O DEVER DA MEMÓRIA E A IMPORTÂNCIA DA RESSIGNIFICAÇÃO DOS CENTROS CLANDESTINOS DE REPRESSÃO DA DITADURA CIVIL- MILITAR BRASILEIRA Nadine Mello Pereira Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História/ UFRGS Bolsista CNPq nadine_mello@hotmail.com Resumo: Publicado em dezembro de 2014 o relatório final da Comissão Nacional da Verdade apontou o funcionamento sistemático de onze centros clandestinos de repressão durante a ditadura civil-militar brasileira. Mesmo passadas mais de três décadas desde o fim do regime militar, ainda hoje a existência e utilização destes espaços clandestinos pelo aparato repressivo permanece desconhecida para a maioria da população, sendo que nenhum destes espaços recebeu uma sinalização oficial, ou seja, nenhum foi convertido em espaço voltado para a rememoração dos atos acontecidos no passado. Dessa forma, o presente trabalho busca refletir sobre a importância da materialidade desses espaços bem como analisar o seu potencial memorialístico. Palavras-Chave: ditadura civil-militar; centros clandestinos; lugares de memória. O medo seca a boca, molha as mãos e mutila. O medo de saber nos condena à ignorância; o medo de fazer nos reduz à impotência. A ditadura militar, medo de escutar, medo de dizer, nos converteu em surdos e mudos. Agora a democracia, que tem medo de recordar, nos adoece de amnésia; mas não se necessita ter Sigmund Freud para saber que não existe o tapete que possa ocultar a sujeira da memória. (A Desmemória/2, de Eduardo Galeano) Durante 21 anos o Brasil esteve mergulhado em um regime de exceção fortemente marcado pela supressão de direitos e pelas arbitrariedades postas em prática pelo Estado. Sequestros, desaparecimentos, torturas físicas e psicológicas em interrogatórios e extermínio eram práticas cotidianas durante a ditadura civil-militar no Brasil. Muitas dessas práticas aconteciam em locais utilizados oficialmente pelas forças de repressão, como prisões e delegacias, entretanto, sabe-se que o governo militar no Brasil fez uso sistemático de espaços clandestinos espalhados pelo território do país.
Em dezembro de 2014 a Comissão Nacional da Verdade apresentou o relatório final de seus trabalhos, de acordo com dados ali apresentados onze foram os centros clandestinos que tiveram funcionamento no Brasil, todos operando dentro de uma política de Estado com consentimento dos mais altos escalões das Forças Armadas, portanto não se tratando de excessos praticados pelos agentes de repressão. Verdade: Conforme consta no Volume I do Relatório Final da Comissão Nacional da Os Centros Clandestinos, montados para a prática de tortura e homicídios de presos políticos fora de instalações oficiais, operaram por aproximadamente uma década, dos primeiros anos do golpe de 1964 quando se destacou o Dopinha em Porto Alegre, com registro de funcionamento, pelo menos, desde 1966 até os anos 1975, 1976. (2014, p. 792) Escassas documentações, denúncias de vítimas e depoimentos de agentes repressores contribuíram para a identificação desses onze centros espalhados por oito estados brasileiros, sendo eles: o Dopinha, no Rio Grande do Sul, tido como o primeiro centro a entrar em funcionamento no país; a Casa da Morte de Petrópolis e a Casa de São Conrado, ambos no estado do Rio de Janeiro; a Fazenda 31 de Março, a Casa de Itapevi e a Casa do Ipiranga, em São Paulo; a Clínica Marumbi, no Paraná; a Casa dos Horrores, no Ceará; a Granja do Terror, um complexo de duas casas na Paraíba; a Fazendinha, na Bahia; e a Casa Azul, no Pará. Colocar em prática os pilares do aparelho repressivo eram os objetivos por detrás da criação e manutenção dessa estrutura paralela montada clandestinamente. Os centros se diferenciavam de outras instituições carcerárias utilizadas no período militar justamente pelo seu caráter clandestino, ou seja, pelo seu funcionamento não-oficial. A condição clandestina dos centros os transformava numa espécie de não-lugares, visto que se não possuíam existência oficial seu sigilo lhes oferecia absoluta impunidade e tornava ainda mais vulnerável o preso político que ali se encontrava. Corroborando essa ideia, ZARANKIN e NIRO afirmam: Sua condição de clandestino lhe outorga a vantagem da invisibilidade e da impunidade, convertendo-o em um não-lugar para aqueles que se encontram dentro de seu espaço. Este não-lugar transforma seus ocupantes em desaparecidos, precisamente porque não estão em nenhum lugar, ou, ao menos, não se conhece sua localização. (2008, p. 194)
