Natureza 2. Nesta narrativa, os diferentes acontecimentos aparecem pela ordem em que sucederam. Esses acontecimentos surgem na lista que se segue, embora desordenados. 2.1 Reconstitui a história pela ordem real dos acontecimentos. O Gigante, comovido, saiu de casa para ajudar o menino. O Gigante tinha saudades do menino. Mas, num canto do jardim, o Gigante viu um menino a chorar, porque não conseguia subir a uma árvore. As crianças brincavam, habitualmente, no jardim do Gigante. O Gigante, que estava ausente, um dia regressou. Um dia, as crianças voltaram a entrar no jardim. As crianças viram que o Gigante tinha mudado. As crianças iam brincar para o jardim, embora o menino não estivesse com elas. O menino levou o Gigante para o Céu. O Gigante passava o tempo na cama por causa do frio. O Gigante proibiu as crianças de entrarem no jardim. O jardim ficou parado no tempo, no inverno. O Gigante viu as crianças em cima das árvores, que tinham florescido com alegria. AÇÃO 2. 2.1 As crianças brincavam, habitualmente, no jardim do Gigante. O Gigante, que estava ausente, um dia regressou. O Gigante proibiu as crianças de entrarem no jardim. O jardim ficou parado no tempo, no inverno. O Gigante passava o tempo na cama por causa do frio. Um dia, as crianças voltaram a entrar no jardim. O Gigante viu as crianças em cima das árvores, que tinham florescido com alegria. Mas, num canto do jardim, o Gigante viu um menino a chorar, porque não conseguia subir a uma árvore. O Gigante, comovido, saiu de casa para ajudar o menino. As crianças viram que o Gigante tinha mudado. As crianças iam brincar para o jardim, embora o menino não estivesse com elas. O Gigante tinha saudades do menino. O menino levou o Gigante para o Céu. ESPAÇO O espaço, o jardim, sofre uma evolução. Antes da chegada do Gigante (espaço 1 desde o início até à linha 8); Após a expulsão das crianças (espaço 2 da linha 9 à 62); Após a transformação do Gigante (espaço 3 da linha 63 à 146). 1. Comprova a afirmação anterior encontrando no texto, nos espaços 1 e 3, exemplos de: a. dois nomes e respetivos adjetivos qualificativos; b. um verbo; c. um advérbio. ESPAÇO 1. Espaço 1: jardim / lindo e grande; relva / verde e muito macia; cantavam / suavemente (ll. 3, 6). Espaço 3: jardim / bonito; flores / lindas (ll. 107, 130); Brincaram (l. 108) / alegremente (l. 75). 2. Espaço 2: rugia (ll. 7980)/ ribombava (l. 36). Nota: Contraste a colocação dos adjetivos qualificativos. 2. No espaço 2, encontra exemplos de dois verbos que sugiram o ambiente desagradável que lhe é característico. 27
2 Narrativas completas e outros textos Narrativa de autor português Objetivos de leitura Ler este texto para: explicitar o sentido global do texto; reconhecer marcas de narratividade; identificar recursos linguísticos utilizados; identificar relações intratextuais; reconhecer e refletir sobre valores éticos. O pobre de pedir era uma figura tão comum na sociedade até há quatro ou cinco décadas atrás que toda a gente o conhecia: viajante, andava a pé de terra em terra pedindo esmolas, tinha uma espécie de calendário relacionado com terras ou ruas: em setembro passava numa aldeia ou rua de cidade, tornava perto do Natal, era esperado devido à regularidade com que aparecia. Normalmente recebia mais alimentos do que dinheiro Texto integral Texto 6 Natal Miguel Torga, Contos, Lisboa, D. Quixote, 2009. Miguel Torga Vocabulário 1 cajado grosso 2 orações com uma estrutura específica 3 muito cansado 5 10 1 2 3 94
Aventura e viagem 15 20 25 30 35 40 45 50 55 4 5 6 Atividades de préleitura e de motivação para a leitura As atividades que se seguem, principalmente as de préleitura, só devem ser respondidas por quem nunca leu o conto; o manual deve permanecer fechado até que as atividades estejam terminadas. Atividades de motivação para a leitura Fale com os seus alunos sobre a relação do Natal com a família. Não deixe de convocar, na conversa, a situação das pessoas sem abrigo que passam o Natal, a consoada, em instituições de solidariedade social. Explique a figura do pobre de pedir, correspondente ao atual sem abrigo, do qual se distingue por ser um pobre em contínua caminhada, de terra em terra, sempre a pedir. Ao sedentarismo do sem abrigo corresponde o nomadismo do pobre de pedir, o pobrezinho do tempo dos avós dos seus alunos. Anuncie aos alunos a leitura do conto. Proponha as atividades de préleitura, do guia do professor da página 96. Vocabulário 4 tratase de uma forma metafórica de referir a aldeia onde nasceu 5 aberto aos pobres 6 quantidade de paus para acender o lume 95
