PROGRAMA EDUCACIONAL DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - PEADS



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Transcrição:

PROGRAMA EDUCACIONAL DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - PEADS Metodologia do SERTA para a educação do campo, agricultura familiar e reforma agrária Apresentado ao edital de boas práticas de ATER na agricultura familiar e na reforma agrária Número do credenciamento do SERTA no SISATER: 4669/09-2014 Ibimirim, outubro de 2015

1. INTRODUÇÃO O Serviço de Tecnologia Alternativa - SERTA é uma Organização da Sociedade Civil que no exercício de sua missão, apresenta-se como um Centro de Formação Profissional para a agricultura familiar, que forma profissionais para o campo. Tem sido ao longo dos 26 anos de história difusor de conhecimentos e tecnologias, mobilizador de oportunidades, sobretudo, a partir dos jovens através do curso Técnico em Agroecologia, credenciado pelo Conselho Estadual de Educação de Pernambuco através da Portaria SE nº 7626, de 06 de dezembro de 2013, Parecer CEE/PE n 118/2013-CEB, de 18 de novembro de 2013, e Parecer do CEE/PE n 82/2008-CEB, de 30 de setembro de 2008 (SERTA, 2014). Ao longo de sua história vem realizando programas e projetos na área da Educação do Campo e da Agricultura Familiar, por isso, criou uma metodologia própria PEADS Programa Educacional de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável que trabalha com sistemas formais e não-formais de educação, sempre na perspectiva da mobilização social e da construção de bases tecnológicas e sociais que o desenvolvimento sustentável requer. Trabalha simultaneamente o ensino, a pesquisa e a extensão como instrumentos de inovação tecnológica, transformação, inclusão social e geração de trabalho e renda (SERTA, 2014). Atualmente esta metodologia é aplicada tanto nos processos formais de educação, nas escolas públicas do campo, nos estabelecimentos de ensino profissionalizante, como também nos processos não formais, por exemplo, na capacitação de técnicos, de agricultores/as familiares, de comunidade indígena, quilombolas, na assistência técnica e extensão rural aos/as agricultores/as, às escolas do campo, etc. Especificamente, para os/as agricultores/as tem desenvolvido ações estruturadoras que contribuem com o reconhecimento dos/as agricultores/as familiares, enquanto sujeitos de direitos, potencializando diversas iniciativas de promoção da agricultura familiar em Leis, Políticas, Programas e Projetos dentro do Estado Brasileiro, a partir de concepções atualizadas sobre o novo rural no contexto do desenvolvimento nacional, tornando-o elemento chave na soberania alimentar e nutricional da população brasileira.

Em 2013, o Ministério de Desenvolvimento Agrário lançou a Chamada Pública INCRA e SAF/DATER/MDA N 12/2013, com o objetivo de contratar entidades para prestação de serviços de ATER destinado a famílias de agricultores/as visando consolidar e ampliar processos de promoção da agroecologia existentes, para promoção do desenvolvimento local/territorial e de seus processos organizativos, considerando seus diferentes processos de transição e as diretrizes da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica PLANAPO. O SERTA concorreu a essa Chamada, e foi selecionado para prestar Serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural em 25 municípios do Estado de Pernambuco, para 1.300 famílias agricultoras, de acordo com a Lei Nacional Nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, o Decreto de nº 7.794, de 20 de agosto de 2012, que instituiu a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica PLANAPO, a Lei Estadual Nº 15.223, de 24 de dezembro de 2013, que criou a Política de Assistência Técnica e Extensão Rural para Agricultura Familiar de Pernambuco - PEATER-PE e o Programa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural da Agricultura Familiar do Estado de Pernambuco - PROATER-PE. Nesse contexto, o SERTA entendeu que para fazer uma ATER diferente, era necessário também percorrer caminhos diferentes, juntos aos agricultores/as familiares com o intuito de consolidar a capacidade de criar, inovar e disseminar tecnologias apropriadas e interativas para fortalecer a agricultura familiar agroecológica e promover o desenvolvimento sustentável. O SERTA ainda entendeu que a ATER passa sobretudo por um processo de educação não formal. Por isso, vem ao longo desse período de execução da Chamada Pública INCRA e SAF/DATER/MDA N 12/2013, lotes 35 e 37, aplicando uma metodologia própria de acompanhamento onde não somente os técnicos são responsáveis pela operacionalização da ATER, mas onde todos os envolvidos são protagonistas desta construção de forma coletiva e aprendente. Assim, cada vez mais, os serviços de ATER desenvolvidos nessa chamada pública tem alicerce no PEADS e nos princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional de ATER PNATER, da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica PLANAPO, e da Política Nacional de

