COMPARAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSAS USUÁRIAS DAS ACADEMIAS DA TERCEIRA IDADE E NÃO PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO

Documentos relacionados
ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DE UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DE BELO HORIZONTE-MG

Correlação dos anos de escolaridade com o estado cognitivo em idosas

AUTONOMIA FUNCIONAL: COMPARANDO IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADES AQUÁTICAS E TERRESTRES

TÍTULO: MOBILIDADE FUNCIONAL E VELOCIDADE DE MARCHA EM IDOSOS COM E SEM COMPROMETIMENTO COGNITIVO

TÍTULO: COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO COGNITIVO E ESTADO EMOCIONAL CONFORME CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM IDOSOS DA COMUNIDADE.

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

TÍTULO: ANÁLISE DO CONTROLE POSTURAL ENTRE IDOSAS COM E SEM DECLÍNIO COGNITIVO POR MEIO DO SHORT PHYSICAL PERFORMANCE BATTERY: UM ESTUDO TRANSVERSAL

QUALIDADE DE VIDA E INDICATIVOS DE DEPRESSÃO EM IDOSAS PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS EM ACADEMIAS DA TERCEIRA IDADE DA CIDADE DE MARINGÁ (PR)

IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA

TÍTULO: RELAÇÃO ENTRE NÍVEIS DE COMPROMETIMENTO COGNITIVO E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSSOS

Mini Exame do Estado Mental (MEEM)

PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO DESTINADO À ELABORAÇÃO DE UMA DISSERTAÇÃO ORIGINAL NO ÂMBITO DO CURSO DE MESTRADO EM EPIDEMIOLOGIA (1ª EDIÇÃO)

AUTO PERCEPÇÃO DA SAÚDE POR IDOSOS ECONOMICAMENTE ATIVOS E INATIVOS

A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE FORÇA NA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS. UMA ANÁLISE COMPARATIVA.

Impacto da institucionalização na capacidade cognitiva de idosos

ANTROPOMETRIA, FLEXIBILIDADE E DESEMPENHO MOTOR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE FUTSAL.

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS EM DUPLA-TAREFA SOBRE O EQUILÍBRIO E A COGNIÇÃO DE MULHERES IDOSAS

A MOTIVAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Qualidade De Vida De Idosos Portugueses E Brasileiros

AUTO PERCEPÇÃO DA SAÚDE POR IDOSOS ECONOMICAMENTE ATIVOS E INATIVOS

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

Avaliação do suporte familiar, qualidade de vida e funcionalidade do idoso em tratamento fisioterapêutico

APTIDÃO FÍSICA DE IDOSAS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

TÍTULO: FUNÇÃO COGNITIVA ENTRE IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

Capacidade funcional e cognitiva de idosas praticantes de diferentes modalidades de exercícios físicos

TÍTULO: CORRELAÇÃO ENTRE COGNIÇÃO E FUNCIONALIDADE EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS. CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

1. Secretaria da Saúde do Estado do Ceará Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ) 2. Universidade de Fortaleza UNIFOR.

FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

UNICESUMAR CENTRO UNIVERSITÁRIO CESUMAR PROGRAMA DE MESTRADO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE

TÍTULO: REPERCUSSÕES DA INSTITUCIONALIZAÇÃO NA MOBILIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS: UM ESTUDO LONGITUDINAL

Multimorbidade e medidas antropométricas em residentes de um condomínio exclusivo para idosos

ESTUDO EPEPP III CONGRESSO PORTUGUÊS DE DEMOGRAFIA. ESDUDO do PERFIL de ENVELHECIMENTO da POPULAÇÃO PORTUGUESA. Metodologia

SATISFAÇÃO DOS USUÁRIOS ACERCA DAS EQUIPES MÉDICA E ENFERMAGEM DE UM PRONTO ATENDIMENTO MUNICIPAL

PREVALÊNCIA DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E FATORES ASSOCIADOS

AVALIAÇÃO DA AUTONOMIA FUNCIONAL DE IDOSOS FISICAMENTE ATIVOS DA CIDADE DE CRATO-CE

TÍTULO: RELAÇÃO ENTRE COGNIÇÃO, HABILIDADE VISUOCONSTRUTIVA E ESCOLARIDADE EM IDOSOS DA COMUNIDADE DE SANTOS/SP.

EFEITOS DA DANÇATERAPIA NO ESTRESSE DE IDOSOS DURANTE O PERÍODO DA INTERVENÇÃO.

AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA GLOBAL DE USUÁRIOS DE UM AMBULATÓRIO DE FONOAUDIOLOGIA

18º Congresso de Iniciação Científica DEPRESSÃO E DEMÊNCIA EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

DIFERENÇAS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES RESUMO

Avaliação da Imagem Corporal de adolescentes estudantes do IF Sudeste MG - Câmpus Juiz de Fora

ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA NOS GRUPOS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS

Métodos 28. município de São Bernardo do Campo (SP), com idade entre 14 e 18 anos, e

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA INCONTINÊNCIA FECAL E/OU ANAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DE IDOSOS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS: NOTA PRÉVIA

AVALIAÇÃO DE LINGUAGEM E MEMÓRIA NAS FASES INICIAIS DA DOENÇA DE ALZHEIMER: O PONTO DE VISTA DA NEUROLINGÜÍSTICA DISCURSIVA

IMPACTO DO IMC SOBRE O DESEMPENHO MOTOR EM ATIVIDADES COM PREDOMINÂNCIA AERÓBIA DE MULHERES ACIMA DE 40 ANOS

COGNIÇÃO EM UM GRUPO DE IDOSOS ATIVOS: UM ESTUDO A PARTIR DE UM PROJETO INTERDISCIPLINAR

TÍTULO: ACURÁCIA DA ESTIMAÇÃO DO PRÓPRIO TAMANHO CORPORAL E DE OUTROS INDIVÍDUOS E ATIVIDADE FÍSICA EM UNIVERSITÁRIOS

1. Distúrbios da voz 2. Fatores de risco 3. Condições do trabalho

Capacidade funcional e qualidade de vida em mulheres idosas praticantes e não praticantes de hidroginástica

MOTIVAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA EM CORREDORES AMADORES DE RUA NA REGIÃO DO ALTO TIETÊ

CAPACIDADE FUNCIONAL E AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE EM IDOSOS

TREINAMENTO DE FORÇA E TREINAMENTO FUNCIONAL RESISTIDO SOBRE A CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS FISICAMENTE INDEPENDENTES

TÍTULO: QUALIDADE DE VIDA DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS ÁREAS DE EXATAS, HUMANAS E SAÚDE

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO DE IDOSOS QUE PARTICIPAM DE GRUPOS DE SOCIALIZAÇÃO DA GRANDE SÃO PAULO

PERFIL DOS IDOSOS INTERNADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EM CAMPINA GRANDE

ASPECTOS FUNDAMENTAIS E FUNCIONAIS DO ENVELHECIMENTO PARA DE IDOSOS DE UM CENTRO DE CONVIVÊNCIA

RESUMO. Palavras-chave: Doença de Alzheimer. Cognição. Qualidade de vida. INTRODUÇÃO

PERFIL DA AUTOMEDICAÇÃO ENTRE IDOSOS USUÁRIOS DAS UNIDADES DE SAÚDES DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB INTRODUÇÃO

RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFÊRENCIA DE PESCOÇO E OUTRAS MEDIDAS INDICADORAS DE ADIPOSIDADE CORPORAL EM MULHERES COM SOBREPESO E OBESIDADE.

RELAÇÃO ENTRE FADIGA E QUALIDADE DE VIDA EM SUJEITOS COM ESCLEROSE MÚLTIPLA

Subprojeto de Iniciação Científica

Gildásio Gomes Moura Júnior¹; Nayane Castro Bittencourt²; Hélder Lamuel Almeida Mascarenhas Sena³; Pedro Nascimento Prates Santos 4

FRAGILIDADE E CAPACIDADE FUNCIONAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

SOBRECARGA DO CUIDADOR DE DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL E DOENÇA DE ALZHEIMER.

DELINEAMENTOS E REFLEXÕES: IDOSOS E QUALIDADE DE VIDA

O IMPACTO DE CONDIÇÕES CRÔNICAS NA QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE (SF-36) DE IDOSOS EM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL ISA-SP.

Um Estudo das Funções Executivas em Indivíduos Afásicos

UPSA: ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO EM IDOSOS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Aluno: Antonia Sigrist Orientador: Helenice Charchat Fichman

Camila A. Campos¹; Cláudia C. Gama¹; João Pedro S.S. Carvalho¹; Julia M. Neves¹; Marcela G.C. Carneiro¹; Mariana C. Costa¹ ; Aniette C.

COGNIÇÃO E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS EM CORRESIDÊNCIA E MORANDO SOZINHO

RASTREAMENTO DE SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSOS RESIDENTES NO MACIÇO DE BATURITÉ-CE.

