Estudo vinculado a Pesquisa institucional Envelhecimento Feminino da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. UNIJUI.

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DO USO DA INFUSÃO DE MORUS ALBA NO CONTROLE DOS SINTOMAS DO CLIMATÉRIO 1 EVALUATION OF THE USE OF THE INFUSION OF MORUS ALBA IN THE CONTROL OF CLIMATÉRIO SYMPTOMS Ana Paula Tiecker 2, Daiana Meggiolaro Gewehr 3, Christiane De Fátima Colet 4, Ligia Bento Franz 5 1 Estudo vinculado a Pesquisa institucional Envelhecimento Feminino da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. UNIJUI. 2 Graduanda do curso de Fisioterapia da UNIJUI. Bolsista de Iniciação Científica-PIBIC/CNPq. anapaulatiecker@hotmail.com 3 Farmacêutica, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral a Saúde da UNIJUI e UNICRUZ. Bolsista PROSUP/CAPES/UNICRUZ/UNIJUI, daiagewehr@hotmail.com. 4 Farmacêutica Doutora, docente do DCVida, Integrante do GERON, chriscolet@yahoo.com.br. 5 Nutricionista. Professora Doutora do Departamento de Ciências da Vida/ Curso de Nutrição/ Programa de Pós Graduação em Atenção Integral à Saúde? Mestrado, orientadora, liagiafra@unijui.edu.br INTRODUÇÃO A Planta medicinal (PM) é definida como qualquer espécie vegetal usada com a finalidade de prevenir e tratar doenças ou aliviar sintomas das mesmas (DI STASI, 2007). Estima-se, que cerca de 82% da população brasileira utiliza produtos a base de PM, com maior prevalência de uso pelas mulheres (RODRIGUES, 2010). Dessa forma, o uso de PM com efeito estrogênico tem sido uma prática comum, mesmo muitas vezes com poucas evidências científicas (SCHULZ et al.,2002). No estudo de Miranda et al. (2010), os resultados obtidos da pesquisa etnomedicinal confirmaram a utilização de Morus nigra L. no tratamento de sintomas do climatério. No levantamento etnobotânico realizado em Ijuí/RS com mulheres no climatério do grupo de pesquisa GERON, houve relato do uso de Morus alba para a diminuição dos calorões (SCHIAVO et al., 2017). A amoreira negra (Morus nigra L.) e a amoreira branca (Morus Alba) são árvores da família Moraceae, que apresentam como constituintes secundários os fitoesteóides, (NOTELOVITZ, 1989). Estes são utilizados análogos a terapia de reposição hormonal. A infusão das folhas da amoreira, podem auxiliar a produção de estrona,que apresenta 40% da ação do estradiol. Este hormônio apresenta características sexuais secundárias da mulher e no climatério, que deixa de ser produzido pelo ovário (VANONI, 2006). Diante do exposto, o objetivo desse estudo é avaliar os efeitos da infusão da Morus alba no controle dos sintomas do climatério e nos índices antropométricos. METODOLOGIA