Segurança Alimentar e Nutricional, contemplando a diversidade da agricultura familiar, com métodos e instrumentos participativos, construção do conhecimento agroecológico e estratégias para a soberania e segurança alimentar, que propiciam a produção de alimentos e demais produtos da sociobiodiversidade para o autoconsumo e para a comercialização em feiras agroecológicas e mercados institucionais da agricultura familiar e reforma agrária. 2. OBJETIVO DA PRÁTICA Valorizar os/as agricultores/as familiares como sujeitos de mudança, cabendo a eles/elas o protagonismo e a autoria nos processos de construção de conhecimento na propriedade, na comunidade e seu entorno, para o desenvolvimento local sustentável, segurança alimentar e nutricional. 3. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA É notório saber que o SERTA se opõe a qualquer metodologia de ATER que tenha unicamente como meta o desenvolvimento de modelos de agriculturas através da transferência de técnicas e tecnologias. Por isso, adota na Chamada Pública INCRA e SAF/DATER/MDA N 12/2013, lotes 35 e 37, os princípios filosóficos, didáticos e metodológicos do PEADS, partindo do conhecimento, do estudo e da análise do agroecossistema e dos ecossistemas, adotando um enfoque humano, ecológico e permacultural de aproximação com a realidade dos/as agricultores/as familiares, de modo que, fomente a produção, o beneficiamento e a comercialização dos produtos oriundos da agricultura familiar. Mas, ao mesmo tempo, que esses/as agricultores/as familiares sejam agentes de mudanças, à medida que, compreende ATER como: Serviço de educação não formal, de caráter continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais para os povos do campo (BRASIL, LEI DE ATER, 2010). Compreendendo ATER como um serviço de educação não formal, e com a intenção de apoiar estratégias de desenvolvimento sustentável no campo, o SERTA se propõe a implementar uma metodologia diferenciada que

ultrapasse os modelos convencionais de ATER, onde o difusionismo, e o assistencialismo são legados que não cabem mais no rural contemporâneo. A metodologia PEADS tem enfoque multidisciplinar, interdisciplinar e intercultural, e está pautada em modelos de desenvolvimento rural, de agricultura e pecuária, que além de sustentável assegura a produção agroecológica qualificada de alimentos e melhores condições de vida para toda família, levando em conta a unidade produtiva de forma sistêmica. Esse modelo político e metodológico de ATER que o SERTA está desenvolvendo no Estado de Pernambuco, especialmente, no agreste e zona da mata, vem contribuindo para uma ação institucional capaz de implantar e consolidar estratégias de desenvolvimento, estimulando a geração de renda, de novos postos de trabalho (Ocupação Rural Não Agrícola - ORNA), a participação da mulher nos processos de produção, beneficiamento, e comercialização, e a inclusão dos jovens e das crianças como sujeitos que estão envolvidos diretamente nas atividades produtivas agroecológicas, voltadas à oferta de alimentos sadios, a autonomia e emancipação desses sujeitos, bem como na construção de estratégias de comercialização justas e solidárias tanto nos mercados locais e como no mercado regional, contribuindo assim, na geração de tecnologias adaptadas e apropriadas a cada comunidade, promovendo a agroecologia e a agricultura familiar. O PEADS também estimula a agroindustrialização familiar e outras formas de agregação de valor à produção primária. Busca ainda, ultrapassar os limites meramente técnicos e tecnológicos, alcançando estratégias pedagógicas de produção de conhecimentos, fazendo da educação meio para se alcançar novas formas de entender o meio socioambiental dos espaços de vivência e convivência da agricultura familiar. No desenvolvimento da Ater junto aos agricultores/as familiares todos esses cuidados e técnicas aplicadas têm enfoque na educação do campo, na segurança alimentar e nutricional, bem como na emancipação das pessoas, capaz de respeitar o meio ambiente e gerar renda e autonomia, por meio da produção agroecológica, que respeite a diversidade juvenil, as questões de gênero e a emancipação dos mesmos na unidade familiar de produção, integrando seus potenciais produtivos as políticas públicas direcionadas para o segmento da agricultura familiar. Ações estas, que configurem novas

