Introdução. Universidade Regional do Cariri URCA. Coordenação da Construção Civil. Prof. MSc. Renato de Oliveira Fernandes

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Considerando o disposto nas Leis Municipais nº 2.831, de 26 de Dezembro de 1995; e nº 4.250, de Outubro de 2006;

Transcrição:

Universidade Regional do Cariri URCA Pró Reitoriade Ensino de Graduação Coordenação da Construção Civil Drenagem de Rodovias Introdução Prof. MSc. Renato de Oliveira Fernandes Professor Assistente Dep. de Construção Civil/URCA renatodeof@gmail.com

Água e os pavimentos A penetração da água nas camadas inferiores de um pavimento acelera a sua degradação (redução da vida útil). Água na superfície do pavimento gera instabilidade no tráfego (redução da segurança).

Tipos de drenagem Drenagem Drenagem Drenagem Superficial i Subsuperficial i Subterrânea ou Profunda

Drenagem Superficial

Drenagem Subsuperficial e Subterrânea

Dispositivos de drenagem

Áreas do conhecimentos Hidrologia Climatologia de chuva da região Geração e propagação de vazões Água superficial, subsuperficial e subterrânea (escoamento) Dimensionamentos de canais Hidráulica (galerias, bueiros e sarjetas) Dimensionamento de boca de lobo

Drenagem Superficial Chuva de projeto Vazão de Projeto Dimensionamento dos dispositivo de drenagem Obtenção e processamento de dados de chuva; Período de retorno; Eq. De chuva intensa; Curva IDF Área de drenagem; Propagação de vazão; Método Racional; Método SCS; Dimensionamento de bueiros; Dimensionamento de galerias; Dimensionamento de sarjetas de corte e aterro;

Drenagem Subsuperficial e Profunda Fluxo Subterrâneo Vazão de projeto Dimensionamento de Drenos Escoamento em meio poroso Lei de Darcy; Drenos profundos Coeficiente de horizontais; permeabilidade; Camada drenante;

EM SUPE ERFIC CIAL Universidade Regional do Cariri URCA Pró Reitoriade Ensino de Graduação Coordenação da Construção Civil IISemana daconstrução Civil. 26a 30/11/2012 Drenagem de Rodovias Chuva de Projeto DREN NAG Prof. MSc. Renato de Oliveira Fernandes Professor Assistente Dep. de Construção Civil/URCA renatodeof@gmail.com

Ciclo o Hid droló ógico Chuva Chuva

1 mm de chuva...

Série Histórica de Precipitação Olhando para o passado para projetar as obras do futuro... Chuva (m mm) 180 Chuva máxima mensal no Crato CE (1912 2011) 160 140 120 100 80 60 40 20 0 1912 1916 1921 1926 1931 1936 1941 1945 1950 1955 1960 1965 1970 1974 1979 1984 1989 1994 1999 2003 2008 Mês/Ano Fonte: http://hidroweb.ana.gov.br/

Obtenção e tratamento de dados de chuva Fonte: http://hidroweb.ana.gov.br/

Chuva de Projeto A chuva de projeto (chuva máxima) está associado ao um período de retorno. A escolha do período de retorno (T) serve para compatibilizar os fatores de segurança (risco de falha) com os fatores econômicos (períodos de retorno altos estão associados com chuva de projeto de grande intensidade e conseqüentemente obras superdimensionadas onerosa financeiramente).

Período de Retorno da Chuva de Projeto (ou chuva máxima) Ao adotar um período de retorno (T) associado a uma chuva máxima, supõe se que a vazão gerada por essa chuva tenha o mesmo período de retorno. T = 1/P Observerve que na série histórica de chuva máxima do Crato CE, a chuva de 162 mm ocorrido em 2011, teve uma probalidade (P) de 1% (1/100 anos). Assim, T=100 anos.

Período de Retorno da Chuva de Projeto (ou chuva máxima) O período de retorno depende d das características do projeto e dos potenciais prejuízos que traria uma eventual falha, em que a vazão superasse a vazão utilizada no dimensionamento. Caso os prejuízos potenciais sejam elevados, deve se adotar um período de retorno alto, em caso contrário deve se adotar um tempo de retorno baixo

Equação de chuva intensa no Brasil Equação geral (Otto Pfafstetter, 1982) i m (K a K. T t b ) c i intensidade máxima da chuva (mm/h) T período de retorno (anos) t duração da chuva (min.) a, b, K e c são parâmetros locais

Parâmetros da equação de chuvas intensas com o uso do software Plúvio (DEA UFV) i m a K.T ( t b) c http://www.ufv.br/dea/gprh/index.htm

Curvas IDF (Intensidade, Duração e Frequência)

Períodos de Retorno Usados

EM SUPE ERFIC CIAL Universidade Regional do Cariri URCA Pró Reitoriade Ensino de Graduação Coordenação da Construção Civil IISemana daconstrução Civil. 26a 30/11/2012 Drenagem de Rodovias Vazão de Projeto DREN NAG Prof. MSc. Renato de Oliveira Fernandes Professor Assistente Dep. de Construção Civil/URCA renatodeof@gmail.com

Gráfico da Vazão Gerada Área de Drenagem (Bacia Hidráulica)

Geração de escoamento Areia Silte Argila

Divisor de Água

Métodos mais usados para estimativa da vazão de projeto Área (Km 2 ) Método 10 Racional l(i (simples e modificado) d > 10 Hidrograma Triangular Sintético SCS

Método Racional 360 Onde: Q vazão de cheia (m 3 /s); C coeficiente de escoamento superficial; i intensidade da chuva de projeto (mm/hora); A área da bacia hidrográfica de contribuição (ha).

Valores de C de acordo com a ocupação

Valores de C para diferentes superfícies

Propagação de vazão

Propagação de vazão

Propagação de Vazões L=20km 2,0

Determinação do tempo de Equação de Kirpich: concentração tc = tempo de concentração (min); L = comprimento do rio principal (km); D = declividade média do rio (adimensional): L = comprimento total do rio (km) L i = comprimento de um trecho do rio (km); D i = declividade de um trecho do rio (adimensional) k = número de trechos

Determinação do tempo de concentração Equação California Culverts Practice Observação: caso tc < 10 min, adotar 10 min

Hidrograma Triangular Sintético (USA SCS) Fonte: W. C O L L I S C H O N N

Tipos de Solos

Número de deflúvio CN Curva Núm mero (CN) (Fonte: WILKEN, 1978)

Hidrograma Triangular Sintético (USA SCS) Estimativa da vazão de projeto (vazão de pico) Q p = 0,20836.A.q m T p Em que: Q p vazão de projeto (m 3 /s); A área de drenagem (km 2 ); T p tempo de pico do hidrograma (T p = t 0,5 c + 0,6t c ) em que t c é o tempo de concentração de Kirpich (horas);

Hidrograma Triangular Sintético (USA SCS) q m = (P 5,08xS) 2 (P+20,32xS) S=1000 10 CN P precipitação acumulada (mm) CN valor na curva número (ver tabelas Tipos de Solos e Curva Número )

Exemplos 1. Determinar a vazão de projeto para o dimensionamento de um bueiro que será construído em uma cidade próxima a Quixeramobim CE em uma bacia de drenagem com 11 km 2 localizada em uma área de floresta normal com solo do tipo D. O comprimento do rio principal p é de 7 km e sua declividade é de 1,7%. 2. Determinar o valor da vazão de projeto do exemplo 1 considerando a área da bacia como sendo 8 km 2.