Trata-se de um ensaio clínico randomizado sem cegamento. As amostras de amora branca (Morus alba) foram adquiridas de empresa terceirizada e certificada, na forma de droga vegetal. Foram selecionadas do banco de dados as mulheres que relataram apresentar sintomas do climatério, participantes da pesquisa institucional intitulada Estudo do Envelhecimento Feminino do Grupo de Pesquisa em Envelhecimeno Humano GERON/CNPq da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. As mulheres participantes receberam amostras contendo 10g de amora branca para consumirem diariamente, preparada pelo método de infusão. O acompanhamento foi realizado mensalmente no domicilio das entrevistas, bem como entrega e acompanhamento do uso da planta, pelo período de seis meses. Foram realizadas verificações das medidas antropométricas (peso, idade, estatura, massa corporal e perímetro da cintura). Foi calculado o índice de massa corporal e junto com o perímetro da cintura verificado o comportamento durante o período de estudo. E ainda, foi verificado o índice de menopausa que consiste na aplicação de um instrumento validado para avaliar a sintomatologia do climatério, obtida por meio do índice menopausal de Kupperman com modificações do enunciado dos sintomas, convertida em escala de Likert, foi considerada leve quando o índice foi menor que 19 pontos; moderada, quando entre 20 e 35 pontos; e acentuada, quando a soma de pontos foi igual ou maior que 35 pontos (KUPPERMAN et al., 1959). Os dados obtidos foram analisados com auxílio do software StatisticalPackage for the Social Sciences (SPSS) (versão 20.0), utilizando-se estatística descritiva, média e desvio-padrão. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Unijuí sob parecer de número 1.255.757/2015. RESULTADOS E DISCUSSÃO Iniciaram no estudo dez mulheres, dessas, quatro desistiram no primeiro mês, uma pelo sintoma de diarreia, outra por alegar problemas hepáticos e duas por motivos não especificados. Três desistiram no segundo mês, uma foi excluída por ter iniciado o uso de terapia de reposição hormonal e a as outras duas sem motivos específicos. Outra desistiu no quarto mês por motivos não especificados. Das dez mulheres que iniciaram apenas duas completaram os seis meses do uso da planta, mas mesmo não concluindo o tempo de tratamento, optou-se por trazer os resultados da mulher que participou do estudo por quatro meses em virtude de se observar melhora de alguns sintomas do climatério. A mulher M1, tinha 49 anos de idade, estado civil solteira, atividade profissional do lar, renda familiar mensal de um salário mínimo. A mulher M2, tinha 56 anos, estado civil casada, atividade profissional do lar, renda mensal mais de três salários mínimos. A mulher M3 tinha 56 anos, casada, atividade profissional do lar, renda mensal de mais de três salários mínimos. Em relação à presença de doenças a mulher M1 relatou não possuir nenhuma doença e não fazer uso de medicamentos. A mulher M2 relatou a presença de hipertensão arterial sistêmica, osteoporose, hipotireoidismo, dislipidemia, artrite reumatoide e estava em uso de oito

medicamentos contínuos. A mulher M3 relatou a presença de doenças como hipertensão arterial sistêmica, hipotireoidismo, dislipidemia e artrite reumatoide, fazendo uso de medicamentos contínuos. Observa-se na tabela 1 que os valores, tanto do IMC como do perímetro da cintura, não apresentou muitas diferenças durante o período do estudo, apenas a M2 apresentou aumento de peso e perímetro da cintura, e a M3 aumentou o perímetro da cintura. Tabela 1: IMC das mulheres durante os meses do uso de Morus alba, Ijui-RS, 2018. **CCA: Circunferência abdomianal; DP: Desvio Padrão. O uso de plantas para finalidade terapêutica é ótima forma de se obter um tratamento com baixo custo. Em estudo feito por Amagase et al., (2012), mostrou que a utilização de Lycium barbarum (goji berry) no período de quinze dias foi adjuvante para a diminuição da circunferência abdominal no grupo teste. Resultado semelhante também encontrado com a utilização de Carthamus tinctorius em mulheres, que também mostrou a redução da circunferência abdominal durante o tempo de uso da planta. Apesar da Morus alba não ter sido citada nesses materiais em virtude dos seus efeitos para esse fim não terem sido comprovados, busca-se com esses estudos mostrar evidencias da mesma para mulheres com sintomas do climatério. Tabela 2: Quanto os sintomas da menopausa incomodam considerando sudorese, calorão fogacho e secura vaginal (Ijuí-RS, 2018). Com relação à diminuição do libido as três mulheres relataram que tinham diminuição e não apresentaram melhora desse aspecto durante o período em que usaram a planta. Em relação a algum problema novo de saúde durante o uso da planta ambas mulheres não relataram problemas. Quando questionadas se com o uso da Morus alba, sentiu melhoras em relação aos sintomas do climatério a mulher M1 relatou no primeiro até o sexto mês melhora nos calorões, a mulher M2 relatou não ter melhora de nenhum sintoma no primeiro mês, no segundo relatou melhora dos calorões e sono, no terceiro mês apenas do sono e do quarto ao sexto mês melhora nos calorões. Já a mulher M3 que fez uso da planta somente até o quarto mês relatou desde o primeiro mês de uso até o ultimo mês melhora dos calorões. Entre os sintomas que as participantes informaram melhorar com o uso da Morus alba destacou-se os calorões/fogachos, os resultados estão