oportunidades para a agricultura familiar no processo de sucessão e desenvolvimento do Brasil Rural. Nesse sentido, o PEADS tem trabalhado também com o viés da inovação através da implementação de tecnologias de baixo custo apropriadas a agricultura familiar, a partir dos princípios permaculturais e agroecológicos, as quais compreendem o planejamento da propriedade a partir das 4 segunças: alimentar, hídrica, energia e nutrientes. O SERTA, por meio do PEADS alimenta a crença da sustentabilidade das famílias na e da agricultura familiar, com uma vida digna e de qualidade no campo, com base nas seguintes diretrizes: 1. Atendimento às exigências atuais para um equilíbrio ambiental permanente e ativo; 2. Alimentação dos valores e das crenças no potencial da família, dos jovens, da comunidade, da natureza e de suas formas organizativas; 3. Incorporação das questões de gênero, como elemento estruturador para o processo de organização e emancipação das mulheres nos processos de produção e fortalecimento da agricultura familiar e na transição dos sistemas de produção convencional em sistemas sustentáveis de base agroecológica; 4. Aplicação de conhecimentos advindos da agroecologia e da permacultura; 5. Realização da agricultura familiar de modo profissional, gerencial e com vocação de quem faz; 6. Viabilização dos processos de inclusão dos saberes populares no fortalecimento da agricultura familiar, através da assistência técnica e extensão rural promovendo equidades de raças e etnias; 7. Agregação de valor aos produtos antes e depois da porteira da propriedade; 8. Acesso os mercados mais justos, solidários, viáveis, compensatórios, evitando a figura dos atravessadores, especial feira de produtos agroecológicos e mercados instituições tais como PNAE e PAA; 9. Proporcionar formas pedagógicas que levem as famílias a aprender a aprender, a partir de suas realidades, utilizando metodologias participativas de diagnóstico e de solução;

10. Proporcionar que as famílias a ter uma segurança alimentar cultivada e não comprada, tentando tornar o espaço do entorno da casa em um verdadeiro supermercado familiar ativo e permanente. O SERTA vem desenvolvendo ATER junto aos agricultores/as para a produção agroecológica, por meio de tecnologias sustentáveis, assumindo o desafio de encontrar em conjunto, estratégias que facilitem a comercialização dos produtos da agricultura familiar, agregando valor, trabalhando novos nichos e formas diferenciadas de inclusão em mercados mais conscientes e justos. As políticas públicas da agricultura familiar de acesso aos mercados institucionais têm também desempenhado um papel importante nessa direção, por exemplo, o Programa de Aquisição de Alimentos PAA e Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAE executados por meio da CONAB, IPA e prefeituras municipais. Nesse sentido, destacamos em termos de processos de ATER, que o SERTA tem investido no fortalecimento da Lei Nacional Nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, o Decreto de nº 7.794, de 20 de agosto de 2012, que instituiu a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica PLANAPO, a Lei Estadual Nº 15.223, de 24 de dezembro de 2013, que criou a Política de Assistência Técnica e Extensão Rural para Agricultura Familiar de Pernambuco - PEATER-PE e o Programa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural da Agricultura Familiar do Estado de Pernambuco - PROATER-PE, por meio, de ações mobilizadoras em torno dos desafios que inibem o desenvolvimento da agricultura familiar e reforma agrária. Vale destacar ainda, que toda discussão e estratégia de execução da ATER tem sido articulada com os conselhos municipais de desenvolvimento rural sustentável, envolvendo todas as instâncias, órgãos, instituições que trabalham com ênfase na agricultura familiar. Outro elemento muito importante nesse processo da ATER é o envolvimento de mulheres, jovens, crianças, e escolas rurais, que estão ativamente envolvidos nas ações desenvolvidas pelo SERTA. O SERTA além de considerar os princípios institucionais, investe com muita ênfase na assistência técnica e extensão rural, e também no monitoramento dos processos, de acordo com os parâmetros do Sistema Informatizado de Assistência Técnica e Extensão Rural, por isso, o cronograma

