IDENTIFIQUE COMO VERDADEIRAS OU FALSAS CADA UMA DESTAS AFIRMAÇÕES, INDICANDO UMA SÓ NORMA PROCESSUAL JUSTIFICATIVA DA RESPECTIVA OPÇÃO:

Documentos relacionados
Exame de Prática Processual Penal

Exame Prática Processual Penal

Exame de Prática Processual Penal 23 de Janeiro de 2009

PROVA DE AFERIÇÃO (RNE) Teórica

COMISSÃO NACIONAL DE ESTÁGIO E FORMAÇÃO PROGRAMA

Exame de Prática Processual Penal 1º Curso Estágio 2006

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS CONSTITUCIONAIS, DIREITOS, LIBERDADES E GARANTIAS

DETENÇÃO. - Os actos processuais com detidos são urgentes e os prazos correm em férias (art. 80º CPP).

PROVA ESCRITA NACIONAL DO EXAME FINAL DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO (RNE)

ÍNDICE. prefácio da 10ª edição 7 prefácio da 1ª edição 9 abreviaturas 11

ANEXO Propostas de alteração Código do Processo Penal

Altera o Código de Processo Penal visando a defesa da investigação e a. eficácia do combate ao crime

Título. Direção-Geral da Administração da Justiça

Assunto: Habeas corpus. Exequibilidade de sentença condenatória. Recurso. Trânsito

PROJECTO DE LEI N.º 181/XI ALTERA O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

! PROVA!DE!AFERIÇÃO!! (RNE)!! MANHÃ!! Prática!Processual!Penal! (11!Valores)!! GRELHA!DE!CORRECÇÃO!! 12!de!Abril!de!2013!!

Título. Direção-Geral da Administração da Justiça

CNEF FASE DE FORMAÇÃO INICIAL SUMÁRIOS DE PRÁTICA PROCESSUAL PENAL. Proposta de programa a desenvolver em sumários:

Título. Direção-Geral da Administração da Justiça

Código de Processo Penal Disposições relevantes em matéria de Comunicação Social

PROJECTO DE LEI N.º 452/XII/3.ª

Exame Época de recurso 19 de Julho de 2018 TÓPICOS DE CORRECÇÃO

PROVA ESCRITA NACIONAL DO EXAME FINAL DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO

Título Direção-Geral da Administração da Justiça Direção-Geral da Administração da Justiça

CÓDIGO PENAL CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Título. Direção-Geral da Administração da Justiça

PROJECTO DE LEI N.º 685/XII/4.ª

CÓDIGO PENAL CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

SECÇÃO III - Prestação de trabalho a favor da comunidade e admoestação

TÓPICOS PARA A CORRECÇÃO DO EXAME ESCRITO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL DE 12/09/2016 ÉPOCA DE FINALISTAS

DIREITO PROCESSUAL PENAL

PROVA ESCRITA NACIONAL DO EXAME FINAL DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO 20 MAIO Área de Prática Processual Penal (5,5 Valores) GRELHA DE CORREÇÃO

SUMÁRIO PRISÃO PREVENTIVA: PRINCIPAIS PONTOS CONTROVERTIDOS SURGIDOS COM A LEI /

Processo Sumário: alteração de paradigma. Adaptação do regime legal à luz do Acórdão do Tribunal Constitucional n.º 174/2014

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 3. Prof.ª Maria Cristina

3782 Diário da República, 1.ª série N.º de Agosto de 2010

PROGRAMA PROCESSO PENAL (V Curso formação Juízes, Procuradores e Defensores /2014)

GRELHAS DE CORRECÇÃO

LFG MAPS. INQUÉRITO POLICIAL 08 questões. qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

REINALDO ROSSANO LÉO MATOS INFORMÁTICA EXERCÍCIOS QUADRIX LINUX DIREITO PROCESSUAL PENAL

PROJETO DE LEI N.º 72/XIII

Juízes: Viriato Manuel Pinheiro de Lima (Relator), Song Man Lei e Sam Hou Fai. SUMÁRIO:

Sumário. Capítulo 1 Introdução Capítulo 2 Processo Penal Capítulo 3 Ação Penal... 5

Título Direção-Geral da Administração da Justiça Direção-Geral da Administração da Justiça

PROVA ESCRITA NACIONAL DO EXAME FINAL DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO GRELHAS DE CORRECÇÃO RGF

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Normas relevantes em matérias de comunicação social. Artigo 86.º Publicidade do processo e segredo de justiça

PROJECTO DE LEI N.º275/XI ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. Exposição de motivos

Coordenação e Regência: Professor Doutor Augusto Silva Dias

ANEXO Iniciativas de alteração do Código do Processo Penal

DIREITO PROCESSUAL PENAL 4.º ANO DIA. Coordenação e Regência: Professor Doutor Augusto Silva Dias