MORTALIDADE POR ACIDENTE DE TRÂNSITO ENTRE JOVENS EM MARINGÁ-PR NOS ÚLTIMOS 10 ANOS

RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE GERIATRIA

Discente da Universidade Estadual de Goiás Escola Superior de Educação e Fisioterapia do Estado de Goiás, Goiânia/GO,

AUTONOMIA FUNCIOANAL DE IDOSOS PARTICIPANTES DE PROGRAMAS DE ATIVIDADE FÍSICA

ANÁLISE DO EQUILÍBRIO POSTURAL EM IDOSOS COM DIFERENTES NÍVEIS DE CAPACIDADE COGNITIVA

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

TÍTULO: PERCEPÇÃO DA FUNCIONALIDADE EM IDOSOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER: VISÃO DO PACIENTE E SEU CUIDADOR

AVALIAÇÃO DA FUNCIONALIDADE DE ADULTOS E IDOSOS COM SÍNDROME DE DOWN: DADOS DE UM ESTUDO PILOTO.

TÍTULO: DESVANTAGEM VOCAL EM CANTORES POPULARES PROFISSIONAIS E AMADORES COM E SEM TREINAMENTO

TÍTULO: A INFLUÊNCIA DA DANÇA DO VENTRE NOS SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSAS DA COMUNIDADE

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE IDOSOS USUÁRIOS DE PSFs NA CIDADE DE RECIFE-PE*

PROMOÇÃO DE SAÚDE NAS ESCOLAS: NOÇÕES BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS PARA PROFESSORES

REABILITAÇÃO CARDÍACA NÁO-SUPERVISIONADA EM IDOSOS: PERFIL DA POPULAÇÃO E NÍVEL DE CONHECIMENTO ACERCA DO ASSUNTO.

RESUMO INTRODUÇÃO: Pessoas com sintomas de ansiedade apresentam maiores níveis de pressão arterial. A presença de ansiedade está associada com as

TÍTULO: QUALIDADE DE VIDA EM PROFISSINAIS DE ENFERMAGEM CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PSICOLOGIA

ESTUDO COMPARATIVO DA FORÇA DE PREENSÃO MANUAL EM IDOSAS PRATICANTES DE YOGA E GINÁSTICA MULTIFUNCIONAL DO SESC/SANTOS

BRANCA MARIA CEREZER GERZSON RELAÇÃO ENTRE SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA, NÍVEIS DE VITAMINA B12 E VCM EM IDOSOS LONGEVOS

HIV/AIDS E QUALIDADE DE VIDA: ESTUDO COMPARATIVO EM PESSOAS ACIMA DE 50 ANOS

A ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA DO COMPLEXO AQUÁTICO E DO GINÁSIO DIDÁTICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CAMPUS JOÃO PESSOA

PERFIL DOS HIPERTENSOS IDOSOS DA EQUIPE 1 DA UNIDADE BÁSICA DA SAÚDE DA FAMÍLIA DE CAMPINA GRANDE

Risco de quedas em idosos institucionalizados: um estudo descritivo correlacional

Análise da fluência de fala em Síndrome de Williams

EFEITO DO EXERCÍCIO DE FORÇA E FUNCIONAL NA AUTONOMIA DE IDOSOS DE UM GRUPO DE CONVIVÊNCIA UM ESTUDO COMPARTIVO ABSTRACT

FATORES ASSOCIADOS À DESISTÊNCIA DE PROGRAMAS MULTIPROFISSIONAIS DE TRATAMENTO DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN versão eletrônica

Transcrição:

COMPARAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSAS USUÁRIAS DAS ACADEMIAS DA TERCEIRA IDADE E NÃO PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO Daniel Vicentini de Oliveira (1); Paolo Marcello da Cunha Fabro (2); José Roberto Andrade do Nascimento Júnior (3); Cláudia Regina Cavaglieri (4); Sônia Maria Marques Gomes Bertolini (5) INTRODUÇÃO Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) d.vicentini@hotmail.com As academias da terceira idade (ATI) podem ser uma boa opção para a prática de exercício físico na terceira idade, pois é uma atividade gratuita, além de favorecer um bom ambiente de convívio social da população idosa 1, promovendo a melhora da capacidade funcional e qualidade de vida 2. Nesse sentido, o objetivo desse presente estudo foi de comparar a capacidade funcional de mulheres idosas que praticavam exercícios nas ATI e com as idosas não praticantes de nenhum tipo de exercício físico. MÉTODOS Trata-se de uma pesquisa quantitativa, observacional e transversal, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos do Centro Universitário de Maringá por meio do parecer número 217.895/2013. Participaram deste estudo 80 idosas, divididas em dois grupos de 40: idosas não praticantes de exercício físico (G1) e idosas usuárias das ATI (G2). A amostra foi escolhida de forma involuntária e por conveniência e as voluntárias foram informadas quanto à justificativa, objetivos e procedimentos a serem realizados. Foram incluídas no estudo idosas (60 anos ou mais), usuárias das ATI, ou não praticantes de exercício físico, residentes no município de Maringá, Paraná. Foram excluídas idosas que apresentavam alterações neurológicas (com sinais e sintomas motores e psíquicos) limitantes para a realização dos questionários, assim como aquelas com possíveis déficits cognitivos, avaliados pelo Mini Exame do Estado Mental (MEEM). O MEEM é composto por questões agrupadas em sete categorias: orientação temporal, orientação espacial, registro de três palavras, atenção e cálculo, recordação das três palavras, linguagem e capacidade viso construtiva 3. As notas de corte utilizadas para exclusão pelo MEEM foram: 17 para os analfabetos; 22 para idosos com escolaridade entre 1 e

