CARACTERIZAÇÃO DA ARGILOSIDADE E POROSIDADE POR MÉTODOS DIRETOS E INDIRETOS

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Transcrição:

CRCTERIZÇÃO D RGILOSIDDE E POROSIDDE POR MÉTODOS DIRETOS E INDIRETOS Felipe Barreiros Gomes e Fernanda Silva Calixto; ntônio Jorge Vasconcellos Garcia. Universidade Federal de Sergipe, Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas, Núcleo de Engenharia de Petróleo e Gás, Laboratório Progeologia, barreiros.felipe93@gmail.com; fernanda.s.calixto@hotmail.com ; garciageo@hotmail.com. Resumo: integração de dados de porosidade da rocha estudada em laboratório a partir de testemunhos com a análise de perfis elétricos é comumente usada para a avaliação dos reservatórios de petróleo. Nesse estudo se utilizou de dados de dois poços de um mesmo campo com o interesse em quantificar a porosidade existente em lugares distintos, já que, devido à deposição sedimentar e ao processo diagenético, este parâmetro pode ter uma grande variação. Para a interpretação dos dados de perfilagem elétrica utilizou-se do software Interactive Petrophysics e a partir dele foram gerados perfis com informações de porosidades total, efetiva e a retirada de testemunhos. Por meio de histogramas foi possível observar a variação da porosidade no campo e notar que os dados obtidos indiretamente oferecem resultado satisfatório quando comparados a dados de testemunhagem. Palavras-chave: Porosidade, testemunhos, perfis elétricos. Introdução caracterização petrofísica do reservatório de petróleo tem como interesse geral analisar a relação dos fluidos no meio poroso, para isto faz-se necessário um estudo detalhado sobre a porosidade de cada campo. Já que devido à deposição e a diagênese cada formação detém características petrofísicas distintas. porosidade pode ser classificada em diferentes formas, como porosidade absoluta, que é a relação entre o volume total de vazios e o volume total da rocha, porosidade efetiva, que apenas considera os vazios interconectados e o volume total da rocha, porosidade primária, que é a porosidade desenvolvida no momento da deposição e a porosidade secundária, que é resultante de alguns processos geológicos subsequentes. (ROS; CRVLHO; XVIER; 2006) Para poder realizar o estudo foi necessário o uso de dados diretos e indiretos sobre o poço. Os perfis elétricos fazem parte de uma determinação indireta, para esta análise utilizouse do perfil Raios Gama, que mede a radioatividade natural das rochas, refletindo a presença de sequências argilosas na formação, perfil Densidade que faz o registro contínuo da massa específica das rochas que atravessam o poço e o perfil Neutrão que registra a quantidade de hidrogênio presente nos poros (ROCH e

ZEVEDO, 2009). determinação direta pode ser feita através da análise laboratorial dos testemunhos retirados do poço que oferece com precisão valores de porosidade da rocha estudada, como é o caso dos dados usados nesse trabalho. Esse trabalho objetiva fazer a interligação dos dados diretos com os indiretos e assim determinar o percentual de diferença entre esses dois tipos de análise. Será apresentado também o estudo da variação da argilosidade e da porosidade presente na rocha, já que os poços avaliados estão localizados em posições estruturalmente distintas no campo. Metodologia Foram escolhidos 2 poços, lfa e Beta, pertencentes à um mesmo campo, porém situados em diferentes blocos. Esses poços dispunham da suíte básica de perfis elétricos, entre eles, os perfis Raios Gama, Densidade e Neutrão, utilizados para a determinação da porosidade das formações, para isso utilizou-se o software Interactive Petrophysics v. 4.4 (IP) da empresa Lloyd s Register. Se dispunha também das imagens e descrição dos intervalos testemunhados desses poços, bem como, dos valores de porosidade obtidos diretamente por meio da análise microscópica e do software nasete. Uma vez carregados os dados de perfis no IP, o primeiro passo foi à determinação da argilosidade da formação utilizando a equação 1 baseada no perfil de Raios Gama (CONTRERS; CSTRO, 2012) Para isso Linha dos renitos utilizou-se o perfil de Raios Gama. estimativa da argilosidade é calculada a partir da Equação 1: Linha dos Folhelhos Imagem 1: Determinação da argilosidade da formação através do perfil de Raios Gama e posicionamento das linhas base dos renitos e Folhelhos para o poço lfa. O mesmo procedimento foi realizado para o poço Beta. V cl = GR log GR sand GR clay GR sand (1) Onde GR log refere-se aos valores obtidos pelo perfil de Raios Gama, GRsand e GRclay, aos valores onde as linhas base dos arenitos e folhelhos, respectivamente, onde estas foram fixadas, como pode ser visto na Imagem 1 acima.

