Crise Migratória - Refugiados/Migrantes Profa. Adriana Galvão
Crise Migratória Primeiros indícios da crise migratória De acordo com dados coletados do Acnur, (Agência da ONU para refugiados) em 2014, a chegada de migrantes na Europa quadruplicou, com um total de 280 mil. Mais de 170 mil foram para a costa italiana e 43.500 para a costa grega. Ainda em 2014, cerca de 144.630 sírios solicitaram refúgio no conjunto da UE desde 2011, quando começou o conflito no país. Em 2015, foram mais de um milhão de migrantes. No mesmo ano, a situação adquiriu proporções vertiginosas: a Organização Internacional para as Migrações (OIM) estimou em 1.047.000 chegadas por mar à Europa, sendo 854.000 delas à Grécia e 154.000 à Itália. O aumento é explicado principalmente pela estagnação da guerra na Síria, combinada com a deterioração das condições de vida nos campos de refugiados. Em 19 de abril de 2015 aconteceu em frente à costa líbia a pior catástrofe no Mediterrâneo em décadas. Até 800 migrantes procedentes da África ocidental morreram no naufrágio de uma embarcação que colidiu com um cargueiro português que havia ido ajudá-los. Naquele ano, o Acnur registrou quase 3.800 vítimas. No fim do verão de 2015, quando milhares de refugiados fugiam dos conflitos no Oriente Médio e em outras regiões, a chanceler Angela Merkel decidiu abrir as portas da Alemanha, provocando uma chegada maciça de solicitantes de refúgio (890 mil em um ano). Agindo de forma unilateral, foi criticada por muitos de seus sócios europeus. O país, à beira da saturação, reintroduziu os controles em suas fronteiras.
Outros países imitaram a decisão de Berlim, principalmente no leste da Europa, que rechaçam as cotas de divisão de refugiados entre os 28 membros da UE. Áustria, República Tcheca, Eslováquia, países de trânsito, restabeleceram os controles nas fronteiras. Hungria e Eslovênia, principais países de entrada à zona Schengen, ergueram cercas com arames. As solicitações de refúgio atingiram seu auge, com 1,26 milhão de solicitações na UE em 2015. ACORDO EU (União Européia) Em 2016, Turquia e UE fecharam um acordo migratório para frear o fluxo de milhares de migrantes à Grécia. O polêmico acordo prevê, em troca de ajuda financeira, especialmente, a expulsão sistemática de todos os migrantes para a Turquia. Combinado com o fechamento da rota dos Bálcãs, permitiu reduzir drasticamente as chegadas à Europa, que caíram em 2016 para 390 mil, segundo a OIM. Já em 2017, a Itália corta a rota que passa por Grécia e Turquia. Em consequência, a Líbia se tornou, a principal via de migração no Mediterrâneo, e a Itália a principal porta de entrada à Europa.
Esses polêmicos acordos, acompanhados do apoio concreto da Guarda Costeira líbia, fizeram com que as chegadas à Itália caíssem 75%. Mas muitas vozes denunciaram o custo humano para os migrantes, que são detidos e, em muitos casos, vítimas de violências e extorsões na Líbia. Crise política na Europa Em 2018, na Itália, onde chegaram 700 mil migrantes desde 2013, uma coalizão de ultradireita e os antissistema chegou ao poder no fim de maio e decidiu, entre suas primeiras medidas, negar a autorização para atracar em um porto italiano para um barco humanitário que tinha 630 migrantes procedentes da África. O "Aquarius" terminou a sua travessia na Espanha, após uma odisseia de uma semana no Mediterrâneo que exacerbou as tensões na UE, principalmente entre Roma e Paris. Na Alemanha, em 18 de junho, a ala mais conservadora da coalizão do governo deu um prazo de duas semanas a Angela Merkel para que feche as fronteiras, o que poderia provocar uma crise política importante.