Aventura e viagem I ( ) só dando ao canelo ( ), conseguia viver. (linha 9 a linha 14) 1. «O velho Garrinchas» tinha ido «longe de mais» devido à «necessidade», linhas 12. 1.1 Indica o facto que o obrigou a ir mais longe do que calculara. 2. Explica a função da «sacola» e do «bordão», linha 1, com que o pobre de pedir é apresentado pelo narrador. 3. Explica de que modo é que o velho procurava comover as pessoas a quem pedia. 4. Explica o sentido da frase: «( ) só dando ao canelo por muito largo conseguia viver», linha 10. II Meteraselhe na cabeça consoar à manjedoira nativa (linha 15 a linha 22) 1. O velho Garrinchas estava a chegar de mais uma «dessas romarias», linha 11. 1.1 Verifica, no dicionário, o significado da palavra romaria, caso o não conheças, e explica se o narrador a usou, ou não, com propriedade, isto é, se está bem utilizada. 2. Atenta na palavra «bornal», linha 12, e indica o seu significado, tendo em conta o adjetivo que a qualifica e a resposta que deste no anterior exercício 2. 3. O velho Garrinchas, embora estivesse longe, decidira meterse ao caminho para passar a noite de Natal na sua terra, Lourosa. 3.1 Copia a frase que expressa essa decisão. 4. Explica essa decisão, sabendo que em Lourosa ele já não tinha família nem casa onde ficar. 5. Identifica o espaço comum ou coletivo em que ele pensava passar a noite de Natal. Explica a escolha do velho. 6. Copia a expressão cujo significado é noite de Natal. III O raio da serra nunca mais acabava ( ) (linha 22 a linha 34) I. 1. 1.1 Como na sua terra, Lourosa, as pessoas não lhe davam nada, teve de ir mendigar longe. 2. A sacola servia para guardar os alimentos que lhe davam; o bordão para o ajudar a caminhar. 3. Rezando. 4. Só andando muito e por muito longe conseguia esmolas. «Canelo» é uma forma popular de canela, parte anterior da perna entre o pé e o joelho. II. 1. A palavra está usada com propriedade, porque as romarias eram festas que obrigavam os romeiros a grandes caminhadas; também o velho mendigo as fazia. 2. Bornal é sinónimo de sacola. Está cheio, porque o peditório em Feitais tinha rendido. 3. 3.1 «Meteraselhe em cabeça consoar à manjedoira nativa», l. 15. 4. No Natal, as nossas raízes ficam mais fortes Com o velho Garrinchas sucedeu a mesma coisa: quis ir consoar à terra onde nasceu. 5. Como ele não tinha família na sua terra nem casa que o acolhesse, própria ou de amigos, pensou refugiarse num espaço coletivo, o forno do povo, onde se cozia o pão para toda a gente. Estava sempre aberto e era quente. 6.«noite santa», l. 17. III. 1. Como anoitecia mais cedo, ele teve de caminhar mais depressa, cansandose. 1. Em Feitais, onde lhe deram muitas esmolas, o pobre de pedir demorouse mais do que o devido. 1.1 Explicita a consequência dessa demora. 97
2 Narrativas completas e outros textos Texto 8 Lisboa de sempre Pedro Veloso, Susana Fonseca, Sérgio Fonseca, Lisboa viagens e histórias, Maia, Objecto Anónimo, 2011. Objetivos de leitura Ler este texto para: explicitar o seu sentido global; reconhecer e refletir sobre valores estéticos; fazer inferências e deduções; identificar e explicar recursos linguísticos utilizados. 5 10 15 20 25 110
Aventura e viagem 1. Relê o primeiro parágrafo. O motorista de táxi diz que o seu sonho era ser Poeta, mas herdou do pai o «táxi verde e preto». No parágrafo, há outras palavras ou expressões relacionadas com ambas as realidades. 1.1 Indicaas. A «ser Poeta» B «táxi verde e preto» 2. Pouco depois de iniciar o seu monólogo, o motorista de táxi dá provas de que poderia ser poeta. Justifica esta afirmação. 3. A palavra «volante», linha 8, é, relativamente a «táxi», um: a. hiperónimo; b. hipónimo; c. holónimo; d. merónimo 4. «Nunca ouviram falar no Senhor do Adeus?», linha 10. 4.1 Refere quem é o Senhor do Adeus. 4.2 Indica as razões, avançadas pelo narrador, que justificam o comportamento do Senhor do Adeus. 5. Escolhe a opção correta. Na frase: «A minha vida não tem sido um mar de rosas, antes um mar de espinhos ( )», linha 20, ocorrem três figuras de estilo: a. uma metáfora + duas personificações; b. duas metáforas + uma antítese; c. duas metáforas + uma comparação; d. uma metáfora + uma anáfora + um pleonasmo. 5.1 Identifica as três figuras. 5.2 Indica o que o motorista de táxi quer dizer com a frase acima referida. 6. No final do texto, o motorista diz que escreve «( ) a verde e preto os mais belos poemas sobre a bondade». 6.1 Explica o seu significado. Nota: O Senhor do Adeus era um velhote, João Manuel Serra, personagem típica da zona do Saldanha, em Lisboa, que ali estava frequentemente a dizer adeus a quem passava. Já faleceu. 1. A «folhas em branco» e «caminhos do coração»; B «este volante» e «caminhos na estrada». 2. Ele comenta uma expressão que utilizou, «( ) pois será apenas um gesto luminoso nesta madrugada sonhadora», l. 5, como «registo literário», ll. 56. Na verdade, a expressão revela no motorista dotes semelhantes aos de um artista das palavras. 3. d. 4. 4.1 O Senhor do Adeus é uma figura que se encontra regularmente à noite no Saldanha, a acenar a quem passa. 4.2 O narrador considera ser um gesto de bondade, embora possa revelar uma necessidade de comunicar com as pessoas. 5. b. 5.1 «mar de rosas» e «mar de espinhos» metáforas; a antítese reside no contraste entre as duas. 5.2 O motorista de táxi quer dizer que a sua vida não tem sido fácil. 6. 6.1 São as cores do táxi. 7. 7.1 Na primeira expressão a palavra «caminhos» está no sentido denotativo, pois referese aos percursos feitos pelo taxista; na segunda está no sentido conotativo, metafórico, pois tratase não de caminhos reais mas de sentimentos. 7. Observa de novo, no primeiro parágrafo, as expressões «caminhos na estrada» e «caminhos do coração». A palavra repetida ocorre, primeiro, no sentido denotativo e, depois, no sentido conotativo. 7.1 Justifica esta afirmação. 111