PROJETO BIOMASUD SOE/P2/E414

Documentos relacionados
A Importância da Biomassa no Mix Energético Nacional

NORMAS E QUALIDADE DOS BIOCOMBUSTÍVEIS SÓLIDOS

REGULAMENTO GERAL DE CERTIFICAÇÃO DE PRODUTO CONDIÇÕES PARTICULARES HUMANO

Certificação Florestal

2 Âmbito Esta Instrução de Trabalho aplica-se à Certificação do Controlo da Produção de Cabos, de acordo com a norma NS 9415.

Marcação CE: descrição

A Certificação da Cadeia de Responsabilidade

A Certificação da Cadeia de Responsabilidade. Raquel Sanmartín Lisboa 30.Mar.12

Boas Práticas da Distribuição - Da regulamentação à prática -

PROCEDIMENTO DE VERIFICAÇÃO DA INSTRUÇÃO DE UM PEDIDO DE RENOVAÇÃO DA AIM SUBMETIDO POR PROCEDIMENTO NACIONAL MÓDULO 1 INFORMAÇÕES ADMINISTRATIVAS

REGULAMENTO GERAL DE CERTIFICAÇÃO DE PRODUTO CONDIÇÕES PARTICULARES

GESTÃO DE RESÍDUOS CENTRAIS FOTOVOLTAICAS

REGULAMENTO GERAL DE CERTIFICAÇÃO DE PRODUTO CONDIÇÕES PARTICULARES. IPQ Produção Biológico

ANEXO 13 MANUAIS E SISTEMAS

Manual ENplus Parte 4 Requisitos de Sustentabilidade. ENplus. Sistema de Certificação de Qualidade para Pellets de Madeira

Manual ENplus, Parte 2 Processo de Certificação. ENplus. Sistema de Certificação de Qualidade para Pellets de Madeira.

2.6 O documento CP Ficha de inscrição deve ser assinado de forma a garantir a autenticidade da informação prestada.

RELATÓRIO DE AUDITORIA

CONTROLO E CERTIFICAÇÃO EM AGRICULTURA BIOLÓGICA

PROCEDIMENTO USO DO CERTIFICADO E DA LOGOMARCA CONCEITOS DE CERTIFICAÇÃO E MARCA DE ACREDITAÇÃO.

Publicado no Diário da República, I série, nº 147, de 12 de Agosto AVISO N.º 04/2014

COMISSÃO EUROPEIA DIREÇÃO-GERAL DO MERCADO INTERNO, DA INDÚSTRIA, DO EMPREENDEDORISMO E DAS PME

3.5 Utilizador Pessoa ou entidade que utiliza betão fresco na execução de uma construção ou de um elemento.

PLATAFORMA TECNOLÓGICA DA FLORESTA. A contribuição do CBE para a valorização da Biomassa

PSGQ 006 Transferência, Suspensão, Cancelamento, Extensão e Redução de Escopo de Certificação

ENplus Sistema de Certificação de Qualidade para Pellets de Madeira Manual ENplus

Procedimento de Notificação de Organismos, no âmbito do Regulamento (UE) n.º 305/2011, relativo aos Produtos de Construção

Resumo Público de Certificação Florestal Referencial PEFC Portugal para Sistemas de Gestão Florestal Sustentável

ENplus Handbook, Part 3 - Pellet Quality Requirements. ENplus. Sistema de Certificação de Qualidade para Pellets de Madeira.

[PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO]

REGULAMENTO GERAL DE CERTIFICAÇÃO DE PRODUTO, PROCESSO E SERVIÇO Modo Produção Biológico CONDIÇÕES PARTICULARES EN 694

Jornal Oficial da União Europeia L 337/31

INSTRUÇÃO TÉCNICA PARA AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE PARA AS EMPRESAS REQUALIFICADORAS DE RECIPIENTES TRANSPORTÁVEIS DE AÇO PARA GLP

Proposta de. REGULAMENTO (CE) n.º / DA COMISSÃO

Por Constantino W. Nassel

APCER e a. Certificação Florestal em Portugal. 10 de Outubro de Marta Ambrósio Gestora de Produto APCER

PROCESSO DE COMPRAS Revisão: 01 Página 1 de 8

BASES PARA A CONTRATAÇÃO DE PESSOAL PARA O SECRETARIADO CONJUNTO DO PROGRAMA DE COOPERAÇÃO INTERREG V A ESPANHA-PORTUGAL (SC POCTEP)

ANEXOS. Proposta de Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho. relativa a regras comuns para o mercado interno da eletricidade

PS006. Informações Públicas. 1. Objetivo

Eco new farmers. Módulo 8 - Certificação, regras e procedimentos. Sessão 2 Procedimentos ao nível da exploração

FORMAÇÃO EM NUTRIÇÃO ANIMAL

ANEXOS REGULAMENTO DELEGADO DA COMISSÃO

RDC de outubro de Produção Controle de Qualidade Amostragem

REGULAMENTO GERAL DE CERTIFICAÇÃO DE PRODUTO, PROCESSO E SERVIÇO CONDIÇÕES PARTICULARES. Modo Produção Biológico CONTROLO DA PRODUÇÃO DE BETÃO

Título de Emissão de Gases com Efeito de Estufa

Revisão da Norma ISO/IEC Principais Mudanças e Implementação na Acreditação de Laboratórios

Programa de Certificação de Produtos. Requisitos Gerais

CURSO DE FORMAÇÃO DE RESPONSÁVEIS TÉCNICOS E AUDITORES DA PRODUÇÃO INTEGRADA DE FRUTAS. Campinas, 08 de novembro de 2011

(DESENVOLVIMENTO, QUALIFICAÇÃO, MANUTENÇÃO E CONTROLE)

INSPEÇÃO NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA. Agradecimentos à Prof. Luciana Neves pela Concepção da apresentação original

DIVULGAÇÃO PCCF / IPEF

PARTE 21 SUBPARTE G APROVAÇÃO DA ORGANIZAÇÂO DE PRODUÇÃO. Lista de Verificação de Cumprimento dos Requisitos

Apresentação geral das mudanças da norma ISO/IEC e visão da Cgcre, organismo de acreditação brasileiro

PROCEDIMENTO PARA A QUALIFICAÇÃO DE VERIFICADOR PCIP. Versão setembro 2017

Legislação Farmacêutica Compilada. Decreto-Lei n.º 135/95, de 9 de Junho. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso 21

PG 31. Produção e Fornecimento de Betão Pronto

Procedimento C 11 Certificação de Sistemas de Gestão Informações Públicas

Título de Emissão de Gases com Efeito de Estufa

ABRACE Avaliações Brasil da Conformidade e Ensaios

REGULAMENTOS. Tendo em conta o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia,

Procedimento interno que regula o processo de integração dos Organismos que prestam serviços de Avaliação da conformidade no Sistema Nacional da

OPERADOR ECONÓMICO AUTORIZADO DESCRIÇÃO GERAL DO PROGRAMA

Título de Emissão de Gases com Efeito de Estufa

RSQM-DO DECLARAÇÃO_DOCUMENTADA_PROCESSO_DE_CERTIFICAÇÃO-ELETRODOMÉSTICOS

REGULAMENTO DE EXECUÇÃO (UE) /... DA COMISSÃO. de

Requisitos de Compra para Fornecedores

Procedimento da cartilha para o uso da marca 1. OBJETIVO 2. RESPONSABILIDADES 3. NORMAS/DOCUMENTOS COMPLEMENTARES 4. DEFINIÇÕES/TERMINOLOGIA

(Atos não legislativos) REGULAMENTOS

REGRAS DA PRÉ-QUALIFICAÇÃO CONCURSOS SPV Versão 2.0

ANEXO B CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE LABORATÓRIOS NÃO ACREDITADOS

O PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO SEGUNDO A NP EN ISO 22000:2005 NA APCER SEMINÁRIO: CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR. A NORMA NP EN ISO 22000

Módulo 7. NBR ISO Interpretação dos requisitos: 4.3.3, 4.4, 4.4.1, 4.4.2, 4.4.3, 4.4.4, Exercícios

Título de Emissão de Gases com Efeito de Estufa

OPERADOR ECONÓMICO AUTORIZADO VISÃO GERAL DO PROGRAMA

(Atos não legislativos) REGULAMENTOS

GESTÃO E CONTROLO DA QUALIDADE NA OBRA 1. INTRODUÇÃO GESTÃO DA QUALIDADE. Como obter a qualidade ao custo mínimo? PLANO DE QUALIDADE

MINISTÉRIOS DA SAÚDE E DO AMBIENTE. Portaria n. 174/97 de 10 de Março

Embalagens e Contentores Intermediários para Granéis (IBC) para Transporte Terrestre de Produtos Perigosos

Metodologia para adoção de Comércio Justo no setor têxtil e vestuário. By Citeve

Certificação GLOBALG.A.P. em Flores e Propagação de Plantas

1. Qual o prazo para resposta aos diversos pedidos de elementos efetuados em sede de renovação de AIM?

SÉRIE ISO SÉRIE ISO SÉRIE ISO GESTÃO AMBIENTAL E DA QUALIDADE GESTÃO AMBIENTAL E DA QUALIDADE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL

BUREAU VERITAS CERTIFICATION MANUAL DE UTILIZAÇÃO DAS MARCAS DE CONFORMIDADE DE PRODUTO

A responsabilidade pela revisão desta Norma é da DINQP/DICEP. Critérios para o Credenciamento de Organismo de Certificação de Produto

REGISTO DE ENTIDADES NA ANPC (Portaria n.º 773/2009, de 21 de julho e Despacho n.º 10738/2011 de 30 de agosto) PERGUNTAS MAIS FREQUENTES

DIRETIVA (UE) /... DA COMISSÃO. de

Título de Emissão de Gases com Efeito de Estufa

Requisitos de Comunicação do Sistema ABNT de Medição e Certificação da Pegada de Carbono de Produtos

