ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LUIZ ANTONIO DE GODOY (Presidente sem voto), CHRISTINE SANTINI E CLAUDIO GODOY.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente) e PERCIVAL NOGUEIRA. São Paulo, 18 de junho de 2015.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RUI CASCALDI (Presidente sem voto), AUGUSTO REZENDE E LUIZ ANTONIO DE GODOY.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente sem voto), EGIDIO GIACOIA E VIVIANI NICOLAU.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente), EGIDIO GIACOIA E VIVIANI NICOLAU.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MARY GRÜN (Presidente) e LUIZ ANTONIO COSTA. São Paulo, 24 de julho de 2018.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores SALLES ROSSI (Presidente sem voto), MOREIRA VIEGAS E LUIS MARIO GALBETTI.

ACÓRDÃO. São Paulo, 20 de fevereiro de James Siano Relator Assinatura Eletrônica

lauda 1

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MOREIRA VIEGAS (Presidente) e FÁBIO PODESTÁ. São Paulo, 26 de outubro de 2016.

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ACÓRDÃO. São Paulo, 18 de janeiro de James Siano Relator Assinatura Eletrônica

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MIGUEL BRANDI (Presidente sem voto), LUIS MARIO GALBETTI E MARY GRÜN.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente) e PERCIVAL NOGUEIRA. São Paulo, 11 de setembro de 2014.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente) e BERETTA DA SILVEIRA. São Paulo, 21 de abril de 2017.

ACÓRDÃO. São Paulo, 13 de outubro de Christine Santini Relatora Assinatura Eletrônica

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores PAULO PASTORE FILHO (Presidente), JOÃO BATISTA VILHENA E SOUZA LOPES.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores CLAUDIO GODOY (Presidente), ALCIDES LEOPOLDO E SILVA JÚNIOR E AUGUSTO REZENDE.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MAGALHÃES COELHO (Presidente) e COIMBRA SCHMIDT.

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores PAULO ALCIDES (Presidente sem voto), VITO GUGLIELMI E PERCIVAL NOGUEIRA.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente), EGIDIO GIACOIA E VIVIANI NICOLAU.

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SENTENÇA C O N C L U S Ã O

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores A.C.MATHIAS COLTRO (Presidente) e FERNANDA GOMES CAMACHO. São Paulo, 5 de maio de 2017.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente), MORAIS PUCCI E FLAVIO ABRAMOVICI.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MOREIRA VIEGAS (Presidente sem voto), FERNANDA GOMES CAMACHO E A.C.MATHIAS COLTRO.

SENTENÇA. Processo Digital nº: Classe - Assunto Procedimento Comum - Rescisão do contrato e devolução do dinheiro

Pós-Graduação em Direito do Consumidor Módulo I Introdução ao Código de Defesa do Consumidor

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente), MORAIS PUCCI E CLAUDIO HAMILTON.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores DIMAS RUBENS FONSECA (Presidente) e CESAR LUIZ DE ALMEIDA.

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ACÓRDÃO , da Comarca de São Paulo, em que é. apelante OLGA MARIA VIEIRA CARDENAS MARIN, são apelados

ACÓRDÃO. São Paulo, 19 de maio de 2015.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUIS MARIO GALBETTI (Presidente) e MARY GRÜN. São Paulo, 26 de novembro de 2015.

PODER JUDICIÁRIO. 33ª Câmara de Direito Privado TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Apelação nº

SENTENÇA. Os pressupostos de existência e desenvolvimento válido e regular estão presentes.

THAYANI CRUZ NANNINI e RODRIGO MACHADO GOMES ajuizaram "ação de rescisão contratual" contra GAFISA SPE-127 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.

Vistos. 1018XXX lauda 1

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MOREIRA VIEGAS (Presidente), FÁBIO PODESTÁ E FERNANDA GOMES CAMACHO.

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 8785/2004 CLASSE II COMARCA DE SINOP APELANTE: BRASIL TELECOM S. A.

Vistos lauda 1

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente sem voto), EGIDIO GIACOIA E VIVIANI NICOLAU.

ACORDAM, em 3 a Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte

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Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2015.0000XXXX Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº XXXXXX- XX.2011.8.26.0405, da Comarca de Osasco, em que é apelante GAFISA S/A, é apelado DENIS (Omitido). ACORDAM, em 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LUIZ ANTONIO DE GODOY (Presidente sem voto), CHRISTINE SANTINI E CLAUDIO GODOY. São Paulo, 10 de março de 2015. Rui Cascaldi RELATOR Assinatura Eletrônica

