Nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, em 2001, residiam, respectivamente, 14,6 e 9,5 cidadãos estrangeiros por cada mil habitantes.

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Transcrição:

A população de nacionalidade estrangeira tem maior representação relativa no Algarve, atingindo 6% do total de habitantes da região. Apenas dois concelhos algarvios registam taxas do stock de estrangeiros inferiores à média do país (Alcoutim e Castro Marim) e seis dos catorze restantes, detêm as taxas máximas observadas nos municípios portugueses (Albufeira, Aljezur, Lagoa, Vila do Bispo, Lagos e Loulé). A região de Lisboa é, depois do Algarve, a que tem maior proporção de estrangeiros (47,1%o), destacando-se os concelhos da Amadora, Loures, Sintra, Cascais, Odivelas e Seixal que, pela ordem indicada, são os que têm maiores permilagens de residentes não nacionais (respectivamente, 71,1, 67,5, 64,4 e 60,2, 55,4 e 53,1%o). No Alentejo, salienta-se Mourão, com uma população estrangeira de 6,5%, essencialmente constituída por trabalhadores africanos, brasileiros e europeus de leste que, nessa época, trabalhavam na construção da barragem do Alqueva. Contudo, no conjunto da região, os imigrantes internacionais correspondem a uma fracção de apenas 1,2%. A região norte é aquela em que a população estrangeira tem menor peso relativo (0,9%) e em que todos os municípios têm valores inferiores à média do país. A incidência demográfica da imigração na Região Centro é também bastante reduzida, dado que a população estrangeira representa apenas 1,2% do total. No entanto, na Figura 5 pode verificar-se uma forte litoralização da imigração, acompanhando e acentuando as assimetrias regionais de distribuição da população portuguesa. Nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, em 2001, residiam, respectivamente, 14,6 e 9,5 cidadãos estrangeiros por cada mil habitantes. A metropolização das migrações internacionais é particularmente evidente no caso dos nacionais dos PALOP dado que a percentagem dos que residem na Grande Lisboa e na Península de Setúbal ascende a 81% (Figura 7). Reunificação familiar e imigração em Portugal (91)

FIGURA 7 NÚMERO DE RESIDENTES ESTRANGEIROS, NACIONAIS DOS PAÍSES AFRICANOS DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA, 2001 Os cidadãos dos PALOP constituem o maior grupo de estrangeiros que, em 2001, residia em Portugal. Por isso, o padrão de distribuição concelhia do número de estrangeiros nacionais desses países por mil residentes apresenta um forte paralelismo com o do conjunto da população estrangeira (Figuras 6 e 7). (92) Reunificação familiar e imigração em Portugal

FIGURA 8 NÚMERO DE ESTRANGEIROS, NACIONAIS DOS PALOP, POR MIL RESIDENTES, EM 2001 As taxas mais elevadas ocorrem na primeira coroa suburbana da Área Metropolitana de Lisboa, cabendo o valor máximo ao município da Amadora (58,3 %o habitantes). Fora desta região destacam-se Sines e Mourão no Alentejo e Loulé no Algarve. Reunificação familiar e imigração em Portugal (93)

Tratando-se de uma migração de natureza laboral, com baixos níveis de qualificação escolar e profissional, estruturada a partir de redes de conhecimento interpessoal, compreende-se facilmente que se concentre na aglomeração urbana da capital portuguesa, e nas regiões urbanas onde podiam encontrar trabalho com maior facilidade, nomeadamente na construção civil e nos serviços mais desqualificados, como sejam as limpezas industriais e domésticas. Deste modo, as concentrações pontuais que existem fora das regiões de Lisboa, do Algarve e de outras áreas urbano-industriais ao longo do litoral ocidental, estão associadas à existência de obras públicas de grande envergadura, como sejam a construção de barragem do Alqueva, auto-estradas e outras infraestruturas de transporte e equipamentos públicos diversos. No caso dos brasileiros, além de apresentarem um padrão geográfico muito menos concentrado na Área Metropolitana de Lisboa, contrariamente aos africanos, têm uma representação relativa no Norte Litoral (sobretudo na Área Metropolitana do Porto), mais elevada do que no Algarve, reflectindo possivelmente, um conhecimento dessa região associado à importância passada da emigração portuguesa para o Brasil originária dessas regiões (Figuras 9 e 10). Contrastando com os grupos anteriores, os nacionais de países membros da União Europeia, uma parte substancial dos quais correspondente a indivíduos reformados, estabelecidos no Algarve, estão mais dispersos pelo país. No entanto, se excluirmos a população não activa, as maiores concentrações localizam-se também nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto (Figura 11). (94) Reunificação familiar e imigração em Portugal

FIGURA 9 NÚMERO DE RESIDENTES DE NACIONALIDADE BRASILEIRA, 2001 Reunificação familiar e imigração em Portugal (95)

FIGURA 10 NÚMERO DE HABITANTES DE NACIONALIDADE BRASILEIRA, POR MIL RESI- DENTES, EM 2001 (96) Reunificação familiar e imigração em Portugal

FIGURA 11 NÚMERO DE RESIDENTES ESTRANGEIROS, NACIONAIS DE PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA, 2001 A distribuição concelhia do número de cidadãos da União Europeia por mil habitantes, apresenta um padrão claramente distinto dos anteriores. Além da individualização dos concelhos do litoral algarvio, alentejano e da Costa do Estoril, salientam-se áreas fortemente afectadas pela emigração europeia, nos anos sessenta e setenta (região Oeste, Pinhal Litoral, Pinhal Interior Norte, Beira Interior Norte, Serra da Estrela, Alto Trás-os-Montes e Minho-Lima), com taxas superiores à média nacional. Reunificação familiar e imigração em Portugal (97)