PROCEDIMENTOS DE REALIZAÇÃO DO PROCESSO DE PRÉ- QUALIFICAÇÃO DE MATERIAIS E FORNECEDORES NA COPASA

1. OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO 2. PROPRIEDADE DA MARCA 3. RESPONSABILIDADES 4. DESCRIÇÃO DA MARCA E SUA APLICAÇÃO

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA. Decreto-Lei n.º 137/2006 de 26 de Julho

(Texto relevante para efeitos do EEE)

Certificação no Sector da Construção

Transcrição:

UE / EU FEDER / ERDF PROJETO BIOMASUD SOE/P2/E414 4.2 Manual do Selo de Qualidade para biocombustíveis sólidos de uso doméstico http://biomasud.eu

Nome do relatório Manual para o Selo de Qualidade de biocombustíveis sólidos de uso doméstico Data 28 Setembro 2013 Número do Projecto SOE/P2/E414 Coordenador/ Beneficiário principal Asociación Española de Valorización Energética de la Biomasa (Avebiom) Parceiros Centro de Desarrollo de Energías Renovables (CEDERCIEMAT); Centro de Internacional de Estudios de Derecho Ambiental (CIEDA CIEMAT); Centro da Biomassa para a Energia (CBE); Centro para a Valorização de Resíduos (CVR); Institut National Recherche Informatique et Automatique (INRIA); Union de la Coopération Forestière Française (UCFF) Principais autores Esteban, L. S. (luis.esteban@ciemat.org) Fernandez, M. J. (miguel.fernandez@ciemat.es) Mira, A. (aliciamira@avebiom.org) Rodero, P. (pablorodero@avebiom.org) Outros autores Almeida, T. Ferreira, M. E. Ferreira, J. Molina, A. J. Sousa, C. Texeira, C. Vivancos, Caroline Tipo de Documento Manual de procedimentos Nível de disseminação Público Tarefa do projecto em que foi desenvolvido 4.2 Versão V12 (adaptada da versão inglesa em fevereiro de 2014) Início do projecto e duração 1/1/2011 31/12/2013; 36 meses Financiamento e convenção de subvenção Interreg SUDOE IV B 2

ÍNDICE 1. ANTECEDENTES E ÂMBITO... 5 2. REFERÊNCIAS NORMATIVAS... 7 3. DEFINIÇÕES E TERMOS... 9 3.1 Órgão de gestão e detentor do Selo de Qualidade... 9 3.2 Parceiros nacionais... 9 3.3 emissor do Selo de Qualidade... 9 3.4 Organismos de inspeção... 10 3.5 Laboratórios de análises... 10 3.6 Utilizadores do Selo de Qualidade... 10 4. O SELO DE QUALIDADE... 11 4.1 Aspetos gerais... 11 4.2 Obtenção do selo de qualidade... 11 4.2.1 contrato de Controlo de Produção... 12 4.2.2 Inspeção inicial de um produtor... 12 4.2.3 Inspeção inicial de uma empresa de comercialização... 14 4.2.4 A emissão do selo... 15 4.2.5 Inspeções de monitorização... 16 4.2.6 Processo de candidatura para obtenção do Selo... 16 4.2.7 Emissão do selo de qualidade... 17 4.3 Processos de reclamação... 17 4.4 Validade do certificado... 18 4.5 Grandes Alterações na estrutura de produção... 19 4.6 Utilização do Selo de Qualidade... 19 4.7 Rotulagem... 20 4.8 Interfaces... 20 4.9 Amostras de referência... 20 4.10 Auditorias regulares e extraordinárias... 21 4.11 Procedimento para tratar as reclamações... 21 5. QUALIDADE DOS PRODUTOS... 23 3

6. Requisitos de sustentabilidade... 25 7. RASTREABILIDADE... 26 7.1 Número de identificação... 27 7.2 Sistema de rastreabilidade e documentação... 29 8. GESTÃO DA QUALIDADE... 30 8.1 Produção... 30 8.1.1 Procedimentos operativos e equipamentos técnicos... 30 8.1.2 Comunicação de quantidades produzidas... 31 8.1.3 Responsável pela gestão da Qualidade... 31 8.1.4 Documentação interna... 32 8.1.5 Inspeções-internas... 33 8.2 Comercialização: Manipulação, armazenamento e entrega de biocombustíveis... 34 8.2.1 Procedimentos operativos e equipamentos técnicos... 34 8.2.2 Responsável pela gestão da qualidade... 36 8.2.3 Documentação interna... 36 8.2.4 Auto-Inspeções... 37 9. Lista de organismos de inspeção e laboratórios de análises... 38 9.1 Procedimentos para a obtenção do selo de Qualidade... 38 10. Requisitos da matéria-prima... 39 10.1 Matérias-primas e a sua origem admitidas pelo selo de qualidade... 39 10.2 Requisitos para a utilização de aditivos... 40 11. Selo de qualidade e exemplos da declaração dos produtos... 41 12. ANEXOS... 42 12.1 - ANEXO I: Especificações das biomassas domésticas de acordo com o selo de qualidade biomasud... 42 12.2 ANEXO II: Listas de controlo (check lists)... 50 12.3 ANEXO III: Métodos de ensaio para amostragem interna e controlo de qualidade... 51 12.4 ANEXO IV: Formulário - Requerimento Certificação Inicial do BIOmasud... 57 4

1. ANTECEDENTES E ÂMBITO O Biomasud é um projecto em desenvolvimento no âmbito do programa Interreg IV B, financiado com Fundos FEDER. A região do SUDOE (Espanha, Sul de França e Portugal), constitui um mercado de biomassa com características que diferem do resto Europa. Além disso, nesta região, há produção de outros tipos de combustíveis de biomassa sólida, como caroços de azeitona, cascas de amêndoa, pinhões e outras que não são produzidos em outras regiões. Já existem na Europa sistemas de certificação para biocombustíveis, designadamente peletes de origem lenhosa, uns baseados em normas nacionais outros nas normas europeias, no entanto não havia ainda nenhum sistema para outros tipos de biocombustíveis sólidos. O BIOMASUD visa contribuir para um modelo energético sustentável baseado em biomassa sólida e, consequentemente, na conservação do ambiente na da Região SUDOE, promovendo a eficiência e a sustentabilidade dos processos. Para atingir este objetivo, o BIOMASUD visa desenvolver e implementar mecanismos de apoio ao desenvolvimento de um mercado sustentável de biomassa sólida. Tendo definido vários requisitos mínimos de sustentabilidade em toda a cadeia de valor deste mercado. Este manual estabelece os procedimentos para a implementação do Selo de Qualidade Biomasud - concebido no âmbito do projeto. Este Selo de Qualidade tem requisitos de qualidade baseados nos resultados de análises a biomassas da região do SUDOE, realizadas durante o Projeto (Tarefa 2.3.1. Composição e características dos recursos biomassícos disponíveis nas regiões SUDOE para o mercado do calor) e, também em critérios mínimos de sustentabilidade em toda a cadeia de valor, resultantes dos estudos do projecto (Tarefa 3.4.Estabelecimento de critérios mínimos de sustentabilidade para cada etapa da cadeia fornecimento de biomassa sólida) conta ainda com um sistema de rastreamento que permite a gestão dos recursos numa perspectiva global. O principal objetivo do Selo de qualidade BIOmasud são os biocombustíveis sólidos para uso não industrial em pequenas e médias caldeiras e estufas ou em grandes instalações, que devido à sua localização ou tipo de instituição (por exemplo: aquecimentos coletivos localizados dentro das cidades) tenham a necessidade de garantir a qualidade. Durante o desenvolvimento do Selo de Qualidade Biomasud foram postos em prática na Europa outros sistemas de certificação (por exemplo, o ENplus para pellets de origem lenhosa, gerido pelo European Pellet Council). Não é 5

intenção do consórcio do Biomasud competir com outros sistemas já presentes no mercado. Foi decidido pelo consórcio concentrar este Selo nas biomassas da região do SUDOE e reconhecer outros sistemas de certificação apresentados pelos produtores. Cada caso será estudado sendo decidido quais as informações adicionais necessárias apresentar para que lhe seja concedido o Selo de Qualidade Biomasud. O Selo de Qualidade Biomasud pode ser atribuído aos seguintes biocombustíveis sólidos: - Peletes de Madeira - Estilha de madeira - Caroço de azeitonas - Casca de pinhões - Casca de amêndoas - Escamas de pinha - Cascas de avelã - Misturas das biomassas acima referidas (o produtor deve especificar a % da mistura) Outras biomassas poderem vir a ser aceites se a sua caracterização for enquadrada nos requisitos de qualidade definidos para uso doméstico e cumprirem as exigências requeridas a qualquer um dos tipos de biomassa já incluídas. A decisão de admitir mais tipos de biomassa será da responsabilidade do Comité de Gestão do Biomasud. 6

2. REFERÊNCIAS NORMATIVAS EN 14774-1, Solid biofuels Determination of moisture content Oven dry method Part 1: Total moisture Reference method EN 14774-2, Solid biofuels Determination of moisture content Oven dry method Part 2: Total moisture Simplified procedure EN 14775, Solid biofuels Determination of ash content EN 14778, Solid biofuels Sampling EN 14780, Solid biofuels Sample preparation EN 14918, Solid biofuels Determination of calorific value EN 14961-1:2010, Solid biofuels Fuel specification and classes Part 1: General requirements EN 14961-2:2011, Solid biofuels Fuel specification and classes Part 2: Non-industrial wood pellets EN 14961-4:2011, Solid biofuels Fuel specification and classes Part 4: Non industrial wood chips EN 14961-6:2012, Solid biofuels Fuel specification and classes Part 6: Non-woody pellets for non-industrial use EN 15103, Solid biofuels Determination of bulk density EN15104, Solid biofuels Determination of total content of carbon, hydrogen and nitrogen Instrumental method EN 15210-1, Solid biofuels Determination of mechanical durability of pellets and briquettes Part 1: Pellets EN 15289, Solid Biofuels - Determination of total content of sulphur and chlorine EN 15297, Solid Biofuels - Determination of minor elements - As, Cd, Co, Cr, Cu, Hg, Mn, Mo, Ni, Pb, Sb, V and Zn CEN/TS 15370-1, Solid biofuels - Method for the determination of ash melting behaviour - Part 1: Characteristic temperatures method 7

