RESULTADO DO JULGAMENTO Processo nº 05/2012 DENUNCIADA: Equipe TCC/UNITAU/UNIMED/TARUMÃ-TAUBATE Aos cinco dias do mês de novembro de dois mil e doze, reuniu-se a Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Handebol, para julgamento do processo 05/2012 estando presentes a Presidente da Comissão Disciplinar Natalie D Urso, o auditor Jose Francisco Manssur, o auditor nomeado Aloisio Costa Junior, além do Procurador João Guilherme Guimarães Gonçalves e do advogado de defesa da denunciada, Dr. Samuel Jose Orro Silva, OAB/SP 247 269. Após a abertura dos trabalhos e realização dos procedimentos previstos no CBJD, tudo conforme descrito na ata que consta dos autos, foram colhidos votos dos auditores e prolatado o resultado do julgamento que, unanimidade, absolveu a TCC/UNITAU/UNIMED/TARUMÃ- TAUBATÉ da denuncia apresentada pela D. Procuradoria. Diante do resultado, o ilustre procurador requereu a lavratura do acórdão que ficou a cargo da Presidente Natalie D Urso, dentro do prazo legal. Em cumprimento à determinação passamos a redação do acórdão, para que surta os efeitos legais. I - RELATÓRIO Trata-se de denuncia apresentada pela Procuradoria contra a equipe TCC/UNITAU/UNIMED/TARUMÃ- TAUBATÉ na qual, inicialmente, descreve que por meio do oficio nº 081DT/2012, a Confederação Brasileira de Handebol ( CBHB ), por intermédio do Superintendente Técnico Digenal Andrade Cerqueira, comunicou que (i) a denunciada utilizou irregularmente 5 atletas cujo as transferências não haviam sido concluídas; (ii) Tratam-se dos atletas: Gil Vicente de Paes Pires; Alan Dieigon, Anderson da Silva Mollino, Cleber Antonio de Andrade e Leandro Dias Vieira Barboza,; (iii) encaminhou a procuradoria declaração que afirma que os atletas mencionados estão inscritos na
CBHB, com devidos números, datas e respectivos clubes, (iv) menciona também as sumulas que demostram que os atletas jogaram 6 partidas pelas Liga Nacional Adulto Masculino; (v) descreve todos os jogos que os atletas mencionados participaram, bem como as infrações disciplinares todas tipificada à luz do artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJB), (vi) relata que a denunciada cometeu em um único jogo 5 infrações do mesmo porte exceto em 1 jogo que cometeu 4 infrações- e assim deveria arcar com a perda do número máximo de pontos ganhos em uma partida multiplicada pelo número de infrações, totalizando 58 pontos negativos, (vii) menciona o acordão proferido nos autos da denuncia nº 01/2012 e julgado em 08/08/2012, em que houve a inclusão de uma atleta irregular em uma única partida e a consequência deste ato foi a perda de 2 pontos, e uma vez que no caso há 5 atletas irregulares, em 6 partidas, deverá ser acarretada a mesma punição do processo 01/2012, totalizando assim os 58 pontos negativos acima mencionado; (viii) e junta o comunicado da irregularidade dos atletas; declaração da inscrição de cada atleta na CBHB; relatório dos jogos e regulamento especifico da Liga Nacional Masculina. Durante a sessão de julgamento, o advogado da denunciada requereu a juntada da defesa, bem como sustentou oralmente para aos auditores e ao procurador, aduzindo em suma os seguintes pontos: (i)menciona que todos os atos de regularização dos atletas participantes da competição em tela devem ser realizados por intermédio da respectiva Federação a qual é filiada a equipe concorrente, conforme determina o artigo 25, paragrafo 2º do Regulamente Geral do Handebol; (ii) descreve que os atletas mencionados na denuncia tiveram sua documentação entregue na federação, nos dias 13/03/2012 e 06/08/2012; (iii) relata que o Atleta Anderson da Silva Mollino, consta na referida federação paulista como atleta inicial, dispensada assim a respectiva carta de liberação; (iii) frisa que os termos de transferências foram devidamente assinados e recebidos pela Federação, demostrando a regularidade do procedimento adotado por parte da denunciada, afastando qualquer responsabilidade pela não remessa dos autos a Confederação Brasileira de handebol; (iv) aduziu que conforme informado pela própria federação paulista, aparentemente ocorreu um problema de comunicação entre a Federação Paulista na remessa das informações à Confederação Brasileira de Handebol CBHB ; (iv) aduz que tal falha não pode se impor a denunciada já que cumpriu com todas suas obrigações corroboradas nos documentos juntados; (v) Frisa por fim, que tal caso