Número de 65 milhões de refugiados no mundo é superestimado, diz estudo - Relatório da Nature atenta para falhas na contagem feita por agências Recentemente, a ONU declarou que o número de pessoas deslocadas chegou a números sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial: 65 milhões de pessoas até 2015. Mas, um estudo da revista científica Nature indica que fluxos passados já foram tão altos quanto os de agora. Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo/numero-de-65-milhoes-derefugiados-no-mundo-superestimado-diz-estudo (acesso em 11/07/2018).
Motivos Violação dos direitos humanos Governos ditatoriais ou democracias pouco consolidadas Guerras internas Perseguições políticas e torturas Extermínio étnico Discriminação religiosa ou cultural Problemas ambientais, desertificação, desmatamento, erosão do solo Desastres químicos ou nucleares.
No Brasil - Dados da ACNUR Até o final de 2017, o Brasil reconheceu 10.145 refugiados de diversas nacionalidades. Desses, apenas 5.134 continuam com registro ativo no país. O status pode tornar-se inativo por diversas causas, como aquisição da nacionalidade brasileira, óbito, mudança de país, cessação ou perda declarada pelo Conare (Comitê Nacional p Refugiados) nos termos da lei 9474/97. Do total, 52% moram em São Paulo, 17% no Rio de Janeiro e 8% no Paraná. Os sírios representam 35% da população de refugiados com registro ativo no Brasil. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Justiça na 3ª edição do relatório Refúgio em Números. O ano de 2017 foi o maior em número de pedidos de refúgio, desconsiderando a chegada dos venezuelanos e dos haitianos. Foram 13.639 pedidos no ano passado, 6.287 em 2016, 13.383 em 2015 e 11.405 em 2014. No total, 33.866 pessoas solicitaram o reconhecimento da condição de refugiado no Brasil em 2017. Os venezuelanos representam mais da metade dos pedidos realizados, com 17.865 solicitações. Na sequência estão os cubanos (2.373), os haitianos (2.362) e os angolanos (2.036). Os estados com mais pedidos de refúgio são Roraima (15.955), São Paulo (9.591) e Amazonas (2.864).
Refugiados e CONARE O Brasil é parte da Convenção Internacional sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951 e do Protocolo de 1967 além de integrar o Comitê Executivo do ACNUR desde 1958. De acordo com esses tratados, poderá solicitar refúgio no Brasil o indivíduo que, devido a fundado temor de ser perseguido por motivos de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a grupo social específico ou opinião política, encontre-se fora de seu país de nacionalidade (ou, no caso de apátridas, de seu país de residência habitual) e não possa ou, devido a tal temor, não queira retornar a ele. A política brasileira para o acolhimento de refugiados avançou significativamente nas últimas duas décadas, especialmente após a promulgação do Estatuto do Refugiado (Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997). Essa lei instituiu as normas aplicáveis aos refugiados e aos solicitantes de refúgio no Brasil e criou o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) órgão responsável por analisar os pedidos e declarar o reconhecimento, em primeira instância, da condição de refugiado, bem como por orientar e coordenar as ações necessárias à eficácia da proteção, assistência e apoio jurídico aos refugiados. A lei brasileira é reconhecida como uma das mais avançadas sobre o assunto, tendo servido de modelo para países da região. O CONARE é presidido pelo Ministério da Justiça e integrado pelo Itamaraty (que exerce a Vice-Presidência), pelos Ministérios da Saúde, Educação e Trabalho e Emprego, pela Polícia Federal e por organizações não-governamentais dedicadas a atividades de assistência: o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e as Cáritas Arquidiocesanas de Rio de Janeiro e São Paulo. O ACNUR também participa das reuniões do órgão, porém sem direito a voto.