APEL.Nº: XXXXXX-XX.2011.8.26.0405 COMARCA: OSASCO APTE. : GAFISA S/A APDO. : DENIS (Omitido) JUIZ : ANA CRISTINA RIBEIRO BONCHRISTIANO COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA Desistência do compromissário comprador enquanto ainda fluente o prazo de tolerância para finalização das obras do empreendimento Negócio distratado poucos meses depois de celebrado - Devolução do valor pago - Direito da compradora - Possibilidade, no entanto, de a vendedora reter parte dessa quantia para cobrir prejuízo gerado pela desistência - Percentual fixado em contrato, no entanto, abusivo por levar à perda do total pago - Perdimento estipulado em 10% incidente sobre a parcela paga - Percentual suficiente para cobrir as perdas e danos sofridas pela ré, considerando o pouco tempo em que a ré foi privada da disponibilidade do bem, não tendo o adquirente sequer ocupado o imóvel Devolução do montante de 90% adimplido que abrange todos os valores efetivamente pagos em razão da celebração do contrato, incluindo o desembolsado para pagamento de comissão de corretagem e taxa de assistência técnico-imobiliária, que por consubstanciarem despesas de contratação, a rigor deveriam ser arcadas pela alienante Sentença de parcial procedência mantida Recurso desprovido Trata-se de apelação de sentença, cujo relatório ora se adota, que julgou parcialmente procedente ação indenizatória, para determinar que a ré restitua ao autor todos os valores pagos, corrigidos pelo índice do contrato de compromisso de compra e venda, devendo ser abatido do total adimplido somente as despesas de corretagem e publicidade de 10% previstas na cláusula 5.b.1. Determinou-se que o que remanescesse de tal desconto deveria ser restituído ao autor, corrigido monetariamente desde o pagamento e acrescido de juros de mora de 1% ao mês desde a citação. Recorre a ré, sustentando, em síntese, ser inadmissível a devolução ao autor, ora apelado, de 90% dos valores por ele pagos, quando a rescisão contratual decorreu de culpa exclusiva do 2/5

compromissário comprador. Afirma que não recebeu qualquer quantia a título de comissão de corretagem e de publicidade, de tal forma que tais verbas não poderiam ser consideradas quando do cálculo do montante a ser reembolsado. Pugna pela reforma da sentença, de modo a excluir da restituição as quantias pagas pelo apelado a título de taxa SATI (serviço de assessoria técnico-imobiliária) e de comissão de corretagem, fixando um percentual de reembolso incidente somente na importância destinada ao pagamento do preço do imóvel. Requer, alternativamente, que a retenção do total pago (caso compreendidas as cifras desembolsadas a título de taxa SATI e corretagem) seja de no mínimo 40% do total, com aplicação dos juros moratórios a partir do trânsito em julgado da decisão, invertendo-se o ônus sucumbencial. Recurso processado com resposta. É o relatório. Sabe-se que em 30.06.2011 as partes celebraram compromisso de compra e venda, mediante o qual o autor, ora apelado, tornou-se compromissário comprador do apartamento nº. 251, da torre nº 1, Edifício Canário, do empreendimento imobiliário Condomínio Parque Barueri, a ser erigido sobre terreno matriculado sob o nº. 113.811, do cartório de registro de imóveis de Barueri SP. De acordo com a cláusula G do quadro resumo, o prazo de conclusão do empreendimento findava em setembro de 2011 (fl. 20), admitida tolerância de 180 dias (cláusula 7.1 das condições gerais do compromisso fl. 34). Ou seja, o prazo de finalização das obras poderia ter termo ad quem até março de 2012. Todavia, ante a não finalização do empreendimento no prazo original (setembro de 2011, sem contar a tolerância), o comprador manifestou, em novembro de 2011, desinteresse na continuidade do negócio (fls. 63-66), o que ensejou a firmação de instrumento particular de distrato, em abril de 2012 (fls. 136-137). O juízo a quo, entendendo ser descabido falar em inadimplência da ré, já que o autor apelado desistiu do negócio na fluência do 3/5

prazo de carência, rejeitou os pleitos de indenização por danos materiais e morais por ele elaborados, acolhendo apenas sua pretensão no tocante ao percentual a lhe ser devolvido, referente aos valores pagos. Entendeu o magistrado de instância originária que a retenção de 40% do total adimplido era excessiva (determinada na cláusula 5.4, item b.4 fl. 30). Determinou, assim, a retenção de 10% sobre a importância total paga, para custeio de despesas com corretagem e publicidade. Observa-se no caso em tela que apenas seis meses depois de firmado o contrato, o adquirente externou sua desistência. Justo, portanto, a retenção do reduzido percentual de 10%, incidente sobre o total dos valores pagos, tal como determinado na sentença, porquanto suficiente para compensar as perdas e danos sofridos pela ré apelante com a desistência do negócio, afinal, o imóvel sequer chegou a ser ocupado pelo autor. Em caso bastante assemelhado, em que a desistência deu-se sete meses após a celebração do contrato, na mesma esteira decidiu esta Câmara, em acórdão da mesma relatoria que o presente: COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA - Imóvel para entrega futura - Desistência da adquirente após pagamento do sinal - Negócio distratado poucos meses depois da sua celebração - Devolução do valor pago - Direito da compradora - Possibilidade, no entanto, de a vendedora reter parte dessa quantia para cobrir prejuízo gerado pela desistência - Percentual fixado em contrato, no entanto, abusivo por levar à perda do total pago - Perdimento estipulado em 10% incidente sobre a parcela paga - Percentual suficiente para cobrir as perdas e danos sofridas pela ré, considerando o pouco tempo em que a ré foi privada da disponibilidade do bem - Pagamento a ser feito de forma única - Recurso provido em parte, por maioria (Apel. 0004516-46.2010.8.26.0347, j. em 03.06.2014). E tal devolução deve dar-se pelos valores efetivamente pagos em razão da celebração do contrato, incluindo-se aí o desembolsado para pagamento de comissão de corretagem e taxa de 4/5

assistência técnico-imobiliária, considerando-se que as despesas de contratação, a rigor, devem ser arcadas pela alienante, mas acabam repassadas ao consumidor. Em suma, não merece reforma a sentença guerreada. Diante do exposto, NEGA-SE PROVIMENTO ao recurso. RUI CASCALDI Relator 5/5