Esse caráter clandestino é ainda mais acentuado devido aos espaços físicos que os centros ocupavam: casas, fazendas, residências, por vezes locais destinados aos serviços de informações das Forças Armadas apresentando um uso aparente para a sociedade civil dando um ar de legalidade ao local, outras vezes propriedades cedidas através da colaboração de civis simpáticos ao regime. Locais com fachadas insuspeitadas, mas que na verdade abrigavam estruturas voltadas para a repressão. Passadas mais de três décadas desde o fim do regime militar ainda hoje o uso que as Forças Armadas faziam destes locais permanece desconhecido para a maioria da população. O sentido de exclusão, aniquilamento e esquecimento na época posto em prática pelo regime autoritário através de sua lógica repressiva, encontra hoje ressonância em várias permanências que ainda persistem em nossa sociedade, incluindo o silenciamento que delegamos aos espaços físicos em que graves violações de direitos humanos ocorreram. No Brasil, a partir de 1979 com a promulgação da Lei da Anistia é possível observar o contexto que delinearia o modo como a memória do período militar é tratada até hoje. A lei anistiou perseguidos políticos e trouxe consigo a possibilidade de que estes tivessem a oportunidade de retornar ao país ou sair da condição de clandestinidade em que se encontravam, mas, ao mesmo tempo, ao anistiar também os agentes repressores, iniciou-se aquilo que POLLAK (1989) caracteriza como um esquecimento provocado, haja vista que, a partir da interpretação da Lei da Anistia, instituiu-se um apagamento das arbitrariedades praticadas pelo Estado. Esse apagamento também foi corroborado pelo modo como se deu o processo de transição democrática, já que esta ocorreu sem uma ruptura, no sentido de ir em busca de uma nova página para a história do país, agora supostamente marcada pela conciliação e pela democracia, e na garantia que não se revisaria este passado recente. Entretanto, faz-se necessário refletir: a quem beneficia esse apagamento? Atualmente diversos setores da sociedade civil tem empreendido inúmeros esforços para que a memória da ditadura civil-militar não seja posta em esquecimento, elaborando ações, promovendo debates e exigindo dos governos a criação de políticas
públicas voltadas a preservação dessa memória. Nesse sentido, as discussões acerca da necessidade de preservação dos locais onde ocorreram violações de direitos humanos vem se tornando cada vez mais constantes. Através da busca pelo estabelecimento de novos lugares de memória da ditadura muitos espaços vem sendo reivindicados no intuito de transformá-los em lugares voltados para a reflexão dos atos acontecidos no passado, e nesse sentido, a materialidade dos antigos centros clandestinos de repressão tem papel essencial. Dentro do contexto das memórias traumáticas da ditadura civil-militar o termo lugares de memória, concebido pelo historiador francês Pierre Nora, pode ser utilizado para classificar locais que foram palco de alguma ação durante o período e que após um processo de memorialização atuam como instrumento de preservação e comunicação de determinadas memórias, estabelecendo assim um vínculo direto entre passado e presente. Os lugares de memória são locais marcados de forma intencional e seletiva, locais onde a ideia central é a de deter o tempo, bloquear o trabalho do esquecimento, fixar um estado de coisas, imortalizar a morte (NORA apud CANDAU, 2016). Antes de tudo um lugar de memória é um lugar onde a memória trabalha (NORA, 1993), sendo possível concluir que a característica que confere a um espaço físico o caráter de lugar de memória é a sua utilização enquanto espaço promotor, aglutinador e transmissor de memórias. A luta para que os antigos centros clandestinos sejam convertidos em lugares de memória da ditadura civil-militar, além de contar com diversos movimentos reivindicatórios vindos da sociedade civil, encontra respaldo em documentos oficiais, entre eles podemos apontar as recomendações contidas no Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH- 3) e no relatório final da Comissão Nacional da Verdade. Aprovado pelo Decreto de Nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009, o Plano Nacional de Direitos Humanos elaborado junto à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, trás em seu Eixo Orientador VI noções para o Direito à Memória e à Verdade. Diretriz 24:
