INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL ART. 3º DO CPP
INTERPRETAÇÃO É a atividade mental realizada com objetivo de extrair a norma legal o seu conteúdo, estabelecendo seu âmbito de incidência e exato sentido. (ALCANCE E SIGNIFICADO DA NORMA ); Não confundir com processo de criação de normaedosuprimentodesualacuna. Procura BUSCAR o REAL SIGNIFICADO DA LEI, ou seja, A VONTADE DA LEI ALIADA AO BEM COMUM (ART.5º, LINDB)
CRITÉRIOS P/ INTERPRETAÇÃO A) QUANTO AO SUJEITO QUE PROCEDE À INTERPRETAÇÃO: - AUTÊNTICA OU LEGISLATIVA- é aquela feita pelo próprio legislador. A lei é interpretada pelo próprio sujeitoqueaditou.podeser: - CONTEXTUAL: inserida na própria legislação. Art. 302 e 303 do CPP(auto de prisão em flagrante explicação) - POR LEI POSTERIOR: quando é promovida por outra lei que é elaborada para esclarecer o sentido duvidoso de uma lei já em vigor. Ex. lei n. 11.767/08 detalhou a busca e apreensão do local de trabalho de advogado. - DOUTRINÁRIA OU CIENTÍFICA- É aquela realizada pelos estudiosos do direito. Ex. artigos científicodoutrinário
CRITÉRIOS P/ INTERPRETAÇÃO - JURISPRUDENCIAL OU JUDICIAL OU USUAL- FEITA PELOS ÓRGÃOS JURISDICIONAIS. Ex. jurisprudência. B) QUANTO AOS MEIOS EMPREGADOS: -GRAMATICAL GRAMATICAL: também chamada de literal ou sintática, considera a letra fria da lei, vale dizer, o sentido literal dos termos incorporados, ao texto legal. Ex. art. 77, III, CP (primeiro juiz deve analisar a possibilidade da substituição da pena restritiva de direito e na impossibilidade aplicar o SURSIS) ART. 26, ÚNICO,CP- PODE. - TELEOLÓGICA OU LÓGICA: BUSCA A FINALIDADE DA LEI. Procura identificar a necessidade de sua criação e finalidade de sua criação ou seja, qual a vontade que se manifesta na lei. Ex. art. 10, 1º,2ºe 3º do CPP, e art. 4 ºe 6º do CPP sentido autoridade. Ex. art. 109, IX, CF/88.
CRITÉRIOS P/ INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA- busca alcançar a vontade da lei através da interpretação histórica: entender por que o legislador optou por determinada política criminal segundo os acontecimentos daquele período. Ex. lei n. 12403/11. c)quanto AO RESULTADO: - DECLARATIVA: dá à lei o seu sentido literal, sem extensão, nem restrição. Ex. art. 17 do CPP (autoridade policial não pode arquivar inquérito policial). - RESTRITIVA: restringe o limite da norma. Isso porque a lei disse mais do que deveria, foi além da sua vontade. Ex. 806, 2º, do CPP.
CRITÉRIOS P/ INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA: a letra da lei ficou aquém de sua vontade (a lei disse menos que queria), e por isso a interpretação vai ampliar o seu significado. Ex. art. 5º, LVIII, da CF/88 (DIREITO AO SILÊNCIO) interpretação extensiva ninguém é obrigado a fazer prova contra si mesmo (nemo tenetur se detergere) art. 479 CPP (proíbe alegação das partes de documentos que não estão no processo). ART. 3º, DO CPP- admite-se expressamente a interpretação extensiva. PROGRESSIVA: são consideradas adaptativas ou evolutivas, sendo aquela que objetiva ajustar a lei às transformações sociais, jurídicas, científicas e até mesmo morais que se sucedem no tempo e que interferem na efetividade que buscou o legislador com a edição da norma processual penal. Ex. art. 5º, 2º, do CPP. (CHEFE DE POLÍCIA SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA)
OMISSÃO DO ORDENAMENTO PROCESSUAL- LACUNA ausência de previsão legal ao caso concreto. INTEGRAÇÃO consiste no preenchimento da lacuna. DIFERENÇA ENTRE INTEGRAÇÃO E INTERPRETAÇÃO: INTEGRAÇÃO: omissão legislativa (lacuna), não existe lei disciplinando o caso concreto. INTERPRETAÇÃO: NÃO EXISTE OMISSÃO LEGISLATIVA, cabe ao intérprete extrair-lhe o verdadeiro sentido, muitas vezes de forma imprópria.
- ANALOGIA (autointegração da lei): É a atividade consistente em aplicar a uma hipótese não regulada por lei disposição relativa a um caso semelhante. Pode ser: - ANALOGIA LEGAL: incide quando existe um preceito legal que rege umcaso semelhante aser aplicado a um caso não previsto em lei. Ex. Perdão Judicial (art. 121, 3º, CP- integra art. 302 CTB) Autoridade Policial ouvir testemunha fora de sua circunscrição(art. 222 CPP).
ANALOGIA JURÍDICA: aplicação de preceito consagrado pela doutrina, jurisprudência e princípios gerais do direito. Na verdade, esse tipo de analogia em muito se aproxima à aplicação de um princípio a uma hipótese sem referência a uma norma. Ex. juiz criminal se depara com o pedido de restituição de um veículo com adulteração de chassis mas sem possibilidade de identificação do chassis original. Aplica-se o princípio da prevalência do interesse do réu, devendo ser entregue o veículo.
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA (técnica legislativa de interpretação- não existe qualquer lacuna - aponta uma forma genérica na própria lei) - é possível quando, dentro do próprio texto legal, APÓS UMA SEQÜÊNCIA CASUÍSTICA, o legislador se vale de uma fórmula genérica, que deve ser interpretado de acordo com os casos anteriores. PROCESSO DE CONHECIMENTO DO CONTEÚDO DA NORMA ATRAVÉS DE UM PROCEDIMENTO DE COMPARAÇAO ENTRE OS SEUS TERMOS, AMPLIANDO-SE SEU ALCANÇE DENTRO DE CRITÉRIOS PREVISTOS PELA PRÓPRIA LEI. Ex. qualquer outra fraude (art. 171) - outro meio insidioso ou cruel ( art. 121, & 2, IV )- RECURSO QUE DIFICULTA A DEFESA DA VÍTIMA. É a vontade da lei em abranger casos semelhantes por ela regulado, e bem como, pode ocorrer em desfavor do agente
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA -AMPLIAR A PALAVRA DALEI- Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento: Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA R A C I O C I N I O POR SEMELHANÇA Art. 6º-Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele(fórmula CASUÍSTICA, RELATIVA À VIDA PREGRESSA DO INVESTIGADO), e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter (FÓRMULA GENÉRICA, QUE, POR INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA AOS DADOS ANTERIORES, SÓ PODE ESTAR SE REFERINDO A VIDA PREGRESSA DO INDICIADO).
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITOS (art. 3º, CPP), regras que se encontram na consciência dos povos e são aceitas, mesmo que não escritas.