Palavras-chave: Estilo de vida. Qualidade de vida. Trabalhadores.

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Transcrição:

1 PERFIL DO ESTILO DE VIDA DE TRABALHADORES DO COMÉRCIO DO MUNICÍPIO DE SANTO AMARO DA IMPERATRIZ José Victor dos Santos Resumo: Mudar o estilo de vida é adquirir hábitos saudáveis e garantir bem-estar e qualidade de vida. Da mesma forma, indivíduos que investem na saúde, dentro ou fora do ambiente de trabalho, colhem os benefícios desse comportamento positivo em relação à saúde. Este trabalho teve como objetivo descrever o Perfil do Estilo de vida de trabalhadores do comércio de Santo Amaro da Imperatriz. Participaram da pesquisa 87 indivíduos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos. Os participantes da pesquisa foram escolhidos de forma não-aleatória, intencional e com participação voluntária. Foram analisadas, por meio do Pentáculo do Bem-Estar, variáveis, que juntas afetam o estilo de vida do individuo. Através de 15 perguntas as variáveis analisadas foram: Nutrição, controle do estresse, relacionamentos, atividade física e comportamento preventivo. Os dados foram analisados e apresentados em gráficos e tabela. Participaram 63 mulheres e 24 homens, todos trabalhadores do comércio do município de Santo Amaro da Imperatriz, com média de idade de 29,66 anos. Quanto ao componente nutrição predominou o escore negativo, de 58,7%. Em relação a prática de atividades físicas, 33% não realizam atividades física diariamente. No quesito comportamentos preventivos, verificou que quase todos possuem atitudes positivas, evitando o consumo de tabaco e alcool e respeitando as normas de trânsito. Quanto os resultados obtidos no fator relacionamentos, foi verificado que os trabalhadores estão satisfeitos com seu relacionamento pessoal, sendo um dos resultados mais expressivos do estudo com 73,6% dos participantes. Em relação ao controle do estresse, verificou-se que 60,93% dos individuos procuram evitar stress diante de situações de aborrecimentos. Por fim, conseguimos descrever o perfil do estilo de vida dos trabalhadores do comércio, objetivo geral desta investigação, e assim vimos que os componentes Nutrição e atividade fisica apresentaram percentuais de escores negativos e Comportamento Preventivo, Controle do Estresse e Relacionamentos apresentaram percentuais de escores positivos Palavras-chave: Estilo de vida. Qualidade de vida. Trabalhadores. Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de graduação da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física). Orientador: Prof. Leonardo de Lucca, Msc. Palhoça, 2017. Acadêmico (a) do curso de Educação Física da Universidade do Sul de Santa Catarina. josevictor1996@hotmail.com

2 1 INTRODUÇÃO O Brasil se apresenta entre o grupo BRIC s de países emergentes como o país com o maior número de habitantes inativos seguido pela Índia, China e Rússia respectivamente e chegam a perder mais de 20 milhões de vidas produtivas anualmente por causa de doenças cardiovasculares e certos tipos de cânceres, ou seja, em morbidades que poderiam ser evitadas com a adoção de hábitos de vida mais saudáveis (WHO, 2007). Mudar o estilo de vida é adquirir hábitos saudáveis e garantir bem-estar e qualidade de vida. Estes hábitos indicam uma representação social formada por parâmetros de satisfação das necessidades básicas, que seria uma definição de qualidade de vida. (MINAYO; HARTZ; BUSS 2000). O Estilo de vida inadequado pode contribuir para que as doenças se manifestem cada vez mais cedo, mas, por outro lado, o estilo de vida saudável pode ser o início da manutenção da saúde e prevenção de doenças. O estilo de vida individual (conjunto de valores e costumes) se reflete diretamente em sua cultura cotidiana, afetando inclusive, a saúde física do indivíduo, podendo determinar até mesmo determinar o quão adoentado ou saudável tal pessoa será a médio e longo prazo. O pentáculo do bem estar desenvolvido por Nahas (2000) tem como objetivo medir aspectos comportamentais dentro de cinco áreas: Nutrição, atividade física, comportamento preventivo e relacionamentos. A adaptação corporal do ser humano ao estresse, gerado pelo trabalho e pela vida cotidiana, não dependerá somente de fatores individuais, mas também do grupo social ao qual está inserido. Portanto, são fatores que interferem no estilo de vida deste segmento populacional. Vários fatores podem afetar a saúde e o bem-estar a curto e longo prazo, na medida em que a saúde é influenciada pelo estilo de vida, trazendo influências positivas ou negativas (ALESSI; NAVARRO, 1997). Há vários estudos nesta área, como o de Moreira et al. (2010) que analisa o estilo de vida de trabalhadores docentes, o de Medeiros et al. (2014) que analisa o perfil do estilo de vida de trabalhadores da contrução civil e o de Geraldes et al. (2006) que analisa o estilo de vida de colaboradores do Serviço Social da Indústria (SESI)- SP. Mas mesmo que o tema venha sendo discutido há várias décadas, ainda existem