Preservação da memória histórica e a construção pública da verdade. Objetivo Estratégico I: Incentivar iniciativas de preservação da memória histórica e de construção pública da verdade sobre períodos autoritários. Ações programáticas: a) Disponibilizar linhas de financiamento para a criação de centros de memória sobre a repressão política, em todos os estados, com projetos de valorização da história cultural e de socialização do conhecimento por diversos meios de difusão. (...) c) Identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias relacionados à prática de violações de direitos humanos, suas eventuais ramificações nos diversos aparelhos estatais e na sociedade, bem como promover, com base no acesso as informações, os meios e recursos necessários para a localização e identificação de corpos e restos mortais de desaparecidos políticos. (2009, p. 175) Nesse mesmo sentido, ao publicar seu Relatório Final a Comissão Nacional da Verdade descreveu uma série de recomendações no intuito de prevenir graves violações de direitos humanos, assegurar sua não repetição e promover o aprofundamento do Estado democrático de direito (2014, p. 964). Entre essas recomendações encontram-se descritas no Item 28 aquelas que dizem respeito a Preservação da memória de graves violações de direitos humanos, sendo um dos tópicos deste item referido especificamente a preservação dos locais físicos onde ocorreram essas violações: 48. Devem ser adotadas medidas para a preservação da memória das graves violações de direitos humanos ocorridas no período investigado pela CNV e, principalmente, da memória de todas as pessoas que foram vítimas dessas violações. Essas medidas devem ter por objetivo, entre outros: a) preservar, restaurar e promover o tombamento ou criação de marcas de memória em imóveis urbanos ou rurais onde ocorreram graves violações de direitos humanos. Apesar dessas iniciativas, no campo prático não observamos ações consistentes na patrimonialização desses espaços, algo que pode ser encarado como uma resistência que ainda se tem ao tratar a memória desse período. Dos onze centros clandestinos que possuíram funcionamento sistemático no Brasil nenhum recebeu uma sinalização oficial, ou seja, nenhum deles foi convertido em espaço voltado para a rememoração dos atos ocorridos no passado.
Quanto a materialidade desses locais é evidente sua importância, primeiramente devido ao fato de que a forma física é importante e indispensável para compreender a lógica em que funcionavam os centros de repressão (NEVES, 2014, p. 201), mas também seu sentido material se faz relevante devido ao seu potencial memorialístico. A importância do (re)conhecimento desses espaços está associado a pelo menos três frentes, sendo elas: a possibilidade de tornar público os atos repressivos praticados pelo Estado durante o período militar; a reparação simbólica para aquelas e aqueles que sofreram; e a oportunidade de fazer destes, locais voltados para a defesa dos direitos humanos e dos valores democráticos no sentido da não repetição dos atos ocorridos no passado, podendo assim ter nesses espaços potenciais suportes de memória para uma consciência coletiva. Embora os antigos centros já sejam significativos para determinados grupos sociais, o reconhecimento oficial é uma das formas mais eficazes de transformar aquela memória, até então restrita a esse grupo, importante para todos (NEVES, 2014, p. 122), ou seja, o (re)conhecimento desses espaços é necessário para que se possa firmar uma memória coletiva acerca dos horrores cometidos pelo Estado no período ditatorial, para que o debate adquira um caráter público. A preservação de espaços que poderiam ser interpretados como de necessidade somente daqueles que sofreram diretamente com a repressão, passam a ser de interesse público e coletivo, visto que as memórias podem ser construídas com o auxílio