Tópicos para a correcção

SUPREMO TRIBUNALDE JUSTIÇA LEI N.º 10/91

CALÚNIA (art. 138, CP) DIFAMAÇÃO (art. 139, CP) INJÚRIA (art. 140, CP)

CENTRO DE ESTUDOS JUDICIÁRIOS PROVA ESCRITA DE DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL PENAL

2 EPISÓDIO DE MAKING A MURDERER. Prática Jurídica Interdisciplinar A Cristina Martins Jorge Morales Nelson Ferreira Rita Sampaio

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV

DIREITO ELEITORAL. Processo penal eleitoral Parte 2. Prof. Roberto Moreira de Almeida

4. AÇÃO CIVIL EX DELICTO 4.1 Questões

ECLI:PT:TRC:2013: TAMGR.C1

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Aula nº. 38 PROVAS EM ESPÉCIE - INTERROGATORIO. Pergunta-se: INTERROGATORIO é meio de prova ou meio de defesa?

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XX

Código de Processo Penal

O HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DAS SECRETARIAS JUDiCIAIS E A REALIZAÇÃO DO SERVIÇO URGENTE.

DECRETO N.º 379/X. Artigo 1.º Alteração à Lei n.º 57/98, de 18 de Agosto

Mini Simulado GRATUITO de Direito Processual Penal. TEMA: Diversos

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Processo: 143/12.8TAETZ Instrução N/Referência: ACTA DE AUDIÊNCIA DE DEBATE INSTRUTÓRIO

PROVA DE AFERIÇÃO (RNE) MANHÃ. Prática Processual Penal (12 Valores) GRELHA DE CORREÇÃO

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM

Autoritarismo do Código de Processo Penal de 1941 vs. Constituição Federal de Processo Penal...8. Sistema Acusatório...

SUMÁRIO. Abreviaturas...

Coordenação e Regência Professor Doutor Paulo de Sousa Mendes. Colaboração Professor Doutor Rui Soares Pereira e Dr.ª Catarina Abegão Alves

DIREITO PROCESSUAL PENAL

Hipótese

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA COMISSÃO DE ASSUNTOS CONSTITUCIONAIS, DIREITOS, LIBERDADES E GARANTIAS

CENTRO DE ESTUDOS JUDICIÁRIOS PROVA ESCRITA DE DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL PENAL

Exmo. Senhor Juiz de Instrução

Coordenação e Regência Professor Doutor Paulo de Sousa Mendes. Colaboração Professor Doutor Rui Soares Pereira e Dr.ª Catarina Abegão Alves

Raiz do Processo Penal Português. Princípio da legalidade Art.º 219º n.º 1 da C.R.P.

Título. Direção-Geral da Administração da Justiça

XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA

PROJETO DE LEI N.º 68/XIII/1.ª

INTERVENÇÕES EM PROCESSOS JUDICIAIS E OUTROS PROCEDIMENTOS para efeitos de cumprimento do disposto nos números 1, 2 e 5 do artigo 22º

Direito Processual Penal

Direito Processual Penal

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES

TÓPICOS DE CORRECÇÃO Questão 1 Diamantina Faustino JIC Bartolomeu Carmélia

Lei n.º 20/2013, de 21 de Fevereiro. 20.ª alteração ao Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 78/87, de 17 de fevereiro

Professor Wisley Aula 18

Pós Penal e Processo Penal. Legale

TRIBUNAL SUPREMO ACÓRDÃO. HABEAS CORPUS: Nº 224 RÉUS: LEONARDO SIMÃO DO NASCIMENTO GONÇALVES e IVAN CLÁUDIO TEIXEIRA

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL LEI 41/2013, DE 26/6

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 690/XII-4ª

Vistos e examinados os autos.

EXTRADIÇÃO HIPÓTESE CORRIDA.

Transcrição:

Exame de Prática Processual Penal 12 de Abril de 2008 I IDENTIFIQUE COMO VERDADEIRAS OU FALSAS CADA UMA DESTAS AFIRMAÇÕES, INDICANDO UMA SÓ NORMA PROCESSUAL JUSTIFICATIVA DA RESPECTIVA OPÇÃO: 1 O Assistente tem direito a acusar autonomamente por crimes de natureza particular. 2 O Assistente, enquanto tal, pode sempre interpor recurso da sentença condenatória. 3 O Assistente tem direito a requerer a declaração de impedimento do juiz. 4 A falta de assistência por defensor quando ela seja obrigatória constitui nulidade insanável 5 Em audiência de julgamento o defensor pode recomendar ao Arguido que deixe de responder perante o juiz a questões relativas a factos que lhe são imputados pela acusação. 6 O Arguido pode constituir mais do que um mandatário forense no mesmo processo. 7 O Arguido, no decurso do inquérito e após se ter recusado a prestar declarações, pode apresentar ao Ministério Público um memorial relatando a sua versão dos factos participados 8 O Arguido pode em audiência de julgamento seleccionar as questões a que quer responder relativamente aos factos que lhe são imputados. 9 O Arguido tem o dever de se sujeitar a provas dactiloscópicas ou fotográficas. 10 Só através de requerimento subscrito por defensor, nomeado ou constituído, pode o Arguido requerer a substituição da medida de coacção. 11 O prazo de interposição de recurso é sempre de 20 dias 12 Em caso de notificação pessoal, ao prazo legal acresce a dilação de 5 dias 13 O prazo para contestar o pedido de indemnização civil é sempre de 20 dias. 14 Num crime de denegação de justiça, o Assistente pode acusar em 10 dias, nos termos do disposto no artigo 284º, sendo-lhe permitido tal acto. 15 Em Processo comum e Tribunal singular a documentação dos actos da audiência só tem lugar quando requerida. (Cotação: 0,4 valores cada)

II Com referência às disposições legais aplicáveis diga a quem dirige as seguintes peças processuais: 1 Requerimento para a constituição como Assistente na fase do julgamento. 2 Requerimento do assistente apresentado em fase de inquérito para abertura do correio electrónico do arguido. 3 Pedido de indemnização civil. 4 Motivações de recurso de decisão final penal condenatória em pena de 5 anos de prisão efectiva, proferida pelas Varas Criminais do Porto?. (Cotação: 0,50 valores cada) III No dia 20 de Março de 2008, na cidade de Matosinhos, durante um desafio oficial de futebol em que se defrontavam as equipas do Sport Casados do Porto e do Solteiros e Livres da Baixa, um espectador, António, empunhava um cartaz onde se lia O ARBRITO ESTÁ VENDIDO AOS SOLTEIROS. Agastado, Bernardo, o arbitro da partida, dirigiu-se a Carlos, agente da PSP que ali se encontrava em serviço, transmitindo-lhe a vontade em apresentar queixa contra António. Carlos de imediato procedeu à detenção de António e à apreensão do cartaz. António foi conduzido à esquadra da PSP onde, após Bernardo ter formalizado a queixa, António foi constituído Arguido sendo de seguida presente ao MP que, sem o ouvir, de imediato validou aquela constituição e promoveu o seu julgamento em Processo Sumário. O julgamento iniciou-se às 15h.30m do próprio dia. No inicio da audiência, Bernardo requereu a sua constituição como assistente, o que foi admitido. No decurso do julgamento, em que não se procedeu à documentação da prova, o defensor de António requereu a junção aos autos de uma impressão de uma mensagem de correio electrónico enviada em 15/03/08 a um dirigente do SLB na qual Bernardo agradecia a fruta e solicitava 1.500,00 para que tudo corresse bem na quinta-feira. O juiz ordenou a comunicação ao MP para os fins tidos por convenientes, tendo-se procedido à extracção de certidão do requerimento e da mensagem. No final do julgamento António foi absolvido.

Entretanto, e já na posse da certidão emitida que continha o requerimento e a mensagem apresentados por António, o MP determinou a imediata instauração de inquérito, constituiu Bernardo como Arguido e procedeu imediatamente ao seu interrogatório sem que o respectivo defensor estivesse presente. Bernardo recusou prestar declarações pelo que o MP ordenou a sua detenção e condução ao TIC para primeiro interrogatório judicial de arguido detido e aplicação de medida de coacção. Interrogado pelo JIC, agora já na presença de defensor, Bernardo recusou prestar declarações. O Juiz, face aos elementos do processo, entendendo existirem fortes indícios da prática do crime de corrupção passiva para acto ilícito (art. 372º, nº1 do CP), e porque entendeu também verificado o perigo de continuação da actividade criminosa, por promoção do MP aplicou-lhe a medida de coacção de proibição de contacto com os dirigentes do SLB (art. 200º, nº1, al. d), tudo ficando a constar do auto. Responda justificada e sucintamente mas com expressa menção das disposições legais aplicáveis 1 Aprecie a legalidade: a) da realização do Julgamento de António em processo sumário; (3 valores) b) da não documentação da prova produzida nesta audiência de Julgamento; (1 valor) 2 Caso Bernardo pretendesse recorrer da Sentença que absolveu António até quando o poderia fazer? (3 valores) 3 Aprecie a legalidade: a) da instauração de inquérito contra Bernardo; (1 valor) b) da detenção de Bernardo; (1 valor) c) da medida de coacção aplicada; (3 valores)