3 imprecisões, controvérsias e às vezes o assunto não é discutido com a abrangência necessária que o tema exige, limitando-se a análises das condições de vida, prevalências de doenças e comportamentos de riscos nos trabalhadores. Atualmente não há estudos aprofundados sobre o perfil do estilo de vida de trabalhadores do comércio, o que permite a identificação de uma lacuna e logo, de uma oportunidade de estudo que traga relevância a temática e que permitirá ampliar a discussão sobre como estabelecer melhores níveis de saúde através de programas destinados a modificar o estilo de vida dos participantes envolvidos no estudo. Portanto observou-se a necessidade de um estudo em um município do estado de Santa Catarina, no caso em Santo Amaro da Imperatriz, e assim descrever o perfil do estilo de vida dos trabalhadores do comércio, obejtivo geral desse estudo. 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 TIPO DE PESQUISA Esta pesquisa caracterizou-se como descritiva, do tipo exploratória. Bisquerra (1989), caracterizada quanto aos objetivos, como sendo descritiva, pois tem como objetivo a descrição de fenômenos, estabelecendo relações entre as variáveis, que descrevem uma realidade. Para Thomas e Nelson (2002), a pesquisa descritiva é um estudo de status e é amplamente utilizada na educação e nas ciências comportamentais. Em relação à abordagem do problema, caracterizou-se, segundo Silva et al. (2011), como sendo quantitativa, pela análise e classificação dos dados obtidos. A pesquisa quantitativa é tudo que pode ser quantificável, ou seja, tudo que possa ser traduzido em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. (SILVA et al., 2011). 2.2 SUJEITOS DA PESQUISA Participaram da pesquisa 87 indivíduos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos, residentes no município de Santo Amaro da Imperatriz.

4 A seleção dos participantes foi determinada de uma amostragem não-probalística intecional, pois teve como objetivo o estudo específico de um grupo, sendo no caso, trabalhadores do comércio de Santo Amaro da Imperatriz. Critérios de inclusão: - Assinatura do termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); - Ter idade igual ou superior a 18 anos; Critérios de Exclusão: - Não residir em Santo Amaro da Imperatriz. 2.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA Para verificar o Perfil do Estilo de Vida dos trabalhadores do comércio de Santo Amaro da Imperatriz, foi utilizado o Pentáculo do Bem-Estar (NAHAS, 2000) Este instrumento foi desenvolvido por Nahas (2000), e é uma base conceitual para avaliar o Estilo de Vida de pessoas ou grupos. Ele abrange 5 pontos que afetam a Qualidade de Vida e saúde, que são fundamentais para um bom Estilo de Vida: Atividade Física, Stress, Nutrição, Comportamento preventivo e relacionamentos. O Pentáculo do bem-estar é composto por 15 perguntas, com uma escala que varia de zero(0) a três(3) pontos. O três representa a completa realização do item citado, e o zero a ausencia total de tal caracteristica apresentada. Quanto mais os pontos respondidos se aproximam do zero, mais atenção o indivíduo deve ter em relação aquele item, pois, se tratando de estilo de vida, comportamentos negativos podem produzir ou potencializar os riscos e malefícios a saúde a médio e longo prazo. 2.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS O trabalho foi submetido ao Comitê de ética em pesquisa (CEP UNISUL) e após sua aprovação os responsáveis pelos estabelecimentos foram contatados presencialmente,.

5 Logo após foi agendado o dia e horário para aplicação do questionário, que foram respondidos no momento da aplicação, acompanhado pelo pesquisador, que prestou todos os esclarecimentos e dúvidas do entrevistado. Os sujeitos que participaram voluntariamente foram informados quanto aos objetivos do estudo para então assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e posteriormente responderam o questionário que teve duração de 3 dias pois foram feita a coleta em 3 empresas, logo ficou um dia de coleta para cada. 2.5 ANÁLISE DOS DADOS Para organização dos dados, foi utilizado o software Microsoft Excel. Foi aplicada uma estatística descritiva para apresentação dos resultados, em termos da distribuição das respostas para os dados pessoais e as respostas do questionário do perfil de estilo de vida. Os dados do Pentáculo do Bem Estar foram analisados numa escala com pontuação entre 0 a 3, sendo, 0 = nunca/não faz parte, 1 = às vezes, 2 = quase sempre, 3 = sempre, assim os escores menores e iguais a 1 referem-se ao índice negativo; e escores 2 e 3, ao índice positivo. Deste modo, foi feito uma média do estilo de vida do grupo quanto mais respostas próximas à pontuação 3, melhor é considerado o estilo de vida, o qual é representado no Pentáculo do Bem-Estar. Os resultados foram apresentados em forma de gráficos e tabela e posteriormente foram analisados e discutidos com a literatura. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os gráfico 1 e 2 a seguir apresentam o gênero e idade dos trabalhadores do comércio do municipio de Santo Amaro da Imperatriz:

6 Gráfico 1 Sexo dos Participantes 28% 72% Homens: 24 Mulheres: 63 Fonte: Elaboração dos Autores, 2017 Gráfico 2 Média de idade dos participantes 32 31 30 29 28 27 30,87 29,66 26 25 26,5 24 Homens Mulheres Geral Total:87 Fonte: Elaboração dos Autores, 2017 Os resultados obtidos sobre o sexo e idade, demonstram que a maioria dos trabalhadores do comércio são mulheres (72%), com média geral de ambos os sexos de 29,66 anos idade, considerado adulto jovem. Em relação ao perfil dos trabalhadores do comércio, em um estudo realizado por Pohl et al. (2013) em Santa Cruz do Sul RS, analisando o perfil do estilo de vida de trabalhadores do comércio, observou-se que, dos 84 sujeitos, a média de idade é de 27,65 anos e 47 (56,0%) são do sexo masculino, com predomínio da faixa etária de 20 a 35 anos, em ambos os sexos.

7 O gráfico 3 apresenta os resultados referentes ao consumo de frutas e verduras (A), consumo de alimentos gordurosos e doces (B), e à quantidade variada de refeições diárias (C). Gráfico 3 Componente Nutrição 60,0% 52,9% 50,0% 44% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 20,7% 19,5% 6,9% 14% 26% 16% 17% 28% 31% 24% 0,0% Consumo de frutas e verduras (A) Evita consumo de alimentos gordurosos ou doces (B) Quantidade variada de refeições diárias (C) Não faz parte As vezes Quase sempre Sempre Fonte: Elaboração dos Autores, 2017 De acordo com o gráfico 3, 52,9% dos sujeitos responderam que às vezes incluem ao menos cinco porções de frutas e verduras diariamente e apenas 6,9% responderam sempre faz parte de seu comportamento. Quanto à ingestão de alimentos gordurosos, 44% responderam que às vezes evitam alimentos gordurosos e 14% nunca evitam. Quando se pergunta se fazem de 4 a 5 refeições variadas ao dia, 31% responderam que quase sempre faz parte de seu comportamento, 17% responderam que nunca. De modo geral, no componente nutrição predominou o escore negativo, que foi 58,7% da amostra, e um escore positivo de 41,3% (Tabela 1). Em um estudo realizado por Geraldes et al. (2006), para traçar o perfil do estilo de vida dos colaboradores do Serviço Social da Indústria (SESI-SP), pode-se observar que, em relação à nutrição, 61% dos participantes apresentam escores negativos referentes a esse item, além de 52% dos participantes apresentam escores negativos referentes à ingestão de gordura.

8 Já no estudo realizado por Moreira et al. (2010) para analisar a Qualidade de vida do trabalhador docente em Educação Física do estado do Paraná, constatou que 66,3% obtiveram escores negativos. Esta má alimentação apontada nos estudos pode ser gerada atraves da correria do dia a dia dos trabalhadores ocorrendo a falta de tempo para uma boa alimentação, pois nos dias atuais, confia-se muito na praticidade da comida rápida, fast-food e em suplementos nutricionais do que propriamente em alimentos frescos e saudáveis. Com o avanço da carreira docente, há diminuição dos comportamentos positivos. O avançar da idade, o pluriemprego, o estresse laboral mostram-se como aspectos determinantes para a ocorrência de comportamento negativo relacionado a má alimentação. (BOTH et al., 2007; BAKKER et al., 2000) Para Nahas (2010), o se voce come e o que se faz tem impacto direto na saúde. A melhor maneira de assegurar uma dieta saudável é incluir uma ampla variedade de alimentos nas refeições diárias. Existe uma relação entre o estado nutricional do trabalhador e sua capacidade de produção, sendo que qualquer deficiência acentuada em termos de proteínas e/ou calorias pode provocar uma redução na força muscular, na eficiência dos movimentos e no rendimento do trabalho. (SCARPARO; AMARO; OLIVEIRA 2010). O gráfico 4 apresenta os resultados referentes à prática de atividades físicas regulares (D), prática de alongamentos e exercícios de força muscular (E), além do deslocamento ativo como meio de transporte (F).

