Movimento SOS Saúde dá início a agenda externa na porta do Hospital Souza Aguiar Cumprindo determinação do Movimento SOS Saúde, médicos e dentistas da rede pública municipal realizaram manifestação na entrada do Hospital Souza Aguiar, no último dia 31/8, para chamar a atenção da população e mobilizar os colegas da unidade, dando maior visibilidade às denúncias e reivindicações dos servidores, que já realizaram assembleias gerais em diversos hospitais. Profissionais de saúde dos hospitais Lourenço Jorge, Miguel Couto, Salgado Filho, entre outras unidades, se juntaram aos representantes do movimento e parlamentares presentes para denunciar o sucateamento da rede, cobrar a mudança na política de recursos humanos da Prefeitura e repudiar os projetos nocivos apresentados pelo Poder Executivo Municipal e que se forem aprovados trarão grandes prejuízos à aposentadoria dos servidores. O Presidente do SinMed pediu o apoio dos usuários do Souza Aguiar e convocou os colegas da unidade para que participassem do ato público. O Dr. Jorge Darze denunciou o Secretário de Saúde, Hans Dohmann, por mentir em entrevista ao Jornal Extra. Ele disse que a taxa de mortalidade diminuiu e que as clínicas de saúde da família reduziram o fluxo de pacientes. Só se foi na secretaria virtual dele, salientou. O secretário, segundo o Dr. Darze, parece desconhecer que não há médicos nessas unidades, porque o governo não consegue fixálos com baixos salários pagos. A manifestação recebeu o apoio do Presidente da Associação dos Servidores do PreviRio (Asprevi-Rio), Ulysses Silva, da Presidente da Associação dos Funcionários do Souza Aguiar (Afusa), Lurdes Ferreira Nunes, do Presidente do Conselho Regional da Odontologia, Dr. Afonso Fernandes Rocha, dos vereadores Paulo Pinheiro (PPS), Edison da Creatinina (PV) e João Ricardo (PSDC)e da Deputada Estadual Enfermeira Rejane (PC do B), além de representante do Sepe (Sindicato dos Profissionais em Educação) e os diretores do SinMed, Laura Ribeiro, Sara Padron, Eraldo Bulhões e José Romano. Paulo Pinheiro denunciou a publicação, em Diário Oficial, da contratação de uma organização social para gerir a Maternidade Praça XV, que passará a se chamar Maternidade do Centro para burlar a lei aprovada na Câmara que autoriza o governo a entregar às OSs apenas as unidades criadas depois da lei. Segundo ele, o Hospital Pedro II também terá o nome trocado para ser gerida por OS. Ele também denunciou os projetos do Executivo Municipal (PDL 41/2011 e PL 1005/2011), que alteram o funcionamento do sistema previdenciário dos servidores. Se vocês não defenderem os seus direitos, ninguém o fará, afirmou. De acordo com Ulysses Silva os projetos de autoria do Executivo municipal acabam com a integralidade e paridade da aposentadoria dos servidores públicos. O segundo, de acordo com o presidente do Asprevi-Rio, se diz de capitalização, mas na verdade, anistia as dívidas de R$1,5 bilhão do governo com o fundo, por repasses que não foram feitos pelo Tesouro aos servidores, e compromete, para pagamento dos inativos, mais de R$600 milhões/ano do orçamento destinado à área de educação e R$25 milhões/ano, do orçamento destinado à área da
saúde. A associação conseguiu reunir mais de mil pessoas em gente à Câmara dos vereadores para protestar contra essa proposta, que acaba com a possibilidade de sustentabilidade da previdência dos servidores, a curto prazo. Queremos um proposta concreta para sanear a nossa previdência. Quem tem que pagar a conta da privatização e da precarização do sistema não somos nós e nem os que vão se aposentar no futuro. Ou a gente se mobiliza para garantir uma previdência forte ou amargaremos a derrota por muitos anos. A presidente da Afusa informou que, a associação, reativada recentemente, está buscando ocupar todos os espaços de defesa da saúde pública e dos direitos dos servidores e colocou o jornal da entidade à disposição do movimento. É necessária a participação uníssona de todos os profissionais de saúde, em massa para que obtenhamos os nossos objetivos, frisou. Os vereadores Edson da Creatinina e João Ricardo lamentaram que a maioria dos seus colegas vote sempre a favor dos projetos do Prefeito sem questionar se as propostas são ou não prejudiciais para a população. Em três horas de conversa o Tribunal de Contas do Município não conseguiu explicar o que é o projeto 1005, que a gente também não entende, lembrou Creatinina. A Enfermeira Rejane informou que foi a única deputada estadual da base do governo a ser contra ao projeto do governador Sérgio Cabral que autoriza o governo a entregar a gestão das unidades de saúde da rede estadual para as OSs. Ela adiantou que a proposta poderá ser votada nos próximos dias e que é preciso mobilizar os servidores contra a sua aprovação. Ela salientou que assim como na Alerj, na Câmara Municipal, muitos parlamentares, além de votarem a favor das propostas do governo por interesses pessoais, votam muitas vezes por desconhecimento sobre o tema abordado.