Uso do Cell ELISA como ferramenta clínica auxiliar para avaliação de potros vacinados no controle da Adenite Equina

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Transcrição:

Uso do Cell ELISA como ferramenta clínica auxiliar para avaliação de potros vacinados no controle da Adenite Equina MÜLLER, Vitória 1 ; SCHMITH, Rubia Alves 1 ;FINGER, Ilusca Sampaio 2 ; RIBAS, Leandro do Monte 3 ;LEIVAS LEITE, Fabio Pereira 4 ; NOGUEIRA, Carlos Eduardo Wayne 4 1 Acadêmica em Medicina Veterinária/FV/UFPel; 2 Mestranda em Medicina Veterinária /FV/UFPel; 3 Prof. MsC Universidade da Região da Campanha; 4 Prof. Dr. Faculdade de Veterinária- UFPel. Campus Universitário/n -Caixa Postal 354 CEP 96010-900. mullervitoria@hotmail.com 1. INTRODUÇÃO Dentre as várias afecções respiratórias que acometem os equinos, a Adenite Equina tem destaque pela elevada morbidade. (WHELCHEL & CHAFFIN, 2009). Entretanto, as vacinas disponíveis são pouco eficientes, já que apenas 50% dos animais vacinados adquirem proteção satisfatória (JACOBS et al., 2010). Embora estas vacinas induzam respostas sorológicas, qualitativa e quantitativamente, similares àquelas encontradas em animais convalescentes, não há indução de resistência populacional aceitável. Entretanto observa-se que animais imunizados respondem mais rapidamente e com níveis mais altos de anticorpos (JACOBS et al., 2010). A técnica de ELISA pode ser utilizada no diagnóstico indireto da enfermidade, demonstrando a presença de anticorpos anti-s. equi. O resultado do ELISA pode ser útil para a determinação da necessidade de vacinação a partir da demonstração do baixo nível de anticorpos séricos (KNOWLES, 2011). O objetivo do trabalho foi avaliar o Cell ELISA como ferramenta de interpretação clínica em potros vacinados contra Adenite Equina a fim de auxiliar as decisões de gestão nos programas de vacinação no controle da doença. 2. METODOLOGIA O trabalho foi realizado em um criatório de equinos da raça Puro Sangue Inglês, localizado no município de Aceguá/RS. Foram utilizados no estudo 50 potros, entre 4 e 5 meses de idade, sendo 24 machos e 26 fêmeas. Previamente ao início do protocolo vacinal todos os potros foram avaliados clinicamente. Potros com alterações no exame clínico foram retirados do trabalho. O Cell

ELISA foi realizado sete dias antes da primeira aplicação da vacina para divisão dos grupos. A vacina foi preparada utilizando como antígenos três amostras de S. equi isoladas no Laboratório de Bacteriologia/FV/UFPel, sendo duas coletadas a partir da punção de abscessos em linfonodos retrofaringeos de dois eqüinos com garrotilho e uma isolada a partir do lavado da bolsa gutural de equino portador assintomático. Para a elaboração da vacina, 5 ml de salina estéril contendo 2,5 x 10 8 UFC de culturas de cada cepa, foram adicionadas de formol na concentração de 1:5000 e incubadas durante 24 horas a 37ºC. Por fim, foi incorporado hidróxido de alumínio a 10% como adjuvante. A vacina foi envazada em frascos de 10 ml estéreis, lacrados e armazenados a 5ºC até a aplicação nos potros. Os 50 potros foram divididos em dois grupos, Vacinados (n=40) e Controles (n=10), sendo estes últimos não vacinados. Os potros do grupo vacinados foram imunizados no dia zero (D0) com o volume de 3 ml da vacina pela via intramuscular profunda. Os potros do grupo controle receberam no D0 3 ml de solução fisiológica pela via intramuscular profunda. As coletas de sangue para aquisição do soro foram realizadas nos dias D0, D21, D51, D81, D111 e D365. No D21 o respectivo tratamento foi repetido nos dois grupos. A existência de anticorpos anti-s. equi no soro dos equinos foi avaliada a partir da densidade ótpica mediante o Cell ELISA. A leitura da densidade ótica foi feita a 450 nm em leitor de ELISA (Thermo Plate), 15 minutos após a adição do revelador. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da dinâmica de anticorpos anti-s. equi mediante Cell ELISA de potros dos grupos vacinado e controle estão demonstrados na Figura 1. Foi possível observar que o grupo de potros vacinados apresentou desenvolvimento gradual de anticorpos após a primeira vacinação, com acréscimo no valor médio da densidade óptica (0,561±0.06) significativamente superior (p<0,05) ao registrado no grupo controle (0,398±0.03). Nos quatro períodos D21, D51, D81 e D111 houve diferença significativa (p<0,05) na média da densidade óptica entre os grupos. O valor médio máximo na densidade óptica (0,576±0,05) do grupo vacinado foi registrado em D51, após duas doses da vacina (D0 e D21). Em D81 foi notada discreta queda na média da densidade óptica (0,566±0,04) no grupo de vacinados.

