AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRODUTOS DA LBE LTDA. RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO CONCLUSIVO SOBRE A FICIÊNCIA DO BIOFERTILIZANTE AVE-O ASSOCIADO AO HERBICIDA ONLY NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO MUTAGÊNICO (Oryza sativa L.). Universidade Federal de Santa Catarina Colégio Agrícola de Camboriú Relatório Conclusivo Julho, 2005.
RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO CONCLUSIVO SOBRE A EFICIÊNCIA DO BIOFERTILIZANTE AVE-O ASSOCIADO AO HERBICIDA ONLY NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO MUTAGENICO (Oryza sativa L). INTRODUÇÃO O arroz vermelho (Oryza sativa) constitui-se na principal invasora de áreas cultivadas com arroz irrigado por inundação (Agostinetto et all. 2001). Por pertencerem à mesma espécie, o arroz daninho e o cultivado apresentam elevada similaridade morfofisiológica, o que dificulta o controle seletivo, fazendose necessário utilizar métodos culturais de controle (Balbinot et all 2003). O desenvolvimento de cultivares de arroz resistente aos herbicidas pertencentes ao grupo químico das imidazolinonas apresenta-se como uma alternativa interessante para reduzir a interferência negativa do arroz vermelho na economia orizícola (Menezes & Ramirez, 2004). A utilização de biotecnologia na seleção de plantas mutantes, resistentes a herbicidas, poderá constituir-se uma das mais eficazes alternativas para o controle do arroz vermelho. Para este fim foi desenvolvida a variedade de arroz irrigado IRGA 422 CL (Pinto et all 2004). O sistema ideal de cultivo seria aquele em que se obtém o controle eficiente das plantas daninhas, com diminuição dos custos, uma redução significativa na quantidade de pesticidas lançada ao meio ambiente, e com ganhos significativos de produtividade. O uso de substâncias que tornam mais eficiente à ação dos herbicidas, possibilitando assim a utilização de dosagens reduzidas, sem, a diminuição da eficiência e não causando resistência às ervas daninha, e uma prática que cada vez mais estão sendo utilizadas nos cultivos agrícolas. O biofertilizante AVE-O é uma destas substâncias, desenvolvida com biotecnologia, permite a redução das dosagens sem perdas no controle das invasoras e com ganho de produtividade (Catalogo de produtos LBE Ltda). Este trabalho foi realizado com o objetivo de testar a eficiência do biofertilzante AVE-O no controle do arroz vermelho e outras plantas daninhas associado ao herbicida Only. MATERIAL E MÉTODO O experimento foi conduzido em campo, na Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, no Colégio Agrícola de Camboriú, no município de Camboriú (SC), em solos planos hidromórficos Gleissolos (Gleis) (ICEPA,2003). O clima regional segundo a classificação de Köppen, como Cfa, mesotérmico úmido, sem estação de seca definida, com verões quentes. Apresenta uma temperatura média anual de 20,01 º C, precipitação média anual de 1500 mm, com umidade relativa de 84 a 86% (ICEPA,2003). 2
O arroz cultivado foi plantado com sementes da variedade IRGA 422 CL., pré-germinada, adquirida em casa agropecuária da região de Camaquã (RS). O plantio foi realizado no dia 23 de setembro de 2004, as sementes foram plantadas com uma semeadeira de lanço, na densidade de 140 kg/ha. As quadras foram preparadas conforme a recomendação técnicas da pesquisa para o Sul do Brasil (SOSBAI, 2003).A adubação básica constituiu da aplicação de 300 Kg ha -1 da formulação 00:20:20 com adubação nitrogenada de cobertura 90 Kg de N /ha 1. O delineamento experimental foi definido como sendo em blocos, ao acaso, com 3 repetições por tratamento. O experimento constitui-se em duas dosagens diferentes do herbicida: denominados de Tratamentos, como mostra a Tabela 1. Tabela 1. Dosagens de Only e de AVE-O no cultivo do arroz irrigado. Produtos Only AVE-O Tratamento 1000ml ha -1 0 ml ha -1 Tratamento 1 800 ml ha -1 250 ml ha -1 Tratamento 2 O herbicida Only ( Imazetapir 75 g/l, Imazapique 25 g/l ) foi utilizado como recebido e diluído em 200 litros de água. O tratamento em que foi adicionada AVE-O, este foi misturado, exatamente como recebido do fabricante, ao herbicida (na dosagem reduzida) no tanque do pulverizador, na hora da aplicação.as pulverizações