EN 15234-1, Solid biofuels Fuel quality assurance Part 1: General requirements EN 15234-6, Solid biofuels Fuel quality assurance Part 6: Non-woody pellets for non-industrial use EN 16127, Solid biofuels Determination of length and diameter for pellets and cylindrical briquettes ISO/IEC 17025 (2005), General requirements for Test- and Calibration Laboratories EN ISO 9001 (2008), Quality Management Systems Requirements EN 14588 1, Solid biofuels Terminology, definitions and description EN ISO/IEC 17025: general criteria for the operation of various types of auditing organisations ISO 3310 (2001), Test sieves Technical requirements and testing EN 45011, General requirements for organisations that operate product certification systems 8

3. DEFINIÇÕES E TERMOS As definições gerais dos biocombustíveis sólidos incluídos neste selo encontram-se no capítulo anterior, bem como nos relatórios do projeto Biomasud. Foram já desenvolvidas normas europeias para peletes de origem lenhosa, estilha e briquetes, mas para as biomassas SUDOE como o caroço de azeitona, cascas de frutos, nomeadamente, de amêndoa, pinhão e avelãs ainda não. No âmbito do projecto Biomasud foram desenvolvidos estudos de caracterização, de análise de emissões e de disponibilidade sobre estas biomassas nomeadamente: 2.3.1 Relatório. Estudo 1.A Inventário de biomassa disponível no espaço SUDOE 2.3.1 Relatório. Estudo 1.B Composição e características dos recursos biomássicos disponíveis para a geração de calor nas regiões SUDOE Relatório 2.4. Testes experimentais comparativos dos biocombustíveis sólidos do SUDOE com outros tipos de biomassa sólida Relatório 3.3. Requisitos de qualidade para a biomassa do SUDOE 3.1 ÓRGÃO DE GESTÃO E DETENTOR DO SELO DE QUALIDADE A gestão (detentor) do selo de qualidade do Biomasud é da responsabilidade dos membros do consórcio do projecto do Biomasud formado pela: AVEBIOM, CEDER-CIEMAT, CIEDA-CIEMAT, CBE, CVR, UCFF e INRIA. Estas instituições constituem o Comité de Direção do Biomasud fará a gestão futuramente do Selo de Qualidade BIOmasud. 3.2 PARCEIROS NACIONAIS Os parceiros do consórcio estão localizados na região SUDOE (Portugal, Espanha e Sul da França). A gestão do Selo e a sua emissão, em cada país, será feita pelos parceiros do projecto em cada um dos países de origem. 3.3 EMISSOR DO SELO DE QUALIDADE O comité de direcção Biomasud é o órgão que decide qual a entidade poderá que emitir o Selo de Qualidade. Em cada um dos países da região SUDOE será designada uma entidade instruída para 9

desenvolver esse trabalho. Um produtor ou um comercializador pode obter o rótulo através dessa entidade. Fora da região SUDOE, um produtor ou um comercializador que deseje obter o Selo de Qualidade deve solicita-lo diretamente ao Comitê de Direção do Biomasud. Se uma entidade for dissolvida ou perder os seus direitos para emitir o selo, os direitos voltam para o Comitê de Direção do Biomasud e os usuários que já tenham o Selo de Qualidade irão trabalhar directamente com este comité. 3.4 ORGANISMOS DE INSPEÇÃO Os organismos de inspeção têm que ser acreditados de acordo com a EN ISO 1720 ou pela EN 45011 e ser aceites pelo Comitê de Direção do Biomasud que publicará na página da internet do projeto a lista dos organismos de inspeção aceites para realizar inspecções no âmbito do Selo Biomasud. 3.5 LABORATÓRIOS DE ANÁLISES Os laboratórios de análises têm que ser aceites pelo Comitê de Direção do Biomasud que irá publicar na página da internet do projeto a lista dos laboratórios de análises aceites para realização de análises no âmbito do Selo de qualidade Biomasud. Os laboratórios de análises têm que ser acreditados de acordo com a norma EN ISO 17025 e realizarem os ensaios de acordo com as normas de ensaio especificados na EN 14961-2. Os laboratórios de análises podem atuar em cooperação no caso de não estarem acreditados para todos os ensaios. Só os organismos de inspeção e laboratórios de teste listados no registo do Comité serão aceites no âmbito da certificação pelo do sistema BIOmasud. 3.6 UTILIZADORES DO SELO DE QUALIDADE Os utilizadores do Selo de qualidade são empresas que produzem biomassa sólida ou comercializadores, que se comprometem através de um contrato com o Comité de Gestão do Selo a observar as regras do Selo de Qualidade BIOmasud. Estas empresas serão certificadas de acordo com as normas deste manual. 10

4. O SELO DE QUALIDADE 4.1 ASPETOS GERAIS Os componentes essenciais do sistema de certificação são: Requisitos de qualidade. Verificação de que o produto apresenta a qualidade necessária para a obtenção de Selo de Qualidade Biomasud. O Laboratório de análises é responsável por esta análise. Os requisitos de qualidade do produto estão descritos no capítulo 5 e nas tabelas com os respectivos parâmetros do produto apresentadas no anexo 1. Critérios de sustentabilidade. Foram estabelecidos 4 critérios mínimos de sustentabilidade para a utilização do Selo de Qualidade (GEE, CE, requisitos de qualidade e rastreabilidade). Organismo de inspeção irá verificar o cumprimento dos critérios referidos. No caso da qualidade, o organismo vai retirar e enviar uma amostra do produto a um Laboratório de Ensaios, reconhecido pelo Comité de Gestão, que irá analisar o produto e reverterá para o organismo de controlo e inspeção o relatório com os resultados obtidos. O organismo de controlo e inspeção irá também, verificar se as instalações de produção cumprem os requisitos básicos para conseguir e manter a qualidade requerida. Sistema de rastreabilidade. Um dos principais componentes do sistema é a rastreabilidade, que ajuda a garantir a sustentabilidade do recurso. Organismo de controlo e inspeção irá verificar se o produtor / comercializador preenche os requisitos estabelecidos pelo Selo de Qualidade descritos no capítulo 7). 4.2 OBTENÇÃO DO SELO DE QUALIDADE A empresa interessada, produtor ou comercializador, preenche um formulário disponível no site do Biomasud (http://biomasud.eu ) ou na página da internet do emissor do Selo de Qualidade. Este formulário é dirigido ao emissor do rótulo, responsável no país de origem em que o requerente está localizado (tem a sede da sua empresa). Esta organização tem de tomar uma decisão sobre o pedido no prazo de 2 meses. É necessária a apresentação dos seguintes documentos: Requerimento (disponível da página do projecto ou da entidade nacional responsável pelo selo) Relatório do organismo de inspeção relativo á inspecção inicial (organismo reconhecido pelo Comité do Selo de Qualidade e listado na página do projeto) e o 11

relatório das análises efectuadas ao produto (em laboratório reconhecido pelo Comité do Selo de Qualidade e listado na página) De acordo com o sistema do Selo de Qualidade BIOmasud o relatório da inspecção inicial, tem que ser apresentado à entidade emissora. Se se tratar de uma empresa produtora de peletes ou comercializador e, já certificada pelo sistema ENplus, pode apresentar uma análise e um relatório da auditoria feita com base nesse sistema de certificação, com data inferior a um ano, e enviar ao organismo de inspeção os dados do CE e GEE para obter o Selo de Qualidade BIOmasud. Além disso, a empresa terá que cumprir o sistema de rastreabilidade do Selo Biomasud, tendo que indicar o organismo de inspeção e os procedimentos adoptados. 4.2.1 CONTRATO DE CONTROLO DE PRODUÇÃO A empresa interessada em obter o Selo de Qualidade realiza um contrato de inspeção com um organismo de inspeção, reconhecido pelo Comité de Direção do BIOmasud e agenda com este uma inspeção inicial às suas instalações de produção. 4.2.2 INSPEÇÃO INICIAL DE UM PRODUTOR O organismo de inspecção realiza uma inspeção inicial do (s) local (ais) de produção do interessado, onde devem ser analisados os seguintes pontos: Matéria-prima: Classificação da origem e proveniências de biocombustíveis sólidos, de acordo com a norma EN 14961-1:2010, Biocombustíveis Sólidos Especificações dos biocombustíveis e classes - Parte 1: Requisitos gerais Tipo, descrição exata e a quantidade de aditivos 1, se forem utilizados (por exemplo, auxiliares de prensagem, inibidores de escória). Tipo e adequação do armazenamento de matéria-prima. Unidade de produção: Adequação técnica das instalações, com objetivo de produzir biomassa de qualidade para uso doméstico. Tipo e adequação do local de armazenamento do produto. 1 Aditivo é um material, que promove a qualidade do biofuel (ex. Melhora as propriedades de combustão, reduz as emissões ou torna a produção mais eficiente). 12