No Brasil, vivem atualmente mais de 8.800 refugiados de 79 diferentes nacionalidades, sendo as cinco maiores comunidades originárias, em ordem decrescente, de Síria, Angola, Colômbia, República Democrática do Congo e Palestina. A lei brasileira é mais abrangente que a Convenção de 1951, pois prevê também a concessão de refúgio em casos de grave e generalizada violação de direitos humanos. Parcela significativa daqueles que buscam refúgio no Brasil é originária de países vitimados por conflitos ou turbulências internas. Desde 1999, o Governo brasileiro conduz ainda, em parceria com o ACNUR e com organizações da sociedade civil, programa de reassentamento de refugiados. Trata-se de medida que envolve a seleção e a transferência para o Brasil de indivíduos que, devido à recusa de oferta de proteção por parte do país acolhedor ou à impossibilidade de integração local, precisam ser reassentados em terceiros países, já que não podem ser repatriados para seus países de origem. Em 2004, o ACNUR reabriu sua representação em Brasília, correspondendo ao empenho do Governo brasileiro em reafirmar seus compromissos com o tema. O elevado grau de institucionalização da matéria atingido no Brasil com a criação do CONARE evidencia os avanços promovidos nessa matéria pelo Governo, em parceria com a sociedade civil brasileira. O Brasil criou normas que facilitam a concessão de vistos a indivíduos afetados pelo conflito na Síria e que pretendam buscar refúgio em território brasileiro esforço reconhecido pelo ACNUR. Como resultado de programa que facilita, por razões humanitárias, a emissão de vistos para pessoas afetadas pelo conflito na Síria, o Governo brasileiro já concedeu refúgio a mais de 2.200 cidadãos sírios. A legislação brasileira reconhece aos refugiados o direito ao trabalho, à educação, à saúde e à mobilidade no território nacional, entre outros direitos, permitindo, assim, que reconstruam suas vidas no país. (fonte: www.itamaraty.gov.br acesso em 11/07/2018).
Situação dos Refugiados/Migrantes no Mundo e no Brasil A ONU classifica como a pior crise humanitária..
Dados Históricos 1º ciclo - Século XV ao XVII - Descobrimentos 2º ciclo - Século XVII ao XIX Movimento dos escravos 3º ciclo Século XIX e início do século XX - 70 milhões de europeus emigraram para América, Austrália e África. 4º ciclo Século XX década de 30 - Diminuição devido às guerras e crises econômicas. 5º ciclo Século XX década de 50 - Retomada modesta das migrações para a Europa e Estados Unidos no período pósguerra. 6º ciclo Século XX década de 70 - Interrupção no crescimento das migrações devido à sucessivas crises econômicas (crise do petróleo, desemprego, fechamento de indústrias). 7º ciclo Século XX década de 90 - Movimentos migratórios retomados (fim da URSS, retomada do crescimento econômico)
8º ciclo Século XXI - Aumento das migrações X maior controle das fronteiras. - Estão sendo feitas políticas públicas que dificultam a entrada e permanência do imigrante de forma ilegal no país receptor.
Consequências: NAS ÁREAS DE EXPULSÃO POPULACIONAL: Diminuição da população; Diminuição da taxa de natalidade devido à escassez de população jovem e adultos; Envelhecimento da população; Diminuição da população ativa
NAS ÁREAS DE ATRAÇÃO POPULACIONAL: Aumento da população devido à entrada de imigrantes; Aumento da taxa de natalidade conseqüência do elevado número de jovens e adultos; Rejuvenescimento da população; Aumento da população ativa; Possível aparecimento de bairros degradados; Dificuldades de aceitação de novas culturas, línguas e costumes; XENOFOBIA
XENOFOBIA Xenofobia é o medo (fobia, aversão) que o ser humano normalmente tem ao que é diferente (para este indivíduo). Pode também ser definida por distúrbio psiquiátrico ao medo excessivo e descontrolado ao que é desconhecido. Xenofobia é comumente associado a aversão a outras raças e culturas
Existem dois tipos de xenofóbicos: - os mais extremados, que pregam que todos que possuem cultura e/ou etnia diferentes devem ser exterminados; - os xenofóbicos moderados, que pregam que povos com culturas diferentes, não devem imigrar para as terras de seu povo, visando preservar a cultura e garantir que aquilo que seu povo construiu.