9 Gráfico 4 Componente Atividade Física 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 33% 41,4% 36,8% 32% 27,6% 26,4% 23,0% 23,0% 20% 15% 12,6% 9,2% Lazer inclui a prática de atividades físicas (D) Realiza exercicios que envolvam força, alongamento muscular (E) Caminha ou pedala como meio de deslocamento; usa escada ao inves de elevador (F) Não faz parte As vezes Quase sempre Sempre Fonte: Elaboração dos Autores, 2017 O gráfico 4, demonstrou que 33% dos trabalhadores não realizam pelo menos 30 minutos de atividade física moderada ou intensa por cinco ou mais dias na semana, 32% responderam às vezes, 15% quase sempre e 20% responderam que sempre. Quando se pergunta se o grupo realiza ao menos 2 vezes por semana exercícios que envolvam força e alongamento, 23% responderam que sempre, 12,6% quase sempre, 27,6% às vezes e 36,8% que nunca faz parte de seu comportamento. No item f (no seu dia a dia você caminha ou pedala como meio de transporte), 41,4% responderam que sempre, 23% quase sempre, 26,4% às vezes e apenas 9,2 % que não faz parte de seu comportamento. Na média geral deste componente, os escores positivos em relação as perguntas propostas ficou em 44,8%, e 55,2% dos participantes tem um comportamento negativo em relação a atividades físicas (Tabela1). Os resultados obtidos indicaram que a média deste componente refletem em um estilo de vida não saudável. Assim aconteceu no estudo realizado por Medeiros et al. (2014) que analisou o perfil do estilo de vida de trabalhadores da contrução civil, onde as maiores médias da amostra foram de 33% que não faz parte e 25% as vezes incluem a realização de pelo menos 30 minutos de atividade física moderada ou intensa por 5 ou mais dias na semana. Resultados semelhantes também foram encontrados no estudo de Policeno, Pagliari e Zawadzki (2013) realizado com 70 funcionários sendo 35 de cada sexo, em

10 uma universidade no oeste do estado de Santa Catarina. Esse componente predominou o as vezes e não faz parte do seu comportamento a prática de atividades físicas (não expressando valores numéricos), principalmente para as mulheres, o que gerou um resultado abaixo do recomendado, que seria na faixa do quase sempre e sempre. E por serem pessoas sedentárias, aumentam o risco de desenvolver inúmeras doenças. Provavelmente isto ocorre devido a maior disponibilidade de tempo que os homens possuem por, normalmente, não terem a seu cargo as responsabilidades domésticas, familiares e a fácil acessibilidade a jogos esportivos, como por exemplo o futebol, pois há muitos locais para esta prática. Por outro lado, o estudo de Santos e Venancio (2006) realizado com 43 acadêmicos concluintes em Educação Física do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais Unileste-MG, quando se pergunta se o grupo realiza ao menos duas vezes por semana exercícios que envolvam força e alongamento, 37% responderam que sempre, 26% quase sempre, e um empate de 19% entre às vezes e não fazem parte de seu comportamento. Nota-se que a informação desses futuros profissionais que irão trabalhar na área saúde, possa ajudar nesse quesito em relação a informações sobre qualidade de vida saudável, e assim seu escore neste comportamento ter dado o valor mais elevado comparado a nosso estudo. O aumento na atividade física pode ser feito de varias formas e em varios lugares (SEGATTO, 2003). É importante que sejam feitas pelo menos 30 minutos por dia, na maioria dos dias da semana, de forma acumulada ou contínua podendo ser leve ou moderada. Sempre respeitando um princípio básico do volume-intensidade, ou seja, se for menor a intensidade, mais tempo ou se for intensidade maior, menos tempo (DANTAS, 1998). Na sequência, O Gráfico 5 destaca os resultados referentes ao conhecimento e controle dos níveis de colesterol e pressão arterial (G), consumo de álcool e cigarros (H) e respeito às normas de trânsito (I).