com os herbicidas foram realizadas, em todos os tratamentos, no dia 15 de outubro de 2004, no período da manhã. As condições ambientais eram ideais para aplicação do herbicida.foi utilizado um pulverizador autopropelido articulado de barra com bicos leque 110-02. Durante todo o tempo do cultivo o campo permaneceu de acordo com as condições recomendadas para esta variedade de arroz. Também não ocorreram condições adversas ou ambientais que pudessem influenciar nos resultados. Para avaliação comparativa dos resultados utilizou-se a massa das sementes de arroz produzida por metro quadrado. A colheita foi realizada no dia 07 de março de 2005, em três pontos aleatórios dentro da área tratada, sendo que cada coleta correspondia a uma área plantada de 1m 2. As plantas colhidas 3
nestes pontos foram trilhadas e pesadas em balança eletrônica. Do peso obtido descontou-se a umidade e as impurezas presentes. RESULTADOS A tabela 2 mostra os resultados das colheitas para cada tratamento. O resultado apresentado é a média aritimética simples de 3 amostras. A Figura 1 mostra os resultados em gráfico de barras. Tabela 2. Resultados da colheita para cada Tratamento. Tratamento Resultado da colheita Tratamento 1 745,67g.m -2 Tratamento 2 788,69 g m -2 800 790 780 P e s o ( G ) 770 760 750 740 730 720 Tra t a m e n t o 1 Tra t a m e n t o 2 T ra ta m e n to s Figura 1- Produtividade do arroz irrigado com aplicação de diferentes tratamentos conforme tabela 1. Analisando-se os resultados pode-se concluir que o AVE-O interferiu positivamente na ação do herbicida Only, nas condições em que este experimento foi conduzido. Cabe ressaltar que a maior produtividade foi alcançada quando o AVE-O foi utilizado, mesmo com a redução da dosagem de Only. O biofertilizante AVE-O é capaz de reduzir, entre 30 a 50% o volume normal de defensivos agrícolas. O produto é de natureza orgânica, composta por aminoácidos (Farfan & Guerra,1999). Fleck et all (2004); Pinto et all (2004) concluiram em seus experimentos que o herbicida Only na dosagem de 1000 ml.ha -1 foi eficiente no controle das ervas daninhas do arroz irrigado. Menezes et all (2004) comprovou que o herbicida Only quando aplicado causa ação fitotóxica ás plantas de arroz do genótipo mutante.concluindo que as 4
aspersões em doses únicas de imidazolinona em pós-emergencia foram as que causaram maior fitotoxicidade às plantas de arroz. Quando se utiliza a redução da dosagem ocorre também uma redução significativa na fito causada pelo herbicida, sem a perda na produtividade e no controle das plantas daninhas. CONCLUSÃO Dentro das condições deste experimento conclui-se que a redução de dosagem do herbicida Only para 800 ml.ha -1 + 250 ml ha -1 de AVE-O (Tratamento 2), apresentou um rendimento 5% superior a dosagem recomendada pelo fabricante, sem a injuria da fitotoxicidade nas plantas. BIBILOGRAFIA AGOSTINETTO,D. et al. Arroz vermelho: ecofisiologia e estratégias de controle. Ci. Rural, v.31,p.341-349, 2001. BALBINOT JR, A.A.; FLECK, N.G.; BARBOSA NETO,J.F.; RIZZARDI, M.A. Características de plantas de arroz e a habilidade competitiva com plantas daninhas. Planta Daninha, v21. n 2. Viçosa. 2003. FARFAN,J.A.; GUERRA, J. Estudo Analítico e avaliação biológica do produto AVE. 12p. 1999. Documento Interno, LBE Ltda. FLEK N.G. et all. Controle químico seletivo de angiquinho e arroz vermelho em arroz irrigado utilizando sistema clearfield. Anais do III Congresso Brasileiro De arroz Irrigado. Camboriú. 2004. Instituto Cepa/SC.Caracterização Regional- Itajaí- Florianópolis. p.01-37,2003. 5
MENEZES, V.G. & RAMIREZ, H. Controle de arroz vermelho (Oryza sativa), capim arroz (Echinocloa crusgalli) e angiquinho ( Aeschinomene denticula) com o herbicida BAS 71401H na cultura do arroz irrigado.. Anais do III Congresso Brasileiro De arroz Irrigado. Camboriú. 2004. PINTO,J.J.O.; MAGRO,T.D.; REZENDE,A.L.; LAZAROTO,A.; MUÑOS, E.R.; LEITE,A. Controle de arroz daninho através do sistema de manejo clearfield. Anais do III Congresso Brasileiro De arroz Irrigado. Camboriú. 2004. SOSBAI - Sociedade Sul Brasileira de Arroz Irrigado. Recomendações Técnicas para o Sul do Brasil. disponivel em: htpp://www.sosbai.com.br/recpesq.pdf. acessado em 21 de julho de 2004. 6