Direito Internacional dos Refugiados Princípio do Non-refoulement Nenhum dos Estados Partes expulsará ou rechaçará, de maneira alguma, um refugiado para as fronteiras dos territórios em que a sua vida ou a sua liberdade seja ameaçada em virtude de sua raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas. Princípio da não-penalização pela entrada irregular, Art. 31, Convenção de 1951 Os Estados Partes não aplicarão sanções penais a refugiados que, chegando diretamente do território no qual sua vida ou sua liberdade estava ameaçada no sentido previsto pelo artigo 1º, cheguem ou se encontrem no seu território sem autorização, contanto que se apresentem sem demora às autoridades e lhes exponham razões aceitáveis para a sua entrada ou presença irregulares. Princípio da Não-discriminação, Art. 3º Convenção de 1951 Os Estados Partes aplicarão as disposições desta Convenção aos refugiados sem discriminação quanto à raça, à religião ou ao país de origem
Declaração Internacional de DH Art. 4Toda a pessoa sujeita a perseguição tem direito a procurar e de beneficiar de asilo em outros países. Art. 14 Todo individuo tem direito à vida, à liberdade e à segurança
CONVENÇÃO DE GENEBRA 1951 (Estatuto dos Refugiados) CONVENÇÃO RELATIVA AO ESTATUTO DOS REFUGIADOS (1951) As Altas Partes Contratantes, Considerando que a Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos aprovada em 10 de dezembro de 1948 pela Assembléia Geral afirmaram o princípio de que os seres humanos, sem distinção, devem gozar dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, Considerando que a Organização da Nações Unidas tem repetidamente manifestado a sua profunda preocupação pelos refugiados e que ela tem se esforçado por assegurar a estes o exercício mais amplo possível dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, Considerando que é desejável rever e codificar os acordos internacionais anteriores relativos ao estatuto dos refugiados e estender a aplicação desses instrumentos e a proteção que eles oferecem por meio de um novo acordo, Considerando que da concessão do direito de asilo podem resultar encargos indevidamente pesados para certos países e que a solução satisfatória dos problemas cujo alcance e natureza internacionais a Organização da Nações Unidas reconheceu, não pode, portanto, ser obtida sem cooperação internacional, Exprimindo o desejo de que todos os Estados, reconhecendo o caráter social e humanitário do problema dos refugiados, façam tudo o que esteja ao seu alcance para evitar que esse problema se torne causa de tensão entre os Estados, Notando que o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados tem a incumbência de zelar pela aplicação das convenções internacionais que assegurem a proteção dos refugiados, e reconhecendo que a coordenação efetiva das medidas tomadas para resolver este problema dependerá da cooperação dos Estados com o Alto Comissário- (Adotada em 28 de julho de 1951 pela Conferência das Nações Unidas de Plenipotenciários sobre o Estatuto dos Refugiados e Apátridas, convocada pela Resolução n. 429 (V) da Assembléia Geral das Nações Unidas, de 14 de dezembro de 1950. Entrou em vigor em 22 de abril de 1954, de acordo com o artigo 43. Série Tratados da ONU, Nº 2545, Vol. 189, p. 137).
Legislação brasileira - refugiados Lei 9.474/1997 ARTIGO 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: I devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; II não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior; III devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. E os novos refugiados? Novas realidades migratórias: fome, miséria extrema, desastres ambientais (Chile x Japão x Haiti) Deslocamento forçado Problema de fundo: Leis migratórias restritivas Proteção Humanitária Complementar (ACNUR) Haitianos no Brasil Resoluções do CNIg
Refugiado é toda a pessoa que, em razão de fundados temores de perseguição devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião política, encontra-se fora de seu país de origem e que, por causa dos ditos temores, não pode ou não quer regressar ao mesmo Migrante é uma pessoa que se desloca ao um outro país por várias situações melhora condições de vida e ou emprego. Deslocado Interno desloca-se dentro de seu próprio país buscando algum tipo de proteção ou melhoria da qualidade de vida não ultrapassa fronteira de seu país.