GRELHA DE CORRECÇÃO Grupo I Questão nº Resposta Justificação Cotação 1 V 69º, nº2, al. b) 0.4 2 F 401º, 1, a. b) à contrario e nº2 0.4 3 V 41º, nº2 0.4 4 V 119º, al.c) 0.4 5 V 345º, nº1 0.4 6 V 62º, nº2 0.4 7 V 98º, nº1 0.4 8 V 61º, nº1, al. d); 345º, nº1 0.4 9 V 61º, nº3, al. d) 0.4 10 F 212º, 4 0.4 11 F 411º, nº4 0.4 12 F 113º 2 e 3 à contrário 0.4 13 F 107º, nº6 0.4 14 V 68º, nº1, al. e) 0.4 15 F 363º 0.4 6 Grupo II Questão nº Resposta Justificação Cotação 1 Juiz (de julgamento) 68º, nº3 0.5 2 JIC 269º, nº1, al. e) 0.5 3 Juiz (de julgamento) 377º, nº1 0.5 4 T. da Relação do Porto 432º, à contrário, 427º, 0.5 2 Grupo III 1

a) A realização do Julgamento foi legal pois verificam-se todos os pressupostos de que depende a possibilidade de realização do julgamento em processo sumário: 1- A detenção em flagrante delito era possível (crime de difamação assume a natureza de crime semi-público face à qualidade do ofendido e o titular exerceu atempadamente o direito de queixa), e foi efectuada por uma entidade policial; 2- O crime é punível com pena de prisão com limite máximo não superior a 5 anos; 3- António foi constituído Arguido, esta constituição foi devidamente validada e foi apresentado ao MP; 4- O interrogatório do Arguido pelo MP não é obrigatório, 5- A audiência iniciou-se antes de decorridas 48h sobre a detenção; Arts. 180º/1, 184, 132º/2/L e 188º do CPenal e 255/1/a/3, 256, 58/1/c/3, 381/1/a, 382/1/2 e 387/1 do CPP 3 b) Hipótese a) A documentação da prova em processo sumário só existe se for requerida pelo que não existe qualquer vicio Arts. 386/1 e 389/3 do CPP Hipótese b) O processo sumário não consagra qualquer excepção quanto ao registo da prova pelo que este é obrigatório Sob pena de nulidade a arguir antes que o acto esteja terminado. Arts. 386/1, 389 à contrario, 363 do CPP 1 2 Sentença proferida verbalmente e ditada para a acta em 20/03/08 estando todos presentes. Notificação pessoal. Corre em férias; Primeiro dia do prazo 21/03; Prazo 20 dias (não pode haver reapreciação de prova gravada porque não há gravação); ultimo dia do prazo 09/04; com multa 10/11/14 (12/13 sábado/domingo) Arts. 389/6, 113/1, 103/2/c, 411/1/c, 107/5 do CPP e 145/5 CPC 3 3 a) os factos constantes do documento apresentado por António no

decurso do julgamento configuram notícia de crime público que chega de forma imediata ao conhecimento do MP pelo que devem dar lugar a abertura de inquérito. Arts. 372/1 do CP e 241, 262/2 do CPP 1 b) Bernardo é detido fora de flagrante delito por mandado do MP mas, embora o crime cuja prática lhe é imputada admita, em abstracto, a aplicação da medida de coacção de Prisão Preventiva, certo é que nenhuma razão é dada que leve a supor que Bernardo se não apresentaria espontaneamente perante a autoridade judiciária no prazo que lhe fosse fixado. Assim a sua detenção é ilegal. Arts. 372/1 do CP e 202/1/a, 256 à contrario, 257/1 do CPP 1 c) Dado que Bernardo recusou prestar declarações o único indicio da prática de crime constante do processo é a impressão da mensagem de correio electrónico. Hipótese a) Nada permite concluir que António tomou conhecimento da mesma com consentimento quer do seu emissor quer do seu destinatário. Tendo sido obtida mediante intromissão nas telecomunicações fora dos casos ressalvados na Lei tal prova é proibida, sendo nula não podendo ser utilizada. Assim inexistem os fortes indícios da prática de crime doloso que são requisito essencial para aplicação desta medida de coacção. Arts. 125, 126/3, 200/1 do CPP Hipótese b) Nada permite concluir que António tomou conhecimento do e-mail por meios ilegítimos. Assim a reprodução desta mensagem electrónica, não sendo ilícita nos termos da lei penal, é admissível como prova e configura os fortes indícios da prática de crime doloso que são requisito desta concreta medida de coacção. O Crime é punível com pena de prisão de máximo superior a 3 anos; Existe perigo de continuação da actividade criminosa A medida é necessária, adequada e proporcional

Arts. 125, 164/1, 167/1, 193, 200/1, 204/c do CPC e 372/1 do CP 3 20 Nota: Na correcção dos Grupos I e II Na falta de indicação da norma legal que justifica a opção a resposta deverá ser tida como errada.