Existência de um sistema de gestão da qualidade (de acordo com o capítulo 8): Manual interno, e / ou instruções de operação, registos de formação (externa e interna), tratamento das reclamações e queixas, etc.. Monitorização interna da produção, manutenção e verificação dos equipamentos de teste, procedimentos de gestão da amostra de referência. Declaração produto: especificar o biocombustível ou biocombustíveis, para os quais é solicitada a obtenção do Selo de qualidade. Na inspeção inicial, devem ser realizadas pelos auditores, as seguintes tarefas: Amostragem da produção / armazenamento, descrição respetiva, documentação fotográfica dos pontos de amostragem, a amostragem tem de ser realizada em conformidade com a norma EN 14778. A recolha da amostra e o transporte para o laboratório de ensaio são da responsabilidade do organismo de inspecção. Ficando a amostra à sua guardada até que seja enviada. O relatório das análises deve ser enviado ao requerente e, na forma de cópia, ao emissor do rótulo e ao organismo de inspeção. Inspeção dos procedimentos internos da amostragem, adequação e condições dos equipamentos próprios para os testes de qualidade interna e, se necessário, formação em amostragem representativa, incluindo sugestões de melhoria. Verificação do processo de produção e documentação de gestão da qualidade, estes documentos devem ser tratados de modo confidencial pelo organismo de inspeção e não estão autorizados a serem transmitidos a terceiros (pode haver exceções por exemplo no caso de ser requerida uma investigação por parte do emissor do Selo de Qualidade). O organismo de inspecção deverá ter acesso a todas as partes da instalação e a toda a documentação relevante. O relatório de inspecção inicial (incluindo os resultados do laboratório) deve ser enviado ao requerente e, em forma de cópia, ao emissor do selo. Se forem encontradas pequenas não conformidades durante a inspeção ou análises no laboratório, o organismo de inspeção estabelece um prazo comensurável para implementação de medidas 13

correctivas. O requerente tem de provar que foram tomadas medidas corretivas adequadas dentro desse prazo (este prazo será estabelecido pelo organismo de inspeção, o período recomendado é de 30 dias). Quando são detectadas uma ou mais não conformidades graves, deve ser realizada uma nova auditoria completa após a correção das não conformidades. As não conformidades graves que podem influenciar a qualidade da produção de forma sustentada são, por exemplo matéria-prima inadequada ou com defeito, instalações de produção e armazenamento inadequadas. As não conformidades graves podem ter uma influência direta ou indireta sobre o desempenho operacional dos equipamentos que utilizam biomassa produzida sob essas condições. 4.2.3 INSPEÇÃO INICIAL DE UMA EMPRESA DE COMERCIALIZAÇÃO O organismo de inspecção realiza uma inspeção inicial a um comercializador interessado, na qual os seguintes pontos devem ser analisados: Tipo e adequação do armazenamento do produto. Instalação: Adequação técnica das instalações, para manter a qualidade interna e a distribuição da biomassa. Sistema de Gestão da Qualidade (em conformidade com o Capítulo 8): manual de instruções interno e / ou instruções de procedimentos, registos de formação (externa e interna), procedimentos para tratamento de queixas e reclamações, etc Declaração de produto: especificar o biocombustível ou biocombustíveis para o qual ou quais é solicitada a obtenção do selo. Na inspeção inicial devem ser realizadas, pelos auditores, as seguintes tarefas: Exame dos processos de manipulação e documentação de gestão da qualidade, estes documentos devem ser tratados de forma confidencial pelo organismo de controlo e não estão autorizados a ser transmitidos a terceiros (pode haver exceções por exemplo no caso de ser requerida uma investigação por parte do emissor do Selo de Qualidade). 14

O organismo de inspecção terá acesso a todas as partes da instalação e toda a documentação relevante. O relatório de inspecção inicial (incluindo os resultados do laboratório) deve ser enviado ao requerente e, em forma de cópia, ao emissor do selo. Se forem encontradas pequenas não conformidades durante a inspeção ou análises no laboratório, o organismo de inspeção estabelece um prazo comensurável para implementação de medidas correctivas. O requerente tem de provar que foram tomadas medidas corretivas adequadas dentro desse prazo (o prazo será estabelecido pelo organismo de inspeção, o período recomendado é de 30 dias). Quando uma não conformidade grave é detectada, deve ser realizada uma nova auditoria completa após a correção da não conformidade. As não conformidades graves podem influenciar a qualidade da produção de forma sustentada são por exemplo, matéria-prima inadequada ou com defeito, instalações de produção e armazenamento inadequadas. As não conformidades graves podem ter uma influência direta ou indireta sobre o desempenho operacional dos equipamentos que utilizam biomassa produzida sob essas condições. 4.2.4 A EMISSÃO DO SELO O órgão emissor Selo verifica a conformidade dos produtos e das instalações de acordo com os requisitos do Manual do Selo de Qualidade Biomasud com base nas seguintes informações da empresa: Formulário de candidatura inicial Relatório da auditoria realizado pelo organismo de inspeção Relatório do laboratório com os resultados dos biocombustíveis comercializados (no caso de produtores) Se o processo for aprovado, o requerente é informado e recebe um contrato para utilização do selo de qualidade e um pedido para a apresentação de um pré-pagamento da taxa de licença. Quando o comprovativo do pagamento da taxa de licença for recebido o contrato é assinado e devolvido, o Selo é emitido após o envio da documentação com o número de identificação e o prazo de validade do Selo de Qualidade. 15

A empresa será inserida numa base de dados onde se incluem todas as outras com a licença de utilização do Selo de qualidade, que será publicada na página na internet da entidade emissora do Selo, a nível nacional, e na página WEB do projeto Biomasud. 4.2.5 INSPEÇÕES DE MONITORIZAÇÃO Cada unidade de produção será inspecionada anualmente pelo organismo de inspecção, para verificação da conformidade dos requisitos estabelecidos neste manual. O organismo de inspeção recolhe uma amostra e envia-a para o laboratório de análises. O organismo de inspecção é responsável pela amostra e pelo seu envio para loboratório. A inspeção de monitorização pode ser realizada sem aviso prévio. As melhorias e mudanças no sistema de certificação, (por exemplo alterações das normas, gestão da qualidade, etc) devem ser transmitidas à pessoa responsável pela gestão da qualidade na empresa, pelo responsável pelo Selo de Qualidade (emissor do rótulo a nível nacional ou comité de direção Biomasud). Quando são encontradas não conformidades, defeitos ou desvios na utilização dos regulamentos do Selo de Qualidade Biomasud, na unidade de produção ou nas análises realizadas, durante a inspecção periódica, a entidade de inspeção tem que informar imediatamente a entidade emissora do Selo. Quando ocorrem pequenos desvios, o organismo de inspeção pode definir um período de carência razoável (no máximo de 10 semanas), em que o titular do rótulo deve adotar e demonstrar a implementação de medidas corretivas. Neste caso a entidade emissora do Selo não necessita ser informada. Quando se detetam anomalias importantes, o emitente do Selo tem que ser imediatamente informado pelo organismo de inspeção. O emissor do Selo pode pedir uma nova inspeção após a correção das anomalias. As não conformidades graves que podem influenciar a qualidade da produção de forma sustentada são por exemplo, matéria-prima inadequada ou alterada, instalações de produção e de armazenamento inadequadas. 4.2.6 PROCESSO DE CANDIDATURA PARA OBTENÇÃO DO SELO A empresa interessada submete o requerimento para utilização do selo ao emissor (emissor nacional ou Comitê de Direção Biomasud) onde expressa o seu interesse em obter o Selo de Qualidade e se declara a si mesmo / ou à empresa como estando disposto a observar as normas do sistema do Selo 16

de Qualidade. A entidade emissora do Selo de qualidade apresenta a decisão sobre o pedido no prazo de 2 meses. Quando é dado um parecer positivo sobre um pedido, o candidato preenche um contrato com o organismo de certificação, o que lhe permite, se necessário, efectuar uma inspeção através de um organismo reconhecido pela entidade emissora do selo. 4.2.7 EMISSÃO DO SELO DE QUALIDADE Com base nas informações fornecidas no requerimento, a entidade emissora do Selo analisa a conformidade com os requisitos do Selo de Qualidade. Se o pedido for aprovado, o requerente é informado. Assim que a prova do pagamento da taxa de licença, ao emitente do Selo a nível nacional ou ao Comité de Direção do Biomasud, for recebida o contrato é assinado e devolvido, a emissão do Selo de Qualidade é realizada através do envio da documentação, do selo de qualidade com o número de identificação e com o período de validade do selo. Além disso, as empresas licenciadas serão inseridas numa base de dados de detentores do Selo, que será publicada na página Web do projeto Biomasud e na página do emissor nacional do Selo (se aplicável). 4.3 PROCESSOS DE RECLAMAÇÃO Os candidatos e detentores do Selo de Qualidade podem enviar uma reclamação por escrito ao órgão emissor do selo reclamando contra as seguintes decisões: Recusa na concessão Selo; Ordenação de novas inspeções de monitorização; Ordenação de inspeções extraordinárias (ver 4.9); Ordenação de inspeções mais frequentes no âmbito dos controlos internos; Suspensão e cancelamento da licença de etiqueta (ver 4.4); Realização de menções a queixas públicas (ver 4.4). A reclamação só é admissível quando o titular ou requerente do Selo mostrar que a decisão afeta ou viola os seus próprios direitos. A decisão por escrito sobre a reclamação será feita dentro de duas semanas, por um comité de avaliação a ser definido pelo comité nacional de direção da entidade 17

emissora do Selo Biomasud. As pessoas que tenham sido afetadas pela decisão de objeção não podem participar do processo de tomada de decisão. 4.4 VALIDADE DO CERTIFICADO Validade do selo de qualidade é de cinco anos: No caso de produtores de biomassa deve ser realizada uma inspeção anual e recolhida uma amostra para análise. Se na inspeção anual e na análise se encontrarem verificados todos os requisitos do Selo Biomasud, não há necessidade de qualquer procedimento por parte do titular Selo e do seu emissor devendo essa informação ser passada ao titular. Para os comerciantes e distribuidores de biomassa são necessárias: o uma inspeção inicial; o uma segunda inspecção entre o 2º e o 4º anos; o se o comercializador / distribuidor pretender renovar o Selo de Qualidade será necessária uma inspeção renovação. Quando ocorrerem violações conscientes da regulamentação deste sistema de qualidade ou quando são encontradas não conformidades de modo continuado, apesar de repetidos apelos para as remediar, o comité de direção nacional do Selo Biomasud tem que suspender a licença por um período limitado ou anular o contrato e solicitar a revogação do selo de qualidade ao seu emissor. Se o detentor do selo tiver vários locais de produção, a licença pode ser suspensa apena no local onde foram verificadas as não conformidades até que sejam corrigidas. Os biocombustíveis produzidos em outros locais, pertencentes à mesma companhia podem ser comercializados como produtos rotulados com o Selo de Qualidade. No caso de revogação da licença, o ex titular pode requerer novamente a licença, que poderá ser novamente atribuída após terem sido verificadas as adequadas modificações para garantir a conformidade com o sistema. O emitente nacional do Selo ou o Comitê de Direção do Biomasud está ainda autorizado a divulgar as reclamações na Internet, de forma adequada, nomeando o detentor da licença em causa. 18

