300 An d Chegad d Cond d Assumar n Ribeirã d Carm Vil d
Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal nasceu em 17 de outubro de 1688 e morreu em 1756. Foi 3. Conde de Assumar, 1.º Marquês de Castelo Novo e 1. Marquês de Alorna, 3. Governador e Capitão-mor da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, no Brasil, e ainda 44.º Vice-Rei da Índia. Foi indicado pela Coroa de Portugal como terceiro governador da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro (Real Capitania das Minas de Ouro e dos Campos Gerais dos Cataguases), visando manter a ordem entre os mineiros da região e garantir as rendas da Coroa. Chegou ao Brasil em 24 de Julho de 1717, desembarcando no Rio de Janeiro, onde permaneceu por alguns dias, seguindo viagem por mar até Santos e depois por terra até São Paulo, onde tomou posse da Capitania a 4 de Setembro, em cerimônia na Igreja do Carmo. No final de setembro iniciou visita de inspeção às Minas Gerais. D.Pedro Miguel de Almeida Portugal, o Conde de Assumar, governou as Minas Gerais dos anos de 1717 a 1721. Esta figura vem obtido um destacado lugar na historiografia tradicional sobre Minas Colonial assim como nas recentes produções acerca da temática. No entanto, nenhum estudo aprofundado sobre sua administração nas Minas setecentista é encontrado. Neste sentido, destacamos a figura do Governador D. Pedro de Almeida, o Conde de Assumar, por inaugurar a repressão aos habitantes das Minas e demonstrar-se especialmente zeloso no cumprimento dos intentos da Coroa portuguesa. Tal qual se pode perceber na carta do Conde de Assumar ao Rei de Portugal, datada de 17 de Novembro de 1720 pela qual se demonstra bastante preocupado em estabelecer a lei e defender os interesses da coroa, chegando ao ponto até de denunciar ao Rei os Ministros que acobertavam negros: Todo esse cuidado de Assumar para que as leis fossem cumpridas nas Minas não foi capaz, porém, de garantir a ordem; ao contrário, foram os anos de seu governo os de maior instabilidade política devido aos inúmeros motins e tumultos por parte dos colonos e escravos. Cabe ressaltar neste sentido que os anos de governo do Conde de Assumar vão de 1717 a 1721, e acerca deste período Donald Ramos (2005, p.178) afirma que representaram um divisor de águas na história de Minas Gerais em virtude das inúmeras conspirações escravas e levantes de quilombos contra a ordem escravista vigente na época. D. João V nomeou D. Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, Conde de Assumar governador para aplicar nas Minas três disposições que contrariavam os interesses locais: 1) Anunciar a instalação, na capitania, de um bispado, objetivando a moralização do clero que ali vivia dissolutamente, praticando desde delitos ao desrespeito do celibato, como também envolvia-se no tráfico do ouro. 2) Aplicação da Carta Régia de 25 de abril de 1719, onde se extinguiam funções, aumentava-se o poder do governador e, ainda, trazia para as Minas um contingente de Dragões (Duas Companhias de Dragões que se instalaram na Vila do Carmo). 3) Criar Casas de Fundições para o ouro e estabelecer a cobrança do Quinto, que. correspondia a 20% do metal extraído. Dragões e o Quartel da Vila do Carmo Desenho : Cristiano Casimiro 2016
Quarte d Dragõe d Vil d N s Senhor d Carm Com a finalidade de impedir a sonegação de impostos e a institucionalização da violência, bem como erradicar o clima de agitação ora instalado na Capitania das Minas Gerais, o Governador Pedro Miguel de Almeida - o Conde de Assumar recorre ao Rei de Portugal, que por Carta Régia de 20 de junho de 1719. cria na Vila de Nossa Senhora do Carmo (Mariana) Minas Gerais duas primeiras Companhias de Dragões. O Quartel da Companhia de Dragões da Vila de Nossa Senhora do Carmo primeiro Quartel de Dragões da Capitania de Minas Gerais foi construído em Mariana localizado na atual Praça Minas Gerais para abrigar as referidas Companhias de Cavalaria, sendo local de pastagem para os animais estendia-se até a fazenda do Bucão. (Praça Minas Gerais /Rua Dom Silvério e Colina do São Pedro) O pátio de cavalhada e adestramento de animais localizava-se na atual praça Gomes Freire. O quartel construído aos moldes da arquitetura militar portuguesa tinha sua frente voltada para o ribeirão do Carmo e torres de guarda para o leste e oeste. Esta fortificação foi demolida quando a Villa N. S. do Carmo foi elevada à cidade de Mariana em 1745. Pela primeira vez as Minas Gerais teria uma tropa militar regular. Desenho Emerson Camaleão Quartel de Dragões da Vila Nossa Senhora do Carmo Mariana em Quadrões 2011