Após um ano (D365) os valores médios da densidade ótica entre vacinados e controles se aproximaram, 0,413±0,03 e 0,408±0,02, respectivamente. Três dos dez potros do grupo controle desenvolveram garrotilho entre D21 e D51. Os potros doentes apresentaram os sinais característicos da doença: febre, secreção nasal purulenta, tosse, linfoadenopatia submandibular e retrofaríngea com formação de abscessos. O diagnóstico de certeza de Adenite Equina foi realizado a partir do isolamento de S. equi das secreções nasais. No grupo de vacinados não foram registradas alterações clínicas compatíveis com garrotilho. Figura 1 - Dinâmica de anticorpos anti-s. equi de potros imunizados com vacina experimental e potros controles realizada através do Cell ELISA. A detecção de anticorpos anti-s. equi a partir de testes sorológicos é utilizada como exame auxiliar para o monitoramento do estado imunológico dos rebanhos equinos à exposição ao S. equi (SRIVASTAVA & BARNUM, 1981; SWEENEY et al., 2005; KNOWLES, 2011). Na presente investigação os resultados demonstraram a habilidade do Cell ELISA em detectar a condição sorológica natural de potros a campo (não vacinados) e a produção de anticorpos mediante vacinação experimental. Os potros em D0 apresentaram níveis baixos de anticorpos, porém, superiores a controles negativos. Este resultado parece ser a condição natural de equinos a campo que sofreram exposição prévia ao S. equi (AINSWORTH, 2010).

O Cell ELISA foi capaz de mostrar a elevação significativa nos níveis de anticorpos anti-s. equi nos potros após a vacinação. Estes valores foram superiores (p<0,05) aos observados no grupo controle. Este resultado deve ser considerado porque apesar da imunização comumente não resultar em desenvolvimento de resistência satisfatória à infecção, os equinos imunizados respondem muito mais rápido e com níveis mais altos de anticorpos circulantes que os não vacinados (SWEENEY, 1993; KOWALSKI, 2000; PRESCOTT & WRIGTH, 2000). Notou-se que os níveis inferiores (P<0,05) de anticorpos observados no grupo de potros não vacinados foram associados ao desenvolvimento de garrotilho. Assim, sugere-se que os potros do grupo controle foram suscetíveis ao desenvolvimento da doença devido ao baixo nível de anticorpos séricos, o que está descrito como um fator de suscetibilidade devido ao inadequado grau de proteção imunológica (SRIVASTAVA & BARNUM, 1985; TIMONEY, 2004). Concordando com Sweeney et al. (2005), o teste de ELISA pode ser indicado para monitorar o grau de proteção do rebanho e assim identificar o nível de anticorpos que tende a tornar os potros suscetíveis ao desenvolvimento da doença. Os resultados mostraram que em um programa de vacinação deve ser considerada a necessidade de reforço vacinal trimestral para que sejam conferidos níveis protetores de anticorpos ao rebanho, pois a vacinação não permite um controle satisfatório em condições de campo e isto se deve em parte a não duradoura persistência de anticorpos séricos induzidos pelas vacinais inativadas (NALLY, 2001). 4. CONCLUSÕES Os resultados demonstrados no presente estudo sugerem que o uso do Cell ELISA em potros vacinados pode ser uma ferramenta auxiliar em programas de vacinação contra garrotilho. A partir do teste foi possível monitorar a dinâmica de anticorpos anti-s. equi em potros pós-imunização e assim ser estimada a produção de anticorpos vacinais bem como a necessidade de nova imunização devido à identificação do decréscimo nos níveis de anticorpos séricos.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS WHELCHEL D. D., CHAFFIN M. K., Sequelae and complications of Streptococcus equi subspecies equi infections in the horse. Equine Veterinary Education, v.21, n.3, p.135-141, 2009 JACOBS A. A. C., GOOVAERTS D., NUUTEN P. J. M., THELEN. R. P. H., HARTFORD O. M., Foster T. J., Investigation towards an efficacious and safe strangles vaccine: submucosal vaccination with a live attenuated Streptococcus equi. Veterinary Record v.147, p. 563-567, 2010. KNOWLES, E.J. Serological Elisa Test for Streptococcus equi (strangles). In: AHT / BEVA / DEFRA Equine Quarterly Disease Surveillance Report V.7, n.2, 2011. SRIVASTAVA, S.K., BARNUM, D.A. The serological response of foals to vaccination against strangles. Canada Journal Compendium Medicine, v.45, p.20-25, 1981. SWEENEY, C.; TIMONEY, J.F.; RICHARD NEWTON, J.R.; HINES, M.T. Review of Streptococcus equi Infections in Horses: Guidelines for Treatment, Control, and Prevention of Strangles. In: 51 Annual Convention of the American Association of Equine Practitioners. Seattle, 2005. AINSWORTH, D.M. Caught in the Middle of a Strangles Outbreak Review of the Diagnostic and Management Procedures. In: Proceedings of the American Association of Equine Practitioners - Focus Meeting Focus on Upper and Lower Respiratory Diseases Salt Lake Indianapolis, 2010. SWEENEY, C.R. Streptococcus equi. In: SMITH, B.P. Tratado de Medicina Interna de Grandes Animais. Editora Manole LTDA, São Paulo, 1993, p.531-533. PRESCOTT, J.; WRIGHT, T, B. Strangles in horses. 2000. Ontario Ministry of Agriculture and Food, Acessado em 02/10/2010. Disponível on-line http://www.stranglesinhorse.html. KOWALSKI, J.J. Mecanismo da doença Infecciosa. In: REED, S.M & BAYLY, W.M. (Eds.). Medicina Interna Eqüina. Rio de Janeiro:Guanabara, 2000. p.54-56. NALLY, J.E. et al. Induction of mucosal and systemic antibody specific for SeMF3 of Streptococcus equi by isobutirate based delivery system. Vaccine, n.19, p.492-497, 2001. TIMONEY, J.F. The pathogenic equine streptococci. Veterinary Research, v.35, p.397-409, 2004.