4.5 GRANDES ALTERAÇÕES NA ESTRUTURA DE PRODUÇÃO O titular do Selo de Qualidade tem que informar imediatamente o organismo emissor Selo de Qualidade caso efectue grandes alterações. As principais alterações estão relacionadas com os equipamentos técnicos, processos operativos da estrutura da empresa ou outras regras que devem de ser reportadas pelo detentor do Selo de Qualidade Biomasud. 4.6 UTILIZAÇÃO DO SELO DE QUALIDADE Quando o Selo é emitido, o seu utilizador adquire o direito de o usar para rotular os seus produtos na classe de qualidade correspondente e também para fins publicitários. O selo deve ser utilizado exclusivamente em conexão direta com o produto certificado, ou com o respectivo serviço certificado (transporte, armazenamento). Os utilizadores do Selo, que fabricam produtos certificados pelo selo do BIOMASUD e também não certificados, não devem transmitir a informação de que toda a produção está certificada. O selo de certificação só pode aparecer nas faturas quando essas faturas são emitidas para produtos rotulados com o Selo de Qualidade do Biomasud. O Selo de Qualidade BIOMADUD está ligado a um número de identificação do produtor/ comercializador. O uso do selo, sem a combinação com o número de identificação do utilizador só é possível com a permissão do emissor nacional do selo pertencente ao Comité de Direção. No entanto, a comercialização de produtos ensacados, rotulados com o Selo Qualidade Biomasud é permitida, sem que o comerciante seja detentor do selo. Um comerciante não credenciado pode declarar produtos, ou vender produtos rotulados, com a identificação de qualidade Biomasud utilizando o número de identificação do seu fornecedor identificado na fatura. 19

4.7 ROTULAGEM Cada unidade de produto rotulada para venda de acordo com o sistema Biomasud tem que ter as seguintes especificações. Produtos ensacados: o Classificação do produto - o rótulo deve indicar qual o tipo de biomassa de acordo com as tabelas no Anexo 1 o Qualidade Biomassa o rótulo deve indicar a classificação da qualidade de acordo com as tabelas no Anexo 1 o Selo de Qualidade o Massa (kg ou ton) o Número de identificação de acordo com o sistema de rastreabilidade (ver capítulo 7) o Nota: Armazenar em condições secas o Nota: Use apenas em unidades de queima aprovadas e adequadas de acordo com as informações do fabricante e regulamentações nacionais. Produtos a granel: o Para biomassas a granel, a fatura deve indicar a massa (kg ou ton) e o tipo de biomassa (ex: estilha de madeira, caroço de azeitona, cascas de pinhão, etc.) e a classe de qualidade (A, B, etc.) 4.8 INTERFACES Cada agente da cadeia de produção e de fornecimento tem que garantir a qualidade de acordo com as exigências do Selo de Qualidade Biomasud na sua área de responsabilidade. Quando os prestadores de serviços estabelecem um contrato, a entidade adjudicante é responsável por fazer cumprir os requisitos do Selo de Qualidade. A interface com o consumidor final é formada pela cadeia de abastecimento até ao silo ou armazém do cliente final. 4.9 AMOSTRAS DE REFERÊNCIA No caso de haver alguma reclamação, os produtores devem conservar pelo menos 1 kg de amostra de cada lote 2 produzido. Estas amostras devem ser etiquetadas com a data de produção o lote e a classe de qualidade do produto produzido. Estas amostras têm que ser arquivadas durante pelo menos 2 meses em condições adequadas. 2 Cada produtor deve definir o tamanho do lote no sistema interno de qualidade, que deverá corresponder ao produto final produzido expressamente sobre as mesmas condições de produção (mesma matéria prima, mesma configuração das máquinas, etc.). 20

4.10 AUDITORIAS REGULARES E EXTRAORDINÁRIAS Os produtores são obrigados a realizar uma auditoria anual. Os distribuidores estão obrigados a apenas uma auditoria a cada dois anos. Para além das anteriores auditorias, podem ser realizadas auditorias extraordinárias a pedido do emitente rótulo ou do Comitê de Direção do Biomasud, caso seja recebido um número significativo de queixas. Se ocorrerem grandes não conformidades, o organismo inspetor tem que informar imediatamente o detentor do Selo e o organismo emissor do Selo. Neste caso, o organismo emissor do Selo solicitará uma nova inspeção após a correcção das não conformidades. Os principais problemas que podem influenciar a qualidade da produção de forma sustentada são essencialmente a utilização de matériaprima inadequada ou instalações de produção e de armazenamento inadequadas. No caso de serem verificadas violações conscientes, do sistema de qualidade, são aplicados os regulamentos estabelecidos no Ponto 4.4. 4.11 PROCEDIMENTO PARA TRATAR AS RECLAMAÇÕES Quando os clientes ou outros intervenientes no processo apresentam reclamações, ao emissor do Selo este prosseguirá tendo como base a cadeia de abastecimento documentada pelo número de identificação. As queixas serão tratadas através dos procedimentos legais nacionais e da documentação interna dos atores envolvidos, que serão inspecionados pelo emitente do selo de qualidade. As reclamações serão consideradas se as instalações de armazenamento estiverem de acordo com os requisitos. Além disso, pelo menos uma das seguintes condições deve ser satisfeita: Uma amostra, que foi elaborada com a presença de todas as partes envolvidas (cliente / fornecedor / instalador / serviço técnico), foi examinada por um laboratório de análises listado na página do projeto e, não está conforme os requisitos químicos e físicos característicos (ver tabelas em Anexo 1). 21

A quantidade média de material fino na área de armazenamento é superior a 10% e a caldeira de combustão mostra sinais claros de avaria devido a isso. Verificar se apenas foram utilizados até 20% da carga do silo desde o último enchimento. Uma amostra é retirada na presença das partes envolvidas e examinada por um laboratório de análise, como mencionado anteriormente. Se possível uma amostra representativa deve ser tomada num fluxo de movimento continuo, entre silo e a caldeira, e deve ser composta por 3 amostras individuais (incrementos) que serão misturadas posteriormente. 22

5. QUALIDADE DOS PRODUTOS O objectivo do selo de qualidade BIOmasud é garantir a qualidade das biomassas para utilização residencial e de serviços, na região SUDOE. De acordo com o âmbito do projecto, foram identificados as seguintes biomassas: Peletes de madeira - Especificações de qualidade de acordo com a EN 14961-2. Ver Anexo 1, Tabela 1 para conhecimento dos limites. Estilha de madeira - Especificações de qualidade de acordo com a EN 14961-4. Ver Anexo 1, Tabela 2 para conhecimento dos limites. Caroço de azeitona - Especificações de qualidade de acordo com o estabelecido através dos estudos efectuados e nos resultados das análises realizadas no âmbito do projeto Biomasud. Ver Anexo 1, Tabela 3 para conhecimento dos limites. Casca de amêndoa - Especificações de qualidade de acordo com o estabelecido através dos estudos efectuados e nos resultados das análises realizadas no âmbito do projeto Biomasud. Ver Anexo 1, Tabela 4 para conhecimento dos limites. Pinha processada - Especificações de qualidade de acordo com o estabelecido através dos estudos efectuados e nos resultados das análises realizadas no âmbito do projeto Biomasud. Ver Anexo 1, Tabela 5 para conhecimento dos limites. Cascas de pinhão - Especificações de qualidade de acordo com o estabelecido através dos estudos efectuados e nos resultados das análises realizadas no âmbito do projeto Biomasud. Ver Anexo 1, Tabela 6 para conhecimento dos limites. Casca de avelãs - Especificações de qualidade de acordo com o estabelecido através dos estudos efectuados e nos resultados das análises realizadas no âmbito do projeto Biomasud. Ver Anexo 1, Tabela 7 para conhecimento dos limites. As misturas das biomassas referidas são permitidas sempre que a mistura resultante ainda cumpra os requisitos de qualidade (por exemplo, cascas de pinhão são geralmente misturadas com pinha processada). Misturas de outras biomassas não incluídas no sistema, mesmo que cumpram os requisitos de qualidade, devem ser aprovadas pelo Comité Gestor do Biomasud. É obrigatória a indicação da percentagem das biomassas utilizadas nas misturas, introduzir essa informação no sistema de rastreabilidade e indica-la nos sacos/fatura. 23

Outras biomassas nacionais similares podem ser aceites pelo Selo de Qualidade, se as especificações de qualidade estiverem dentro dos limites de qualquer uma das biomassas classificadas no sistema. É necessária uma comunicação ao Comité de Direcção Biomasud e a sua aprovação por este comité. Se as especificações da biomassa em causa não estiverem dentro dos limites definidos no sistema para alguns dos parâmetros, mas com valores relativamente próximos a sua inclusão pode ser avaliada. Neste caso é necessária uma comunicação ao Comité de Direção do Biomasud para a sua posterior aprovação. Os parâmetros de qualidade considerados relevantes, e os limites correspondentes, bem como as especificações para as matérias-primas a serem utilizadas, estão listados no Anexo I. 24