4 anos; 24 para os com escolaridade entre 5 e 8 anos e 26 os que tiverem 9 anos ou mais anos de escolaridade. Estes pontos de corte foram baseados nos critérios de Brucki et al. 4. Correspondem à média obtida por esses autores para cada faixa de escolaridade, menos um desvio padrão. Idosos classificados abaixo do ponto de corte específico para sua escolaridade, foram excluídos. Primeiramente foi aplicado um questionário semiestruturado pelos próprios autores com questões relacionas a idade, faixa etária (60 a 69 anos; 70 anos ou mais), estado civil (casada; não casada), renda mensal em salários mínimos de referência no ano de 2013 (1 a 2 salários mínimos; mais de 2 salários mínimos) e situação ocupacional (ativo; não ativo). A capacidade funcional foi avaliada por meio dos testes do Protocolo de Avaliação Funcional do Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para Maturidade (GDLAM): caminhar 10 metros (C10m), levantar-se da posição sentada (LPS), levantar-se da posição de decúbito ventral (LPDV), levantar-se da cadeira e mover-se pela casa (LCMC), e vestir e tirar uma camiseta (VTC) 5. Todos os testes foram utilizados para calcular o índice de GDLAM (IG), e os tempos foram calculados em segundos. Quanto menor a pontuação obtida, maior o nível de capacidade funcional. O GDLAM foi calculado da seguinte forma: IG = [(C10m + LPS + LPDV + VTC x2] + LCMC 4 A coleta dos dados foi realizada pelo próprio pesquisador, juntamente com uma equipe de profissionais colaboradores, no período de abril a agosto de 2013, em cinco ATI. As ATI foram escolhidas de forma intencional e por conveniência, assim como pela maior prevalência de idosos usuários das mesmas, segundo informações coletadas com a Secretaria de Esportes e Lazer do município. As idosas não praticantes de exercício físico foram abordadas em suas próprias residências, nos mesmos bairros onde se encontravam as ATI citadas acima. As participantes que aceitaram participar da pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A análise dos dados foi realizada por meio do Software SPSS 22.0. A análise foi realizada mediante uma abordagem de estatística descritiva e inferencial. Foi utilizado frequência e percentual como medidas descritivas para as variáveis categóricas. Para as variáveis numéricas, inicialmente foi verificada a normalidade dos dados por meio do teste Kolmogorov-Smirnov. Como os dados não apresentaram distribuição normal, foram utilizadas Mediana (Md) e Quartis (Q1; Q3)

para a caracterização dos resultados. Na comparação entre os grupos (Não praticantes e ATI), foi utilizado o teste U de Mann-Whitney. O teste de Qui-quadrado de Pearson (X 2 ) foi utilizado para se observar as diferenças nas proporções das variáveis sócio demográficas entre os dois grupos. Considerou-se um nível de significância de p < 0,05. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao analisar a prevalência do perfil sócio demográfico das idosas de ambos os grupos, não houve diferença significativa (p > 0,05) nas proporções das variáveis sóciodemográficas, indicando que os mesmos apresentam perfis semelhantes quanto as referidas variáveis. Na comparação da capacidade funcional entre os dois grupos (Tabela 1), foi encontrada diferença significativa apenas no teste LCMC (p = 0,001) e VTC (p = 0,001). Destaca-se que as idosas do G2 realizaram o teste de LCMC em menor tempo, enquanto para as idosas do G1 fizeram em menor tempo o teste de VTC. Tabela 1 Comparação da capacidade funcional das idosas usuárias das ATI e das não praticantes de exercício físico. VARIÁVEIS G1 G2 Md (Q1;Q3) Md (Q1;Q3) P Caminhada de 10 minutos 10,7 (9,0; 13,0) 9,4 (6,8; 13,0) 0,126 LPS 12,7 (9,7; 15,9) 11,8 (9,0; 14,0) 0,244 LPDV 7,6 (5,0; 9,9) 8,3 (6,2; 14,3) 0,107 LCMC 45,5 (40,4; 53,6) 29,3 (23,3; 32,2) 0,001* VTC 8,9 (6,8; 11,8) 13,3 (10,2; 17,5) 0,001* IG 31,8 (29,2; 36,3) 27,7 (24,5; 36,6) 0,108 * Diferença significativa: p < 0,05 Teste U de Mann-Whitney; Q1;Q3: quartis. ATI: Academias da Terceira idade; G1: idosas não praticantes de exercício físico; G2: idosas usuárias das ATI. LPS: levantar da posição sentada; LPDV: levantar da posição de decúbito ventral; LCMC: levantar da cadeira e mover-se pela casa; VTC: vestir e tirar a camiseta. IG: Índice GDLAM de capacidade funcional; Md: mediana.