de execução, a caracterização, o ateste, a lista de freqüência, o relatório, o arquivo fotográfico são instrumentos indispensáveis para os bons resultados dos serviços de ATER desenvolvidos pelo SERTA. Assim, para cada atividade (individual ou coletiva) da Chamada Pública INCRA e SAF/DATER/MDA N 12/2013, lotes 35 e 37, é realizado um processo de planejamento e avaliação com o intuito de mensurar a evolução dos processos produtivos, organizacionais e econômicos desencadeados pelas ações, no âmbito das reuniões de articulação com parceiros, mobilização e seleção dos/as agricultores/as, caracterização e atualização da UPF, reuniões com os parceiros, diagnóstico, planejamento inicial, avaliação continuada, visitas técnicas, elaboração de projetos produtivos, atividades para construção do conhecimento para diversificação e transição agroecológica, recreação para as crianças de acordo com as orientações estabelecidas pelo MEC (2009), capacitação para os/as agricultores/as, e formação continuada para os técnicos de ATER. Todas essas ações de ATER, estão sendo possíveis e já apontam indicadores de resultados, com forte incidência nas políticas públicas para a agricultura familiar e reforma agrária na perspectiva da ampliação do acesso dessas políticas pelas famílias a nível do governo federal, estadual e municipal. Além disso, o PEADS é a força motriz que alimenta as ações do SERTA, na Chamada Pública INCRA e SAF/DATER/MDA N 12/2013, lotes 35 e 37, atendendo os dispositivos legais da Lei de ATER para o Estado brasileiro, fomentando a inclusão dos diversos povos e seguimentos rurais no processo de educação, mobilização social, produção, beneficiamento e comercialização dos produtos da agricultura familiar. 4. RESULTADOS Ao longo desse primeiro ano de trabalho, da Chamada Pública INCRA e SAF/DATER/MDA N 12/2013, lotes 35 e 37, concretamente temos 60% de mulheres participando ativamente dos processos de produção, beneficiamento e comercialização da agricultura familiar, e participando das ações afirmativas de gênero e etnia, proposto pelo PEADS, e pela Lei de ATER. Dos 1.300 agricultores/as, 50% estão produzindo e comercializando seus produtos em

feiras, PAA e PNAE, e 30% estão em processo de acesso aos créditos e fomentos para investimentos em suas propriedades. Outro resultado que merece muito destaque é o envolvimento das escolas rurais (professores/as e alunos/as) nas atividades coletivas da ATER, através de pesquisas, mutirões, dias de campo, intercâmbios para troca de conhecimentos e saberes, no sentido da contextualização do currículo escolar com a realidade local, enfatizando os objetivos de desenvolvimento do milênio para a educação contextualizada estabelecidos pela Organização das Nações Unidas - ONU, além do envolvimento das crianças nas atividades de preservação do meio ambiente, e no fortalecimento do direito humano e da cidadania no campo. Uma estratégia que tem dado muito certo, é o fato de colocar os conselhos de desenvolvimento rurais sustentáveis, como centro de toda discussão política dos serviços de ATER, onde todas as associações e cooperativas envolvidas nesses conselhos participam ativamente das proporciones para melhorias das atividades, com base nas demandas de cada comunidade. Essa estratégia tem fortalecido muito a execução da ATER nos municípios, além da visibilidade dos mercados institucionais e não institucionais para a agricultura familiar, como por exemplo: o PAA, o PNAE e feiras agroecológicas/livres. Outro resultado, é o interesse dos jovens (filhos/as dos/as agricultores/as) na qualificação profissional, onde temos encaminhados esses/as jovens para realizar o curso técnico em agroecologia no SERTA, e outros cursos técnicos nos institutos federais: agroindústria, zootecnia, enfermagem, agrícola. Essa ação, tem contribuído com a articulação das políticas públicas desde a oferta da qualificação, ao desenvolvimento da agricultura familiar. Nesse processo de articulação com as políticas públicas, destacamos a implementação e tecnologia social, cisterna de placas familiar com 16 mil litros para consumo humano, onde muitas famílias dos projetos ATER desenvolvidos pelo SERTA estão sendo contempladas, dentro dos pré-requisitos da política nacional de segurança hídrica, e conseqüentemente, da cidadania e do direito à água com qualidade.