apresentados na Tabela 3: Apresentação dos sintomas do climatério em mulheres em uso da infusão de Morus alba (Ijuí, 2018). ** (L): Leves; M:(Moderados); (I): Intensos; (NA): Não apresentou; Conforme o índice de menopausa de Kupperman e Blatt (1959), é possível observar nesse estudo que alguns sintomas passaram de intensos e moderados no primeiro mês para leves e alguns até desapareceram no ultimo mês de uso, evidenciando melhora de alguns sintomas do climatério. Alguns estudos demonstram que a utilização de plantas como a Morus alba no combate aos calorões do climatério são mais promissores quando comparados com a utilização de hormônios sintéticos, visto que a planta reduz esse sintoma em 45% enquanto o uso convencional da terapia de reposição hormonal em 70%, contudo, as plantas não aumentam os riscos de doenças cardiovasculares e aterosclerose assim plantas como a Morus alba podem ser uma alternativa para pacientes que apresentam risco cardíaco e para as quais é contraindicado o hormônio sintético (VANONI et al., 2006; BOLZAN et al., 2008). Sobre a questão relacionada se apresentou algum efeito adverso ou não como gases, aumento do apetite, diurese e outros esta apresentada na Tabela 4. É possível observar que as três mulheres apresentaram pelo menos gases e aumento da diurese principalmente, e em alguns meses apresentaram aumento do apetite. Tabela 4: Apresentação de efeitos adversos após o uso da planta (chá) Morus alba (Ijuí, 2018)

** (G) Gases; (AP) Aumento do apetite; (D) Diurese; (N) Nenhum (OE) Outro efeito adverso. A adesão das mulheres pelo uso da planta Morus alba foi baixa, visto que muitas desistiram logo no inicio. Durante o uso poucas relataram sobras da planta ao final do mês e não relataram nenhuma dificuldade quanto ao preparo da planta. CONCLUSÃO O uso da infusão da Morus alba pode amenizar alguns efeitos da menopausa, como os calorões. Considerando os dados obtidos, é necessária uma continuidade do estudo para aumentar o número de mulheres participantes. Assim, os resultados terão autenticidade comprovando a eficácia da Morus alba buscando subsidiar a sua utilização baseada em estudos que avaliam a eficácia e a segurança do seu uso em mulheres no período do climatério. REFERÊNCIAS AMAGASE, H; NANCE, D.M. Lycium barbarum Fruit (Goji) Attenuates the Adrenal Steroid Response to an Exercise Challenge and the Feeling of Tiredness: A Randomized, Double-blind, Placebo-controlled Human Clinical Study. Journal of Food Research, v.1, n.2, p. 3-12, 2012. BOLZAN, VC. Efeito do extrato das folhas de Morus nigra sobre a citologia vaginal e nível plasmáticos de hormônios sexuais femininos em ratas wistar [dissertação]. Programa de Pós- Graduação em Ciências Médicas da Fundação da Universidade Federal de Ciências da Saúde: Porto Alegre; 2008. KUPPERMAN, H.S; WETCHLER, B.B; Blatt, M.H.Contemporary the rapy of the menopaus al syndrome. Jama, v.171, p.1627-37, 1959. NOTELOVITZ, M. Estrogenreplacementtherapyindications, contraindicationsandagentselection. International Journal Gynecology Obstetrics, London, v. 161, p. 8-17, 1989. RODRIGUES, A.G; De Simoni C. Plantas medicinais no contexto de políticas públicas. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.31n.255, p.7-12, 2010. SANCHES, T.R. et al. Avaliação dos sintomas climatéricos na mulher em menopausa e pósmenopausa em uso de proteína isolada de soja. Journal of the Health Sciences Institutev.28, n.2, p.169-173, 2010. SCHIAVO, M. et al.conhecimento sobre plantas medicinais por mulheres em processo de envelhecimento. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 38, n. 1, p. 45-60, jan./jun. 2017.

VANONI, A.P.N.B. Avaliação da atividade fitoestrogênica do extrato hidroalcoólico e da infusão das folhas de Morus nigra L [dissertação]. Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Porto Alegre; 2006.