11 Gráfico 5 Comportamento Preventivo 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% 29,9% 29,9% 20,7% 19,5% 18,4% 17,2% 10,3% Conhece sua PA, niveis de colesterol e procura controlálos (G) 54,0% Não fuma e não ingere alcool (ou ingere com moderação) (H) Não faz parte As vezes Quase sempre Sempre 0,0% 11,5% 3,4% 85,1% Respeita as normas de transito; usa o cinto de segurança e se dirige nunca ingere alcool (I) Fonte: Elaboração dos Autores, 2017 No Componente Comportamento Preventivo verificou-se que 29,9% dos sujeitos responderam sempre, 19,5% que quase sempre e 29,9% às vezes têm conhecimento da pressão arterial e níveis de colesterol e procuram controlá-los, e 20,7% responderam que não faz parte de seu comportamento. Enquanto mais da metade dos entrevistados, 54% sempre têm em seu comportamento o hábito de não fumar e ingerir álcool com moderação. As respostas foram bastante positivas quando 85,1% dos colaboradores demonstraram que sempre procuram praticar comportamentos preventivos respeitando as normas de segurança e controla o consumo de bebidas alcoólicas. Neste componente se obteve um escore positivo de 70,2% da amostra (Tabela 1). Por outro lado, o estudo realizado por Martins e et al., (2012) analisou os parâmetros de qualidade e estilo de vida de universitários de Campo Mourão, no noroeste do Paraná, com jovens na média de 21 anos. Quanto ao hábito de não fumar e não ingerir álcool (ou ingerir moderadamente), 48% dos indivíduos disseram que não têm o hábito, enquanto 24% o fazem sempre. Assim também ocorreu no estudo de Joia (2010) onde foram analisados o perfil do estilo de vida de universitários. O consumo de álcool e fumo foi bastante difundido entre os universitários estudados, a maioria relatou ser tabagista e etilistas, sendo 53,7% deles.

12 Este fato pode ser explicado pelo comportamento de assumir riscos e testar limites, a tendência de procurar situações novas (muitas vezes influenciada por amigos), de forma impulsiva, pode incluir experiências como álcool ou tabaco, típica dos adolescentes e jovens. É importante conservar hábitos de segurança. Nahas (2000), diz que os hábitos são formados pela repetição de certos comportamentos (ações do cotidiano). Depois que se aprende algo e se repete tal ação várias vezes (amarrar os sapatos ou escovar os dentes, por exemplo), o subconsciente passa a ser responsável por uma ação, não sendo mais preciso pensar para realizá-la, tornando se então, um hábito, por isso são difíceis de serem alterados. Sharkey (1980), relata que pesquisadores da Califórnia (Breslow & Enstron) listaram vários hábitos, sendo que a abstinência de cigarros e drogas e uso moderado (ou abstinência) de álcool poderiam adicionar 11 anos de vida aos homens e as mulheres 7 anos, simplesmente seguindo os hábitos. A informação é um ponto importante para a tomada de posição, o indivíduo bem informado conhece a importância da busca de um comportamento preventivo, não por sentir-se ameaçado pelas doenças, mas para prevenir estas enfermidades.(sene; PORTO,2010) No Gráfico 6 a seguir, foram destacados os resultados referentes à satisfação com relacionamentos (J), lazer ativo com amigos (K), e atividades em prol da comunidade de cada um (L).

13 Gráfico 6 Componente Relacionamento Social 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0% 8% 18% 74% Procura cultivar amigos; está satisfeito com seus relacionamentos (J) 31,0% 27,6% 35,6% 5,7% 7% Lazer inclui encontro com amigos, atividades em grupos (K) 33% 32% 28% Procura ser ativo na comunidade, sentindo-se util no ambiente social (L) Não faz parte As vezes Quase sempre Sempre Fonte: Elaboração dos Autores, 2017 De acordo com o gráfico 6, pôde-se observar que a maioria dos entrevistados (74%), sempre procuram cultivar amigos e estão satisfeitos com seus relacionamentos. As vezes (31%), faz parte do seu comportamento reuniões com amigos, atividades esportivas em grupo, participação em associações, a proporção de respostas para sempre foi de 35,6%. Já 28% dos colaboradores responderam às vezes, 33% quase sempre, 32% sempre e apenas 7% nunca procuram ser ativos em sua comunidade, sentindo-se útil no seu ambiente social. A partir dos resultados demonstrados gerou-se um escore positivo de 73,6% dos participantes, e escore negativo de apenas 26,4% (Tabela 1). Assim ocorreu também no estudo de Timossi et.al (2008) onde foi analisada a relação entre o estilo de vida e qualidade de vida no trabalho de 32 colaboradores de uma organização federal. Resultado que pode ter acontecido pois acredita-se que para ter um desempenho adequado e atingir bons resultados, os profissionais precisam estar motivados e felizes com o trabalho que realizam. O bom relacionamento com as pessoas do trabalho, amigos e familiares, é um fator de motivação, assim como o reconhecimento como bom profissional e fazer o que gosta. Segundo Santos e Venancio (2006), o relacionamento do indivíduo é responsável por um bem-estar espiritual essencial ao seu estilo de vida, tanto consigo mesmo, com a natureza e as pessoas a sua volta. Deve-se utilizar valores que muitas vezes é deixado de lado pela rotina, e usá-los sempre a seu favor, como o otimismo,