Dessa forma, o SERTA tem desenvolvido ações e estratégias que possibilitam as conquistas de resultados tanto qualitativo, quanto quantitativo com foco além das metas pactuadas com o Ministério de Desenvolvimento Agrário - MDA. E, fortalecendo a agricultura familiar agroecológica, a sucessão rural, a autonomia social e econômica das famílias agricultoras, buscando a melhoria da qualidade de vida e da emancipação das pessoas que vivem no campo. Por isso, temos firmado, fortalecido e ampliado as parcerias institucionais com a sociedade civil, e o poder público local, sensibilizado os parceiros para atuarem no âmbito da Chamada Pública INCRA e SAF/DATER/MDA N 12/2013, lotes 35 e 37 (e em especial que ultrapasse a essa chamada pública), definido as estratégias de ações para a execução dos serviços de ATER, e pactuando compromissos com os parceiros para a execução dos serviços de ATER de forma articulada. Assim, o PEADS tem agregado um conjunto de ações afirmativas no contexto da agricultura familiar e reforma agrária, em que, os/as agricultores/as agricultores/as familiares são agentes de transformação, e autoria em todos os mecanismos de construção de conhecimento na propriedade, na comunidade e seu entorno, para o desenvolvimento local sustentável, segurança alimentar e nutricional, e participação estratégica nos espaços de incidência política. 5. POTENCIALIDADES E LIMITES Potencialidades Crença no aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a ser; aprender a viver juntos. Valoriza as pessoas, o meio ambiente, a cultura, e a realidade local. Acredita no desenvolvimento da agricultura familiar e da reforma agrária, e no fomento da produção, do beneficiamento, e da comercialização Limites Resistência de alguns/as agricultores/as e parceiros na incorporação do ATER como um serviço de educação não formal. A descontinuidade dos serviços de ATER de experiências passadas, gerando dessa forma, inquietação em alguns/as agricultores/as. As variáveis econômicas e ambientais que inibem o desenvolvimento da agricultura familiar.

em espaços justos e solidários. Adota métodos participativos nos serviços de ATER, sempre na perspectiva da inclusão social das mulheres, dos jovens, dos quilombolas, dos indígenas, dos ribeirinhos, etc. Parcerias a nível municipal, estadual, e federal no sentido de fortalecer a agricultura familiar. O contexto das políticas públicas para a agricultura familiar e reforma agrária: Lei de ATER, PLANAPO, e a política de segurança alimentar e nutricional. Os mercados formais e não formais da agricultura familiar: PAA, PNAE, e feiras agroecológicas/livres. As associações comunitárias, no sentido de fortalecimento das bases e dos processos organizativos. Pouco tempo para a execução dos serviços de ATER como um processo de educação não formal, e atendimento aos instrumentos do SIATER. Pouca participação dos gestores locais, na implementação do PAA, PNAE e feiras agroecológicas/livres. A forma marginal que a agricultura familiar é tratada em alguns municípios, e o fortalecimento do agronegócio. Falta de prontidão na emissão e regularização de DAP,s pelas instâncias competentes, inviabilizando os serviços de ATER no SIATER, e acesso as políticas públicas para a agricultura familiar e reforma agrária. A obrigatoriedade do Cadastro Ambiental Rural - CAR, sem as devidas condições de viabilidade pelos governos. 6. REPLICABILIDADE O Programa Educacional de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável - PEADS, tendo caráter educativo, com ênfase na pedagogia da prática, promovendo à geração e apropriação coletiva de conhecimentos, a construção de processos de desenvolvimento sustentável e a adaptação e adoção de tecnologias voltadas para a construção de agriculturas sustentáveis. Baseia-se em quatro momentos cíclicos evolutivos: (i) a pesquisa participativa da realidade, (ii) o aprofundamento participativo da pesquisa, (iii) a elaboração participativa do plano de ação, e, (iv) a avaliação de todo processo desenvolvido.