O posicionamento dessas linhas foi feito observando a descrição da litologia referente a cada profundidade procurando aproximar ao máximo o resultado final da argilosidade àquele descrito pelos testemunhos. Com a curva do Volume de rgila (VCL) já definida, o passo seguinte foi a determinação das porosidades total e efetiva. Para isso, os poços foram subdivididos em zonas que contemplavam apenas as regiões que continham grandes pacotes de arenitos e dados de intervalos testemunhados. Para essas zonas foi aplicado primeiro o Modelo Densidade (BHUYN; PSSEY, 1994) descrito pela Equação 2: D = ρ ma ρ b ρ ma ρ f (2) Na qual D representa a porosidade obtida por esse modelo; ρ ma é o valor da densidade da matriz, que nesse caso, por prevalecer à presença de arenitos, se trata de uma matriz quartzosa onde assumiu densidade igual a 2,65 g/cm 3 ; ρ b a densidade bulk, ou seja, os valores obtidos pela perfilagem, que agregam além da densidade da rocha matriz, o fluído de perfuração infiltrado na formação e o fluido que originalmente satura a rocha, seja água ou hidrocarbonetos; e ρ f que se trata da densidade do fluido de perfuração. Por fim, a porosidade total foi definida pela Equação 3, chamada de Modelo Densidade-Neutrão (BHUYN; PSSEY, 1994), por levar em consideração esses dois perfis. DN = D 2 + N 2 2 (3) Onde DN é a porosidade total obtida por esse modelo e N é a porosidade obtida pelo perfil Neutrão. porosidade efetiva é calculada a partir da subtração do volume de argila da porosidade total obtida ( DN ), ou seja, desconsidera do resultado final a porosidade dos folhelhos, conforme mostra a Equação 4, onde tcl representa a porosidade total de argila.

e = DN V cl tcl (4) O mesmo procedimento foi realizado para ambos os poços, lfa e Beta, e ao final, foram construídos histogramas pelos quais foi possível comparar numericamente a diferença entre as curvas calculadas e os valores de porosidade obtidos através dos testemunhos. Resultados e Discussão porosidade obtida por meio de métodos diretos foi carregada no software IP para fins de comparação. Nas imagens 2 e 3 ela é representada pelos pontos vermelhos, sobrepostos nas curvas de porosidade total e efetiva obtidas indiretamente pelos métodos petrofísicos até aqui descritos. a Imagem 2: Poço lfa - a) Curvas finais de Raios Gama, Volume de rgila, Densidade e Neutrão, Porosidades e Litologia. b) mpliação do Zona para melhor visualização do ajuste da Porosidade do Testemunho com as Porosidades Total e Efetiva obtidas. b a Imagem 3: Poço Beta - a) Curvas finais de Raios Gama, Volume de rgila, Densidade e Neutrão, Porosidades e Litologia. b) mpliação do Zona C para melhor visualização do ajuste da Porosidade do Testemunho com as Porosidades Total e Efetiva obtidas. b

Nota-se que as curvas calculadas tiveram visualmente uma boa aproximação dos dados obtidos por métodos diretos, contudo, para melhor análise, foram construídos histogramas que permitem a avaliação numérica dessa proximidade. Como pode ser visto nas Imagens 4, 5 e 6. Imagem 4: Histograma da Porosidade Total do poço lfa (esquerda) e poço Beta (direita). Imagem 5: Histograma da Porosidade Efetiva do poço lfa (esquerda) e poço Beta (direita). Os resultados obtidos pelos histogramas são sumarizados na tabela 1. Imagem 6: Histograma da Porosidade dos Testemunhos do poço lfa (esquerda) e poço Beta (direita). Tabela 1: Valores das diferentes porosidades nos diferentes cenários dos histogramas Poço Zona Porosidade P10 (%) P50(%) P90(%) Total 7,87 12,99 14,57 Efetiva 3,28 11,93 14,57 Testemunho 9,91 11,75 13,77 Total 2,86 10,67 14,78 B Efetiva 0,01 2,24 12,85 Testemunho 7,52 6,7 14,1 L F C Total Total 2,52 8,14 12,13 Efetiva 2,58 7,23 12,18 Testemunho 2,34 6,7 14,1 Total 2,86 9,93 13,91 Efetiva 0,01 7,94 13,48 Testemunho 3,65 10,9 14,4