O Governador da Mina Passaram 300 anos e os milagres da Virgem negra de Aparecida se multiplicaram pelo Brasil e o mundo. Outubro é o mês que os católicos no Brasil dedicam à Nossa Senhora da Conceição Aparecida. A festa litúrgica do dia 12 foi instituída em 1953 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e tornou-se feriado nacional em 1980, por ocasião da visita de São João Paulo II naquele ano. Antes disso, a Igreja celebrava sua Padroeira em 7 de setembro. A mudança aproximou as comemorações ao momento estimado em que a Imagem foi retirada das águas do Rio Paraíba do Sul 17 a 30 de outubro de 1717. Dom Pedro de Almeida, governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, homem que detinha também o título de Conde de Assumar, passava por Guaratinguetá, SP, quando viajava para Vila do Carmo (Mariana) nas Minas Gerais. A população organizou uma festa para receber o conde de Assumar. Para prepararem a comida, pescadores foram para o rio Paraíba com a difícil missão de conseguirem muitos peixes para a comitiva do governador, mesmo não sendo tempo de pesca. Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves, sentindo o peso de sua responsabilidade, fizeram uma oração pedindo a ajuda da Mãe de Deus. Depois de tentar várias vezes sem sucesso, na altura do Porto Itaguaçu, já desistindo da pescaria, João Alves lançou a rede novamente. Não pegou nenhum peixe, mas apanhou a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Porém, faltando a cabeça. Emocionado, lançou de novo a rede e, desta vez, pegou a cabeça que se encaixou perfeitamente na pequena imagem. Só este fato, já foi um grande milagre. Mas, após esse achado, eles apanharam tamanha quantidade de peixes que tiveram que retornar ao porto com medo de a canoa virar. Os pescadores chegaram a Guaratinguetá eufóricos e emocionados com o que presenciaram e toda a população entendeu o fato como intervenção divina. Assim aconteceu o primeiro de muitos milagres pela ação de Nossa Senhora Aparecida. Após tentativas frustradas de pesca, os humildes servos de Deus pescaram o corpo da santa e, em seguida, sua cabeça. A data do ocorrido é baseada no relato do Diário da Padroeir d Brasi Jornada do Conde de Assumar, que passou treze dias na comunidade. O período é confirmado no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (I Livro do Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá - 1757) e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma (1748-1749). A Imagem possuí quarenta centímetros de altura, esculpida em terracota, uma argila que, depois de modelada, é cozida em forno apropriado. O estilo da obra é seiscentista, ou seja, foi produzida a partir de 1600 d.c. (século XVII).
Antig Residênci d Cond d Assumar e Marian A vila, em pouco tempo, transformou-se em principal centro de comércio e instrução de Minas Gerais. Uma das construções mais imponentes do início secxviii foi o Palácio do Governador, situado na parte alta da cidade, possui dois pavimentos mais de 20 aposentos, jardins e salas para reuniões. Construído por Dom Brás, segundo Governador da Capitânia foi residência último governador da Capitania de São Paulo e das Minas, Dom Pedro de Almeida e Portugal, o Conde de Assumar, entre 1717 e 1720. Posteriormente foi passado para a Igreja católica. Dom Frei Manoel da Cruz, primeiro Bispo de Minas, residiu no prédio durante seu bispado. instalou em 1748. Pertence há mais de cem anos à Ordem Terceira Franciscana.
Das Minas e seus moradores bastava dizer o que dos do Ponto Euxino, e da mesma região afirma Tertuliano: que é habitada de gente intratável, sem domicílio, e ainda que está em contínuo movimento, é menos inconstante que os seus costumes : os dias nunca amanhecem serenos : o ar é um nublado perpétuo : tudo é frio naquele país, menos o vício, que está ardendo sempre. Eu, contudo, reparando com mais atenção na antiga e continuada sucessão de perturbações, que nela se vêem, acrescentando que a terra parece que evapora tumultos: a água exala motins: o ouro toca desaforos: destilam liberdades os ares: vomitam insolências as nuvens: influem desordens os astros: o clima é tumba da paz e berço da rebelião: a natureza anda inquieta consigo, e amotinada lá por dentro, é como no inferno Conde de Assumar. * O Cenário Urbano em Minas Gerais Setecentista: Outeiros do Sagrado e do Profano Luiz Carlos Villalta*