ANO 6 NÚMERO 70 MAIO DE 2018 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO

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Transcrição:

ANO 6 NÚMERO 70 MAIO DE 2018 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS O resultado do PIB brasileiro, no primeiro trimestre de 2018, trouxe um pessimismo generalizado no quadro econômico brasileiro. A taxa de 0,4% de crescimento em relação ao trimestre anterior fez com que as perspectivas de crescimento previstas para 2018 diminuíssem ainda mais, havendo a predominância de projeções num patamar de crescimento abaixo de 2%, menor do que as previsões anteriores que aproximavam de 3%. Deve-se ainda ressaltar o fato de que nas próximas apurações o PIB sofrerá impactos negativos diretos das recentes paralisações dos caminhoneiros e os efeitos indiretos que provocaram em diversos segmentos produtivos do país. Esse pessimismo se dá também no mercado de trabalho, que reflete esse baixo crescimento do PIB e vai além: o desemprego neste 1º trimestre cresceu novamente depois de um período de redução. Na verdade ocorre um processo de degradação do mercado de trabalho, sob o impacto não só do fraco desempenho da economia, mas também da reforma trabalhista resultando em um processo acentuado de precarização do trabalho no país. 2 - RESULTADO DO PIB NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2018 FRUSTA A EXPECTATIVA DE RECUPERAÇÃO ECONÕMICA Prof. Flávio Riani Levando-se em conta o ajuste sazonal, o PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2018 cresceu 0,4% relativamente ao trimestre imediatamente anterior. Conforme mostra o gráfico 1 (ver na próxima página), esse resultado, apesar de representar o quinto resultado positivo recente, depois de um longo período de quedas, trouxe uma frustração para a sociedade brasileira uma vez que se esperava para o período uma taxa de crescimento superior à apurada. Frustra, ainda mais, pelo fato de ser um indicativo de que as perspectivas de crescimento para 2018 sinalizam taxas de crescimento bem mais modestas e longe das necessárias para a geração de emprego, renda, etc. que o Brasil tanto demanda. Os demais índices comparativos trimestrais do período estão destacados na tabela 2 a seguir: EXPEDIENTE Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais: Grão-Chanceler Dom Walmor Oliveira de Azevedo Reitor Professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães Vice-Reitora Professora Patrícia Bernardes Assessor Especial da Reitoria Professor José Tarcísio Amorim Chefe de Gabinete do Reitor Professor Paulo Roberto Souza Chefia do Departamento de Economia Professora Ana Maria Botelho Coordenação do Curso de Ciências Econômicas Professora Ana Maria Botelho Coordenação Geral Professor Flávio Riani e Professor Ricardo F. Rabelo Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais: Prédio 14, sala 103 Avenida Dom José Gaspar, 500 Bairro Coração Eucarístico CEP: 30535-901 Tel: 3319.4309 www.pucminas.br/paginas/conjuntura-economica.aspx icegdigital@pucminas.br

Gráfico 1 Dentre as demais taxas de crescimento apuradas mostradas na tabela 1 vale realçar o índice de crescimento de 1,2%, relativo ao mesmo período em 2017. O resultado do PIB é fruto da performance dos diversos segmentos que compõem a produção e consumo de bens e serviços no período. Visto por esse ângulo os desempenhos estão destacados a seguir. Inicialmente a tabela 2 e o gráfico 2 apresentam o resultado do PIB no primeiro trimestre de 2018 pelo lado da produção. Tabela 2 - PIB - Ótica da Produção Variação 1ºTrim-18/4ºTrim.17 -% Setores % Agropecuária 1,4 Indústria 0,1 Serviços 0,1 PIB 0,4 Dados relativos à produção revelam índices de crescimento muito baixos nos dois segmentos mais relevantes na formação e agregação de valores que são a indústria e os serviços. As taxas de 0,1% indicam a estagnação nesses dois setores no período em análise. Por sua vez, e novamente, a agropecuária apresenta índice de crescimento maior, mas devido sua pequena participação relativa no PIB, ela não é capaz de gerar modificações relevantes nas taxas de crescimento.