B E T B C D Total Total 10,18 14,25 17,58 Efetiva 0,01 7,72 15,08 Testemunho 14,04 16,5 18,1 Total 7,45 10,48 14,54 Efetiva 0,33 9,47 12,69 Testemunho 13,96 15,9 17,44 Total 10,13 15,46 18,26 Efetiva 3,49 10,95 13,31 Testemunho 12,11 15,5 18,23 Total 7,7 12,18 15,3 Efetiva 0,01 7,66 13,4 Testemunho 10,3 13,9 16,2 Total 8,48 13,56 17,48 Efetiva 0,01 9,53 13,66 Testemunho 11,38 15,4 17,88 Os cenários P10, P50 e P90 são denominados otimistas, moderados e pessimistas, respectivamente. Para o cenário moderado, foram calculados os erros relativos da porosidade total calculada (considerando todas as zonas) com a porosidade obtida diretamente de testemunhos. Os poços lfa e Beta apresentaram diferença de 8,9% e 11,94%, respectivamente. Parte dessa diferença pode ser atribuída à dificuldade de se definir precisamente a argilosidade das formações por métodos indiretos, contudo, essas diferenças podem ser consideradas pequenas diante da praticidade e custo da obtenção de dados indiretos por meio de perfilagem dos poços quando comparados aos trabalhos de testemunhagem, o que faz com que muitos poços, principalmente os que não possuem caráter exploratório, não se utilizem desse segundo recurso citado. Conclusões Com o desenvolvimento do presente trabalho foi possível à análise efetiva da integração de dados diretos e indiretos para determinar a porosidade efetiva. ssim, validando a pequena diferença entre os dois tipos de dados obtidos, retirados da perfilagem e análise petrográfica. escolha de dois poços em localidades diferentes no mesmo campo teve como intenção observar de que forma a porosidade pode variar a depender dos processos geológicos pelos quais cada região suportou, que pode ser desde uma erosão a uma infiltração de água meteórica. Considerando um cenário moderado, P50, o poço Beta apresentou valores superiores para todas as porosidades analisadas total, efetiva e de testemunho quando comparado ao poço lfa.

pequena diferença dos valores médios obtidos pelos métodos direto e indireto pode ser indicada pela dificuldade de analisar com precisão a argilosidade por meio de perfil de Raios Gama uma vez que vários parâmetros precisam ser levados em consideração no posicionamento das linhas base de arenitos e folhelhos, por exemplo. Mesmo com as diferenças entre os valores obtidos, essas podem ser consideradas pequenas, o que torna a realização de avaliação de formações por meio de perfilagem uma atividade viável e eficaz devido à sua praticidade e ao baixo custo quando comparado à realização de testemunhagem. gradecimentos gradecemos a toda equipe do Laboratório PROGEOLOGI/UFS pelo apoio e à empresa Lloyd s Register pela concessão da licença do software Interactive Petrophysics, que sem os quais não seria possível a realização deste trabalho. E ao Prof. Dr. ntônio Jorge Vasconcellos Garcia por sua inestimável colaboração na capacitação de sua equipe. Referências BHUYN, K.; PSSEY, Q. R.. CLY ESTIMTION FROM GR ND NEUTRON- DENSITY POROSITY LOGS. nnual Logging Symposium, Houston, p.1-15, 19 jun. 1994. CONTRERS, Sérgio. Cáceres; CSTRO, Joel Carneiro de. Metodologia para determinar parâmetros petrofísicos de corte em um campo de petróleo: o caso Socororo, bacia do Oriente, Venezuela. Rem: Revista Escola de Minas, [s.l.], v. 65, n. 3, p.305-312, set. 2012. FapUNIFESP (SciELO). ROCH, L.. S.; ZEVEDO, C. T. Projeto de Poços de Petróleo: Geopressões e ssentamento de Colunas de Revestimento. 2 Ed. Rio de Janeiro: Interciência: PETROBRS, 2009. ROS,. J.; CRVLHO, R. S.; XVIER, J.. D. Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência: PETROBRS, 2006. WORTHINGTON, Paul F.. THE PETROPHYSICS OF PROBLEMTIC RESERVOIRS. SPE: JPT, London, v. 144688, p.88-96, dez. 2011.