓRIO PARCIAL-01/10/2016

Orientações sobre o controle químico de doenças fúngicas para o milho

Transcrição:

RENDIMENTO DA SOJA SUBMETIDA A ADIÇÃO DE FUNGICIDA MULTISSÍTIO EM DIFERENTES ESTÁDIOS FENOLÓGICOS Raul Gledson Drehmer Cristiano Reschke Lajús Alceu Cericato Resumo O presente trabalho teve como objetivo verificar o rendimento da soja submetida a adição de fungicida Multissítio em diferentes estádios fenológicos. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos completos casualizados (DBC) em esquema fatorial (2X3), sendo que no fator A, foram alocados os principios ativos (A1: Azoxistrobina + Benzovindiflupir A2: Trifoxistrobina + Proticonazol e A3: Azoxistrobina + Ciproconazol) e no fator B, foram alocado fungicida Multissítio (B1 Adição de Mancozebe e B2 sem Mancozebe), com quatro repetições. Os tratamentos foram: T1: primeira aplicação no estádio V8 com fungicida Elatus; T2: primeira aplicação no estádio V8 com adição do fungicida multissítio; T3: segunda aplicação em R2 com fungicida Fox; T4: segunda aplicação em R2 com adição do fungicida multissítio; T5: terceira aplicação em R5 com fungicida Priori Xtra; T6: terceira aplicação com adição do fungicida multissítio. Os dados coletados foram submetidos à análise Análise de Variância pelo teste F e as diferenças entre as médias foram comparadas pelo teste de Tukey. Conclui-se que a adição de fungicida multissítio junto as aplicações de fungicidas normais apresenta diferença significativa no rendimento final da cultura da soja. Palavras-chave: Soja. Fungicida. Rendimento.

1 INTRODUÇÃO De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 2018) as estimativas apontam que a safra mundial de soja no ciclo 2018/2019 deve alcançar 354,54 milhões de toneladas, incremento de 5% na comparação com o resultado da temporada anterior 336,70 milhões de toneladas. Para a área plantada de soja no Brasil a estimativa é um aumento de 2%, devendo chegar a 35,8 milhões de hectares na safra 2018/19. O incremento da área tem como alavancas a projeção de melhores preços para a oleaginosa, bem como a expectativa de maior demanda chinesa e alta no consumo doméstico. De acordo com o órgão, a produção deve alcançar 115 milhões de toneladas. A cultura da soja é de suma importância para a agricultura mundial e brasileira, devido às diversas aplicações que o grão possui, seja na alimentação humana, de animais ou então para a produção de outros derivados, além de ter um importante papel sócio econômico no agronegócio (HIRAKURI, 2013). Entretanto, esta oleaginosa é afetada por diversas doenças que limitam o rendimento. Dentre elas á que mais se destaca é a ferrugem da soja. Para Balardin et al., (2017) A soja é a mais importante commoditie de grãos cultivada no Brasil. As condições de clima em um país tropical como o nosso favorecem a ocorrência de doenças fitopatogênicas. Uma delas é a ferrugem da soja, fonte de grande preocupação em razão dos prejuízos decorrentes. Em condições favoráveis, é uma doença agressiva, causando rápido amarelecimento e queda prematura das folhas, reduzindo o rendimento de grãos. As perdas na produtividade vêm se tornando cada vez mais frequentes e evidentes nas diferentes regiões produtoras do país. Esta doença pode causar desfolha precoce diminuindo o número de grão por planta e o peso de grãos, tendo como consequência uma diminuição do rendimento final da soja. Segundo SEDIYAMA (2009), a ferrugem e uma doença foliar de muita importância, que pode reduzir

drasticamente a produção de grãos da soja, e por ser uma doença de fácil disseminação com o vento pode ser encontrada em praticamente todas as regiões produtoras do Brasil. Diante disso, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da adição de fungicida multissítio, sobre o rendimento final da cultura da soja. 2 DESENVOLVIMENTO O experimento foi realizado na safra 2017/18, na área experimental da Cooperativa Regional Auriverde, Localizado no município de Cunha Porã - SC, com longitude e latitude (26º54 07.11 S - 53º09 36.44 O) e altitude 534 metros. Foi desenvolvido em solo de textura argilosa, classificado como Latossolo Vermelho eutroférrico (EMBRAPA, 2013). O preparo da área ocorreu utilizando-se herbicida dessecante Glyfosate na dose de 2 litros/ha. A cultivar de soja utilizada foi a MONSOY (5838) IPRO. Para acompanhar os estádios fenológicos das plantas, obedeceu-se a escala fenológica da soja. Utilizou-se o delineamento experimental de blocos casualizados (DBC) em esquema fatorial (3X2), sendo que no fator A, foram alocados os principios ativos (A1: Azoxistrobina + Benzovindiflupir A2: Trifoxistrobina + Proticonazol e A3: Azoxistrobina + Ciproconazol) e no fator B, foram alocado fungicida Multissítio (B1 Adição de Mancozebe e B2 sem Mancozebe), com quatro repetições. O experimento foi implantado em sistema de semeadura direta, sendo que as parcelas foram constituídas por 7 linhas de semeadura por 5 metros de comprimento e espaçamento de 0,5 metros. Considerou-se como área útil as 3 linhas centrais, descartando-se ainda 1,5 metros de cada extremidade, totalizando 3 m². A adubação foi realizada na linha, utilizando uma semeadora adubadora, na dose de 300 Kg ha do adubo da FECOAGRO NOBRE 02.16.16 + 5%S + 5%Ca + 0,05%Zn + 0,04%B +0,05%Cu + COT.