da materialidade e do espaço que nos cerca (BARRETA, 2014). Os lugares de memória podem e devem servir como agentes para que a memória deste período tão doloroso e caro para a sociedade brasileira não seja esquecida, já que o passado não é mais garantia do futuro e nisto está a principal razão da promoção da memória como agente dinâmico e única promessa de continuidade (NORA apud CUREAU, 2015, p. 113). O argumento justificador dos novos lugares de memória considera os processos de institucionalização, articulando-se em inúmeros embates com as cadeias da tradição. Lembremos que o reenquadramento da memória institucional passa necessariamente por processos de negociação e de justificação (POLLAK, 1989). Aqui não se encontra mais em jogo apenas a inscrição da experiência vivida na memória coletiva, mas a própria memória coletiva nacional agora colocada em cheque ao atualizarmos o conhecimento
sobre o passado. A informação desempenha um papel crucial, pois trabalha com as bases do conhecimento. (THIESEN; ALMEIDA, 2015, p. 21) E, ainda nesse sentido, a institucionalização dos antigos centros, segundo ZARANKIN e SALERNO, se mostra interessante e necessário visto que: Em primeiro lugar, expressariam publicamente o distanciamento do Estado atual em relação aos atos de violência política (pelo menos do passado). Em segundo lugar, marcariam o esforço das autoridades para construir uma nova história da ditadura. Assim, a designação e conformação dos espaços suporiam um trabalho conjunto das autoridades e das pessoas que foram ignoradas durante o regime (representantes de direitos humanos, sobreviventes, familiares e amigos de vítimas). Em terceiro lugar, os lugares institucionalizados possuiriam idealmente maiores recursos e proteção, de modo que poderiam gozar de maior perdurabilidade e acessibilidade para os cidadãos. (2015, p. 268) O (re)conhecimento do sentido material e imaterial dos antigos centros clandestinos e a emergência por novos lugares de memória da ditadura estão diretamente ligados as questões referentes ao dever da memória, associado as lutas por reconhecimento e reparação, e ao direito que a população tem de saber a sua história. Sendo assim o dever da memória é também um direito (CANDAU, p. 154) e encontrase diretamente associado ao direito à verdade e a justiça. O direito à verdade é reconhecido como o direito inalienável de conhecer as circunstâncias e as razões que levaram, mediante violações maciças e sistemáticas, à perpetração de crimes, sendo o exercício pleno e efetivo de tal direito uma salvaguarda fundamental contra a repetição de tais violações. Os princípios atualizados reivindicam, de forma contundente, a conexão entre o direito à verdade e o dever do Estado de preservar os arquivos e outras provas relativas às violações de direitos humanos e de direito humanitário para facilitar o conhecimento de tais violações e para preservar do esquecimento a memória coletiva. (CNV, 2014, p.35) Certamente o fato de ressignificar os antigos centros clandestinos enquanto lugares de memória não apaga as atrocidades que ali aconteceram, mas esta é uma ação, entre tantas outras necessárias, na busca por memória, verdade e justiça, uma vez que o silenciamento acerca dos espaços dessa natureza só tem a colaborar para a perpetuação do trauma de centenas de indivíduos que foram vítimas do regime militar e cruzar os
braços para as centenas de novas vítimas que diariamente surgem (FERRAZ, 2008, p. 12). Os Lugares de Memória são veículos de transmissão da ideia do Nunca Mais e simbolizam a importância dos valores democráticos e do respeito incondicional aos direitos humanos [...] Por isso, a importância de preservar os elementos que remetem ao que não pode se repetir. (SOARES; QUINALHA, 2010, p. 272) Em linhas gerais, a importância em preservar os locais onde graves violações de direitos humanos ocorreram, especialmente aqueles que durante tanto tempo foram mantidos na clandestinidade, possuem uma virtude reparadora, preventiva e pedagógica (BAUER, 2016), é um dever de memória em relação às vítimas, seus familiares e amigos, e à sociedade como um todo. É mais um passo no sentido de que não se esqueça, para que nunca mais aconteça!
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