Os resultados mostram que para o teste de LCMC o grupo G2 obteve melhores escores que o grupo G1. Esse resultado nos revela que idosas que praticavam exercícios nas ATI possuíam uma melhor capacidade funcional em levantar-se de uma cadeira e mover-se por uma certa distância. Sendo assim, a prática de exercício físico deve ser estimulada para essa população devido à importância dessa variável para realizações de atividades do-a-dia que podem ser consideradas simples para sujeitos mais jovens, mas que para a população idosa se tornam tarefas mais complexas devido ao processo de envelhecimento 6. Já no teste VTC, as idosas do G1 obtiveram melhores resultados que o G2, resultado que foi inesperado. Uma possível explicação para tal resultado pode ser associado ao fato que os exercícios praticados nas ATI não influenciaram diretamente nessa tarefa (vestir e tirar camiseta), e assim não gerando adaptações positivas sobre tal atividade. Além disso, o grupo G2 poderiam ter idosas com maiores limitações para realizar tal movimento quando comparado com o grupo G1 Para o restante dos testes não foram encontradas diferenças significativas, o que hipoteticamente aponta a necessidade de se intensificar e controlar os exercícios das idosas usuárias das ATI, assim como de inserir, obrigatoriamente, o profissional de educação física nestes locais, a fim de prescrever e orientar adequadamente os exercícios a essa população. Esses resultados são de suma importância para prescrição de atividades e exercícios físicos para sujeitos idosos, uma vez que umas das principais variáveis que precisam ser melhoradas nessa população é a capacidade funcional, que por sua vez pode trazer vários outros benefícios à saúde desses sujeitos. Porém, limitações devem ser destacadas, como o pequeno número de participantes em ambos os grupos; a não identificação da intensidade, volume e frequência de uso das ATI no grupo G2; e a não avaliação do nível de atividade física do G1, variável que pode ter interferido nos resultados não significativos entre grupos. CONCLUSÃO Apesar do presente estudo não revelar evidências sobre o impacto dos exercícios físicos realizados nas Academias da Terceira idade em todos os domínios da capacidade funcional, os melhores escores obtidos nos itens levantar-se da cadeira e mover-se pela casa, indicam importantes contribuições das ATI para a dimensão física das condições de saúde dos idosos. REFERÊNCIAS

1 Gonçalves FB, Oliveira DV, Nascimento Júnior, JRA, Araújo, AS. Qualidade de vida e indicativos de depressão em idosas praticantes de exercícios físicos em academias da terceira idade da cidade de Maringá-Pr. Revista Saúde e Pesquisa. 2015; 8 ( ): 557-67. 2 Esteves JVDC, Andreato LV, Pastório JJ, Versuti JKBV, Almeida HC, Moraes SMF. O uso de Academias da terceira idade por idosos modifica parâmetros morfofuncionais? Acta Scientiarum Health Sciences (2012); 34(1): 31-8. 3 Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. Mini mental State: a practical method for grading the cognitive state of patients for clinician. J Psychiatric Res. 1975; 12(1):189-98. 4 Brucki SMD, Nitrini R, Caramelli P, Bertolucci PHF, Okamoto IH. Sugestões para o uso do miniexame do estado mental no Brasil. Arq Neuropsiq. 2003;61(3):777-81. 5 Dantas EHM, Vale RGS. Protocolo GDLAM de avaliação da autonomia funcional. Fit Perf J. 2004; 3(3): 175-82. 6 Öztürk A, Simsek TT, Yümin ET, Sertel M, Yümin M. The relationship between physical, functional capacity and quality of life (QoL) among elderly people with a chronic disease. Arch of Gerontol and Geriatr. 2001; 53(3): 278 83.