Para realizar as aplicações de fungicidas foi utilizado um pulverizador manual presurizado, de vazão constante de 160 l/há. Para cada tratamento foram realizadas 3 aplicações de fungicidas, com intervalo de 18 dias entre as pulverizações. Na primeira, foi aplicada a mistura comercial Azoxistrobina + Benzovindiflupir (Elatus), na dose de 200 g p.c./ha, na segunda aplicação a mistura comercial Trifoxistrobina + Proticonazol (Fox), na dose de 400 ml p.c./ha e na terceira aplicação a mistura Azoxistrobina + Ciproconazol (Priori Xtra), na dose de 250 ml p.c. /ha. Naqueles tratamentos onde houve a adição do fungicida Multissítio, o produto utilizado foi o Mancozebe (Unizeb Gold), na dose de 1500 g p.c. /ha. Para todas as aplicações houve a adição de adjuvante Nimbus, na dose de 500 g p.c. /ha. A primeira aplicação ocorreu quando as plantas se encontravam no estádio V8 (oitavo no), A segunda aplicação ocorreu quando as plantas se encontravam no estádio R2 (Floração Plena) e a terceira aplicação ocorreu quando as plantas se encontravam no estádio R5 (Inicio de formação de Grãos). Em ambos os estádios usou-se aplicações com e sem adição do fungicida Multissítio. Sendo assim, os tratamentos foram: T1: primeira aplicação no estádio V8 com fungicida Elatus; T2: primeira aplicação no estádio V8 com adição do fungicida Multissítio; T3: segunda aplicação em R2 com fungicida Fox; T4: segunda aplicação em R2 com adição do fungicida Multissítio; T5: terceira aplicação em R5 com fungicida Priori Xtra; T6: terceira aplicação com adição do fungicida Multissítio. Para avaliação do rendimento final foram arrancadas as plantas das parcelas que se constituem de 3 m², onde foram trilhadas e pesadas. O peso de grãos de cada parcela foi corrigido considerando 14% de umidade. A variável resposta analisada foi o rendimento (MAPA, 2009). Os dados coletados foram submetidos à Análise de Variância pelo teste F e as diferenças entre as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (P 0,05). A análise de variância revelou efeito significativo (P 0,05) do fator Multissítio (Tabela 1) e não significativo (P>0,05) para o fator princípio ativo (Tabela 2) em relação a variável resposta rendimento.

Segundo Balardin et al., (2017) a aplicação de fungicidas é uma das estratégias adotadas para manter a ferrugem abaixo dos níveis de dano. Dentre os principais fungicidas recomendados para enfrentar a doença estão os grupos dos Inibidores da DesMetilação IDM (triazóis), dos Inibidores da Quinona externa IQe (estrobilurinas) e os Inibidores da Succinato Desidrogenase ISD (carboxamidas). No entanto, vários relatos apontam uma redução de eficiência de todos os grupos no controle da doença a campo, decorrente de uma redução de sensibilidade do patógeno aos fungicidas. É o que pode ser observado na (tabela 2), onde não houve diferença significativa entre os princípios ativos utilizados em diferentes estádios fenológicos quanto ao quesito rendimento final da cultura da soja. Ainda para Balardin et al., (2017) a estratégia utilizada para enfrentar essa perda de eficiência de triazóis, estrobilurins e carboxamidas é a associação de produtos protetores multissítios em mistura. O objetivo é principalmente ampliar o espectro de controle do patógeno e também proteger as moléculas sítio-específico em relação a ocorrência de resistência. Dentre os fungicidas protetores multissítios, o mancozebe tem merecido destaque em função dos resultados obtidos a campo. A associação de multissítios com sítio-específicos, além de contribuir para aumentar a vida útil dos fungicidas, assegura o controle eficiente das doenças e mantêm a sustentabilidade das culturas de interesse agrícola. O número limitado de diferentes modos de ação de fungicidas disponíveis para controle de doenças na cultura da soja, associado a populações menos sensíveis de fungos já observadas no campo e a baixa eficiência de ingredientes ativos isolados, dificultam a utilização de estratégias de manejo de resistência como a rotação de modos de ação. A avaliação da eficiência de fungicidas com diferentes modos de ação é essencial para aumentar as opções de controle de doenças na cultura da soja. O uso de fungicidas multissítios pode ser uma opção tanto de controle da ferrugem asiática quanto de estratégia anti resistência (GODOY et al., 2017).