6. REQUISITOS DE SUSTENTABILIDADE Produtores certificados têm que documentar a origem da matéria-prima e informar o organismo de controlo na auditoria anual sobre a percentagem de matéria-prima proveniente de fontes certificadas (FSC, PEFC ou sistemas equivalentes). O organismo de controlo integrará essa informação no relatório de auditoria. O Projeto Biomasud estudou as cadeias produtivas de todas as biomassas incluídas no selo de qualidade, tendo o Comité Gestor Biomasud decidido incluir dois requisitos mínimos de sustentabilidade: os Gases com Efeito Estufa (GEE) emitidos e a Energia Consumida (EC) para a produção dos combustíveis. Os limites foram estabelecidos na tarefa 3.4. Estabelecimento dos critérios mínimos de sustentabilidade para cada componente da cadeia de abastecimento da biomassa utilizada no projeto Biomasud. GEE - Gases com efeito de estufa: A Redução das emissões de gases com efeito de estufa resultante da utilização de biocombustíveis certificados em substituição de gás natural que será de 70%, no mínimo. Tendo em conta as emissões produzidas no transporte de matérias-primas para as unidades de produção e os gases gerados no processo de preparação/ produção e acondicionado dos biocombustíveis. Este limite será verificado durante as auditorias. Energia Consumida: A energia utilizada no processo de transporte das matérias-primas para as unidades de produção sumada com a energia utilizada no processo de preparação/ produção e condicionamento dos biocombustíveis não pode deve exceder 40% da energia contida nos combustíveis, com base no PCI em base húmida do mesmo. Este limite será verificado durante as auditorias. Criou-se uma ferramenta para o cálculo de Emissões de Gases com Efeito Estufa e de Energia Consumida os resultados desta avaliação devem ser incluídos no sistema de rastreamento pelo produtor / comerciante, tornando possível que o consumidor tenha acesso a esta informação. As informações introduzidas nesta ferramenta para calcular as emissões de gases com efeito de estufa e a energia consumida devem ser verificadas pelos auditores de modo a que toda a informação sobre o cálculo efectuado deve estar acessível. 25

7. RASTREABILIDADE O Selo de qualidade Biomasud exige requisitos de qualidade (cinzas, humidade, etc) e requisitos de sustentabilidade (GEE, Energia Consumida) ao longo do ciclo de vida da biomassa, para garantir que o produto comprado por um consumidor, é o mesmo que foi produzido com um mínimo de requisitos de qualidade e sustentabilidade definidos, foi introduzido um sistema de rastreabilidade que se tornou também ele próprio um requisito de sustentabilidade. Este sistema de rastreabilidade serve como autocontrolo e garantia de qualidade, através do número de identificação e registo dos movimentos dos produtos, documentados em cada etapa da cadeia de valor, possibilitando localizar possíveis defeitos de qualidade assim como oferecer ao consumidor informações sobre a qualidade e sustentabilidade dos produtos. ACESSO Á INFORMAÇÃO FLORESTA /ORIGEM PRODUTOR DISTRIBUITOR CONSUMIDOR FLUXO DE PRODUTOS E INFORMAÇÃO Como citado no capítulo 4.8.1, os produtores têm que arquivar amostras de referência, caso seja necessário, para responder a uma queixa, poder-se-á efetuar um teste referência analisando as amostras arquivadas pelo produtor / fornecedor e, se for o caso, compará-los com uma amostra retirada das instalações do queixoso ou delator. 26

7.1 NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO Por meio de um sistema de números de identificação únicos, cada entrega deve poder ser rastreada começando no cliente final, passando pelos diversos pontos da cadeia de logística, até chegar ao produtor. L 0 --- P D 1 L 1--- L 1--- D 1 D 2 L 2--- L 2--- D 2 D 3 L 3--- L 3--- D 3 CONSUMIDOR L 3--- P------D---- -- L ----: corresponde ao número do lote. É formado por um número indicando o passo da cadeia (0 para produtor, 1 para um primeiro distribuidor, 2 para o segundo distribuidor, etc), e o número do lote. Este número permitirá saber a data de produção e outros detalhes da produção destes produtos. Por exemplo: uma empresa produtora de caroço de azeitona produz um lote com o número 149, o código será L0149 Como os distribuidores costumam dividir os lotes e comprar em vários lotes mais pequenos, todas as empresas envolvidas na cadeia de valor, desde os produtores aos distribuidores, devem manter o registo com as equivalências entre as mercadorias que entram e os bens que saiem para que o auditor possa verificar a sua existência. Para preservar os interesses comerciais, no último ponto de venda para o consumidor final só é indicado no saco ou na fatura o número de identificação do comercializador e do produtor. As emissões de gases com efeito estufa e a energia despendida ao longo da cadeia de produção devem ser do conhecimento público. 27

P -----: identifica o produtor. Será composto por dois caracteres do país de acordo com o código ISO (ISO 3166-1-alpha 2, por exemplo, PT para Portugal) e um número único e correlativo de três dígitos (001, 002, etc.) Este ID vai nos permitir dar informação sobre o produtor: Por exemplo, se uma empresa fictícia que é um produtor de caroço de azeitona chamada "Caroços de Portugal" cumpre os requisitos e obtém o selo ser-lhe-á atribuído um número, o 159, por exemplo, por isso será PPT159. D -----: identifica o distribuidor. Será composto por dois caracteres do país de acordo com o código ISO (por exemplo, PT para Portugal) e um número único e correlativo de três dígitos (001, 002, etc), cada distribuidor terá um número atribuído. Por exemplo, uma empresa distribuidora de caroço de azeitona com o selo de qualidade com o número 025 de Portugal vendeu um saco do produtor do exemplo anterior, "Caroços de Portugal", com o número de lote 149, o código resultante será: L1149 - PPT159 - DPT025 É obrigatório incluir o código do produtor ou do último comercializador certificado no interior do Selo de Qualidade BIOmasud (ver exemplo no capítulo 11), impresso nos sacos ou na fatura no caso da venda a granel. Não é necessário mostrar todos os códigos associados a cada passo da cadeia comercial (produtor, primeiro comercializador, segundo comercializador, etc.) mas a documentação que mostra o percurso dos produtos tem que estar acessível aos auditores. O número do lote deve estar identificado em cada unidade vendida mas não é necessário que esteja junto do código que identifica o produtor ou o comercializador. 28

Se um produtor trabalhar em várias instalações de produção da respetiva empresa pode pedir vários números de identificação. As misturas de diferentes produções etiquetadas com selo de qualidade são permitidas. É no entanto obrigatória a indicação da percentagem proveniente de cada unidade, e a introdução desta informação no sistema de rastreabilidade assim como a sua inscrição no saco / fatura. No caso de um comercializador, é possível fazer misturas, entre biomassas de diferentes fontes etiquetadas com selo de qualidade, mas é obrigatório indicar a percentagem de biomassa e as fontes utilizadas nas misturas assim como, introduzir esta informação no sistema de rastreabilidade e efetuar a sua inscrição no saco / fatura. Comercializadores não certificados pelo sistema, sem as suas próprias instalações de armazenamento e sem veículos de transporte próprios têm de trabalhar com prestadores de serviços detentores do selo de qualidade. Uma empresa comercializadora pode ensacar biomassas de um produtor detentor do selo de qualidade BIOMASUD e manter o selo de qualidade desde que a identificação do produtor esteja inscrita no saco. Para biomassas a granel, o comerciante pode seguir o mesmo procedimento, mantendo o selo de qualidade desde que o número de identificação do produtor se mantenha na documentação de transação. 7.2 SISTEMA DE RASTREABILIDADE E DOCUMENTAÇÃO O consórcio do Biomasud está a criar uma ferramenta para integrar todos os dados numa plataforma telemática (produtores, distribuidores, etc), tornando possível acompanhar os produtos ao longo da cadeia de abastecimento. Produtores e comerciantes que aderirem ao selo de qualidade devem introduzir todos os dados necessários, com o objectivo de viabilizar o sistema de rastreabilidade. Também devem manter o registo de todos os dados (lotes, produtores / comercializadores, entradas / saídas, etc) e disponibilizar essa documentação aos auditores, quando necessário. 29

8. GESTÃO DA QUALIDADE Para cumprir os requisitos mínimos de qualidade, é necessário seguir os princípios de um sistema básico de gestão da qualidade nas instalações do utilizador do Selo de Qualidade. Neste capítulo, são estabelecidas as diretrizes para a gestão interna da qualidade. A forma como essas diretrizes são implementadas pelos candidatos ao Selo é até certo ponto deixada ao critério dos mesmos. Os requisitos da EN 15234-6 são base do sistema de qualidade seguido pelo Biomasud. Em alternativa, pode ser implementado um sistema de gestão da qualidade de acordo com a ISO 9001. 8.1 PRODUÇÃO 8.1.1 PROCEDIMENTOS OPERATIVOS E EQUIPAMENTOS TÉCNICOS As instalações de produção devem cumprir os seguintes requisitos: O titular do certificado deve ter equipamento técnico adequado para a produção, carregamento e possível embalamento das biomassas. As funções e as condições deste equipamento devem ser verificadas regularmente. Quando as matérias-primas são recebidas de novos fornecedores deve ser verificada a sua adequação (inspeção de entrada de mercadorias), por exemplo, através da certificação do fornecedor ou por uma inspeção individual (ou seja, verificação da percentagem de cinzas, humidade, teor de cloro e azoto e do ponto de fusão de cinzas). Contaminações das matérias-primas por substâncias, como inertes e sementes, assim como as contaminações dos biocombustíveis produzidos, devem também ser evitadas. Áreas de manipulação, tais como silos e equipamentos de transporte devem ser verificados regularmente, nomeadamente para verificação de existência de areias e, se necessário, limpos. Este procedimento aplica-se também a cada um dos veículos de carga externa, quando não se trate de veículos especiais para o transporte exclusivo de biomassa. As partículas finas (designadas por finos) são um requisito importante de qualidade. As biomassas têm de ser crivadas antes do seu carregamento ou ensacamento para entrega ao consumidor final de modo a cumprir o limite máximo estabelecido pelo selo de qualidade Biomasud (ver Anexo I para conhecimento dos limites). 30