1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 1,4 Gráfico 2 -PIB Ótica da Oferta Brasil % 1ºTrim-18/4ºTrim-17 0,1 0,1 Agropecuária Indústria Serviços PIB 0,4 3. A apuração do PIB pela ótica da demanda está representada pela tabela 3 e gráfico Tabela 3 - PIB - Ótica da Demanda Variação 1ºTrim-18/4ºTrim.17 -% Setores % Consumo das Famílias 0,5 Consumo do Governo -0,4 Formaçao Bruta Capital Fixo 0,6 Exportações 1,3 Importações 2,5 PIB 0,4 Pelo lado demanda percebe-se, também, índices relativamente inexpressivos de crescimento em dois segmentos importantes da economia que são o Consumo das Famílias (responsável por mais de 62% do consumo) e a Formação Bruta de Capital Fixo ( que revelam o nível de investimento do país). Outro item também importante para a movimentação econômica são os gastos realizados pelo governo. Porém, o quadro fiscal deficitário apresentado pelo Governo Brasileiro tem inibido tanto seu nível de investimentos quanto o de consumo, diminuindo os efeitos indiretos que tais itens causam sobre a economia como um todo. No cenário externo os resultados também apresentam uma reversão com um crescimento das importações correspondente a quase o dobro das exportações, gerando um déficit no balanço comercial com o resto do mundo.

3 2,5 2 1,5 1 0,5 0-0,5-1 0,5 Consumo das Famílias Gráfico 3 -PIB Ótica da Demanda Brasil % 1ºTrim-18/4ºTrim.17-0,4 Consumo do Governo 0,6 Formaçao Bruta Capital Fixo 1,3 2,5 Exportações Importações 0,4 PIB 2.1 - PARTICIPAÇÃO RELATIVA DOS SEGMENTOS NO PIB TOTAL Os dados a seguir refletem a posição relativa dos componentes do PIB pela ótica da produção e da demanda correspondentes ao primeiro trimestre de 2018. Inicialmente a tabela 4 e o gráfico 4 destacam a composição relativa do PIB pela ótica da produção ou oferta, levando-se em consideração os valores adicionados. Tabela 4 - PIB - Ótica da Produção Valor 1º Trimestre de 2018 - Valor adicionado R$ milhões % Agropecuária 93.946 6,7 Indústria 291.651 20,8 Serviços 1.015.037 72,5 PIB 1.400.633 100,0 Os valores mostram que o setor de serviços foi responsável por 72,5% do PIB gerado no período, seguido pela indústria com 20,8% e a agropecuária com 6.7%. Embora aqui não seja mostrado, dados anteriores têm registrado mudanças ao longo do tempo, elevando o peso relativo dos serviços em detrimento do setor industrial, não havendo grandes oscilações no setor agropecuário.

80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 6,7 Gráfico 4 -PIB -Produção -Brasil 1º Trim. 2018 - Participação relativa 20,8 72,5 Agropecuária Indústria Serviços Por outro lado, os dados relativos á formação do PIB pela ótica do consumo, tabela 5 e gráfico 5, estão apresentados a Preços de Mercado, incluindo, portanto, a tributação indireta. Tabela 5 - PIB - Ótica da Demanda Valor 1º Trimestre de 2018 Preços de Mercado Setores R$ milhões % Consumo das Famílias 1.046.311 63,8 Consumo do Governo 305.454 18,6 Formaçao Bruta Capital Fixo 263.155 16,0 Exportações 210.278 12,8 Importações 208.400-12,7 Variação de estoque 24.312 1,5 PIB 1.641.110 100,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0-10,0-20,0 63,8 Consumo das Famílias Fonte : IBGE Gráfico 5 -PIB -Demanda -Brasil 1º Trim.2018 - Participação relativa 18,6 16,0 12,8 Consumo do Governo Formaçao Bruta Capital Fixo 1,5-12,7 Exportações Importações Variação de estoque

Em relação às informações pela demanda, chama atenção a participação relevante do segmento de consumo das famílias, responsável por 63,8% da demanda. Por outro lado o nível de participação do segmento de Formação Bruta de Capital Fixo teve nesse período uma participação que, ao atingir 16%, fica muito abaixo da taxa ideal para o país, que gira em torno de 25%. Ressalte-se ainda o fato de que dados anteriores mostram trajetória decrescente nessa participação relativa, o que revela o baixo nível de investimento realizado no país nos últimos anos. 3 - A DEGRADAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO NO 1º. TRIMESTRE Prof. Ricardo F. Rabelo Os dados divulgados pelo IBGE não deixam lugar a dúvidas: o mercado de trabalho neste 1º. Trimestre de 2018 piorou, e muito em relação aos períodos anteriores e em relação ao último trimestre. Se existem alguns dados que podem levar a inferências positivas, é porque são dados brutos, que não levam em consideração algo fundamental: a evolução recente do PIB. Esta evolução, embora não mostre uma verdadeira recuperação da economia, mostra que a recessão foi ultrapassada em 2017 e também, como revela o artigo de Riani nesta carta, no 1º. Trimestre, apresenta algum crescimento, inferior ao esperado. Dessa forma, era natural esperar que houvesse alguma melhora nos principais indicadores, ainda que em nível baixo. Gráfico 6 Taxa de Desemprego Trimestral (2017-2018) 14,00% 13,70% 13,50% 13,00% 13,00% 13,10% valor percentual 12,50% 12,00% 12,40% 11,80% 11,50% 11,00% 10,50% 1o. Trim 2017 2o. Trim 2017 3o. Trim 2017 4o. Trim 2017 1o. Trimestre 2018 Trimestres