O PEADS procura identificar, refletir e agir sobre as relações de desigualdade entre os atores sociais no campo e na cidade, oportunizando e potencializando o desenvolvimento sócio-ambiental e econômico na promoção da igualdade de gênero, geração, raça e etnia. Com isso, é uma metodologia de fácil replicabilidade por considerar as pessoas como instrumentos de transformação de suas próprias realidades. Por incorporar os princípios da educação popular, e os marcos legais para a agricultura familiar e reforma agrária do Estado brasileiro, sempre na perspectiva da valorização das pessoas, da cultura, da singularidade, da pluralidade, da mobilização social, da emancipação politica, da inovação, da geração de trablho e renda, do acesso as politicas públicas, e por promover a soberania alimentar e nutricional das famílias agricultoras. 7. DEPOIMENTOS "Sou Técnica em Agroecologia pelo SERTA, e atuo como técnica de ATER nos municípios de Glória do Goitá e Paudalho com o lote 37. E, me sinto muito honrada por fazer parte de uma instituição que transforma vidas, e vidas de pessoas que vivem no campo com muita dignidade, e trabalho. Interessante que nosso trabalho tem foco no fortalecimento da agricultura familiar, por meio de ações agregadoras entre diversos parceiros, e o mais importante, prestar ATER para agricultores/as familiares. Lembro que fizemos uma ação de preservação do meio ambiente realizada na Associação das Mulheres Raspadeiras de Mandiocas, e a escola da Comunidade Araçá, a agricultora "Tita" indiguinou-se dizendo: "quer dizer que agora vou te que catar e apanhar o lixo da comunidade, então isso não dá para mim". Aproximadamente um mês depois fui visitar a propriedade dessa agricultura, e para minha surpresa, ela havia recolhido todas as sacolas plásticas da propriedade, e tinha realizado um plantio de hortaliças. Isso me deixou muito feliz, e crente que a forma, o jeito, a metodologia do SERTA trabalhar é profunda". Sueli Maria - Técnica de ATER "Já tivemos a oportunidade de receber muitos projetos aqui na comunidade, muitas instituições já passaram por aqui, mas como o SERTA nunca tivemos igual. O SERTA mesmo faz com a gente, trabalhar com os pés no chão, não usa palavras difíceis, formas ou teorias que a gente não entenda, o SERTA fala

a língua da a gente, e nos entende da maneira que somos". Nana - presidenta Associação das Mulheres Raspadeiras de Mandiocas "O que mais desejo é que o projeto ATER do SERTA dê muito certo. Quero muito que o negócio do bolo dê certo, prá eu sair do trabalho escravo da casa de farinha". Selma - agricultora "O SERTA tem contribuído muito com o desenvolvimento da agricultura familiar no Estado de Pernambuco, priorizando todas as discussão no conselho de desenvolvimento, por acreditar que esse espaço é de suma importância para os agricultores e associações rurais. A metodologia do SERTA é diferente, pois consegue direcionar todas as políticas e ações para os agricultores, e de forma participação e efetiva. É algo que apresenta resultados visíveis". Fátima Calheiros - Coordenadora do Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável de Glória do Goitá "O trabalho de ATER que estamos executando tem contribuindo muito com a melhoria de vida dos/as agricultores/as, e para mim o 'segredo' está no PEADS, nossa metodologia de trabalho, que consegue agregar todo mundo em um processo de construção coletivo, em prol da vida, da soberania no campo. O que mais chama a atenção é nossa capacidade de articular nossos valores institucionais, a política de ATER, e os instrumentos do SIATER, além da maioria dos técnicos de ATER serem formados em agroecologia pelo SERTA". Valdiane Soares - assessora do lote 37/diretora do SERTA 8. AUTORES E COLABORADORES Abdalaziz de Moura Xavier de Moraes Adelma Anita da Silva Adilson José Barboza Aldon Barros da Silva Alexsandra Maria da Silva Ana Lúcia de Lima Ferreira Antônio Roberto Mendes Pereira Bruna Manuela Pereira de Lima Cintia Rafaela de Lima Costa Cledson Almeida da Silva Éden César Silva Marinho Germano de Barros Ferreira Hildenize dos Anjos e Silva Janaína Maria Gonçalves Jéssica Eunice Galdino Silva

José Everaldo Rodrigues da Silva Paulo José de Santana Juvenal Severino Pereira Paulo Manoel da Silva Leandro José de Carvalho Rosiene Silva dos Santos Luciana Luíza da Silva Sandro Cipriano Pereira Maria de Lourdes Gomes Vieira Sebastião Alves da Silva Maria do Socorro da Silva Sueli Maria Neves Almeida da Silva Maria José Severo Valdiane Soares da Silva Niédja Nazário do Nascimento Wilson Pereira dos Santos 9. FOTOS Reunião inicial com as famílias Intercâmbio no SERTA - Visita as UPPO's Formação em gênero Intercâmbio no SERTA - Visita as UPPO's

Dia de campo Construção de tecnologias Feira agroecológica Feira agroecológica Apresentação do projeto no conselho de desenvolvimento Entrega do projeto no conselho de desenvolvimento

Atividades com crianças Produção agroecológica Produção agroecológica Atividades com crianças Produção agroecológica Visita técnica

Entrevista para o canal folha verde com a agricultura Formação continuada - equipe técnica