14 tolerância, bom-humor, e aproveitá-lo para o bem. É necessário sempre manter a harmonia e o equilibrio em relacionamentos, indo em busca de atividades que tragam alegria e prazer. Por isso recomenda-se que se reserve cinco minutos para dar uma atenção a você mesmo, seja para olhar uma paisagem, escutar uma música ou simplesmente relaxar a mente. O Gráfico 7 destaca os resultados referentes ao tempo para relaxar (M), manter uma discussão sem alterar-se (N) e equilíbrio entre o trabalho e o lazer (O). Gráfico 7 Componente Controle do Estresse 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 25% 45% 16% 14% 14% Reserva ao menos 5 minutos todos os dias para relaxar (M) 30% 33% 23% Mantem uma discussão sem se alterar, mesmo quando contrariado (N) 10,3% 24,1% 25,3% 40,2% Equilibra tempo dedicado ao trabalho com o lazer (O) Fonte: Elaboração dos Autores, 2017 Não faz parte As vezes Quase sempre Sempre No gráfico 7 está demonstrado que 45% dos trabalhadores sempre reserva tempo para relaxar, 16% quase sempre, 25% às vezes e 14% não possuem este hábito. Já 33% quase sempre mantém uma discussão sem se alterar mesmo quando contrariado, 30% as vezes, 23% sempre e apenas 14% não têm este comportamento. Para a pergunta: equilibra tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado ao lazer, 40,2% dos colaboradores responderam que sempre tem este comportamento, 25,3% quase sempre, 24,1% às vezes e apenas 10,3% não faz parte de seu estilo de vida. Na média geral deste componente (Tabela 1), foi obtido um escore positivo de 60,93% da amostra, e apenas 39,07% de escore negativo.

15 O estudo realizado por Moleta et al. (2013), onde foram analisados trabalhadores de uma indústria no Paraná, também apresentaram escores positivos referente a este componente, onde a maioria dos trabalhadores respondeu que quase sempre tal comportamento faz parte no seu dia a dia. Pode-se tirar como parametro para analisar o comportamento positivo em ambos os estudos, pois enquanto algum estresse é uma parte normal do local de trabalho, o estresse excessivo pode interferir com a sua produtividade e reduzir a sua saúde física e emocional, sendo assim, a grande maioria dos trabalhadores tentam buscar este equilíbrio emocional para manter o foco não só no ambiente de trabalho, mas na sua vida social também. (EDWARD; COOPER 1990) Conforme Lipp (2010) e Ballone e Moura (2008), pressões sofridas pelos trabalhadores em seus postos de trabalho, nas organizações, é tema recorrente de algumas produções científicas e isso pode gerar uma série de inquietações e, até mesmo doenças, a esses profissionais. O que pode ser um fator gerador do estresse uma vez que a competitividade existente no mercado, impulsionada pelos avanços tecnológicos, determinam mudanças no mundo do trabalho. Há, portanto, uma ampla área da vida moderna onde se misturam os estressores do trabalho e da vida cotidiana. A pessoa, além de ter alta competitividade exigida pelas empresas, das habituais responsabilidades ocupacionais, necessidades de aprendizado constante, tem que lidar com os estressores normais da vida cotidiana, tais como a manutenção da família, a segurança social e as exigências culturais, É possivel, que a soma de todos esses novos desafios leve ao estresse, superando os limites adaptativos. (BALLONE e MOURA, 2008). Tabela 1 Média geral dos componentes Positivo Negativo Nutrição 41,3% 58,7% Atividade Física 44,8% 55,2% Comportamento Preventivo 70,2% 29,8% Relacionamentos 73,6% 26,4% Controle do Estresse 60,93% 39,07% Fonte: Elaboração dos Autores, 2017