Para além dos procedimentos para a secagem das biomassas, se necessário, devem ainda ser armazenados em sob coberto ou armazém adequado para não absorverem húmidade, por contato com a chuva ou neve. Deve ser evitada a formação de condensação favorecendo o seu arejamento. Em caso de anomalias no processo de produção, deve ser verificada a quantidade de biomassa produzida e afetada até ao momento em que a anomalia foi observada. A venda destes produtos não pode ser feita sob o uso do selo de qualidade Biomasud. Depois da conclusão dos trabalhos de reparação e manutenção, os biocombustíveis produzidos deverão ser submetidos a uma inspeção interna de qualidade. Todos os funcionários envolvidos devem receber formação por parte do gestor do selo de qualidade relativa às exigências requeridas. O titular dos Selo de Qualidade deve ter os instrumentos adequados para realização de análise e meios de prova, bem como o conhecimento adequado para inspecionar os biocombustíveis fabricados. 8.1.2 COMUNICAÇÃO DE QUANTIDADES PRODUZIDAS Todos meses, devem ser comunicadas, para fins estatísticos, as quantidades dos diferentes biocombustíveis produzidos/ comercializados nas instalações de produção / distribuidor. Adicionalmente os biocombustíveis vendidos sem o Selo de Qualidade devem ser contabilizados e reportados. 8.1.3 RESPONSÁVEL PELA GESTÃO DA QUALIDADE A empresa detentora do selo de Qualidade deve nomear um funcionário experiente como responsável pela gestão da qualidade ou seja o responsável pela qualidade. Esta pessoa deve garantir a ordenação da documentação interna e é também responsável pelo arquivo de amostras de referência, bem como pela realização de auto-inspecções, se necessário. O responsável pela qualidade deve conhecer os efeitos que as alterações nos processos operacionais produzem na qualidade dos biocombustíveis e treinar adequadamente os outros funcionários para suas áreas. Além disso, ele é a pessoa de contacto com os seus colegas no caso de falhas no processo de produção. O responsável pela gestão da qualidade pode delegar tarefas individuais de controlo e de documentação a outros funcionários. Neste caso, ele tem que formar o funcionário em causa e monitorar a execução ordenada das tarefas atribuídas. O gestor da qualidade tem que participar num 31

curso externo de gestão de qualidade no primeiro ano da certificação e pelo menos uma vez em cada período de certificação. 8.1.4 DOCUMENTAÇÃO INTERNA O responsável pela gestão da qualidade deve garantir que a documentação interna está em ordem assim como a avaliação dos processos operacionais que têm influência sobre a qualidade dos biocombustíveis. A documentação interna, aqui enumerada em detalhe, deve compreender os seguintes pontos: Receção de matérias-primas e aditivos (data, quantidade e nome do fornecedor, no caso dos aglutinantes deve indicar-se: o tipo de material, a identidade local de armazenamento interno); Saída de mercadorias (data de saída, classe de qualidade, quantidade e nome do cliente), veículos utilizados ou quais os transportadores externos e qual foi a carga anterior transportada nesse veículo tendo em conta que não vai ser utilizado nenhum veículo exclusivo para o transporte dos biocombustíveis - assim como uma descrição das respetivas amostras de referência; A utilização de aditivos de prensagem ou de outros aditivos (indicar o tipo: ficha técnica com a composição química assim como a dosagem utilizada); Produção de biocombustíveis com selo de qualidade BIOMASUD e sem certificação (período, qualidade, quantidade); Avarias no processo de produção (data, tipo de avaria, medidas implementadas para resolver o problema, a quantidade e destino dos biocombustíveis que não podem ser vendidos com o selo de qualidade); Trabalhos de reparação e manutenção mais profundos que podem levar a algumas alterações na qualidade da biomassa (data, tipo de trabalho realizado); Formação dos funcionários sobre o efeito dos vários fatores de produção que podem ter influência sobre a qualidade dos biocombustíveis (data, participantes, conteúdo); Áreas de responsabilidade dos funcionários a nível individual; Auto-inspeção (documentação e avaliação dos resultados); Reclamações de clientes (data, resultados das observações e as medidas adoptadas para corrigir os defeitos, se necessário). 32

A documentação interna deve ser sempre mantida actualizada e apresentada regularmente à gerência para verificação. Para este fim, recomenda-se manter um diário de turno. As anomalias encontradas devem ser imediatamente divulgadas aos funcionários responsáveis para que sejam resolvidas. 8.1.5 INSPEÇÕES-INTERNAS O produtor deve inspecionar regularmente a qualidade dos biocombustíveis produzidos para verificar o cumprimento dos requisitos do produto e evitar a produção de lotes defeituosos de maior quantidade. Quando existirem dúvidas razoáveis sobre a qualidade da biomassa, o laboratório de testes acreditado pode estipular inspeções internas mais frequentes, inseridas no âmbito das inspecções de monitorização extraordinárias. A frequência do controlo interno do produto será declarada pelo produtor proporcionalmente à quantidade de biocombustíveis produzidos e á sua definição de lote 3. Um grande produtor 4 deve fazer um auto-controlo por turno. Os pequenos produtores devem proceder a um auto-controlo pelo menos uma vez por lote. Para calcular a frequência dos controlos é recomendada a seguinte fórmula (EN 15234-6): N 10 ton dias 10 N Dias Ton Número de amostra em cada 24 horas Número anual de dias de trabalho Quantidade anual de biocombustíveis produzidos em toneladas Exemplo N = 10/220 * 50 000/10 = 3 vezes em cada 24h Os parâmetros que devem ser verificados no âmbito das inspeções internas de qualidade encontramse listados no quadro seguinte. 3 Cada unidade de produção de biomassa deve definir o tamanho do lote no seu sistema interno qualidade que presenta a quantidade de produto final, fabricado nas mesmas condições (mesma matéria-prima, configuração da máquina, etc.) 4 São considerados grandes produtores aqueles cuja produção é >10.000 ton/ano. 33

Parâmetros que devem ser verificados no âmbito das inspeções internas Parâmetro Local de amostragem Frequência Densidade aparente (BD) Humidade (M) Durabilidade mecânica (DU) (só para os peletes) Tamanho das partículas Finos (F) Linha de produção, antes do armazenamento Linha de produção, antes do armazenamento Linha de produção, antes do armazenamento Linha de produção, antes do armazenamento No último ponto possível antes da saída para o consumidor inspeção. Não há necessidade de seguir rigorosamente as normas, mas utilizar um método que assegure a precisão suficiente para fins de controlo interno. Pelo menos uma vez por lote Pelo menos uma vez por lote Pelo menos uma vez por lote Pelo menos uma vez por lote Pelo menos uma vez por lote Pelo menos uma vez por turno/ lote Comprimento (L) Depois da produção, antes do quando as inspecções visuais indicam (só para os peletes) armazenamento peletes muito compridos Os controlos internos devem ser realizados de acordo com métodos aprovados pelo organismo de 8.2 COMERCIALIZAÇÃO: MANIPULAÇÃO, ARMAZENAMENTO E ENTREGA DE BIOCOMBUSTÍVEIS 8.2.1 PROCEDIMENTOS OPERATIVOS E EQUIPAMENTOS TÉCNICOS Devem ser cumpridos os seguintes requisitos durante o armazenamento e entrega a clientes finais: O titular rótulo deve ter à sua disposição equipamento técnico adequado para o armazenamento e / ou transporte dos biocombustíveis. O funcionamento e as condições desse equipamento devem ser verificados regularmente. Áreas de manipulação, silos e equipamentos de transporte devem ser verificados regularmente em termos de sujidade e, se necessário, proceder à sua limpeza. Este procedimento também se aplica ao carregamento de veículos externos, sempre que não se trate de veículos para o transporte exclusivo de biomassa. A responsabilidade pela verificação das condições recai sobre o detentor do selo de qualidade que procede à entrega biomassa. No entanto, este aspeto pode ser regulado, contratualmente, de forma diferente. 34

A biomassa não deve absorver qualquer humidade, nomeadamente, através do contato com a água condensada, chuva ou neve. Formação de condensação deve ser evitada, tanto quanto possível. A mistura de biomassas de diferentes qualidades (biomassas sob o selo de qualidade BIOMASUD e biomassas sem selo) deve evitada através da planificação consciente dos procedimentos de funcionamento, nomeadamente pela realização do armazenamento e transporte em espaços fisicamente separados ou divididos. No caso dos peletes devem ser crivados antes de ser efectuado o carregamento dos camiões ou o ensacamento para cumprir o limite máximo de finos, estabelecido pelo selo de qualidade Biomasud (ver o Anexo I para conhecer os limites). Antes de proceder ao carregamento dos camiões de transporte, os biocombustíveis devem ser verificados de modo a verificar se a temperatura dos mesmos não é muito elevada ou se existem processos de auto-combustão. No caso dos peletes a temperatura na altura do carregamento não deve exceder 40 C (EN 15234-6). Durante o processo de carregamento, o condutor do veículo de entrega deve assegurar-se da qualidade da biomassa, através de uma inspecção visual. Quando a biomassa é fornecida a granel ao consumidor final devem ser retiradas amostras de referência no ato da entrega (ver 4.8.1). Quando a entrega dos biocombustíveis é efetuada ao cliente final os mecanismos de transporte e armazenamento devem ser verificados de modo a detetar irregularidades, (por exemplo, a falta de sistemas de amortecimento de impacto ou a existência de ângulos desfavoráveis em tubos). O nível de enchimento do silo deve ser estimado antes do processo de enchimento. Anomalias óbvias na área de armazenamento ou a acumulação de pó devem ser documentadas na nota de entrega sendo confirmadas pelo cliente, caso este se encontre presente. Quando se realiza uma entrega a um cliente final deve ser preenchida, uma cheklist de verificação com todos os detalhes relevantes no que se refere à qualidade da entrega. Os condutores em contato com os clientes finais devem ter formação interna. Devem ser facultadas instruções para as questões de segurança e saúde no que se refere à entrega e armazenamento. Devem ser dadas instruções especiais de 35