diverge do caso mencionado pelo DD. Procurador (denuncia 01/2012 e julgado em 08.08.2012), pois naquele houve de fato a utilização irregular do atleta perante a CBHB por meio da respectiva federação, o que não ocorre no presente caso. Ato contínuo mostrou os documentos juntados na defesa, que até o momento era desconhecido pela procuradoria. Encerrada a defesa oral, foi dada a palavra, primeiro à Procuradoria, que requereu a condenação na infração indicada. Foram colhidos os votos dos auditores e proclamado o resultado. É o relatório. II DO FUNDAMENTO DA DECISÃO A Comissão Disciplinar deste Tribunal decidiu, por unanimidade, absolver a TCC/UNITAU/UNIMED/TARUMÃ- TAUBATÉ da denuncia de infração ao art. 214 do CBJD. Como fundamento para essa decisão, há que se analisar a infração apontada: Art. 214. Incluir na equipe, ou fazer constar da súmula ou documento equivalente, atleta em situação irregular par participar de partida, provas ou equivalente. (...) Como a denuncia envolve especificamente irregularidade e como é incontroverso que a denunciada apresentou os seguintes documentos: a declaração da Federação Paulista de Handebol comprovando a entrega de documentos para a inscrição dos atletas; comprovante de transferências nacionais e estaduais; carta liberatória dos atletas e finalmente a carteira da federação paulista de cada atleta, todos com datas anteriores aos jogos mencionados na denuncia, resta claro que a denunciada cumpriu com a sua função. A penalidade do art. 214 do CBJD, portanto, somente poderia ser aplicada se ficasse demonstrada que a denunciada teria agido de má-fé, aproveitando-se da ausência de controle público e oficial das
transferências dos atletas no Handebol, para utilizar atleta ainda sem vinculação com a equipe. Essa hipótese, no entanto, foi facilmente afastada pelas provas trazidas aos autos. Dessa forma, os auditores entenderam que pela falta de um órgão publico no Handebol que demostre rapidamente as transferências dos atletas com a devida data como o futebol conta de maneira objetiva com o Boletim Informativo Diário- BID- se houve alguma irregularidade com os documentos de transferência dos atletas, não foi a conduta da denunciada que originou a questão, que quando informada do caso tratou de solicitar a documentação que comprovou a devida regularidade das transferências em março desse ano. De tudo isso, se conclui que: (i) a TCC/UNITAU/UNIMED/TARUMÃ- TAUBATÉ não agiu de má-fé ao escalar os atletas mencionados, pois tinha elementos absolutamente seguros para acreditar que os referidos atletas estavam regularmente inscritos na CBHb, afinal, tinha tratado de regularizar a documentação antes de todos jogos mencionados perante a Federação; (ii) a inexistência de um sistema público de consulta aos atletas inscritos como ocorre com o BID no futebol, dificultou que o contato da Federação Estadual com a CBHB verificassem de maneira clara e objetiva a transferência desses atletas; (iii) se houve algum problema de demostrar os documentos para a CBHB, foi a falha de comunicação entre esta e a Federação Estadual. Apesar da gravidade dos fatos narrados, que recomendam maior cuidado e rigor das federações estaduais e da CBHb na realização de registros e na exigência das regras que constam do Regulamento Geral, ainda assim, não se pode concluir pela punição da TCC/UNITAU/UNIMED/TARUMÃ- TAUBATÉ, afinal, diante das regras que vigoraram, não havia qualquer evidencia de irregularidade formal ou má-fé da denunciada. Por todo o exposto, a Comissão Disciplinar, por unanimidade, entendeu inexistente a infração ao artigo 214 do CBJD, tornando incabível a penalização requerida para a TCC/UNITAU/UNIMED/TARUMÃ- TAUBATÉ. III - DISPOSITIVO
Diante de todo exposto e conforme fundamento apresentado ao longo desse acórdão, a Comissão Disciplinar julgou improcedente a denuncia formulada pelo ilustre procurador, absolvendo a denunciada. Intimem-se. Natalie D Urso Relatora Designada