16 4 CONCLUSÃO E SUGESTÕES Ao término deste estudo, que teve como objetivo conhecer o perfil do estilo de vida dos trabalhadores do comércio no município de Santo Amaro da Imperatriz, podese realizar algumas considerações dentro das questões específicas investigadas. Em relação a caracterização da amostra do estudo, conhecendo a faixa etária e sexo, percebeu-se que grande parte dos trabalhadores do comércio são mulheres com média de idade de 30 anos. Em relação ao perfil do estilo de vida da população analisada os componentes apresentaram os seguintes resultados: Os maiores percentuais foram para escores negativos para Nutrição e Atividade Física; e os maiores percentuais de escores positivos para Comportamento Preventivo, Relacionamento Social e Controle do Estresse. Por fim, conclui-se que a utilização do Pentaculo do Bem Estar possibilitou descrever o perfil do estilo de vida dos trabalhadores do comércio, objetivo geral desta investigação, e assim ficaram evidentes os pontos bons, e os que devem ser melhorados nos trabalhadores. Espera-se que o estudo contribua no conhecimento do estilo de vida dos trabalhadores do comércio de Santo Amaro da Imperatriz, e possibilite o incentivo a criação de programas de promoção da saúde, tanto no ambiente de trabalho quanto fora, através da prática de atividades físicas regulares, convívio social e uma alimentação saudável das pessoas em geral. Sugere-se além de um estudo em amostras maiores e em outros locais do comércio com o instrumento do Pentáculo do Bem estar, como também a aplicação de um questionário socio-economico para identificar certas interferencias na adesão de um estilo de vida adequada.

17 REFERÊNCIAS ALESSI N.P.; NAVARRO VL. Saúde e trabalho rural: o caso dos trabalhadores da cultura canavieira na região de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 1997; 13(2):111-21 BAKKER, A.B. et al. UsingEquity Theory to Examine the Difference between Burnout and Depression. Anxiety, Stress and Coping, Overseas Publishers Association N.V., v. 13, p. 247-268, 2000. BALLONE G.J, MOURA E.C -Estresse e Trabalho - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2008. BISQUERRA, R.Métodos de investigacion educativa:guia practica. Barcelona: CEAC, 1989. BOTH, J.; NASCIMENTO, J. V.; BORGATTO, A.F. Estilo de vida dos professores de Educação Física ao longo da carreira docente no estado de Santa Catarina. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v. 12, n. 3 p. 54-64, 2007. DANTAS, E. H. M. A Prática De Preparação Física. Rio De Janeiro. 4º Ed. Sharpe, 1998. Edwards, J. R., & Cooper, C. L. (1990). The person-environment fit approach to stress: Recurring problems and some suggested solutions. Journal of Organizational Behavior, 11, 293-307. GERALDES, C.F.et al. Nível de qualidade de vida dos colaboradores da diretoria de esportes e lazer do SESI-SP. In Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte 2006, 5(especial):13-22 JOIA, L.C. Perfil do estilo de vida individual entre estudantes universitários Revista Movimenta; Vol 3, N 1 (2010) LACAZ, F.A.C. Qualidade de vida no trabalho e saúde/doença. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.5, n.1, p. 151-61, 2000. LIPP, M. E. O Modelo Quadrifásico do Stress. In: Lipp, M. E. N. (org.) Mecanismos neuropsicofisiológicos do stress: teoria e aplicações clínicas. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010 MARTINS, G.H. et al. Análise dos parâmetros de qualidade e estilo de vida de universitários Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte v. 11, n. 1, 2012 MEDEIROS, H.J. et al. Saúde no trabalho: perfil do estilo de vida de trabalhadores da construção civil In EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014.

18 MINAYO M.C, HARTZ Z.M, Buss PM. Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. Ciência e saúde coletiva, 5(1): 7-18, 2000. MOLETA, T. et al. Percepção de bem-estar: um estudo com operadores de empilhadeira de uma indústria de ponta grossa/pr. In revista eletrônica fafit/facic sp brasil v. 04, n. 01, jan./jun. 2013 MOREIRA, H.S. et al. Quality of life of teaching in Physical Education of Parana state, Brazil. In Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, September 2010 NAHAS, M.V., DE BARROS, M.V. e FRANCALACCI, V. O Pentaclo do Bem-estar Base conceitual para Avaliação do Estilo de Vida de Individuos ou Grupos.Revista Brasileira Atividade Fisica & Saúde, Volume 5, número 2, 2000. OMS. Promoción de la salud. Glosario. Genebra: OMS, 1998 NAHAS, M.V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceito e sugestões para um estilo de vida ativo. 5 ed. Londrina: Midiograf; 2010. OLIVEIRA S.A. Qualidade da qualidade: uma perspectiva em saúde do trabalhador. Cadernos de Saúde Pública, São Paulo, v.13, n.4, p. 625-34, 1997. POHL, H. H., et al."perfil de saúde dos trabalhadores do comércio: um estudo relacionado com a aptidão física." Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde/Brazilian Journal of Health Research 15.1 (2013). POLICENO, A.C.; PAGLIARI, P.; ZAWADZKI, P. Perfil do estilo de vida dos funcionários da UNOESC Chapecó. Biosaúde, Londrina, v. 15, n. 2, 2013 SANTOS, G.L.; VENÂNCIO, S.E. Perfil do estilo de vida de acadêmicos concluintes em Educação Física do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais Unileste MG. Movimentum Revista Digital de Educação Física, Ipatinga, v.1, ago./dez. 2006. SCARPARO A.L, AMARO F. S, OLIVEIRA A.B. Caracterização e avaliação antropométrica dos trabalhadores dos restaurantes universitários da Universidade Federal do rio grande do Sul. rev HCPA. 2010;30(3):247-51. SEGATTO, C. Correr Para Viver. Revista Época. São Paulo, 07 Jul. 2003, P.52-63 SENE, R.F.; PORTO,M.M. Qualidade de vida: conceitos e perspectivas Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 142 - Marzo de 2010 SILVA, S. G. et al.caracterização da Pesquisa: tipos de pesquisa.in: SANTOS, S. G. (Org.). Métodos e Técnicas de pesquisa quantitativa aplicada à Educação Física. Florianópolis:Tribo da Ilha, 2011.