ventilação para evitar a acumulação de níveis de CO prejudiciais no transporte, nos silos ou nas instalações de armazenamento. 8.2.2 RESPONSÁVEL PELA GESTÃO DA QUALIDADE O detentor do selo de qualidade deve designar um funcionário experiente como responsável pela gestão da qualidade. Esta pessoa deve garantir que a documentação interna está em dia e de forma ordenada é também responsável pela realização das inspecções internas, assim como pelo arquivamento de amostras de referência. O funcionário nomeado deve conhecer a influência que os diferentes processos operacionais imprimem na qualidade dos biocombustíveis comercializados e capacitar os demais funcionários de acordo com esse conhecimento. Os motoristas que entregam os biocombustíveis aos clientes finais são também responsáveis pelo contacto com o cliente final pelo que devem estar igualmente instruídos sobre esses processos. O gestor da qualidade pode delegar o acompanhamento individual de algumas das tarefas ou a documentação necessária em outros funcionários. Neste caso, o gestor da qualidade informa o funcionário responsável e monitoriza a execução das tarefas nele delegadas. Além disso, o gestor da qualidade tem que participar numa formação externa de gestão de qualidade, no primeiro ano da certificação. 8.2.3 DOCUMENTAÇÃO INTERNA O gestor da qualidade deve assegurar a produção ordenada da documentação interna e a avaliação dos processos operacionais que produzem efeito sobre a qualidade dos biocombustíveis comercializados. Em detalhe, a documentação deve abranger os seguintes pontos: Entrada de matérias-primas (data, qualidade da biomassa, quantidade e nome do fornecedor); Saída de mercadorias (data, qualidade da biomassa, quantidade, nome do cliente, armazém em que o lote teve origem, os veículos utilizados ou se ouve recurso a transportes externos, qual o tipo de carga transportada anteriormente pelo veículo, bem como a confirmação da limpeza do veículo - na medida em que não está a ser utilizado nenhum veículo especial só para o transporte exclusivo dos biocombustíveis; Problemas durante o armazenamento e transporte (data, tipo de problema, o efeito sobre a qualidade da biomassa, as medidas tomadas para anular o defeito, a quantidade e o destino dos biocombustíveis atingidos); 36

Trabalhos de reparação e de manutenção, que podem conduzir a uma alteração na qualidade dos biocombustíveis (data, o tipo de trabalho realizado, a confirmação de que não há irregularidades após inspecção visual ou das medidas tomadas para remediar os efeitos, bem como as quantidades e destino dos biocombustíveis atingidos); Auto-inspeções (documentação e avaliação dos resultados, ver 8.2.4); Entrega ao cliente final (qualidade da biomassa no momento da carga, irregularidades, bem como a estimativa do stock remanescente; quando uma entrega é feita com um veículo cisterna, deve ser documentada ainda a pressão de sopro e os comprimentos de mangueira); Áreas de responsabilidade individual dos funcionários (organização fluxograma e descrição do trabalho); Formação dos funcionários sobre: como os diversos processos operacionais podem influenciar a qualidade da biomassa (data, participantes, conteúdo); Reclamações de clientes (data, medidas adoptadas para corrigir os defeitos). 8.2.4 AUTO-INSPEÇÕES O gestor da qualidade é responsável por inspecionar regularmente a qualidade das biomassas negociadas de modo verificar o cumprimento dos requisitos de qualidade dos produtos produzidos. A extensão e o tipo das inspeções são deixados ao critério do detentor do selo de qualidade. No entanto, o requisito mínimo é uma inspeção visual semanal das biomassas armazenadas, incluindo as instalações de armazenamento. O que também pode ser feito com base em amostras de referência (ver 4.10.2). Os testes devem ser realizados de acordo com um plano de inspecção previamente determinado, a sua execução e os resultados têm que ser documentados. 37

9. LISTA DE ORGANISMOS DE INSPEÇÃO E LABORATÓRIOS DE ANÁLISES Os organismos de inspecção listados, na página do BIOmasud são organizações qualificadas para auditar as instalações de produção e o sistema interno de gestão da qualidade dos produtores ou comercializadores de biocombustíveis de acordo com o selo de qualidade Biomasud. Os laboratórios de análises, aceites pelo Biomasud são laboratórios acreditados que analisam a qualidade da biomassa. Esses laboratórios encontram-se listados na página www.biomasud.eu. 9.1 PROCEDIMENTOS PARA A OBTENÇÃO DO SELO DE QUALIDADE Selo de qualidade Biomasud é uma iniciativa proposta num projeto europeu assim, nos primeiros passos do selo de qualidade, enquanto o sistema está na fase inicial, os organismos de ensaio e de inspeção serão formados por membros do consórcio, que é constituído por organizações com laboratórios e técnicos. No caso, de não existir neste consórcio, um organismo com capacidade inspecção / testes, o parceiro (s) responsável pelo selo nesse país irá procurar um organismo de inspeção / teste apropriado. É também recomendado pelo Comité Gestor do Biomasud convidar empresas de inspeção para acompanhar as inspecções piloto como forma de lhes facultar formação no sistema de Qualidade BIOmasud. Com a entrada na fase comercial, o Comitê de Direção do Biomasud, publicará na sua página os requisitos a que terão que obedecer os organismos de inspeção e de testes para trabalharem no Selo de Qualidade BIOmasud. Organismos de inspecção e testes devem ser reconhecidos pelo Comité de Direção Biomasud que publicará na sua página da internet a lista dos organismos, reconhecidos para verificar o sistema de qualidade BIOmasud. 38

10. REQUISITOS DA MATÉRIA-PRIMA Na tabela seguinte são definidas as origens das matérias-primas permitidas para cada tipo de biocombustível para utilização doméstica sob o Selo de Qualidade BIOmasud. Os tipos de matériaprima e a sua origem aceites pelo selo de qualidade Biomasud são classificados de acordo com a norma EN 14961-1, indicados no Anexo I. 10.1 MATÉRIAS-PRIMAS E A SUA ORIGEM ADMITIDAS PELO SELO DE QUALIDADE Tabela 1: Matéria-prima e fontes admitidas pelo selo de qualidade Biomasud de acordo com a EN 14961-1 Tipos de Biocombustíveis Peletes de origem lenhosa Estilha de madeira Caroços de azeitona Cascas de amêndoas Pinha processada Cascas de pinhão Cascas de avelãs Classes de qualidade da biomassa A / A1 A2 B / B1 B2 1.1.3 Lenho 1.2.1 Resíduos de madeira não tratados quimicamente 1.1.1 Árvores inteiras sem raízes a 1.1.3 Lenho 1.2.1 Resíduos de madeira não tratados quimicamente 1.1.4.3 Resíduos de exploração, folhosas armazenadas 3.1.2.3 Caroços da azeitona (não tratados quimicamente) 3.2.2.2 Caroços da azeitona (tratados quimicamente) 3.1.3.2 Cascas dos frutos (não tratadas quimicamente) 3.1.3.2 Cascas dos frutos (não tratadas quimicamente) 3.1.3.2 Cascas dos frutos (não tratadas quimicamente) 3.1.3.2 Cascas dos frutos (não tratadas quimicamente) 1.1.1 Árvores inteiras sem raízes 1.1.3 Lenho 1.1.4 Resíduos de exploração florestal 1.1.6 Casca 1.2.1 Resíduos florestais não tratados quimicamente 1.1.1 Árvores inteiras sem raízes a 1.1.3 Lenho 1.2.1 Resíduos de madeira não tratados quimicamente 1.1.4.3. Resíduos de exploração, folhosas armazenadas 1.1 Produtos da floresta, plantações e outra madeira virgem 1.2 Subprodutos e resíduos da indústria da madeira 1.3 Madeira reciclada 1.1 Produtos da floresta, plantações e outra madeira virgem b 1.2.1 Resíduos de madeira não tratados quimicamente 3.1.2.3 Caroços da azeitona (não tratados quimicamente) 3.2.2.2 Caroços da azeitona (tratados quimicamente) 3.1.3.2 Cascas dos frutos (não tratadas quimicamente) 3.1.3.2 Cascas dos frutos (não tratadas quimicamente) 3.1.3.2 Cascas dos frutos (não tratadas quimicamente) 3.1.3.2 Cascas dos frutos (não tratadas quimicamente) - 1.2 Subprodutos e resíduos da indústria da madeira 1.3 Madeira reciclada - - - 3.2.1 Subprodutos e resíduos do processamento de frutos não tratados quimicamente a Excluindo a classe 1.1.1.3 Talhadia de curta de rotação, se houver a razão para suspeitar de contaminação dos solos ou se a plantação for utilizada para o sequestro de produtos químicos ou houver fertilização com lamas de esgoto (provenientes do tratamento de águas residuais ou de processos químicos. b Excluindo as classes 1.1.5 cepos/raízes e 1.1.6 Casca. Se a composição de mistura for conhecida, a p-% pode ser usada para especificar as misturas. 39

Exemplo 1:80 será p-% - 1.1.1 árvores inteiras sem raízes, 20 p-% -1.2.1 resíduos de madeira não tratados quimicamente. No caso das misturas, o componente principal deve ser indicado em primeiro lugar. 10.2 REQUISITOS PARA A UTILIZAÇÃO DE ADITIVOS Os aditivos (ex. auxiliares de prensagem ou inibidores escorias) são utilizados para melhorar a qualidade do combustível, para diminuir as emissões ou para aumentar a eficiência de queima sendo permitidos. Deve ser especificado o tipo (material e nome comercial) e a quantidade (em % max.) dos aditivos ou agentes aglutinantes utilizados tendo esta que ser documentada. Também os aditivos, que podem ser usados após a produção ou antes da entrega no armazém do consumidor final, devem ser documentados. Água, calor e vapor não são aditivos nos termos deste regulamento. 40

11. SELO DE QUALIDADE E EXEMPLOS DA DECLARAÇÃO DOS PRODUTOS Em primeiro lugar, o selo tem que apresentar uma altura mínima de 15 mm. O número de identificação do titular do selo é um componente essencial para efeitos de rastreabilidade e deve ser inscrito perto do selo. Além disso, a altura pelo número de identificação não deve exceder em mais de 10% a altura da do selo, pelo que deve ter pelo menos 1,5 mm de alto (Arial tamanho 10). O selo deve ser exibido em uma das variações de cores ou a preto e branco especificado aqui. O selo de qualidade deve ser utilizado apenas em conjunto com o número de identificação do titular do certificado. Utilizar o selo de qualidade, sem o número de identificação só é possível, com autorização por escrito do Comité de Direção do BIOmasud. 41