Não foi o que aconteceu. A taxa de desemprego subiu de 11,8%, em dezembro, para 13,1% no 1º. Trimestre de 2018, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE. Este índice significa que existem agora 13,689 milhões de desempregados no país, ou seja, um acréscimo de 1,379 milhão em apenas três meses. Parte desse crescimento de desemprego no primeiro trimestre é atribuído a fatores sazonais, porque nesse período ocorre a demissão de trabalhadores contratados por tempo determinado. Mas não há dúvida de que ele decorre também da redução da capacidade da economia de criar empregos devido às características da retomada em curso. O fato é que, no período do 1º. Trimestre 149 mil pessoas deixaram a força de trabalho (-0,1%) mas o mercado fechou 1,528 milhão de vagas, resultando na diferença de 1,379 milhão de desempregados a mais. No período de 12 meses, 1,147 milhão entraram no mercado, que criou 1,634 milhão de postos de trabalho, o que fez diminuir em 487 mil (-3,4%) o total de desempregados. Por outro lado, na comparação com março de 2017, foram perdidas 493 mil ocupações de empregados no setor privado com carteira assinada (-1,5%), enquanto o número de empregados sem carteira cresceu em 533 mil (5,2%) e o de trabalhadores por conta própria, em 839 mil (3,8%). Enquanto em 2017 os empregados com carteira eram 37,6% do total, agora são 36,3%. No mesmo período, os trabalhadores sem carteira assinada passaram de 11,4% para 11,8% e os autônomos, de 24,9% para 25,3%. Considerando os setores econômicos, a indústria eliminou 327 mil vagas no primeiro trimestre, a construção civil encerrou 389 mil e o comércio/reparação de veículos, 396 mil vagas. O mesmo vai ocorrer nos serviços domésticos (196 mil) e em administração pública/defesa/seguridade/saúde/educação (267 mil). Comparando-se com o ano anterior, a indústria apresentou crescimento de 2%, com acréscimo de 232 mil vagas e a construção civil cai 4,1%, fechando 280 mil. Comércio/reparação de veículos tem variação de 1,5% (261 mil a mais), enquanto os serviços de alojamento e alimentação criam 283 mil ocupações (5,7%). Também cresce o setor que inclui a administração pública (3,1%), com 467 mil vagas. Outro aspecto importante diz respeito ao rendimento médio dos assalariados ocupados. Com valor avaliado em R$ 2.169,00 ele não apresentou variação no trimestre e nem na comparação anual. Apresentou uma queda de 4,1% entre os empregados sem carteira e também ficou sem apresentar variação nos trabalhadores por conta própria. Em recente artigo, o economista Marcio Porchman(*) mostra que, da recessão de 2016 para o 1º. Trimestre de 2018 houve uma desaceleração no crescimento do desemprego. Porchman mostra que, no primeiro trimestre de 2018 houve redução de 1,5 milhão de ocupações em comparação ao último trimestre de 2016, quando a recessão

teria, em tese, sido encerrada. O que deveria acontecer seria não uma desacelaração do crescimento, mas sim uma queda efetiva do desemprego. A situação não se apresenta ainda mais grave porque, a força de trabalho considerada entre o quarto trimestre de 2016 e o primeiro de 2018 manteve-se estabilizada em 104 milhões de pessoas. Agora, no primeiro trimestre de 2018 não há nem desaceleração nem queda, mas aumento da taxa de desemprego. Como argumenta Porchman, isto faz com que a lógica do mercado de trabalho seja dominada pelos efeitos da reforma trabalhista de Temer, com a precarização das condições de trabalho permitindo a redução do custo da força de trabalho. Segundo Porchman, enquanto em 2014, o custo do trabalho na indústria chinesa representava quase dois quintos do custo do trabalhador brasileiro, atualmente passou a superar em cerca de um quinto do custo do trabalho no Brasil. (*) Porchman, Márcio - Mercado de trabalho na estagnação econômica.