19 SHARKEY, B. J. Condicionamento físico e saúde. 4. ed. Porto Alegre: ARTMED,1998. TIMOSSI, L.S. et al. Relações entre o estilo de vida e qualidade de vida no trabalho: avaliação e influências sobre a vida dos colaboradores. In Revista Digital Buenos Aires Año 13 N 122 Julio de 2008 THOMAS, J. & NELSON, J. Métodos de pesquisa em atividade física e saúde. 3ª ed. São Paulo: Artmed Editora, 2002. VASCONCELOS, A. F. Qualidade de vida no trabalho: origem, evolução e perspectivas. Cadernos de Pesquisa em Administração, v.8, n.1, p. 23-35, 2001 WHO (World Health Organization). Prevention of Cardiovascular Disease. Guidelines for Assessment and Management of Cardiovascular Risk. Just published. Geneva. Switzerland, n.11500703, 2007. ANEXO A QUESTIONÁRIO Perfil do estilo de vida individual de Nahas (2000) O estilo de vida corresponde ao conjunto de ações habituais que refletem as atitudes, valores e oportunidades das pessoas. Estas ações têm grande influência na saúde geral e qualidade de todos os indivíduos. Os itens abaixo representam características do estilo de vida relacionadas ao bem estar individual. Manifeste-se sobre cada afirmação considerando a escala: [ 0 ] absolutamente não faz parte do seu estilo de vida [ 1 ] às vezes corresponde ao seu comportamento [ 2 ] quase sempre verdadeiro no seu comportamento [ 3 ] a afirmação é sempre verdadeira no seu dia-a-dia; faz parte do seu estilo de vida. Componente: Nutrição a. Sua alimentação diária inclui pelo menos 5 porções de frutas e hortaliças. [ ] b. Você evita ingerir alimentos gordurosos (carnes gordas, frituras) e doces. [ ] c. Você faz 4 a 5 refeições variadas ao dia, incluindo um bom café da manhã. [ ]

20 Componente: Atividade Física d. Seu lazer inclui a prática de atividades físicas (exercícios, esportes ou dança). [ ] e. Ao menos duas vezes por semana você realiza exercícios que envolvam força e alongamento muscular. [ ] f. Você caminha ou pedala como meio de deslocamento, e preferencialmente, usa as escadas ao invés do elevador. [ ] Componente: Comportamento Preventivo g.você conhece sua pressão arterial, seus níveis de colesterol e procura controla-los. [ ] h. Você não fuma e não ingere álcool (ou ingere com moderação). [ ] i. Você respeita as normas de trânsito (como pedestre ciclista ou motorista); usa sempre o cinto desegurança e, se dirige, nunca ingere álcool.[ ] Componente: Relacionamentos j. Você procura cultivar amigos e está satisfeito com seus relacionamentos. [ ] k. Seu lazer inclui encontros com amigos, atividades em grupo, participação em associações ouentidades sociais. [ ] l. Você procura ser ativo em sua comunidade, sentindo-se útil no ambiente social.[ ] Componente: Controle do Estresse m. Você reserva tempo (ao menos 5 minutos) todos os dias para relaxar. [ ] n. Você mantém uma discussão sem alterar-se, mesmo quando contrariado. [ ] o. Você equilibra o tempo dedicado ao trabalho com o tempo dedicado ao lazer. [ ]

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ANEXO B PARECER DO CEP 22

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