Para Xavier et al., (2013), dentre os principais modos de ação utilizados no controle de doenças na cultura da soja destacam-se os Metil Benzimidazol Carbamato (MBCs), os Inibidores de Desmetilação (DMIs), os Inibidores de Quinona Oxidase (QoIs) e, mais recentemente, a nova geração de moléculas Inibidoras da Succinato Desidrogenase (SDHIs). Apesar da grande contribuição que os fungicidas sistêmicos, sítio-específicos, proporcionam no controle de doenças, seu uso intensivo pode ter como consequência a seleção de isolados de fungos menos sensíveis ou resistentes. Ao contrário dos fungicidas do grupo dos triazóis e das estrobilurinas, que possuem modo de ação específico, o mancozebe possui ação multissítio que diminui muito o risco de resistência dos fungos em soja. Fungicidas multissítios afetam diferentes pontos metabólicos do fungo e apresentam baixo risco de resistência, tendo um papel importante no manejo antirresistência para os fungicidas sítio-específicos (MCGRATH, 2004). Para Balardin et al., (2017), Tais produtos protetores multissítios, como o mancozebe, são moléculas bastante antigas, se comparadas aos fungicidas sistêmicos de terceira geração. O fato é que, em grandes culturas como a soja, nunca se mostrou tão necessária a utilização desses produtos. Até recentemente o controle da ferrugem era alcançado com os produtos sítioespecíficos disponíveis. O uso inadequado dessas moléculas, porém, rapidamente evidenciou a redução de eficácia dos produtos. A associação de mancozebe com fungicidas sítio-específicos vem provocando discussão entre produtores, técnicos e pesquisadores nas diferentes regiões de cultivo no Brasil. A utilização dos fungicidas protetores na cultura da soja é uma tecnologia nova, por isso ainda vai demandar algum tempo para seja adotada pela maioria dos sojicultores. Porém vem mostrando resultados positivos, contribuindo com o controle da ferrugem da soja nas lavouras brasileiras.

3 CONCLUSÃO Conclui-se que a adição de fungicida multissítio junto às aplicações de fungicidas normais apresenta diferença significativa no rendimento final da cultura da soja. REFERÊNCIAS BALARDIN, R.S. et al. Mancozebe muito além de um fungicida. 1. ed. p. 25-30. Abril, 2017. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 3 ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2013. HIRAKURI, M. H. Avaliação econômica da produção de soja para a safra 2013/14. Londrina: Embrapa Soja, 2013. 10 p. (Embrapa Soja. Circular Técnica, 102). MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO MAPA. Regras para análise de sementes. Brasília: Mapa/ACS, 2009. MCGRATH, M. T. What are fungicides? The Plant Health Instructor, 2004. DOI: 10.1094/ PHI-I-2004-0825-01. Disponível em: http://www.apsnet.org/edcenter/intropp/topics/pages/default.aspx. Acesso em 20 jul. 2018. SEDIYAMA, T. (Ed.). Tecnologias de produção e usos da soja. Londrina: Ed. Mecenas, 2009. GODOY, C.V. et al. Eficiência de fungicidas multissítios e produto biológico no controle da ferrugem asiática da soja, Phakospora pachyrhizi, na safra 2016/17: resultados sumarizados dos ensaios cooperativos. (EMBRAPA. Circular técnica 131. lomdrina, PR Julho, 2017). UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE - USDA. Long-Term agricultural projections agricultural. USDA Agricultural Projections to 2027. Long-Term Projections Process. Estados Unidos: USDA, 2018. XAVIER, S.A. et al. Sensitivity of Corynespora cassiicola from soybean to carbendazim and prothioconazole. Tropical Plant Pathology, v.38, p. 431-435. Março, 2013.

Sobre o(s) autor(es) Títulação, vínculo, e-mail Engenheiro Agrônomo, Aluno do Curso de Pós Graduação do Programa de Pós Graduação em Estudos Avançados em Produção Vegetal - Ecofisiologia e Manejo de Grandes Culturas/MH, Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) - Maravilha/SC - BRASIL, E- mail: rauldrehmer@hotmail.com. Doutor em Agronomia, Professor do Curso de Pós Graduação do Programa de Pós Graduação em Estudos Avançados em Produção Vegetal - Ecofisiologia e Manejo de Grandes Culturas/MH, Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) - Maravilha/SC - BRASIL, E-mail: crlajus@hotmail.com. Doutor em Administração, Professor do Curso de Pós Graduação do Programa de Pós Graduação em Estudos Avançados em Produção Vegetal - Ecofisiologia e Manejo de Grandes Culturas/MH, Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) - Maravilha/SC - BRASIL, E-mail: acericato@gmail.com. Tabela 1 Rendimento do experimento em relação ao fator protetor (Cunha Porã, SC safra 2017/2018) Protetor Sem Com Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P 0,05). Fonte: elaborado pelos autores. Tabela 2 Rendimento do experimento em relação ao fator princípio ativo (Cunha Porã, SC safra 2017/2018) Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (P 0,05). Fonte: elaborado pelos autores. Rendimento ----------(kg/ha)---------- 2685,75 b 3112,00 a CV (%) 10,59 Princípio ativo Elatus Fox PE Rendimento ----------(kg/ha)---------- 2730,88 a 2978,88 a 2986,88 a CV (%) 10,59