Resolução Normativa CNIg (Conselho Nacional de Imigração) nº 97 de 12/01/2012 Dispõe sobre a concessão do visto permanente previsto no art. 16 da Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, a nacionais do Haiti Art. 1º Ao nacional do Haiti poderá ser concedido o visto permanente previsto no art. 16 da Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, por razões humanitárias, condicionado ao prazo de 5 (cinco) anos, nos termos do art. 18 da mesma Lei, circunstância que constará da Cédula de Identidade do Estrangeiro. Parágrafo único. Consideram-se razões humanitárias, para efeito desta Resolução Normativa, aquelas resultantes do agravamento das condições de vida da população haitiana em decorrência do terremoto ocorrido naquele país em 12 de janeiro de 2010. Art. 2º. O visto disciplinado por esta Resolução Normativa tem caráter especial e será concedido pelo Ministério das Relações Exteriores
LEI Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017. Institui a Lei de Migração. Art. 1 o Esta Lei dispõe sobre os direitos e os deveres do migrante e do visitante, regula a sua entrada e estada no País e estabelece princípios e diretrizes para as políticas públicas para o emigrante. 1 o Para os fins desta Lei, considera-se: I - (VETADO); II - imigrante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha ou reside e se estabelece temporária ou definitivamente no Brasil; III - emigrante: brasileiro que se estabelece temporária ou definitivamente no exterior; IV - residente fronteiriço: pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida que conserva a sua residência habitual em município fronteiriço de país vizinho; V - visitante: pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao Brasil para estadas de curta duração, sem pretensão de se estabelecer temporária ou definitivamente no território nacional; VI - apátrida: pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado, segundo a sua legislação, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de 2002, ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro.
- Brasil Entrada de Estrangeiros do Haiti que deslocaram-se pela fronteira para fugir da grande crise humanitária provocada pelo terremoto. Atualmente os venezuelanos. Que somam aproximadamente 1 milhão que saíram do próprio país entre 2014 e 2017, de acordo com o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados). O Brasil tem entre 40 mil e 60 mil, de acordo com as estimativas, que levam em conta imigrantes documentados e sem documentos. Os dados oficiais dão conta de 30 mil pedidos de regularização, mas organizações do setor afirmam tratar-se de um registro incompleto. A cada dia, 180 crianças venezuelanas cruzam a fronteira brasileira (idade de 0 a 14 anos, além dos bebês filhos dos imigrantes que nascem em território brasileiro,segundo dados da Polícia Federal)
Crianças e Adolescentes são muitas em deslocamento forçado seja em situação de refúgio e ou migração. Precisam de Atenção Especial. Pois são - mais vulneráveis; - perdem vínculos, - Expostas a traumas e violações nas situações de mudanças.
Resolução Conjunta nº 1/2017 editada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIg), e pela Defensoria Pública da União. Estabeleceu procedimentos para a identificação, atenção e proteção de crianças e de adolescentes que buscam abrigo no país. As ações deverão atender menores refugiados que estejam separados ou desacompanhados de seus responsáveis em ponto de fronteira.
Temos uma missão : Dar proteção para crianças e adolescentes expostas a vulnerabilidades maiores e com necessidades especificas. Cuidar das crianças/adolescentes para no futuro essas são as pessoas mais aptas a voltar a origem e reconstruir o local devastado por guerras e ou catástrofes.
Os Estrangeiros vulneráveis sofrem igualmente a tantas outras famílias quando perdem seus filhos para o estado. Os vínculos familiares e comunitários dessa população é muito forte. Seu sofrimento é maior na dificuldade com a língua dos costumes.
"Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..." [Antoine SAINT-EXUPÉRY. O Pequeno Príncipe].
Seguindo as trilhas deixadas por Saint-Exupéry, vemos que, depois de muito chamar a atenção do Pequeno Príncipe para a necessidade de cativar o outro para que o tenha como amigo, a raposa acrescenta: "só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos". Daí conclui: "Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa..."
Grande não é aquele que faz de tudo para que todos percebam como ele é grande...
...Grande é aquela pessoa que faz com que todos se sintam grandes...